quinta-feira, março 25, 2010

O DRAMA DA ESPIONAGEM

Inspirada em série da TV inglesa, Jogos de Poder traz abordagem adulta

Um dos subgêneros mais interessantes do gênero policial / aventura, o drama de espionagem é geralmente associado às charmosas estripulias de James Bond, e mais recentemente, à série Bourne, popularizada por uma série de filmes. O escritor americano Greg Rucka, porém, foi buscar referências mais obscuras para sua premiada série em quadrinhos, Jogos de Poder, lançada no Brasil pela Devir.

Ambientada na fictícia Divisão Especial do Ministério da Inteligência britânico, Jogos de Poder, lançada em março de 2001, foi premiada no ano seguinte com o Eisner Award de melhor nova série, com larga aclamação crítica.

Rucka, até então mais conhecido como autor de uma série de romances estrelados por um leão de chácara chamado Atticus Kodiak, foi buscar numa obscura série da TV inglesa do fim dos anos 70, chamado The Sandbaggers, a inspiração que precisava.



E aqui a expressão “drama de espionagem“ ganha mais significado do que nunca. Em The Sandbaggers – e por consequência, em Jogos de Poder – o que importa não é a missão em si, e sim, o efeito que estas causam nas vidas pessoais e profissionais dos agentes.

Excelente escritor de diálogos, Greg Rucka centra sua narrativa na agente Tara Chace. Quase sempre em conflito com seus superiores, Chace, logo no primeiro capítulo, não hesita em assassinar friamente um ex-general russo, agora envolvido com a máfia.

Consequências sombrias

O serviço, feito pelos britânicos como um favor aos americanos da CIA, gera uma série de retaliações e consequências sombrias para todos envolvidos.

No prefácio do Volume Um, o celebrado escritor inglês Warren Ellis (Planetary) observa que “Jogos de Poder é uma história de espionagem em um mundo complicado; um mundo real, onde cada bala tem consequência, e onde cada passo que você dá no seu trabalho voltará para te assombrar“.

No Brasil já foram publicados os dois primeiros encadernados, reunindo os sete primeiros capítulos da série americana. O primeiro, Operação: Terreno Partido, é a introdução ao mundo da série, com a agente Tara Chace sendo caçada em Londres pelo assassinato do mafioso russo, cometido no Kosovo.

Já o segundo, Operação: Estrela da Manhã, consegue ser ainda mais intrigante. Com três capítulos, ele mostrava os agentes da Divisão Especial às voltas com o assassinato de jornalistas estrangeiros em pleno Afeganistão dominado pelo Taleban.

Detalhe: apesar de o primeiro capítulo ter sido publicado em dezembro de 2001, ele havia sido todo escrito antes do 11 de setembro, garantiu Rucka.

O escritor, que teve uma outra obra adaptada para o cinema há pouco tempo, Terror na Antártida (Whiteout, 2009), talvez ainda veja Queen & Country (título original de Jogos de Poder) nas telas, já que há um roteiro pronto na Fox há algum tempo.

Outro excelente trabalho dele é a série Gotham City Contra o Crime, focado no dia a dia da Delegacia de Crimes Hediondos da cidade protegida pelo Batman, para a DC Comics.

Jogos de Poder Vol. 1 - OPERAÇÃO: TERRENO PARTIDO / Greg Rucka e Steve Rolston / 128 p. / R$ 19,50

JOGOS DE PODER VOL. 2 - OPERAÇÃO: ESTRELA DA MANHÃ / Greg Rucka e Brian Hurtt / 88 p. / R$ 19,95 / Devir Livraria - Oni Press

11 comentários:

Franchico disse...

Vi o filme baseado em Whiteout (publicado no Brasil tb pela Devir), Terror na Antártida.

Trata-se de uma bomba arrastada e meio confusa.

Sobra a paisagem gelada lindamente fotografada, com direito a aurora boreal e as porra - além de Kate Beckinsale, por si só outra bela paisagem (com direito a pala de bunda xulada logo no início do filme).

A HQ é bem mais legal. Tomara que Greg Rucka tenha melhor sorte com Queen & Country.

Resta-me recomendar Gotham City Contra o Crime, publicado em 5 ou 6 volumes encadernados pela Devir, que ele escreveu com Ed Brubaker (A Morte do Capitão América, Criminal), especialmente se vc for fã da mitologia do morcegão.

Pilha mesmo eu fiquei foi de ver essa série inglesa. Durou só três temporadas (1978-80) e está disponível em DVD (importado, claro).

Franchico disse...

Resenha do UHQ para o Vol. 2 publicada hj (26.03) mesmo...

http://www.universohq.com/quadrinhos/2010/review_JogosPoder2.cfm

Concordo que o desenhista do Vol. 2 é bem mais fraco que o do Vol. 1.

Franchico disse...

Bem-vindo o blog da MTV Salvador!

http://mtv.uol.com.br/mtvsalvador/blog/bem-vindos-musica-da-bahia

Estaremos acompanhando sempre!

Márcio A Martinez disse...

"LIKE A ROLLING STONE - Bob Dylan na encruzilhada, de Greil Marcus" - Éééé... se ao menos os infiéis soubessem o que é bom... Já tá na minha prateleira...

Franchico disse...

Chegada agora há pouco por email...

CH Straatmann, compositor e baixista dos Retrofoguetes, é o convidado do Estação Jazz, numa homenagem ao jazzista Charles Mingus

O músico conta a história de Mingus, um dos maiores ícones do jazz, e apresenta uma seleção de músicas marcantes, segunda(29), às 21h

O programa Estação Jazz da Educadora FM traz como convidado especial, nesta segunda-feira, dia 29.03, às 21h, o músico CH Straatmann, conhecido por assumir os graves do trio instrumental Retrofoguetes. CH vai apresentar um panorama da carreira e história do contrabaixista e compositor Charles Mingus, considerado um dos grandes nomes do Jazz mundial. Para ouvir o programa pela internet, acesse: http://www.educadora.ba.gov.br/educadora/aovivo/audio

Na seleção, o ouvinte vai conferir músicas como Fables of Faubus, do disco Charles Mingus; His Final Work (1977), Gunslinging Bird (em homenagem a Charlie Parker), do álbum Mingus Dinasty (1957); Tijuana Gift Shop, do álbum Tijuana Moods (1959); Canon, do álbum Mingus Moves (1973), entre outras.

Estação Jazz – O programa apresentado pelos jornalistas Mário Sartorello e Emanuel Mirdad, estreou em novembro de 2009, e vai ao ar sempre às 21h, na Educadora FM 107,5.

SERVIÇO:

Estação Jazz - Especial Charles Mingus por CH Straatmann
Rádio Educadora 107.5
Segunda-Feira, 29/03/10
às 21h

Nei Bahia disse...

Eu acho muito indelicado da parte de algumas pessoas ficarem se metendo onde não foram convidados, seja numa festa, num evento, num ensaio de uma banda, em um programa de rádio; acho isso o fim da picada.

em tempo:
Mirdad, que dia você vai ser o programa sobre John Coltrane, ou Lee Morgan, ou Clifford Brown, ou John Mclaughlin, ou Mahavishnu Orquestra, ou Max Roach, ou Dizzy Gilespie, ou....

Franchico disse...

???

Nei Bahia disse...

Chicão, foi puro cinismo meu....



Obs: não precisa aprovar esse comentário!!

cebola disse...

????????!

Franchico disse...

Nei, liberei o comment pra Cebola tb entender.

Emmanuel Mirdad disse...

Opa, Nei, em breve, em breve! Colocar-te-ei aqui como colaborador tb. abs!