Talvez você já tenha ouvido falar ou lido algo a respeito. Andaram dizendo que o rock baiano, gloriosa tradição cultural brasileira, estava morto.
Obviamente, foi um exagero. A Bahia está pipocando de bandas de rock. Em Salvador e no interior.
(OK, agora quem exagerou um pouco fui eu. Menos, né?).
E o Festival Habemus Rock, com criteriosa seleção de bandas da produtora Ana Camila, jornalista, 28 anos, promete mostrar um pouco da nova cena roqueira baiana, trazendo novidades da capital e de pólos do interior, como Feira, Conquista e Cruz das Almas.
“A ideia surgiu de uma forma muito espontânea, fruto da observação de um novo movimento, ainda tímido, de novas bandas de rock em Salvador”, conta a jornalista / produtora. Leia entrevista completa com a moça.
Como surgiu a ideia do festival?
Ana Camila: A ideia surgiu de uma forma muito espontânea, fruto da observação de um novo movimento, ainda tímido, de novas bandas de rock em Salvador, com diferentes estilos, e cada uma na sua correria particular, correndo atrás, fazendo show aqui e ali. Eu queria, na verdade, só fechar uma temporada de shows com duas bandas que produzo, mas depois pensei que seria mais pró-ativo reunir essas novas bandas todas e propor algo como um grande encontro, concentrado, onde elas poderiam trabalhar juntas e fazer parcerias futuras. A ideia não era bem um festival, mas acabou se tornando um, pela quantidade de bandas. E eu mesma fiquei impressionada com as mil possibilidades. Então fechei essas três datas, com três bandas cada, e o nome Habemus Rock, apesar de ser uma brincadeirinha com o caso do Papa, foi também uma forma bem-humorada de chamar atenção para o fato de que temos um novo movimento rocker no estado, com várias bandas de diversos estilos.
O rock baiano parece que andou estagnado um tempo. Você acha que tem uma geração nova vindo aí, com outras influências além de Los Hermanos?
AC: É justamente por achar isso que estou investindo nesse festival. Acho que o rock baiano andou estagnado, como você diz, por falta de um movimento interno das bandas mesmo, e também porque um outro movimento foi surgindo na Bahia, com novas bandas e músicos independentes que investiram em outros gêneros, outro tipo de música, e que funcionou. Mesmo assim, as bandas de rock mais antigas continuam aí trabalhando, correndo atrás. O que eu observo hoje é que as novas bandas de rock baianas estão mais criativas, muito diversas entre si, e ao mesmo tempo engajadas em "resgatar" o que elas entendem como rock n' roll. Tem umas que acham que rock é Raul Seixas, outras acham que é Pink Floyd, outras que é Jovem Guarda, Beatles, Coldplay... E eu vejo isso como um momento bacana de inspiração.

AC: O que na real acontece no interior é que o público parece ser bem mais curioso que o de Salvador. Feira de Santana e Vitória da Conquista se destacam por ter uma parceria forte com a Fora do Eixo, mas a verdade é que em Camaçari, Cruz das Almas, Jequié, Poções e tantas outras tem uma galera se virando pra produzir, tem muitas bandas surgindo e, o melhor, tem um público ávido por novidade, que se envolve, se diverte. Salvador é meio chatinha com isso, se a banda não for de algum amigo, é difícil ir lá ver o show, as próprias bandas em geral não vão nos shows das outras bandas, e é muito mais complicado você atingir um público que não tem curiosidade. Acho que o público é o x dessa questão, e não é à tôa que as bandas de Salvador ficam felizes de sair pelo interior pra tocar, mesmo que as condições de produção não sejam ideais. Minha ideia é levar a ideia do festival para o interior, levar as bandas de Salvador pra circular e conhecer públicos que também querem conhecê-los.
Qual foi o critério para a seleção das bandas? Você poderia dizer o que a atraiu em cada uma delas - especialmente as do interior, menos conhecidas do público local?

I Festival Habemus Rock / Com The Gins! (Cruz das Almas), Callangazoo e Os Jonsóns (dia 12), SAL (Feira de Santana), Andaluz e Vitrola Azul (dia 19), Na Terra de Oz (Vit. da Conquista), Gepetto e Falsos Modernos (dia 26) / Sunshine (Rua Guedes Cabral, 20, Rio Vermelho) / 21 horas / R$ 15 (R$ 10 até 23 horas)
Fotos de cima para baixo: Na Terra de Oz (retirada do Facebook da banda, sem crédito), The Gins! (foto Rick Van Pelt) e Falsos Modernos (foto Leonardo Monteiro).
6 comentários:
Macca adere ao baile funk:
http://omelete.uol.com.br/musica/paul-mccartney-novo-disco-tem-influencia-de-baile-funk-e-usher/
ME. TIRA. O. TUBO!
nunca fui fan do Macca mermo-hehehehe
Para quem se perguntava aonde andaria Anthony Bourdain, eis aqui a resposta:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1260385-serie-da-cnn-retrata-viagens-de-anthony-bourdain-pelo-mundo.shtml
Promete ser um filmaço, imperdível:
http://omelete.uol.com.br/cinema/filth-adaptacao-do-livro-do-autor-de-trainspotting-ganha-trailer/
Leiam aqui minha resenha de Crime, livraço de Welsh posterior à Filth, em que ele retoma o personagem Ray Lennox.
Espero que esse filme faça muito sucesso para que adaptem Crime na sequencia....
Guitarrista monstro, há muito sumido, Shuggie Otis prepara seu comeback:
http://www.spin.com/articles/shuggie-otis-interview-inspiration-information-reissue?
Super Chico, só agora que vi que você publicou a entrevista toda aqui! Você é dez, obrigada pelo apoio de sempre. Beijo grande.
Postar um comentário