quarta-feira, setembro 16, 2015

BAIXO ELÉTRICO E BAIXISTA TAMBÉM

Com o projeto Baixo Em Pauta, Luciano Calazans faz shows – solo e com Taís Nader – e tenta viabilizar orquestra e um documentário

Luciano Calazans no MAM. Foto do blogueiro - de carona na fotógrafa do jornal
Mesmo em uma cidade considerada tão “musical” como Salvador, é bem fácil encontrar quem não só não consiga distinguir o som do baixo em uma canção, como não faça a menor ideia do por que ele está lá e qual o seu papel.

Em seu projeto Baixo Em Pauta, o contrabaixista e virtuose baiano Luciano Calazans espera trazer um pouco de luz às pessoas – mas não apenas isto: “Existem vários núcleos dentro do Baixo em Pauta”, afirma Luciano, enquanto sorve um espresso no café do Solar do Unhão.

Ao longo de setembro e outubro, ele tem promovido uma série de shows gratuitos em sábados – e locais – alternados.

“Tem também o Baixo & Fêmea, show que faço com (a cantora) Taís Nader e que em breve lançamos em álbum”, acrescenta.

”A proposta do Baixo & Fêmea é bem transgressora. Não só por ser um projeto só de voz e baixo, mas por ser bem despojado. Depois de um show, um amigo me disse que a gente se jogou do abismo e se deu bem. Foi uma temporada corajosa, de entrega. Mas minha vida toda é de entrega”, afirma.

Antes de qualquer coisa, é bom que se saiba de quem se fala aqui: Luciano Calazans é, tranquilamente, um dos maiores baixistas do Brasil, com uma carreira já extensa, tocando para uma longa lista de artistas de sucesso: Flávio Venturini, Marisa Monte, Ivete Sangalo, Lenine, Carlinhos Brown, Milton Nascimento, Fafá de Belém, Gilberto Gil e muitos outros.

Seu nome consta na ficha técnica de quase 500 álbuns, desde a última vez que ele checou.

O Baixo em Pauta nasceu de uma oficina que Luciano ministrou no Teatro do Sesi, em junho último.

“A ideia é que esse projeto  todo desagüe na primeira orquestra de baixos elétricos e acústicos do mundo”, diz.

Luciano e Taís Nader: Baixo & Fêmea. Foto Patricia Guerra
Só que, como toda orquestra, essa também precisa de músicos que saibam ler partituras – e é aí que começa a dificuldade.

“Então o Baixo Em Pauta é também uma forma de ensinar os baixistas baianos a lerem partitura e depois, se tornarem multiplicadores, ensinando outros músicos a ler”, planeja.

Ele prevê que, já no ano que vem, a orquestra inicie seus trabalhos.

“Os temas já existem, alguns estão no meu álbum Contrabaixo Astral (2003). Serão 21 baixistas, entre baixos de 4, 5 e 6 cordas, baixos fretless (sem as marcações no braço do instrumento) e acústicos”, diz.

Além dos shows, das oficinas, do Baixo & Fêmea e da orquestra, ele ainda pretende realizar  um documentário sobre a trajetória do baixo e os grandes baixistas do Brasil.

“Nomes de peso já concordaram em participar: Pejota (Jota Quest), Cesário Leone, Arthur Maia, Fernando Nunes, Faíska e muitos outros”, conta Luciano, enquanto mostra, no celular, uma série de depoimentos dos baixistas citados, saudando-o e se disponibilizando para o documentário.

Sim, Luciano é muito reconhecido aqui e no Brasil, especialmente entre seus pares.

“A revista Bass Player fez uma lista dos 40 melhores grooves  (linhas de baixo) da música brasileira. Para minha surpresa,  meu arranjo para  a versão de Gilberto Gil de Esperando na Janela (Targino Gondim) estava lá”, conta.

Melodia, harmonia, ritmo

Calazans em outra foto do blogueiro, de novo de carona...
Se o leitor ficou meio tonto com tanta coisa, isso é perfeitamente normal: Luciano é assim mesmo, fazendo tudo ao mesmo tempo agora e tudo com absoluta entrega.

”Quando não tô fazendo música, tô fazendo filho. Tenho três, com um quarto a caminho”, ri o músico.

Filho de músico de chorinho, Luciano parece ter nascido para tocar baixo: “Minha verve artística vem da família do meu pai. Ele me contou que meu bisavô era  maestro do Municipal. O nome dele era Raul Grave”, jura.

Semiautodidata, ele diz que aprendeu a ler partitura “90% sozinho”.

“O resto foi em um curso livre da Escola de Música da Ufba”, conta.

Foi com esse conhecimento que ele escreveu, sob encomenda da Secult, o concerto comemorativo dos 100 anos de Jorge Amado, em 2012.

“A presidente da Fundação Cultural do Estado me disse que eu só teria um mês, Mas eu topei”, conta.

Das nove ao meio-dia, ele ensaiava com a banda de Saulo Fernandes . Almoçava, dormia até as 16 horas e daí começava a escrever. Parava a meia-noite, comia e voltava a escrever até as cinco da manhã. “Daí eu dormia até as nove, quando começava tudo de novo”, acrescenta.

Sobre a música baiana atual, ele lembra: “Música e entretenimento são coisas diferentes. Os pilares da música são melodia, harmonia e ritmo. Recado dado”. Mestre.

Baixo em Pauta / Sábado, 19 horas / Rua Maciel de Baixo (Pelourinho) / Gratuito

www.facebook.com/lucianocalazansbass

5 comentários:

Ernesto Ribeiro disse...

Parabéns pela reportagem de hoje, senhor Chico Castro Jr. Você demonstra cada vez mais ser um jornalista eclético. Livre de comprometimentos com o estilo musical do rock n roll, mais comprometido com a missão sagrada do jornalismo. Sempre focado na objetividade.

Franchico disse...

Grato!

Ernesto Ribeiro disse...

Cenas da Auto-Destruição da Europa — 1



Até o Papa já admitiu o óbvio: pode haver MUITOS TERRORISTAS ISLÂMICOS infiltrados entre os refugiados.



No ano passado, náufragos muçulmanos ATIRARAM NO MAR e MATARAM AFOGADOS seus próprios companheiros de viagem náufragos cristãos.



Na Bulgária, cinco jihadistas disfarçados de refugiados foram presos quando tentavam atravessar a fronteira. A polícia suspeitou dos albaneses entre 20 e 24 anos de idade, que tentaram subornar guardas de fronteira com 175 euros (US$ 195) cada. Os homens tinham consigo propaganda do Estado Islâmico, inclusive vídeos de decapitações.



Enquanto isso, muitos dos refugiados cristãos são logo perseguidos pelos refugiados muçulmanos. Mais recentemente na Suécia, duas pequenas famílias cristãs, refugiados da Síria foram assediadas e abusadas por aproximadamente 80 muçulmanos refugiados, também da Síria. Entre outras humilhações, os muçulmanos intimaram os cristãos a não utilizarem as áreas em comum quando estas estiverem sendo usadas por muçulmanos. Após sofrerem contínuo assédio e ameaças, os refugiados cristãos que conseguiram fugir do Estado Islâmico saíram do abrigo sueco por "temerem pela própria vida."



Na França, que virou um campo de caça aos judeus, terroristas islâmicos avisaram que "nenhum judeu está a salvo na Europa." A Grande Sinagoga de Paris FECHOU AS PORTAS e parou de funcionar pela primeira vez desde o fim da Ocupação Nazista.



O Ovo da Serpente chocou.

Franchico disse...

Pois é, chocou mesmo e vai chocar muito mais, ainda. Mas é isso: essa onda terrorista não saiu do nada. Quem botou esse ovo para os muçulmanos chocarem foi o próprio Ocidente - ou melhor, os poderosos que mandam nas potências do Ocidente. E quem paga a conta, como sempre, são as crianças, as mulheres e as famílias. Sombrio é o futuro - com o perdão do ataque de Yoda...

Ernesto Ribeiro disse...

Certo. Certíssimo, mestre.