terça-feira, março 22, 2016

MARCONI LINS LANÇA PRIMEIRO CD SOLO E REAFIRMA VOCAÇÃO DE POETA MALDITO DO ROCK

Marconi Lins abre o verbo em foto de Fabian Chagas
Bardo do underground local, trovador das ruas, Marconi Lins já passou por bandas como Sindirock, Os Herege e Sombra Sonora. Agora, lança seu primeiro álbum solo, no qual reafirma sua vocação de poeta maldito do rock, de caráter bem urbano.

Adequadamente, o show de lançamento vai ser dia 3, no Palco Toca Raul, erguido recentemente em uma calçada do Rio Vermelho, com participações de Karl Franz, Hélio Rocha e Eduardo Scott.

No álbum, produzido pelo lendário Nicolau Rios, responsável pela sonorização de nove entre dez shows do rock local entre os anos 1980 e 90, ele  recebe uma pá de convidados.

Tem Luis Caldas (guitarra solo em I Don't Smoke), maestro Alfredo Moura (pianos e teclados em várias faixas), Karl Hümmel  (guitarra e co-autoria de Moscou-Amsterdam), Hélio Rocha (guitarra  em Entrando no Espelho), Oyama Bittencourt e Jerry Marlon (guitarra e baixo em  Bar Fly) etc.

“O disco partiu do convite do NRios Som e Studio para gravar uma música. As coisas foram fluindo no processo, e quando vimos, já tínhamos 12 músicas prontas”, conta.

Experiências vividas

No álbum, já disponível tanto em CD físico quanto em seu site para download gratuito, Marconi compilou composições novas e antigas em ordem cronológica.

“É um manifesto pessoal, mas sem cunho político. Meu texto é baseado em experiências vividas, não dá pra escrever um romance se nunca amou de verdade, soa fake”, percebe o cantor.

Fã de Bob Dylan, Raul Seixas e Lou Reed, Marconi rejeita ser um mero “influenciado” pelos seus mestres.

“Não tenho esse direcionamento, mas sim, são artistas que inspiram até hoje. Comecei a escutar Raul Seixas com 11 anos. Lou Reed e Bob Dylan tiraram o rock do mero entretenimento ao acrescentaram psicofilosofia nas letras. Mas esse  disco é diversificado, tem jazz, reggae, pop, e muito rock principalmente”, diz.

Acompanhado por Chico Sá (bateria), Danilo Raul (baixo) e Estevam Dantas (teclados), Marconi planeja levar o rock às ruas: “Vou aproveitar o projeto Ação Cultura Itinerante, para fazer o lançamento. Vamos levar o rock pras ruas, às praças, para onde a cerveja seja mais barata”, diz.

Show de Lançamento do Cd / 3 de Abril (Domingo) /  Projeto Ação Cultura Itinerante, Palco Toca Raul (Rio Vermelho, ao lado da Paróquia de Santana) / 17 horas, Gratuito (Mas pode doar 1 kg de alimento não perecível)

Baixe: www.marconilins.com



NUETAS

Doidão & Rivera

Prof. Doidão & Os Aloprados e Madame Rivera são as atrações do Quanto Vale o Show? de hoje. Dubliner’s, 19 horas, pague quanto quiser.

RestGate às quartas

A banda RestGate Blues comanda o evento semanal Blues na Faixa, todas as quarta-feiras, no Dubliner’s. No cardápio, muito blues, claro – e uma banda convidada. A banda de amanhã é a EXO Esqueleto, abrindo a night. 22 horas, gratuito.

Rock Libre sábado

As bandas Distrito 87, Duppy,  Fidha, Critério Algum, Contrapartida e Foda-se Cia. Ilimitada são as atrações da 1ª edição do Festival Rock Libre. Sábado, das 15 horas às 21hs no Jardim dos Namorados, evento gratuito.

ENTREVISTA COMPLETA: MARCONI LINS

Pode falar um pouco sobre o disco? São canções novas? Antigas? Um pouco dos dois? É um manifesto seu?

Marconi na gringa, em foto de Nara Nogueira
Marconi Lins O disco partiu do convite do N Rios Studios para gravar uma música, daí as coisas foram fluindo durante o processo de gravação, e quando vimos já tínhamos 12 músicas prontas. São canções antigas e novas também, coloquei até certa ordem cronológica no CD. É um manifesto pessoal, já que compartilho com o público, mas sem cunho político. Meu texto é baseado em experiências vividas, não dá pra escrever um romance se nunca amou de verdade, soa fake.

O álbum tem uma galera das boas tocando com você, não? Pode dizer quem tocou o que? (No CD não diz.)

ML: Então, a base do disco eu toquei guitarras e violão e o Chico Sá na bateria, e baixo em algumas faixas. O produtor Nicolau Rios, que teve a ideia de chamar essa turma boa, da qual ele é amigo. Luiz Caldas tocou guitarra solo na música I Don't Smoke, Leonardo Reis toca contrabaixo e violão em Descarte-me, Um dia, Branca de Neve. O maestro Alfredo Moura assina os pianos e teclados. O guitarrista Edu Nascimento toca em Vizinhança.  Chamei amigos do rock daqui de Salvador também, Karl Franz Hummel  assina parceria comigo no  título, Moscou-Amsterdam e tocou todos os instrumentos nesse track. O veterano Hélio Rocha também toca guitarras na canção, Entrando no Espelho. Pedro Barrunfo assina as guitarras na faixa O Tempo e Estelionatária. Tem também o  Oyama Bittencourt e Jerry Marlon que mandaram ver no blues Bar Fly. E ainda tem a turma da perfumaria, que enriqueceu ainda mais o álbum, Estevam Dantas (sanfona) e Julio Caldas (bandolim e slide violão), no  folk country O Segredo do Sucesso.  Marcos Dó7 (tompete), e Caio Dantas (saxofone). Gravei uma música, (Bar Fly) do Duda Brandão, um grande amigo roqueiro de Feira de Santana.

Você segue uma linha bem definida, influenciada por poetas do rock como Lou Reed, Raul Seixas e Marcelo Nova, Bob Dylan. Como você trabalha essas influências na sua obra?

ML: Não tenho esse direcionamento, mas sim, são artistas que inspiram até hoje. Camisa de Vênus fez uma revolução musical com o rock aqui em Salvador, até o filósofo Felix Guatari em passagem pelo Brasil, o citam como uma banda contra o sistema em seu livro, Cartografias do Desejo. Comecei a escutar Raul Seixas com 11 anos. Lou Reed e Bob Dylan tiraram o rock do mero entretenimento ao acrescentaram psicofilosofia em suas letras. Mas esse  disco é diversificado, tem jazz, reggae, pop, e muito rock principalmente.

Como você vê a atual cena rock local? Tem mais lugar para tocar? Tem bandas interessantes? Há um público em potencial?

ML: Não dá pra comparar o público do rock de hoje com o de 20 anos atrás, são distintos, o rock tem essa facilidade de se metamorfosear com novos estilos. Este novo público de rock de Salvador é pulverizado e bem eclético, um hipster odara que curte rock, mas ao mesmo tempo gosta de outros gêneros musicais. Eu gosto do público do metal e aí vejo potencial sim, na sua maioria formada por moradores de bairros periféricos de Salvador, e isso é ótimo.

Quais são seus planos para divulgar esse disco? Festivais? Shows pelo interior?

ML: Dizer que tem muitos espaços e que a cena nunca esteve tão bem, seria hipocrisia da minha parte. São poucas as casas voltadas para o estilo, e aí vale a lei da procura e da oferta; muitas bandas, e poucos espaços. As poucas casas que abrem para o estilo não se preocupam com o que seja conceito, o que vale mesmo para eles é a grana, se a banda tem público ta ótimo, as pessoas estão consumindo e divulgando o local. São os que mais ganham no momento com a cena. No final das contas os artistas praticamente pagam pra tocar, uma relação meio que prostituta e cafetão. Para o rock local ser um movimento de verdade é preciso sair dos barzinhos e das pragas das bandas covers. Os festivais de rock baiano praticamente acabaram e também não vejo nenhuma banda que seja a salvação do rock’n roll.

Bicho, o que você quiser dizer, que eu não perguntei, pode mandar bala aqui.

É o caminho natural de quem lança um álbum com músicas autorais por aqui. Sim, já que entrei nessa de gravar o disco, vou até aonde puder apresentar meu trampo. Mesmo quando não rolar de levar a banda, eu me apresentarei sozinho com voz e violão. Então, vou aproveitar a oportunidade da apresentação dentro do projeto Ação, Cultura Itinerante, para fazer o lançamento do CD. Vamos levar o rock pras ruas, para as praças, para um lugar que a cerveja seja mais barata. Também vai rolar várias participações: Karl Franz (Camisa de Venus), Hélio Rocha, Eduardo Scott, Celso Dutra, e outros que ainda vão ser confirmados. A banda que tocarei nesse dia é composta por, Chico Sá (bateria), Danilo Raul, (baixo), Estevam Dantas (teclados), e Marconi Lins (guitarra e voz). Meu caro, Faltou eu dizer que o Cd estará sendo vendido pelo preço de 15 reais no show, mas pode ser baixado gratuitamente no meu site: www.marconilins.com

3 comentários:

Rodrigo Sputter disse...

ouvindo a 1a faixa e gostando...Marconi é um cara da zorra!! gosto dele!
vou ver se tenho o contato dele pra falar o seguinte, esse "palco", tem várias tomadas, mas todas fakes, niuma funciona...pq a galera do Ivan Motossera foi fazer um som lá e não acharam ponto de energia...um amigo nosso que puxou uma extensão do estúdio de tatuagem q ele trampa...só se vÊ na Bahia...fora que o "palco" num tem nem uma coberturazinha...é só um cimento redondo e nada mais...nem energia tem...é pra rir...mas pelo menos tem lá...será que é ligar e plugar e pronto?? tem q pegar autorização com a prefeitura?
"ligar" e tocar né? quer dizer...sem energia num tem como...tomara que tenham consertado até lá.

sobre os "zumbis" franceses, quero MUITO ver a 2a temporada...vou procurar online...gostei muito do que vi...

"RI" muito com o cara da peça de chico...que onda...Chico "é" Petista (sem a conotação pejorativa que se tem esse termo), há décadas e o cara ainda vai meter pau numa peça inspirada no cara? é no mínimo não conhecer o artista que ele quer "homenagear"...

Rodrigo Sputter disse...

http://oganpazan.com.br/g-o-r-retoma-as-atividades-e-lanca-dois-singles/

Chico, matéria Superbacana sobre a game over Riverside.

Rodrigo Sputter disse...

http://musica.uol.com.br/noticias/deutsche-welle/2016/03/24/show-dos-rolling-stones-divide-cena-musical-de-cuba.htm

o cabra pegou 14 anos de xilindró pq ouviu Stones...fico pensando o q levaria se ouvisse o "paredão metralhadora"...

eu me sinto um lixo por ainda perder tempo lendo isso:

http://musica.uol.com.br/noticias/redacao/2016/03/17/cinco-motivos-que-provam-que-o-maroon-5-e-o-sucessor-dos-rolling-stones.htm