Personagens clássicos da literatura de aventura e fantasia formam nova equipe secreta
Londres, 1910. Às vésperas da passagem do Cometa Halley, o submundo se agita em meio a conspirações, como a geração profana de uma criança lunar (espécie de anti-cristo), o retorno de Jack O Estripador à cidade e a sede de vingança de uma mulher, filha de um famoso capitão.
Isto é só o início de A Liga Extraordinária - Século: 1910, novo álbum de Alan Moore (roteiro) e Kevin O'Neill (desenhos) que acaba de chegar às livrarias.
Dividido em três partes, cada uma se passa em um ano, que será também o título do capítulo em questão. A primeira, como já foi dito, é 1910. A segunda, que ainda será lançada no mercado internacional no ano que vem, é 1969. A terceira parte ainda não foi anunciada, mas, seguindo a lógica do título Século, deverá ser 2010.
Eventualmente reunidos pelo senhor Campion Bond (cujo sobrenome, assim como tudo nesta obra, não está aí por acaso), os membros da Liga Extraordinária são personagens de aventura e fantasia do final do século 19, início do século 20.
Depois de perder membros valiosos em aventuras anteriores como Hawley Griffin (O Homem-Invisível, de H.G. Wells) e o Dr. Jekyll (O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson), o grupo, agora liderado por Mina Murray (de Drácula, de Bram Stoker) conta em suas fileiras com um rejuvenescido Allan Quatermain (de As Minas do Rei Salomão, de H.R. Haggard), Arthur Raffles (de O ladrão amador, de William Hornung), Thomas Carnacki (de O caçador de fantasmas, de W.H. Hodgson) e Orlando (de Orlando, a mulher imortal, de Virginia Woolf).
Ainda que não pareça tão instigante quanto a equipe anterior, que ainda contava com o Capitão Nemo (de 20 mil léguas submarinas, de Julio Verne), a nova Liga tem um começo de aventura bastante intrigante.
Como de costume, o gênio narrativo de Alan Moore e os desenhos expressivos de Kevin O’Neill conduzem o leitor com mão firme, página após página, em uma aventura sombria, carregada de referências literárias e um sentido trágico, simbolizada constantemente pelo uso poético de estrofes de A Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill.
Ao final, restam muitas interrogações – e o desejo de que se chegue logo à psicodélica Londres de 1969.
A Liga Extraordinária - Século: 1910 / Alan Moore e Kevin O'Neill / Devir / 100 p. / R$ 35 e R$ 46 (capa dura) / www.devir.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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3 comentários:
Oh... my... Goooooooood!!!!
Já tem na Saraiva, Chicaço?
Procissão à saraiva neste fim de semana!
Acho que sim, Marcionílio!
E o homem não tá parado, não.
Olha só sua nova loucura:
http://www.omelete.com.br/quadrinhos/la-fora-neonomicon-de-alan-moore/
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