Show de 2006 da banda Primal Scream chega ao mercado em DVD e serve de consolo para quem viu o fraco show de novembro último
Relatos de quem assistiu à última apresentação da banda britânica Primal Scream no Brasil, no festival Planeta Terra (novembro de 2009, em São Paulo), deram conta de uma performance desinteressada, que resultou num show frio. O consolo – tanto para quem viu, quanto para quem não esteve lá – está neste DVD, Riot City Blues Tour (Coqueiro Verde), lançado há pouco tempo no mercado.
O vídeo apresenta um empolgante show gravado em novembro de 2006, diante de cinco mil fãs – entusiasmadíssimos – no Hammersmith Apollo de Londres, durante a turnê do penúltimo álbum da banda, Riot City Blues (2006).
Uma das bandas mais inconstantes do rock inglês, o Primal Scream reflete muito o que vai pela cabeça do seu líder, um sensível chapadão escocês, chamado Bobby Gillespie.
A partir do seu terceiro – e provavelmente, melhor – álbum, o caleidoscópico Screamadelica (1991), a banda, que até então se limitava a reproduzir o som guitar band do The Jesus and Mary Chain (onde Gillespie iniciou a carreira, tocando bateria), passou a ‘excursionar“ pelos mais diversos estilos da música pop, com resultados quase sempre interessantes.
Em Give Out But Don't Give Up (1994), partiram para o classic rock (estilo Rolling Stones ou Black Crowes, dependendo da idade do ouvinte) e soul.
Em Vanishing Point (1997), viajaram legal no dub jamaicano.
Já nos CDs XTRMNTR (2000) e Evil Heat (2002) misturaram electronica com punk (meio na linha Atari Teenage Riot, mas sem tanta gritaria).
E por fim, em Riot City Blues (2006) e Beautiful Future (2008) parecem ter chegado num saudável equilíbrio, fazendo rock ‘n‘ roll básico, com toques de eletrônica aqui e ali.
Passeio pop
O show reflete todas essas fases da banda, tornando-se um verdadeiro passeio pelas mais diversas vertentes da música pop, mas sempre com uma boa roupagem rock ‘n‘ roll, condizente ao CD da turnê.
A festa começa em velocidade máxima com Accelerator, uma paulada que, ao vivo, chega a lembrar o Mötorhead: bateria galopante e uma muralha de guitarras distorcidas desabando sobre a plateia enlouquecida.
A partir da segunda música, o show entra num clima mais maneiro, com o rock ‘n‘ roll Dolls. No palco, Gillespie e o baixista Mani, que entrou depois da separação de sua antiga banda, a lendária Stone Roses, dividem a atenção da plateia.
O primeiro porque, afinal de contas, é o band leader. E o segundo, por que é, de fato, uma figura carismática, com seu cabelinho de cuia e a cara amassada, testemunha dos excessos vividos na mítica Madchester.
Numerosa, a banda ainda conta com dois guitarristas, um tecladista / programador, baterista e duas vocalistas negras de vozeirão potente – para segurar a onda, já que Gillespie nunca foi lá esse cantor todo.
A cada música, um clima diferente se instala no ambiente, para alegria da plateia, que canta junto quase todas as músicas. Em algumas músicas, o pique é punk garageiro de Detroit, linha MC-5 e The Stooges.
Não a toa, encerram o show com Kick Out The Jams (da primeira) e citam I Wanna Be Your Dog (da segunda banda) em The 99th Floor.
Já em Swastika Eyes, o clima de rave toma conta do Hammersmith Odeon, apenas para voltar ao rock ‘n‘ roll stoneano de Country Girl, que vem em seguida. Um belo show, captado com câmeras de alta definição, que deve consolar que se decepcionou com apresentação de novembro último.
Pole dancing
Nos extras, pode-se ver todos os clipes produzidos entre 1991 e 2006, incluindo o imperdível Some Velvet Morning (que não consta do set list do show), com participação da musa junkie Kate Moss.
Além de cantar na faixa, ela aparece no clipe fazendo um número quentíssimo de pole dancing, coisa de deixar Flávia Alessandra parecendo uma freira de convento. Dá pra pedir mais que isso de um DVD de rock?
Primal Scream
DVD Riot City Blues Tour
Coqueiro Verde
R$ 29,90
31 comentários:
A quem interessar possa:
Documentário inglês conta história de selo
Um dos selos independentes mais importantes da música pop, o Creation Records ganhou um documentário para os cinemas, com estreia marcada para abril no Reino Unido. Intitulado Upside Down: The Creation Recors Story, o filme traz entrevistas com os diversos músicos das bandas que foram reveladas pelo selo fundado por Alan McGee em 1983: os irmãos Gallagher (Oasis), Bobby Gillespie (Primal Scream), Jim e William Reid (The Jesus & Mary Chain), membros do Ride, My Bloody Valentine e Teenage Fanclub, entre outros. O trailer já está no You Tube.
http://www.youtube.com/watch?v=OSzJ3SPlc5c
A quem interessar possa 2:
A série Profissão Cartunista de hoje (quarta, 13.01) enfoca um dos maiores gênios das HQs: Will Eisner, criador do personagem Spirit e um dos criadores do gênero graphic novel. Parte um de três. TVE, 21h
Do Bahia Noticias:
O publicitário Nizan Guanaes polemizou o Twitter nesta terça-feira (12) ao criticar a letargia cultural baiana, sobretudo em Salvador, cujo problema teria o “Chiclete com Banana como ícone”. De acordo com ele, a Bahia destacada pela pesquisa do New York Times como um dos principais destinos turísticos mundiais não inclui a capital. “É Trancoso, Itacaré, Algodões, Marau. Eu estou falando da falta de eixo de Salvador. E em turismo e cultura, suprapartidariamente, tudo que a Bahia avançou nestas duas áreas ficou para trás”, disse. Ele compara a situação soteropolitana com outras cidades como o Rio de Janeiro e Florianópolis, que têm desempenhado um bom trabalho, e São Paulo que também precisa se reposicionar, e dispara contra o vocalista de axé. “Salvador está como Bell do Chiclete: careca e fingindo que tem trança. Eu sou da Bahia de Genaro, Cuíca de Santo Amaro, da Fratelli Vita, Smetaki, Tuzé de Abreu. Eu sou da Bahia do Teatro Vila Velha, do Sorvete da Primavera, de Jorge Amado, Caymmi, Caribé, Verger. Eu não sou chicleteiro. Eu sou baiano. Salvador não tem praia para o turista, não tem hotel e a orla é um favelão. Bell é o não-artista. Você já reparou que a mídia não cobre ele? Quando ele lança um CD não tem nem crítica. Um sujeito que lança um vinho tinto. Esta indústria do axé personificada em Bell do Chiclete só destrói a Bahia. Ele não é um artista. É um crooner careca. Tudo nele é mentira”, bombardeou.
Bom, isso vindo do cara que é autor de We Are Carnaval soa até meio suspeito, mas veio em boa hora. Como publicitário, o talento dele para dizer o óbvio é público e notório. Nenhuma novidade, mas é é bom que alguém com o poder e o alcance dele tenha dito isso, de qualquer forma.
Eu quero é ver esse cirquinho dessa gentalha pegar fogo!
Nizan já tá arregando. Tomou puxão de orelha da patroa em casa e dizendo que errou em falar de Bell.
http://twitter.com/nizanguanaes
Briga de baiano...
Ridiculamente cinico essa de Nizan, pois até 2 anos atrás ele que captava recursos para a prefeitura junto ao mercado publicitário, ganhando bem para tál.
Não seria esse o motivo do mau humor?
Esse elemento é um dos construtores dessa cidade artificial e ao mesmo tempo engessada, e agora diz que é da Bahia de Jorge Amado e Caribé.Pode até ser, pois os mestres sempre gostaram de retratar os ladrões e vagabundos da cidade da Bahia!
Da' licença...CCR limpando um pouquinho a poeira. Postem la' os seus melhores de 2009. Abçs.
http://clashcityrockers.blogspot.com/
A matéria do NYT fala sim do pelourinho como complexo arquitetonico, isso não muda porra nenhuma mas fala...E não dou atenção ao que esses caras falam, Nei Bahia já disse tudo.
Mario Jorge
nei bahia pra presidente! é o nosso obama do blues!
GLAUBER
Faltou uma coisinha; "Sob o sol" parceria de Fábio e Pitty, é a trilha sonora ideal para o factóide.
Retrato preciso e poético!
"HELLO WEMBLEY..."
Uh, errr, eis-me de volta após um longo hiato hibernando em estado criogênico. Esses Avatares quase matam a gente... ufa! Bem, e aí? O quiéquiróla? Chico, me desculpe, devo tá muito atrasado e você já deve até ter postado sobre isso, mas me diga algo de bom sobre Sandman na Panini, "Y", entre outros... Valeu!
Nizan Guanaes, seja ele quem ou o que for, tenha feito isso ou aquilo, acho que ele tá mais que certo. Tá na hora de alguém que tem algum nome jogar umas verdades pra fora, doa a quem doer. Filosofar em cima disso é que não dá... e também aquele papo besta de "morte ao axé" já morreu, por isso é bom saber de alguém por aqui que Bote pra F****. Eu quero é mais!
O DVD do "Grito Primal" vi na Saraiva outro dia. Num tá caro não...
essa estória que nei falou aí em cima é uma verdade pela metade. Um brother meu, que lida com essa gente aí, sem nomes, please, me contou a verdade verdadeira. O cara (Nizan) se fudeu ao tentar agir profissionalmente em um mercado de tubarões viciados e sem ética. e pulou fora. Quer saber mais? Me liga.
Ah, sim. Theatro de Séraphin abre hj show de lançamento do cd dos Irmãos da Bailarina. Na Boomerangue, 23h.
Ossos do ofício
Há poucos anos Nizan vendia - feliz - Salvador como o melhor lugar do planeta...
Mas eu adoreeei seu desaforo e os desparos contra Bell...
Lívia Rangel
Do Twitter...
"Cha cha chá" dos Retrofoguetes, eleito como Melhor Disco do Ano pelo Portal Rock Press.
http://www.portalrockpress.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=3881
Ps.: Escória, fica à vontade... rss
Lívia Rangel
Márcio, se aplique aqui:
http://web.hotsitepanini.com.br/vertigo/
Já tem várias coisas nas bancas. A revista Vertigo já está no número 2 e tem encadernados de Fábulas, Hellblazer (os dois já nas bancas), Frequencia Global e Ex-Machina (chegando).
Preacher chega em fevereiro (segundo anunciaram). A má notícia é que aderiram a essa viadagem de botar capa dura em tudo e, por conta dessa SACANAGEM, o álbum sai do padrão até então publicado e vai para as livrarias custando R$ 62. Roubalheira da grossa! FDPS!
Estou providenciando uma camisa escrito (em letras garrafais, maestro): ATIVAR RETROFOGUETES!
O resto é choro de perdedor.
Morreu Jay Reatard.
RIP.
http://www.portalrockpress.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=3880
Who the fuck é esse "Retardado" aí???
Ah sim, FDPS!!!
e daí livia? e se eu não gosto de retrofoguetes? e daí q o rock press goste? engraçadp vc achar nizan certo se os restrofogetes gosta de axé tb
"retrofoguetes gosta de axé" é uma afirmação leviana, cláudio. e armandinho, dodô e osmar não é axé. nem gerônimo, nem lazzo matumbi...
é ignorância dizer que toda música baiana é axé, coisa da imprensa do sudeste que é desinformada a respeito do resto do brasil, porque não tá nem aí mesmo.
no seu caso não tem desculpa, é bobeira mesmo.
os retro têm ligação com a guitarra baiana por causa de morotó slim, principalmente. e música de carnaval pré-bossa nova, por causa do interesse que os caras têm na música do início do século xx.
GLAUBER
se olharem para a lista dos 10 melhores álbuns do ano para a rock press em 2009 vão entender o motivo de tanta celebração...risível
Porque talvez não tem nenhuma banda de hard rock setentista? Nem sei.
Risível e coitado é você, Escória.
NÃO FUI EU QUEM POSTOU O COMENTÁRIO ANÔNIMO, GLÁUBER
tô fora para sempre do brinquedinho de chico e FIQUEM COM A FOGUEIRA DE VAIDADES DELE
ADEUS!!!!!!!
cláudio moreira
Pessoal, seguinte:
Fica vetado qualquer menção ao nome desta pessoa por aqui, de agora em diante, OK?
Agradeço a compreensão de todos.
pô gente. não dá pra levar a serio uma lista q tem moveis colonial de aracaju, zeferina bomba, seções de açucar, jumbo electro e luisa mamdou um beijo.
Que tristeza.
O sucesso (ou qualquer coisa minimamente parecida), realmente, é ofensa pessoal no rock baiano.
Uma coisa tão simples, tão boba quanto uma lista de melhores do ano num site vira motivo de inveja, retaliação e ridicularização.
Aí começa-se a diminuir a lista, no intuito de desautorizar o primeiro (e merecido) lugar dos Retros.
E isso, quando finalmente um site de jornalismo lá do sul acordou para os Retros, já que, até então nenhuma outra lista de melhores do ano tinha privilegiado o rock baiano. O Rock Press foi o primeiro e único até agora.
(Não que o rock baiano precise de reconhecimento sulista, mas pô, reconhecimento é reconhecimento - não importa de onde vem).
Mas não. Aí a lista é "ridícula", "não é séria" e tal.
Tô começando a ter vergonha de ser um jornalista dedicado a cobrir esta área.
Quem tá no rock é pra se fuder, mesmo, já dizia um sábio amigo meu.
desculpe, claudio. errei. enfim, NÃO foi claudio que disse. mais uma vez, foi mal, velhão.
GLAUBER
Tirado do Fotolog dos Retrofoguetes:
PORTAL ROCK PRESS
Chachachá, dos Retrofoguetes, foi eleito como melhor disco do ano pelo Portal Rock Press. A Rock Press, uma das principais revistas on line de música no Brasil, já foi uma revista impressa distribuída nacionalmente e é um dos mais importantes portais da América Latina. http://migre.me/gAgo
“Se o show do trio é conciso e instigante, o disco é heterogêneo graças aos metais, marimba, vibrafone, percussão, órgão, ukulele, guitarra baiana e acordeon. O final do encarte entrega: todos os temas foram compostos pela banda. Temas. Isso sem dúvida é o que põe a banda à frente de outras como Dead Rocks, Pata de Elefante e Macaco Bong. Para ficar em três muito elogiadas. A baiana Retrofoguetes, criada em 2002, lançou o primeiro disco, Ativar Retrofoguetes!, em 2004. Desde então era aguardado esse segundo disco. Chachachá é o melhor disco nacional de 2009 e credencia a banda baiana como a melhor instrumental no momento. Pegue a cerveja gelada, uns petiscos e com calma delicie-se com a obra. Boa viagem garantida.”
Por Hugo Morais
REVISTA BRAVO
Estamos em matéria da Revista Bravo desse mês. A matéria "Os Novíssimos Baianos" fala do cenário atual da música na Bahia, a explosão de criatividade entre os jovens artistas da terra e a renovação por meio da pluralidade, num rumo pós-Axé. Estão também: Ronei Jorge e os Ladões de Bicicleta, Baiana System, Dois em Um, Lucas Santtana, Mariella Santiago, Paquito, Teclas Pretas, Rebeca Matta entre outros.
"É evidente o refluxo dos excessos mercadológicos que centraram a música baiana na busca de cifrões astronômicos e restringiram a histórica riqueza local a uma quase ditadura músical... Ventos de diversidade e pluralidade musical sopram na Bahia, e o êxito da banda Retrofoguetes é uma prova: até surf music se faz no berço de Doryval Caymmi..."
Pedro Alexandre Sanches, Revista Bravo
REVISTA ROLLING STONE
Saímos na lista dos 25 melhores discos nacionais de 2009 da Revista Rolling Stone Nº40, onde outros artistas baianos estão presentes, são eles Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta, Lucas Santtana, Caetano, Bethânia e Pitty.
JORNAL A TARDE
No Jornal A TARDE do dia 01/01/2010 saiu a matéria "Baianos da Cena Independente Lideram em Lista dos Melhores". Onde a equipe do jornal elegeu os 10 mais de 2009 entre Nacionais e Internacionais. Ficaram respectivamente em 1º, 2º e 3º lugares na lista: Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta com o CD "Frascos, Comprimidos e Compressas", Lucas Santtana com o CD "Sem Nostalgia" e Retrofoguetes com o CD "Chachacha", desbancando as produções gringas, na opinião dos jornalistas.
NIZAN GUANAES
Taí, não tinha visto a lista da RS. Mais uma a ter ouvidos abertos para o que está rolando aqui.
Bom, muito bom.
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