terça-feira, fevereiro 12, 2013

VIVA O ROCK SERGIPANO: SNOOZE SOLTA EP NOVO PARA DOWNLOAD


Indie roqueiros da Bahia e Sergipe: eu sei que é difícil, mas... sorriam. Hoje esta coluna traz duas boas notícias.

A primeira: amanhã é quarta-feira de cinzas. Mais: o  verão já entra em sua reta final e o período de chuvas se aproxima.

A segunda boa notícia é que uma das melhores bandas do indie rock brasileiro ever soltou material novo: a Snooze (foto ensaio: Maíra Ezequiel), há 20 anos orgulho sergipano e nordestino, liberou para download o EP Empty Star.

Com sete faixas, o disquinho compila três faixas inéditas (Empty Star, Nickdrakiana e Old Records), mais quatro saborosos covers, escolhidos a dedo: 704 (Second Come), Life's Gonna Hit (Pin Ups), Spanish Bombs (The Clash) e Bulldog Skin (Guided by Voices).

"O legal de lançar esse material é para quebar o hiato", afirma Fábio Snoozer.

"Nosso último álbum mesmo é de 2005. Então, neste momento, mais importante do que mandar musica inédita, é quebrar esse hiato. Quem gosta da banda cobra: 'e aí, vocês não vão fazer mais nada?' e tal", relata.

Para quem não está familiarizado, a Snooze, fundada em 1993, é a filha caçula da heroica primeira geração do indie rock brasileiro, formada por grandes bandas como brincando de deus (patrimônio cultural baiano), Pin Ups (SP), Killing Chainsaw (SP), Low Dream (DF), PELVs (RJ), Second Come (RJ) e meia dúzia de outras.

O último show da Snooze em Salvador foi no Boom Bahia de 2008. Infelizmente, Fábio ainda não tem ideia de quando voltam à cidade: "Gostaríamos muito de tocar de novo em Salvador, mas precisamos ter condições. Já fizemos muito show em Salvador. Bastava ter a data. A gente entrava no carro e ia. Hoje, a gente precisa ter a grana da gasolina e a hospedagem. É o minimo. Até por que eu e Rafael somos músicos profissionais, tocamos na noite de Aracaju. Então perder um fim de semana para sair e tocar aí é perder um fim de semana. Sem garantia de condições minimas, perdemos dinheiro", justifica.

"Mas não é falta de vontade, não. Na verdade, já faz muito tempo que não viajamos para tocar. Ultimamente, só fomos em Maceió", acrescenta.

Nova cena, recomeço

Após vários anos  na ativa, três CDs oficiais e muitos shows Brasil afora, a Snooze (foto: Eduardo Freire) passou por um punhado de formações.

Hoje a banda é um power trio, com os irmãos fundadores Fábio Snoozer Oliveira (baixo e vocais) e Rafael Jr. (bateria), mais o guitarrista  Luiz Oliva.

“Na verdade, a  banda ficou parada por três anos, por que eu fui morar em São Paulo. Depois que voltei, recomeçamos e encontramos uma outra cena aqui em Aracaju”, vê Fábio.

“A cena cresceu. Há muito mais bandas e diversidade. Há até bandas novas influenciadas pela própria Snooze”, admira-se.

“E com bem mais público do que a gente tinha. Hoje a galera já chega com disco bom, bem gravado”, observa.

"Isso é muito legal, mas ficou esse gap entre quem curtia a banda nas antigas, quem só ouviu falar e quem nunca nem ouviu falar. Aos poucos, estamos atualizando o público sobre que que é esta banda hoje em dia", reflete Fábio.

Para dialogar com essa nova geração e formar um novo público, a Snooze tem feito diversos shows com bandas como The Baggios, Os Adolescente de Vovó (sic) e Baztian (AL).

Aos 20 anos, a Snooze espera comemorar a data remasterizando e relançando o primeiro CD, Waking Up... Waking Down (1997).

“Nunca ficamos satisfeitos com o som desse CD. A ideia é fazer isso também como homenagem à Daniel, nosso guitarrista que faleceu em 2010”, conclui Fábio.

"Tem um selo de São Paulo, o Pisces Records, que disse está interessado. Vamos nos esforçar para lançar esete material até 2014. Até por que em 1993 a gente tava meio que brincando ainda. Só em 1994 que a coisa ficou mais séria e começamos a fazer shows", relembra.

Na época, ainda era comum bandas brasileiras cantando em inglês. Até por que uma das principais influências da Snooze era justamente a nossa brincando de deus.

"Especialmente a brincande deus. Essa banda sempre foi um exemplo muito grande para a Snooze. Você ouve o disco e vê a preocupação estética em tudo, especialmente com os timbres. No show eles tocavam tudo certinho, nao tinha uma nota fora de lugar. Você via que eles não viviam da banda, era meio que um hobby, mas a atitude era 100% profissional", opina Fábio.

"Assim como a Snooze pra gente. Sempre foi um hobby. Ninguém nunca viveu da banda, apesar de ter tido uma época que até entrou algum dinheiro. Que era pouco e todo revertido em investimento na própria banda. Então era um hobby levado a sério. Passávamos horas no estúdio para tirar um timbre de guitarra. Não conseguimos os resultados desejados no primeiro disco por sermos inexperientes e por falta de um produtor. Mas a partir do segundo, tentamos refletir muito que som era esse que estava na cabeça da gente. Além de manter a todo custo uma atitude de não tocar mais com qualquer som em quaquer lugar. Tem banda que nao tá nem aí, toca em qualquer lugar qualquer nota, mas assim nós não curtimos fazer", conclui.



BAIXE: www.verbo21.com.br/v6/index.php/snooze

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NUETAS

André solo e gratuito
Marque na sua agenda desde já: dia 22 (sexta-feira), tem show gratuito de André L. R. Mendes (é, agora tem esse “L. R.” aí) no Teatro Eva Herz da Livraria Cultura (Salvador Shopping). André, a rapaziada do rock já conhece: líder da elogiada Maria Bacana, banda local importante dos anos 1990, agora em carreira solo, lançou dois álbuns: Bem-Vindo à Navegação (2010) e Enfim Terra Firme (2012). Este último tem sido muito bem avaliado pela crítica, inclusive do Sudeste. No show violão & voz, canções desde a Maria Bacana até o Terra Firme. 19 horas, gratuito.

Bossambá,  Sankofa
A Tribo Bossambá, um curioso coletivo de músicos e atores que misturam samba, bossa e teatro, se apresentam no Sankofa African Bar (Ladeira de São Miguel, 7, Pelourinho) nesta quinta-feira. 21 horas, R$ 10.

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