sexta-feira, março 04, 2016

A MAIOR BANDA DE ROCK (DE GARAGEM) DE TODOS OS TEMPOS: THE ROLLING STONES – MORUMBI, 27/02/2016

DE GARAGEM, SIM, POR QUE NÃO? Por Márcio "Rocks" Martinez

Menino Mick no Morumbi. Foto Lucas Lima / Uol (Posso tirar, se chateou)
Saímos sábado de manhã subindo a Rua Augusta sem pressa, rumo à galeria Ouro Fino onde minha esposa grávida de 4 meses da nossa filha queria comprar umas roupas infantis numa lojinha que geralmente vamos quando estamos em SP.

Após comprar uns bodies e vestidinhos de rock para Rafaela usar quando chegar cantando a este mundo e até completar um ano, continuamos andando pela galeria e vi na vitrine da loja Fock Fashion umas camisas dos Stones (óbvio!) que me interessaram para ir ao show.

Havia levado uma daqui mas estava meio velha, cheirando a guardada, já quase um baby look devido à proeminência de uma barriga aumentada aos 44 anos de idade e acabei comprando uma com uma imagem estilizada do Exile On Main Street, cinza grafite.

Saímos satisfeitos, descemos ao centro, demos o velho e obrigatório passeio pelo Mercado Municipal para umas também obrigatórias rodadas de Brahma Black (só lá conseguimos beber essa maravilha de Chopp escuro), almoçamos e rumamos ao apê na Lapa do casal que nos hospedou hospitaleiramente e que ficaria de nos levar ao Morumbi e nos pegar após o evento, dada a condição da minha esposa, com uma barriga parecida com a minha, eufórica por participar desse momento histórico, assim como eu, que só havia assistido aos Stones na (sempre) ótima companhia do dono deste brega (ooops, blog!) Nos idos de 1995, no Hollywood Rock no Rio de Janeiro.

Estava me sentindo cansado após os périplos desse dia? Sim, era o que eu achava, mas, após um banho frio relaxante e despertante, a euforia circulando pelo sangue como uma droga estimulante, a expectativa para logo mais nos consumindo de ansiedade, não havia nesga de cansaço pelo corpo, era estranho...

Pulando o blá blá blá de como se chegar ao estádio coisa e tal, chegamos e encontramos na frente da arena os amigos que também foram de Salvador, porém iam ficar na pista comum, enquanto nós na pista premium, resultado de economias que fizemos desde 2014 quando já se anunciava a possível vinda dos septuagenários roqueiros a esta terra tupiniquim ainda em 2015.

Nos separamos e, antes de entrar no espaço do show propriamente dito, comprei duas camisas-souvenir da turnê e entramos para providenciar os copões-souvenir da Budweiser, mais lembranças desta data que estava prestes a se tornar inesquecível...

Nem dei bola para os esforçados Titãs, já no final da sua apresentação de abertura, tanto era a fome, a vontade, a ansiedade por ver os verdadeiros titãs do rock, os responsáveis pela formação roqueira básica e clássica deste escriba prolixo que vos relata.

Welcome The Rolling Stones...

Guitarras rasgam as PAs de cima a baixo, anunciando que ninguém ali iria estar para brincadeira; Jack Flash entra pulando e se contorcendo (assim permanecendo o show inteiro!), segue com aquela que a gente gosta de qualquer jeito porque é só Rock’n’Roll, passa pelos dados que rolam igual a pedra até hoje para nunca criar limo, depois estamos todos fora de controle, alucinação geral, All Down the Line foi uma grata surpresa até então, mas nada, jamais, seria tão surpreendente e inusitado quanto a música escolhida pelo público para aquela noite memorável: She´s a Rainbow...

Numa brincadeira com meu amigo Nei, quando eu disse que votaria nessa sem nem saber que ela faria parte da lista de quatro a serem escolhidas pelo público um dia antes do show, ele me disse: “psicodélico você!!!”, no que repliquei que até eu tocaria essa ao vivo... Que inocência a minha... Gritei, esperneei, gargalhei não acreditando na bruta coincidência do que estava acontecendo, She’s a Rainbow, maaannn! Inacreditável, emocionante!

Em Wild Horses, fui às lágrimas, pensando em meu filho Marcelo, de quatro anos que, um dia, espero, venha a ser tão fã quanto eu (nós) dessa bandinha louca desvairada que nos faz parecer ainda moleques aos quarenta e lá se vão anos...

Bom, teve a sessão “agora só as putas”, parafraseando nosso amigo Cláudio Imortal Esc, com Honky Tonky Women, voltando quatro músicas mais tarde com Miss You; a épica Gimme Shelter, sempre catártica ao vivo, as guitarras parecendo querer implodir mais e mais a cada nova canção apresentada, o que quase acontece em Brown Sugar, para o grand finale de You Can’t Always Get What you Want com o Sampa Coral (arrepiante!) e o final de praxe, Satisfaction.

Estado de êxtase total, absurdo completo, adrenalina fluindo, pensem numa banda que hoje em dia toca como se ainda estivessem num boteco Honky Tonky só que na imensidão de um estádio! Era isso que soava, ainda melhor e mais jovem do que nos shows que fomos anos atrás...

Que mais posso dizer? Guitarras no talo, estridentes como numa banda de garagem, molecagens afins de vocês sabem quem, todos no palco rindo e se divertindo pra caralho, absolutamente nada burocrático, enfim, vivemos exatamente aquilo que já sabíamos como seria, ou melhor, suspeitávamos, com surpresas ainda possíveis a essa altura, que nos fazem sair de um evento desse com um sorriso largo no rosto, rasgando de orelha a orelha.

30 comentários:

Yara Vasku disse...

Showzaço! Belo registro Márcio! Ass: Uma das amigas que encontrou antes do show. Bjs

Unknown disse...

Perdi este show, mas consegui captar o sentimento dos meus amigos ao saborearem os acordes e sensações da experiência.
Uma banda que não é mais inglesa e, sim, patrimônio da música mundial mostrou o motivo de sua longevidade, com criatividade e muita energia. Parafraseando o Queen, God Save The Rolling Stones!
Cláudio Pedreira

Rodrigo Sputter disse...

Gostei do texto de Márcio, num sabia que além do belo gosto musical/futebolístico ele tb tinha bom gosto pra escrever...essa faixa escolhida pra tocar ao vivo, pelo público, me surpreendeu...essa canção é FODA...eles colocaram pra galera escolher ou votaram? pq se votaram...foi uns fãs mais "verminosos" que escolheram...queria ouvir "2000 Light Years from Home", ouvindo aqui no utube uma versão ao vivo de 1990...gosto muito desse disco...um dia toco um cover de child of the moon...canção FODAÇA que pra mim já nos 60´s já antecipava o britpop que viria...só que melhor que os 90´s...dia desses vi keith falar mal desse disco...não entendi, acho um "psicodélico" mais cru...rocker...parece que ele achou o disco uma piada de mau gosto...ou uma tiração de sarro...não lembro bem, mas aí é problema dele que fez...eu gosto...e muito! tavelz não seja o meu fave...mas é foda.

Eu queria ver os Stones, numa pegada aquele disco STRIPPED, de 1995, eu acho, num PUB pequeno, esfumaçado, acho estádio meio paia...gente pacas...banda longe...

Márcio A Martinez disse...

Falou massa, Cláudio Gabi! o sentimento é esse mesmo!
Sputter, foi votação, a cada show eles disponibilizavam 4 músicas 24 horas antes para o público escolher e foi o que eu achei também... Surpreendente!

Márcio A Martinez disse...

O lance da opinião de Keith é que você tem que compreender que ele é um guitarrista Blues, DE blues, e aquele disco é meio que apócrifo na carreira dos Stones, meio que uma sacada comercial do que rolava na época, o hipismo, a psicodelia, eles (Mick) estavam sempre antenados ao momento, embora o som deles fosse mais pro básico... Charlie era (sempre foi e é) um baterista de jazz, então daí você tira...

Márcio A Martinez disse...

E BBMP!

cebola disse...

Captou o espírito da coisa! Acrescente uma chuva torrencial desde o riff de abertura de Jumpin mais RUBY TUaeSday e Lets spend the night e você terá o show Epico, histórico de Porto Alegre

Nei Bahia disse...

A banda é ótima, o escriba tem futuro, mas no Morumbi é contra mão demais ( quem mandou o Palmeiras fazer um estádio pequena!). Para cria que está a caminho:

https://www.youtube.com/watch?v=jo34VhfcetU

Rodrigo Sputter disse...

Márcio, o lugar aqui podia rolar um xop preto é ali no Colon...mas nunca quem...e sempre tem um bando de rubro-negros pra deixar o local menos bacana-ehhehehe
aliás, ali é a base deles...mas o local é massa...e o dono gente boa...embora torça pra um time aí...

entendi o que vc disse...mas o disco é massa...ainda uma "tiração" de sarro das boas...nunca entendi pq child of the moon só saiu em single...talvez por ser "pop" demais pro disco...mas ela é foda!

Franchico disse...

A quem interessar possa, SEGUE RELEASE:

Para quem não sabe, eu organizo toda quarta feira, o projeto Quartas de Peso no Taverna Music Bar. O projeto tem como objetivo fomentar o underground soteropolitano e fortalecer cada dia mais a cena. Dando oportunidades às bandas de ter um espaço legal para mostrar seu trabalho... O projeto é originalmente gratuito, tendo apenas algumas edições pagas quando bandas de fora vem tocar, para ajudar nos custos. Entretanto, o projeto é grátis pois o objetivo é ajudar a divulgar ao máximo as bandas. E, como sendo uma quarta feira, a dificuldade é maior para que as pessoas saiam de casa.
Enfim, leia com atenção:
VOCÊ QUE TEM BANDA EM SALVADOR E QUER TOCAR NO PROJETO, FALA COMIGO QUE FECHAMOS UMA DATA PRA VOCÊ.
Colem seus amigos que tem banda aqui e compartilhem essa informação. Vamos ajudar nosso cenário a crescer a cada dia que passa.

Fabricio Pazelli

Franchico disse...

Que bacana ver essa turma por aqui!

Só assim, com outras figuras escrevendo, né? O bode véio aqui não é mais bom o bastante!

Relevem a reclamação. É domingo de tarde e eu estou trabalhando no jornal...

Boo-hoo!...

(Bom, pelo menos ainda há um jornal. E eu ainda estou empregado nele....)

Franchico disse...

Olha só, o Mick tava deprimidinho antes do show em PoA....

http://www.brasilpost.com.br/silvia-raimundi-ferreira/a-analista-do-mick-jagger_b_9316008.html

"Estou cansado, sempre esperam demais de mim e acho que não sou bom o suficiente......não sou nenhum Keith Richards".

Boo-hoo, eu sou Mick Jagger, rock star bilionário, ídolo de milhões, mas meu amiguinho faz bullying comigo, aquele feio, boo-hoo...!

Franchico disse...

Hilariante.

Franchico disse...

NA verdade, não entendi até agora se foi um sonho da autora ou se isso aconteceu mesmo.

Até eu estou ficando ruim de interpretação de textos.

Internet demais, século 21, TV demais. Devo estar ficando burro, mesmo.

Franchico disse...

Foi um sonho mesmo.

Tá lá, no início do texto: "Os sonhos são realizações de desejos, dizia o velho e bom Freud. Então, vamos ao meu: fui analista do Mick Jagger, ao menos, por uma noite".

Porra, fica desperdiçando o tempo alheio (o meu, no caso) com essas bobagens!

Franchico disse...

Boa merda, já tive um sonho em que comia a Madonna - fase Erotica (1992, 93), no palco! E com o povo aplaudindo no final!

Acordei TODO SUADO.

E foi inesquecível, de tão real. Tanto, que lembro até hoje.

Valeu, Sandman! Você é o cara!

Márcio A Martinez disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKK
Velho, mijando de rir aqui com seus "sonhos molhadinhos"...
Deve estar um marasmo aí com essa confusão dos diabos no periódico, né véi?

Márcio A Martinez disse...

Sputter, moro no Campo Grande e o Colón era meu reduto até perto do fim do ano passado quando me incomodei com uns clientes chatos pra caráleo que se tornam aqueles tipos de bêbados pentelhos e a gente quer ficar na boa e não consegue...
Já fiquei bebendo lá uma noite até quando o Bahia estava tomando pau do vicetorinha mas tenho moral com Marcelo e Domingos e ninguém me bulia...
Eles tem chopp escuro até da Heineken lá, mas em relação ao Brahma Black depende de fabricação no local, pois é um tipo de chopp pra ser consumido em até dois dias, senão fica ruim e aqui, você sabe, a curtura é outra...

Márcio A Martinez disse...

Márcio nada, quem fala é a dona da barriga! Abaixo de Neil, só os Stones para me acabar!!!
E que longe nada, Tio Nei!! Após U-2 e Stones fica tudo lindo!!!!
E Chico, todo suado heim???
Poliana

rodrigo sputter disse...

Márcio, sei que tu andava lá...lembra que nos vimos lá??
aquela zorra tá rolando desde o século 18 ou sei lá que zorra...é mole?
nunca consegui achar um xopim preto lá...

Chico, cuidado ao abrir essa matéria, vai q tu sonha:

http://www.brasilpost.com.br/2016/03/02/iggy-pop-nu_n_9369536.html


hehehehehehe

sei q vc num contou a história toda...pq se tu sonhou isso com a madonna, deve ter acordado e ido pro bathroom...eu iria-ehhehhe

cebola disse...

Por partes, como diria o flautista de hamelin (calma, é só um sonho):
1 -Sputter que o pariu! Você está certo, man. Quem não gostaria de ver Stones na Concha? Ou no Irish pub!? Mas...You can´t always get what you want...
2 - Show impressionante de POA. Da POA mesmo! Banda solta e leve e tipo, fuck the rain e tudo mais. Som alto pra caráio. Midnight Rambler é a ópera-blues definitiva e que apresentação expressionante a dela neste épico show (expressionante mesmo...é só um sonho).
3 - Satanic Magesties é muito bom mas a jam (sing this all together) é um saco. Só doidão pra embarcar.
4 - O disco psicodélico definitivo chama-se Between the Buttons. Esse é perfeito, seja a versão americana, seja a inglesa. E dá testa a qualquer outro de qualquer outra banda. Brian Jones era o cara então.
5 - Madonna, Chico? Você é viado é?
6 - "Comes in colours" é uma doidona chapada de LSD gozando na cara de um sortudo qualquer numa terça feira rubi mas afinal, quem poderia pendurar um nome em tu? (aah esse Sandman)
7 - By, We love you.

cebola disse...

PS. Child of the Moon junto com The singer not the song são as mais sensacionais canções obscuras ever. Amo-as demais da conta. Grande lembrança mr Sputter.

Franchico disse...

Eu mereço.

Márcio A Martinez disse...

Sensacional! Duas resenhas dos Stoned Shows em uma! Pra que melhor hein, Chics?
(e um pouco mais...) rsrs

Rodrigo Sputter disse...

Porra...eu queria ver os stones tocando blues no comecinho...aí sim devia ser FODA...embora os caras num tivessem as músicas deles q são fodas tb...um dia ainda toco child of the moon...eu já te falei isso-ehheheeheh
essa "all together" o refrão é bala...eu prefiro os stones com o Brian...enfim...fora que os ingressos pra quem é desempregado, nesses estádio são caros pra xuxu...

Rodrigo Sputter disse...

já viu isso Chico???

https://www.youtube.com/watch?v=Fcypm_iic5g

https://www.youtube.com/watch?v=XVx4CCwTCw0&ebc=ANyPxKrRxmlraScjhIwmMByO1aNrKOXjsh3Eak6UuNrgcMUjNN-PZgmyVnsGfQ25g7-uUhUjgkLc

Silvana Malta disse...

Marcieta, respirei fundo e me joguei no seu texto. Não perderia essa chance de me sentir lá (ao lado de vocês, o que é ainda melhor). E foi o que aconteceu. Ah! Esse lance de "She's a Rainbow" (confie em mim) não foi coincidência. Foi mágica. Como tão bem diz Udo, viva à vida!

Márcio A Martinez disse...

Valeu Sils! Uma pena mesmo que não deu certo sua ida, porque dessa vez consegui sentir fortes emoções (!), de um jeito que não senti quando fui no de 1995, me senti realmente renovado, pronto para encarar uma nova turnê desses garotos, porque sim, do jeito que estavam, ainda tem muuuito gás ali pra estourar!!!

PS: Deve ter sido mágica mesmo... um arco íris à noite... (onde foi mesmo que vimos isso antes? rsrs)

Silvana Malta disse...

E, por favor, ignore essa crase na última linha do meu comentário, ok? Beijones

Márcio A Martinez disse...

AC/DC desmantelando...

http://ultimateclassicrock.com/acdc-postpone-2016-tour/