sexta-feira, maio 30, 2014

O HOMEM DO CACHIMBO E SOBRETUDO

Companhia das Letras relança coleção de Georges Simenon desde o primeiro romance do Inspetor Maigret

Georges Simenon: criador ou criatura?
“Entenda, e não julgue”.

Foi com esse lema que o Inspetor Maigret, um belga de sobretudo e cachimbo inseparáveis, se tornou um dos mais populares personagens da ficção ocidental.

Agora, suas primeiras missões, relatadas em 1931, chegam às livrarias em novas edições, via Companhia das Letras.

Jules Maigret é a criação mais célebre de Georges Simenon (1903-1989, natural de Liège, Bélgica), um escritor cuja qualificação “prolífico” é a mais comumente associada ao seu nome.

Não é para menos: o homem escreveu mais de 400 livros. 100 deles protagonizados pelo citado inspetor.

A editora paulista Companhia das Letras acaba de lançar as três primeiras aventuras do bom Jules: Pietr, o letão, O Cavalariço da Providence e O enforcado de Saint-Pholien, todos de 1931.

É uma jogada duvidosa. A editora gaúcha L&PM já estava lançando, com boa regularidade, parte do vasto catálogo de Simenon na coleção Pocket.

Anunciada em dezembro de 2012, essa coleção da Companhia, que tem contrato com Penguin, a editora europeia do belga, gerou reação da L&PM, que tinha direitos sobre o autor até 2016.

“A casa gaúcha diz que ‘é passível de sério questionamento’ a decisão dos agentes de passar a obra à Companhia por esta ser associada à Penguin”, noticiou a blogueira da Folha de S. Paulo, Raquel Cozer.

“’Tentaremos todas esferas judiciais para garantir nossos direitos’”, informou a editora gaúcha”, citou Raquel.

Sai o quem, entra o por que

O tempo passou e eis que chegam às livrarias os romances-gênese de Maigret e do próprio Simenon como romancista, já que só a partir de Pietr, o letão, ele deixou de assinar seus livros com pseudônimos.

Stresses entre casas editoriais à parte – melhor para os leitores.

A despeito de qualquer tipo de preconceito que a academia ainda possa ter contra a literatura policial, a verdade é que Simenon, além de produzir à razão de mais ou menos um livro / semana, era admirado por um panteão de insuspeitos ícones da intelectualidade ocidental, como André Gide, Charles Chaplin, Henry Miller, William Faulkner e Federico Fellini – para ficar nos mais famosos.

A razão da admiração de tão ilustres fãs, além dos milhões de leitores anônimos espalhados pelo mundo, são várias. Mas há uma que se sobressai.

Até o surgimento de Simenon, os romances policiais se concentravam muito no que, em inglês, é chamado de “whodunnit?”, corruptela de “who done it?”, ou seja: quem matou?

Simenon mudou o jogo ao imbuir Jules Maigret por um interesse maior no “por que?”.

Para ele, detetive meio psicólogo, é preciso antes, entender. E não, como está lá no primeiro parágrafo, julgar.

Pietr, o Letão / Georges Simenon / Companhia das Letras / 168 p. / R$ 24 / E-book: R$ 17

O Enforcado de Saint-Pholien / 136 p. /  R$ 24 / E-book: R$ 17

O Cavalariço da Providence / 136 p. /  R$ 24 / E-book: R$ 17 / www.companhiadasletras.com.br









7 comentários:

Franchico disse...

A cessão do Quarteto Fantástico e dos X-Men para a Fox começa a afetar a Marvel editora de HQs. Rich Johnston nota que ambos os grupos tem estado ausentes de materiais promocionais.

http://www.bleedingcool.com/2014/05/29/would-marvel-really-cancel-fantastic-four-to-snub-fox/

Bom, e quanto ao Homem-Aranha, que está com a Sony? Vão começar a boicotar as HQs do teioso tb?

Se a Marvel começar a boicotar suas próprias "hot properties", personagens que são A CARA da editora desde sua revolução nos anos 1960....

...tell me about tiros nos próprio pé!

Franchico disse...

E ontem passou o finale de Agents of Shield, uma série bem morna, mas que teve lá seus momentos nos últimos episódios.

No Huffington Post, uma crítica listou cinco coisas que ela gostou no episódio.

Alerta de spoiler: Quem ainda não viu, mas pretende, melhor não ler.

http://www.huffingtonpost.com/2014/05/14/agents-of-shield-finale_n_5324781.html

Só digo uma coisa > Nick Fury continua sendo O Cara.

Rodrigo Sputter disse...

eu li certa vez que eram 300 livros do inspetor...mas tem tanto tempo que li isso...li só um dele...bacana...porra de academia, academia de c* é rola...como negar o talento de outros como Chandler, Hammett, James Cain (esse que inspirou os Coen, CAmmus)...ou outros que não li, mas conheço a fama de bons escritores e vi filmes inspirados neles...Elmore Leonard e James Ellroy...

Rodrigo Sputter disse...

eu li certa vez que eram 300 livros do inspetor...mas tem tanto tempo que li isso...li só um dele...bacana...porra de academia, academia de c* é rola...como negar o talento de outros como Chandler, Hammett, James Cain (esse que inspirou os Coen, CAmmus)...ou outros que não li, mas conheço a fama de bons escritores e vi filmes inspirados neles...Elmore Leonard e James Ellroy...

Franchico disse...

Suspeito que este inocente de nada sabe.

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/05/1460999-nuno-ramos-suspeito-que-estamos.shtml

Franchico disse...

Mañana, terça 3, post nuevo.

Ernesto Ribeiro disse...

Pelo horrendo, baixíssimo e ofensivo palavrão que encerra o texto...


Suspeito que a Folha de S. Paulo abandonou de vez todos os resquícios de pudor, respeito e decência...


Como aliás todos os brasileiros com algum tipo de poder.