Conheça Asley,
talento folk rock de Irecê que se apresenta hoje apresentou terça última no Dubliner’s
Asley e seu violão, em foto de João Júnior |
O interior da Bahia
pode estar gestando um novo movimento de música folk nordestina.
Direto de
Irecê, o jovem Asley é a ponta de lança de um pequeno grupo de orgulhosos músicos
interioranos a fim de fazer um som diverso do que sai dos porta-malas dos
carros estacionados nas praças.
A base de violão, o
som de Asley é ora delicado, ora sofrido, mas sempre sincero e bonito.
Seu
primeiro trabalho, um EP com sete faixas, está disponível no Soundcloud e vale
muito o seu tempo.
E apesar de jovem, o
rapaz já conta com alguma moral: no ano passado, Asley venceu o II Canta
Sertão, em São Gabriel, com a bela Cabaré do Santo Amor.
Já no 39º Festival de
Música Popular de Ibotirama, ficou em terceiro, com a pungente Mais do que Pó –
ambas as canções estão no EP.
“Sim, eu moro em
Irecê. Já morei em Belo Horizonte um tempo para estudar, mas voltei”, conta,
por telefone.
Asley residiu na
capital mineira entre 2009 e 2015. “Lá passei por um processo de maturação
musical, mas foi meio solitário. Já
gostava de tocar, de desenvolver composições, mas não encontrei parceiros na
mesma frequência“, conta.
Só no final de 2014,
de férias na Bahia, ele encontrou seus pares musicais: Mateus Zingue e Daniel
Penha, dois artistas da modesta Capim
Grosso.
“Abandonei tudo em
Minas, onde fazia Comunicação, para voltar e tentar construir um movimento de
folk de forma orgânica, um som limpo com instrumentos de verdade, sem
artificialismos”, demarca.
Em Capim Grosso, o
trio se trancou no estúdio de outro músico local, o sanfoneiro Kelvin Diniz:
“Esse cara é um prodígio, sabe tudo. Foi no estúdio dele que fizemos esse EP
que está no Soundcloud”, conta.
Boy George segundo
Asley
Asley no ermo da secura, em foto de João Júnior |
E hoje terça-feira passada, Asley estará esteve em Salvador, para fazer seu segundo show na capital, na noite Quanto Vale o
Show?, ao lado da banda local Astral Plane. O primeiro foi no dia 9 último, na
Casa da Mãe.
“Vou tocar acompanhado de banda: guitarra, baixo e bateria. E no sábado, abro
para a Scambo aqui em Irecê”, diz.
No repertório, as
faixas autorais do EP e algumas releituras de hits pop como Karma Chameleon
(Culture Club) e Your Song (Elton John).
O hit do Boy George e sua banda,
aliás, está no EP e é uma delícia. No Soundcloud, já conta com mais 1,2 mil audições.
“Eu tenho esse
repertório intimista de covers, gosto muito dessas baladas. Engraçado que todo mundo me pede para tocar artistas
tradicionais do folk, como Bob Dylan e Johnny Cash, mas nem toco eles. Acabo escolhendo músicas que se tornam folk ao
violão”, diz.
Ligado ao interior,
Asley, Mateus e Daniel, que também tem trabalhos próprios, querem voltar os
olhos da capital para o campo: “O folk necessita desse contato com o campo, a
coisa rancheira. Não é imitação do americano. É que aqui a gente tem muito
disso: a secura, o ermo. Não é coisa nova, já fizeram isso: Belchior, o Pessoal do Ceará, Ednardo. Queremos trabalhar nessa linha", conclui.
NUETAS
Vivendo com Gerônimo
A sempre bem-vinda Vivendo
do Ócio volta à city para uma série de shows no Circuito Música Bahia da Caixa
Cultural. Serão quatro apresentações com o grande Gerônimo de convidado, de
quinta-feira a domingo, com ingressos a ridículos R$ 8 e R$ 4. Sempre às 20
horas, exceto domingo, que é as 19 horas.
O diabo à quatro
Pancreas, Declinium, Jack Doido e Ronco quebram tudo no Taverna Music Bar. Rock em vários estilos diferentes para gostos diversos: tem hard, pós-punk e blues rock. Sábado, 22 horas, R$ 10.
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