Capitão Parafina & Os Haoles lançam CD que bate a maior onda
Separe sua melhor camisa florida, seu bermudão mais berrante e deixe seu pranchão a postos, pois hoje o mar estará propício a altos tubos e manobras radicais. A trilha sonora já está garantida com o CD do Capitão Parafina e Os Haoles, tranqüilamente uma das melhores novidades do rock baiano dos últimos tempos.
O power trio, formado pelo próprio Capitão (guitarra e vocais) e Os Haoles Topa (bateria) e C.H. (baixo), lança hoje, com um show gratuito na Saraiva Megastore (Shopping Salvador), seu primeiro disco. Frutos do Mar, o CD, é um refrescante sopro de brisa marinha, criatividade e despretensão (no melhor sentido da palavra) no sempre subestimado e desprezado cenário rockeiro local. Leve, acessível e muito bem produzido por Tadeu Mascarenhas, o CD é uma delícia praieira do início ao fim, alternando faixas instrumentais com outras vocais.
As músicas são curtas, diretas, dançantes, bem humoradas - por vezes até românticas - e exalam uma aparente simplicidade que dotam o trabalho de uma pegada pop inequívoca, tornando-o plenamente acessível ao grande público - como diversas outras bandas do rock local já o são, fato que o empresariado local finge não ver.
5 anos de praia - Formada em 2002 pelo Capitão e Topa, a CP&H surgiu como surgem 99% das boas bandas de rock, seja aqui ou no Havaí: "Fizemos a banda pra farrear, pra gente se divertir mesmo, sem qualquer pretensão", conta o band leader.
O primeiro show foi no final daquele mesmo ano, na festa de reveillon na casa de praia de um amigo. "A repercussão foi tão boa, que começamos a fazer vários shows por aí. Aí a coisa começou a ficar séria", lembra o Capitão.
Séria, mas não chata. O Capitão começou a se esmerar em compor músicas próprias, inspirado nas suas influências de bandas como João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, Ultraje a Rigor, Os Ostras, e é claro, Beach Boys e os patronos da surf music local, os Retrofoguetes, com quem hoje compartilham o mesmo baixista, C.H.
A partir daí, a trajetória da banda pode ser resumida naquela frase batida, mas que quase ninguém aplica: "não sabendo que era impossível, foi lá e fez". Em vez de ficar reclamando da falta de espaço para tocar, o grupo tocou em todos os lugares possíveis: do Nhô Caldos à boate Fashion Club, além de Belo Horizonte e Aracaju.
"A gente não tinha essa, ligava pras produtoras queixando mesmo. Já tocamos em lugares em que bandas com muito mais tempo de estrada que a gente nunca tocou", revela o Capitão do rock.
12 tubos auditivos alucinantes
Dentro de uma concha de aparente despretensão e simplicidade, esconde-se uma pérola musical muito bem resolvida - na concepção, execução e produção. Assim pode ser descrita a estréia do Capitão Parafina & Os Haoles.
A produção de Tadeu Mascarenhas, uma das peças fundamentais no processo de profissionalização do rock local, junto aos seus colegas andré t e Jera Cravo, tem tudo a ver com isso, chegando até mesmo a sofisticação de encaixar no som simples e direto da banda instrumentos como escaleta, trumpete, trombone, sax tenor, sax barítono, piano, violoncelo e calimba.
Despretensão? Pois sim.
O resultado que sai das caixas de som é um CD redondinho, em que é simplesmente impossível pular qualquer uma das 12 faixas, pois todas são igualmente boas - e melhor ainda, diferentes entre si.
Não há aquelas músicas supérfluas que só servem para preencher o disco, algo tão comum no rock contemporâneo, onde as bandas hypadas - pela crítica sulista e seu patético séquito virtual de vaquinhas de presépio - apresentam um ou dois hits e o resto só enche lingüiça e a paciência dos ouvintes.
Aqui, não. Mesmo ensolarado, o disco é uma obra coesa - todas as faixas fazem sentido. É um passeio pelo dia-a-dia praieiro e a imaginação fértil desses garotos de praia.Há o romantismo deslavado de Um Amor Como o Seu, o swing pesado à la Rocket From The Crypt de Fugindo Desesperadamente de Um Helicóptero Malvado Na Densa Selva Sombria e Úmida Com Muitos Perigos (ufa!), o pop sofisticado de Ode à Califórnia, o tributo inconsciente aos Retrofoguetes de Comer Caranguejo é Delicioso, Mas Arranha a Virilha e o desarranjo intestinal de Surf Bosta. São 12 belas ondas, e todas elas rendem grandes tubos. Na dúvida, pegue todas.
Frutos do Mar
Capitão Parafina & Os Haoles
R$ 17, 90
www.palcomp3.com.br/capitaoparafina
www.capitaoparafina.com.br/
7 comentários:
fim de semana fueda.começa ai com os parafina , despues Koyotes no Rock Sandwich, no sabado mais uma faço um set no icba , na feira hype, que tb tera um duelo fuderoso da dupla de dois jan x boris, despues tem os mizeravao no world bar(com direito a niver de adriana,yara,carol,leao e cassia)e ainda no mesmo dia na zauber retrofoguetes e cascadura.acho que vou pra igreja.
salvador, uma das cenas de rock mais paradas do país.
sim, já li isso.
pra completar, domingo, nós, da Berlinda, junto com Apu, e mais participações especialíssimas, terminaremos as gravações de nosso ep. Vozes, coros e outros temperos. Nas guitarras já tivemos o prazer de contar com participações do próprio Apu, mais Candido( Cascadura )e da lendária Fender Strato vermelha de mestre Emerson Borel. É, acho que o Rock de Salvador tá rolando. E, olhem só que curioso, as bandas estão trabalhando!!
Pra maiores detalhes, letras, etc. visitem lá: www.fotolog.com/bandaberlinda
Assassinaram com um tiro na cabeça um dos colaboradores do site Fanboy, do qual participo com resenhas mensais da revista Marvel Max.
José Francisco de Assis Junior, o Shiko, só tinha 21 anos e tomou um tiro na cabeça durante um assalto a uma lan house em Porto Velho, Rondônia, onde morava, na madrugada de 13 para 14 de setembro.
Aqui a notícia do Fanboy:
http://www.fanboy.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=736&mode=&order=0&thold=0
E aqui a notícia do assalto, em um jornal de Rondônia:
http://www.correiopopular.com.br/cppolicia.htm#Assaltantes atiram na cabeça da vítima
Não o conhecia pessoalmente, mas estava acostumado a ler suas resenhas bem humoradas e bem escritas no site. Uma vez ele brincou comigo, dizendo que tinha muitos Chicos no Fanboy.
Sinto muito que alguém tão jovem e que provavelmente tinha tanto em comum comigo tenha morrido de forma tão escrota e violenta.
R.I.P.
Shiko.
O negócio é cruzar os dedos, que uma hora essa série de Preacher na HBO vai rolar - e rolar bonito...
http://www.omelete.com.br/teve/100008001/Brian_De_Palma_e_David_Cronenberg_podem_dirigir_episodio_piloto_de_Preacher.aspx
Theatro de Séraphin e The Budas
Dia 22, Sabado, 15h30
Rock'n'Sandwich (Rio Vermelho, em frente à McDonalds).
Entrada franca (até o limite da reduzida capacidade do espaço).
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