terça-feira, junho 25, 2019

EXPERIMENTANDO EM RECIFE E JOÃO PESSOA

Laia Gaiatta se apresenta em duas capitais do Nordeste entre as gravações do primeiro álbum

Laia: Uru, Antenor, o Homem-Alvo (convidado) e Heitor Foto Germano Estácio
Ah, essa Bahia cheia de segredos e surpresas. Até hoje há quem se surpreenda com a tradição de música experimental aqui presente, desde os áureos tempos de Walter Smetak na Escola de Música da Ufba.

Diga-se de passagem, é deste templo do ensino e pesquisa de música que vem este trio baiano, que desde 2013 aparece volta e meia na coluna.

Desta feita, o Laia Gaiatta (art rock experimental, como gostam de se definir) volta à esta página com boas novidades.

Enquanto você lê isto, Heitor Dantas (voz, guitarra e trompete), Antenor Cardoso (bateria, synth e programações) e Uru Pereira (fagote processado) embarcam rumo a Recife e João Pessoa, onde se apresentam na quinta (JP) e na sexta-feira (Recife).

Na Paraíba, o trio se apresenta com participação da  performer Isaura Tupiniquim.

Completam a night  Vermelho Marte, septeto que cria músicas espontâneas a partir do improviso, e a banda Berra Boi.

Já em Recife, os baianos estarão ao lado do experiente DJ Dolores e da performer pirofágica Marina Mahmood.

Além de se apresentar ao vivo, a Laia também vai gravar uma faixa em um estúdio  de João Pessoa.

“Juci Reis, do programa Flotar, criou e escreveu o projeto de irmos até a Paraíba gravar uma faixa e tocar. E esse ano fomos aprovados no edital de mobilidade da SecultBA. Quem vai receber a gente lá é Daniel Jesi, da banda Burro Morto e um dos sócios do estúdio BBS. Recife veio na cola”, conta Heitor.

Palavra-som-imagem

Sonzeira despirocada ao vivo no Teatro Gamboa, foto Germano Estácio
Fora esses shows, o trio trabalha marcando datas aqui em Salvador e nas gravações do seu primeiro álbum cheio. No estúdio, clima de laboratório, ou seja: experimentação rolando sem freio.

“(A previsão de lançar o álbum é para) Começo de 2020. Mas tudo é possível. Fora a gravação em João Pessoa (Estúdio Peixe-Boi) a gente quer gravar três  faixas quando voltarmos”, conta.

“A experimentação parte do improviso: às vezes eu levo o acorde e sugestões de escala, às vezes um plano improvisativo, ou uma partitura gráfica, ou apenas uma ideia que conduza a performance”, diz.

Perguntamos ao Heitor: a música dita experimental é, por definição, algo para poucos, já que costuma, justamente, experimentar linguagens (e técnicas e estilos etc) estranhas ao ouvido do público médio. Se uma banda experimental, por um acaso qualquer, consegue formar um grande público, será que ela deixa de ser experimental?

"Talvez o músico experimental mais conhecido da história seja Frank Zappa. Aqui no Brasil, Hermeto, talvez. Mas perceba que eles são conhecidos por serem músicos 'estranhos'. A questão de emergir é muito mais profunda: a música 'certa' está entranhada em todos nós há séculos. A imensa maioria das pessoas querem (re)ouvir essa música, e a indústria trabalha pra vender pra o maior número de pessoas possível. Então seria muito improvável se um cara como Zappa ou Hermeto atingisse as massas", explica o músico.

Um lance legal que sempre rola nos shows da Laia são as intervenções performáticas. Quem frequenta seus shows já conhece o Homem-Alvo (foto) que costuma aparecer.

“Pensar a cena é uma viagem pessoal minha e não é à toa que, cada vez mais, eu venho trabalhando com teatro. Minha onda agora tem sido pensar na tríade palavra - som - imagem, e o recurso cênico expande esse pensamento”, observa Heitor.

“A gente vai gravar e lançar muita coisa. Queremos tocar mais ao vivo. Mesmo estando no processo. Mas é isso: esse processo é eterno. A gente tem questionado muito essa máxima que a obra é algo intocável. Podemos lançar um disco só com as conversas que acontecem no estúdio, por exemplo”, conclui.

www.laialaia.net

NUETAS

Gigito, Ian, A Flauta

No tradicional  happy hour rocker da sexta-feira quinta-feira tem sessão acústica dupla no Bardos Bardos Casa da Trinca, com Gigito e o cantor folk Ian Kelmer. Já no sábado na sexta é a vez da banda A Flauta Vértebra, com participação da baterista coreana (?!?) Mimi Bak.  Sempre às 19 horas, pague quanto quiser.

Pink Floyd no Rubi

A banda Astoria Pink Floyd Cover faz show com os grandes sucessos da clássica banda inglesa sexta-feira e sábado, no Café-Teatro Rubi do Wish Hotel da Bahia. 20h30, R$ 50.

Júlio no Toca Raul

O guitar hero Júlio Caldas e a banda Rock Night Club se apresentam no Projeto Rock na Rua neste sábado, a partir das 17 horas. É no Palco Toca Raul, no Rio Vermelho. Gratuito.

2 comentários:

Rodrigo Sputter disse...

quinta ou sexta no bardos Chicón???
no cartaz diz 5a.
no insta deles tb!

Franchico disse...

My mistake. Corrigido.