quinta-feira, março 03, 2016

AS CANÇÕES QUE MUDAM TUDO

Manuela Rodrigues lança terceiro álbum com dois shows no Teatro Sesc Pelourinho, nesta sexta e sábado

Manuela Rodrigues, fotos de João Milet Meirelles
Se alguém aí ainda tinha dúvidas, o novo álbum de Manuela Rodrigues, Se a Canção Mudasse Tudo, chegou para esclarecer de uma vez por todas: a moça é um dos maiores talentos baianos das últimas décadas, ponto.

Lançado pela Natura Musical (via Fazcultura), o terceiro disco da cantora é um primor e uma proeza: contando com cinco produtores diferentes em 14 faixas, é de uma unidade estética impressionante – ainda que nenhuma faixa se pareça com a outra.

“Confesso que tive um pouco de insegurança por não ter ficado na mão de um produtor só”, admite Manuela.

“Mas tive um cuidado especial com a unidade. Agora acho que tem uma unidade maravilhosa na sonoridade como um todo. Gostei também da arte, das fotos, de como conduzimos tudo. Fiquei feliz”, felicita-se a cantora.

Ela conta que, a partir de certa altura, a obra meio que ganha vida própria: “Como eu era o ponto de intercessão, eu olhava onde uma (faixa) ligava a outra, mas chega uma hora que a obra toma corpo próprio, e aí não tem mais como controlar. Era o caminho que tinha que ser, aí eu relaxei”, diz.

Produzido por André T, Tadeu Mascarenhas, Gustavo Di Dalva, Luciano Salvador Bahia e João Milet Meirelles (que também assina as fotos do encarte e divulgação), Se a Canção Mudasse Tudo faz aquilo que toda boa obra de arte faz: reflete o estado de alma da artista, suas inquietações, suas dúvidas, vontades e dores.

“Acho que meu segundo disco (Uma Outra Qualquer Por Aí, 2011) era meio autobiográfico, mas, na verdade, nem era isso. Era mais as coisas que eu observava”, afirma.

“Esse agora eu acho que tem mais de mim, meus desejos, coisas por que passei, como  família, filho, amor. Tem sim uma sensação de casa, do seu lugar no mundo, de revalorizar  suas relações de amizade e família”, observa a cantora, que se tornou mãe no processo de criação e gravação do álbum.

Das 14 faixas, 11 são de sua autoria – três delas em parceria: Desejo e Batuque (com Lara Belov), Ôxe, ôxe, ôxe! (com Álvaro Lemos) e Nenhum Homem é uma Ilha (com João Cavalcanti, da elogiada banda carioca Casuarina).

Há ainda composições de Ronei Jorge (Risos, um amálgama eletroacústico que conjuga os timbres eletrônicos de André T com  cordas em arranjo de Jorge Solovera), Rômulo Fróes e Clima (Vai que eu Desembeste) e até Gilberto Gil (a espetacular releitura de Extra II - O Rock do Segurança).

Todas as outras oito faixas são da própria Manuela. Logo na primeira, a roqueira Lista (reprisada no fim do disco, desta vez em arranjo eletrônico de João Milet Meirelles), Manuela confirma estar em um novo momento da vida: “Outros meios, outros amigos / Cruzar famílias e filhos / frequentar outros lugares / evitar as portas dos bares”.

“Todas as mudanças vieram com canções junto. O título (do disco) tem relação com isso”, afirma a artista.

E foi de Ventre, faixa em que canta especificamente sobre sua gravidez, que “nasceu” o título: ”Se a canção mudasse tudo / pois deixa os males todos na TV / Cresça sob o olhar / do amor de dois / e se abre um novo mundo pra você”, canta, inspiradíssima, ao piano elétrico.

Mas Manuela não brilha sozinha. Ao lado dela há uma senhora equipe de produtores, músicos e arranjadores de primeira linha, como Júlio Caldas e Juninho Costa (guitarras), Nicolas Krassik (violino em Qualquer Porto), Joathan Nascimento (trumpete), Marcelo Brasil (bateria), Hugo Sanbone (trombone), Du Txai (violão), Cicinho de Assis (acordeom), entre outros.

Além desses, há dois duetos, com  os cariocas João Cavalcanti na já citada Nenhum Homem é uma Ilha e Silvia Machete, na bela  Amor de Carne e Osso.


Com Machete, showwoman com quem Manuela já fez show em Salvador há alguns anos, ela vê muitas afinidades: “Eu sou fã dela. E tem um link entre a gente, a coisa do humor, de não se preocupar em se enquadrar. Ela é bem irreverente. Desde aquele dia, ficamos amigas”, conclui.

Manuela Rodrigues / Shows de lançamento Se a canção mudasse tudo / Dias 4 e 5 de março (sexta- feira e sábado / Teatro Sesc Senac Pelourinho / 20 horas / R$ 20 e R$ 10

Se a canção mudasse tudo / Manuela Rodrigues / Natura Musical / Baixe: www.naturamusical.com.br

7 comentários:

Franchico disse...

Por que me "ufano" do meu país:

http://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br/2016/03/03/em-sao-paulo-parece-que-o-publico-assiste-pelo-telefone-diz-mick-jagger/

Até Mick Jagger percebeu a jequice do público brasileiro.

(Também não tinha como, com aquele mar de celulares - ao invés de rostos felizes - virados pra ele...)

Franchico disse...

Aos amigos que estão no Facebook, peço que curtam e apóiem:

https://www.facebook.com/Amigos-de-A-TARDE-433723166827049/?notif_t=fbpage_fan_invite

Franchico disse...

....E saiu o trailer das Caçafantasmas!

http://omelete.uol.com.br/filmes/noticia/caca-fantasmas-ganha-primeiro-trailer/

Sei lá, curti!

Márcio A Martinez disse...

Sei lá Chico, achei uma merda... apelação total... falta de idéias dá nisso e estamos vivendo isso há muuuito tempo, para o bem e para o mal, mais pra mal, penso...

Rodrigo Sputter disse...

Cara, essa foto dela parece que foi em minha rua antes de asfaltar...fiquei tão triste...os paralelepípedos eram o charme daqui...convivia com eles desde 1979, quando nasci...foi no final de 2014 q colocarma o asfalto e tá um calor miseravi...

Franchico disse...

PARA. O. MUNDO. QUE. EU. QUERO. DESCER!

http://www.bocaonews.com.br/noticias/principal/economia/137884,famalia-simaes-e-ex-presidente-vao-ao-a-tarde-na-tentativa-de-retomar-comando.html

Os fatos estão se sucedendo muito mais rápido do que eu consigo acompanhar.

Espero não ter um treco aqui uma hora dessas.

Rodrigo Sputter disse...

Sou BEM sincero Franchico, o A Tarde tem sua importância (pro "bem" e pro "mal") gigante pra nossa cultura...mas preocupo-me mais com meus amigos que trampam aí, assim como vc (Ui, foi mal-ehhehe...só pra tu dar aquele riso bobo).