terça-feira, março 29, 2016

SOFT PORN É BOA NOVIDADE DO INDIE ELETRÔNICO PSICODÉLICO

Soft Porn, foto de Manolo Garrido
 A rapaziada ligada ao selo NHL Produções sempre surpreende.

Além de produzir o psicodélico fanzine NIHIL e um festival periódico, o selo é orbitado por bandas de propostas diversas como Van der Vous, Mapa, Circo Litoral, Limbo, Aurata, Astralplane e Soft Porn.

Esta última é o simpático duo aí do lado.

Formado por dois Lucas – Brasil (DJ) e Spanholi (guitarrista) –, o Soft Porn pratica uma música eletrônica contemporânea bem up to date, com influências de queridinhos indies como Toro y Moi, Warpaint, Foals etc.

“Nossas influências vão um pouco além da música. A gente pensa na Soft Porn como um projeto multilinguístico, agregando documentários, projeções nos shows, samples e uma estética erótica dos anos 1990”, acrescenta Spanholi.

Sem mais do mesmo

Ambos os Lucas são egressos da extinta banda indie Você Me Excita, vista nesta coluna há alguns anos. O primeiro EP da Soft Porn já está disponível no Soundcloud e, sinceramente, não deve nada a muito gringo idolatrado lá fora.

“Na verdade, nossa identidade foi a junção de várias influências, apesar de gostarmos de muita coisa parecida, temos repertórios bem diferentes. Até hoje a gente ainda troca muito som e uma parte do tempo que estamos juntos é escutando e pesquisando outros projetos. A intenção era fazer algo experimental, já tem muito do mesmo acontecendo”, diz Lucas Brasil.

Viajandão, cosmopolita, colorido, Soft Porn é som para deixar corpo e mente vagando pelo éter.

Para conferir ao vivo, sábado eles se apresentam na quarta edição do NHL Festival, com Cine Iris (de Feira), Cartel Strip Club e Astral Plane.

“O show da banda conta com bateria (tocada por Matheus Patriarcha, baixo, guitarra, samples, CDJ e sintetizadores”, conta Spanholi.

“O objetivo é fazer esse intercâmbio cultural, conhecendo, aprendendo, agregando contatos e agora, no momento, estamos planejando uma tour pelo Nordeste até o meio do ano”, avisa Lucas Brasil.

NHL FESTIVAL 4 / Com: Soft Porn, Cine Iris, Cartel Strip Club e Astral Plane / Sexta-feira, 21 horas / Dubliner’s Irish Pub / R$ 10



ENTREVISTA COMPLETA: SOFT PORN

A Soft Porn ao vivo, foto Manolo Garrido
Vocês eram da Você Me Excita, banda indie de estética século 21. Podem contar o que aconteceu desde então, como a banda acabou e vocês se tornaram um duo de música eletrônica?

SP: A SOFT PORN foi criada pelo guitarrista Lucas Spanholi e pelo DJ Lucas Brasil e contou com a participação de Pedro Oliveira, antigo membro da Você me Excita, na produção do álbum “Vol. 1”. Agora a banda conta também com Matheus Patriarcha na bateria, fundador da Você me Excita e que atualmente se apresenta com seu projeto solo MAPA, que inclusive estará lançando seu álbum de estréia “prcr n” no mês de abril, pelo selo NHL Produções, que também lançou o álbum “Vol. 1”.

Como é no show? É live PA ou tem instrumento sendo tocado ao vivo também?

SP: O show da banda conta bateria, baixo, guitarra, samples, CDJ e sintetizadores.

Percebo que o Soft Porn busca uma linguagem mais cosmopolita, sem "namoro" com a estética baiana / tropical. É uma postura deliberada ou o som de vocês é assim mesmo, naturalmente?

SP: Isso surgiu naturalmente, nunca nos preocupamos em forçar a barra para parecer tropical ou “baiano”, nosso som acabou saindo mais urbano e eletrônico. Acho que essa coisa de identidade tem que ser espontânea, fluída. Não concordamos com essa ideia de uma identidade ou cultura local parada no tempo e estática, como se habitasse um museu. Salvador pode e deve produzir qualquer coisa. A grande frustração da cena do rock e da galera alternativa, em salvador, foi, e ainda é bastante, a de viver numa cidade que por muito tempo só se preocupou em vender musica baiana enlatada e pré-formulada. Parece que as bandas daqui sempre têm que pôr um elemento local de forma escancarada, como se tivéssemos, sempre, que sugar ou parecer com Raul, por exemplo. A cultura e a arte são libertadoras e emancipadoras, ao passo em que também queremos dizer muita coisa quando dizemos que somos de Salvador. Tá no sangue, tá na gente.

Quais são os planos de vocês para divulgar o trabalho da banda na Bahia e fora dela? Festas, festivais, clipes?

SP: Logo que lançamos o CD, nosso foco foi divulgar bastante pela internet. Tivemos uma resposta legal, principalmente de fora do Brasil. Nosso plano agora é tocar bastante, estamos nos aproximando mais do público mais eletrônico também e tá sendo massa. Estamos contando com o apoio da NHL Produções, que tem movimentado a cena, inclusive apostando em artistas de outros estados em bandas novas daqui, como MAPA, Limbo, Aurata, Astralplane. Também participamos do “Low-fi Processos Criativos”, evento criado por Ed Brass. O objetivo é fazer esse intercâmbio cultural, conhecendo, aprendendo, agregando contatos e agora no momento estamos planejando uma tour pelo nordeste até o meio do ano. Também acabamos de gravar um vídeo ao vivo pela produtora audiovisual USINA, que está forno e saindo em breve.

Quais são as bandas / DJs que influenciam o trabalho da Soft Porn? É visível (digo, audível) que a função dos seus tracks não é apenas botar o povo pra dançar, tem algo mais aí.

SP: Nossas influências vão um pouco além da música, a gente pensa na SOFT PORN como um projeto multilinguístico, agregando documentários, projeções nos shows, samples e uma estética erótica dos anos 90. Na verdade nossa identidade musical foi a junção de várias influências, apesar de gostarmos de muita coisa parecida, temos repertórios bem diferentes. Até hoje a gente ainda troca muito som e uma parte do tempo que estamos juntos é escutando e pesquisando outros projetos. A intenção era fazer algo experimental, já tem muito do mesmo acontecendo. Acho que as nossas maiores referências comuns do experimental mais eletrônico seriam o DARKSIDE, Nils Frahm, Machinedrum, David August e algumas coisas no formato mais de banda mesmo como Toro y Moi, Warpaint, Foals, Chromeo, Crystal Castles, Chromatics, Tame Impala, Glass Candy... É muita coisa diferente que cada um traz na bagagem também.

Fiquem a vontade para dizer o que realmente querem dizer, mas eu não perguntei.

SP: Vamos produzir, galera! Experimentar, criar coisas novas, contribuir pra o fluxo musical da nossa cidade, sempre dá pra inovar um pouquinho! E aos produtores de eventos, que contribuam também valorizando o novo.

NUETAS

O Retorno de Motrícia 

A nova Motrícia, com Daniela Dangel no centro
O Quanto Vale O Show? de hoje apresenta as bandas Motricia e Devaz. A primeira, após algum tempo parada, volta a cena estreando nova vocalista, a cantora Daniela Dangel Moraes. Hoje, 19 horas, Dubliner’s Irish Pub, pague quanto quiser.

Búfalos e Bilic sexta

Búfalos Vermelhos & A Orquestra de Elefantes e Bilic Roll (ops, agora é só Bilic) quebram tudo sexta-feira. The Other Place Salvador (R. Ariston Bertino de Carvalho, 247, Brotas). 20 horas, R$ 10.

Sunday, metal Sunday

Domingão do cramunhão com as bandas de heavy metal Orgia Nuclear, Necrothrashers, Blessed in Fire e Death Tales. No Taverna Music Bar, a partir das 15 horas. R$ 20 (antecipado)  e R$ 25 (na porta).

Um comentário:

Franchico disse...

Poxa, Ibsen, é mesmo? Então o PMDB não deixou o governo por convicção ética?

http://www.brasilpost.com.br/2016/03/30/desejo-poder-pmdb_n_9568152.html?utm_hp_ref=pais&utm_hp_ref=brazil

Ainda bem que vc me avisou! Eu nem desconfiava.