Alaíde Costa, foto Clarissa Lambert |
A dupla se apresenta amanhã e sábado no Café-Teatro Rubi, com participação do cantor João Senise.
Com Peranzzetta ao piano, Alaíde apresentará um repertório escolhido a dedo por ela mesma e seu produtor / pianista, com canções eternas de Tom Jobim, Dori Caymmi, Sueli Costa, Ivan Lins, Fátima Guedes e do próprio Peranzzetta.
“É um repertório bem variado”, afirma Alaíde, por telefone, de São Paulo.
Peranzzetta acaba de produzir o quarto álbum para a cantora, com previsão de lançamento para dezembro.
“Recentemente gravei Gilberto Gil, Se Eu Quiser Falar Com Deus. Deve sair até o final do ano em um disco novo, Harmonias Que Soam e Ressoam”, conta Alaíde.
“Já temos um bom tempo trabalhando juntos, este já é o quarto CD que faço com ele. O penúltimo, Tudo o Que o Tempo Me Deixou (2005) teve letras do Paulo César Pinheiro. E agora, com o Harmonias... que é uma música dele com letra do Nelson Valencia”, diz.
Satisfeita, Alaíde não mede elogios ao parceiro musical. “Ah, eu acho o máximo trabalhar com o Gílson. Me sinto muito à vontade e feliz de te-lo comigo. Além de um grande músico, maestro e pianista, ele é também um grande amigo”, afirma.
O terceiro elemento deste encontro é o jovem cantor João Senise, que aos 28 anos, já gravou quatro CDs e também já foi produzido por Peranzzetta: “O João é um jovem muito talentoso e que tem muito bom gosto na escolha do seu repertório. Vai ser muito legal participar com ele desse encontro com o Gílson”, diz.
“Vamos cantar juntos Eu e a Brisa, do Johnny Alf – com quem gravei a versão original”, lembra Alaíde.
Movimento anônimo
Aos 81 anos, Alaíde está na ativa desde 1955, quando começou como crooner na night carioca.
Logo se enturmou com os músicos da bossa nova, e em 1959 lançou um dos primeiros LPs do gênero: Gosto de Você, com composições de João Donato e João Gilberto (Minha Saudade), Tom e Vinicius (Estrada Branca) etc.
Alaíde seguiu carreira ligada ao movimento – bossa novista de primeira hora, portanto, fez por merecer o epíteto maternal.
Apesar de aceita-lo sem problemas, a própria Alaíde acha que é também uma grande responsabilidade.
“É um pouco um peso. E nem acho justo. Fui apenas uma das que começou com eles lá, mas tudo bem. (Ainda assim) É muita responsabilidade que as pessoas jogaram em cima de mim né?”. observa, lúcida.
Testemunha ocular de um momento de renovação da MPB, Alaíde lembra que se surpreendeu quando a bossa ganhou o mundo.
“Comecei com ela, era tudo o que eu queria e não tinha. Só não esperei que fosse fazer tanto sucesso como faz até hoje”, afirma.
“Quando eu comecei a bossa nem tinha nome, eram só os encontros dos compositores. Cada um mostrava sua música. Aí de repente alguém, nem lembro quem foi, pôs o nome de bossa nova”, conclui.
Alaíde Costa e Gilson Peranzzetta, com João Senise / Amanhã e sábado, 20h30 / Café-Teatro Rubi (Sheraton da Bahia Hotel) / R$ 80
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