terça-feira, março 31, 2015

EU, ROBÔ: HUMAN AFTER ALL

Em nova edição, clássico de Isaac Asimov reafirma genialidade (muito humana) de seu autor

A robôzada do filme Eu, Robô (2004), mal sucedida adaptação com Will Smith
No fundo, é tudo sobre nós mesmos – a natureza humanos e suas misérias, sua estupidez, mesquinharias, grandeza e incompreensão absoluta do universo muito maior em que estamos inseridos.

Toda a arte, todos os escritores que escolhem falar de guerras, de amor, de crime. No fim, é tudo sobre nós mesmos.

Isaac Asimov (1920-1992) apenas escolheu falar de... robôs para se referir  às questões humanas que o afligiam.

Não a toa, um de seus livros mais famosos, Eu, Robô – relançado pela Aleph com nova capa e tradução de Aline Storto Pereira – traz uma coleção de contos habitados por robôs com reações mais humanas do que as de alguns personagens humanos de fato.

Há o robô que cria intrigas entre os membros de uma equipe de trabalho. Há o robô que cria afeição por uma menininha. Há o robô indeciso, que não consegue parar de andar em círculos. Há até um robô fujão.

Reunidos no volume intitulado Eu, Robô pela primeira vez em 1950 por uma pequena editora norte-americana (Gnome Press), os nove contos que formam o livro foram publicados ao longo da década de 1940 nas revistas pulp  Super Science Stories e Astounding Science Fiction.

Juntos, os contos não só revelam uma narrativa maior com diversos personagens recorrentes ambientados no mesmo universo ficcional, como nos fazem pensar – vejam só – na natureza humana.

Boa parte desse êxito artístico de Asimov veio de dois saques geniais. O primeiro foi a criação das Três Leis da Robótica, citadas pela primeira vez neste livro.

Chappie, o robô-título do novo filme de Neil Blomkamp, breve nas telas
Para deixar claro do que se trata, vamos cita-las aqui: “1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei. 3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Leis”.

O segundo saque foi dotar os robôs do seu universo ficcional (que se estendeu por muitos outros livros) de cérebros positrônicos.

Engenhoca esponjosa de platina-irídio alocada dentro de uma esfera de vidro, o cérebro positrônico é algo tão complexo que nem os engenheiros que trabalham com os robôs no livro entendem direito seu funcionamento –  além de conceder reações imprevisíveis quase humanas aos homens de lata.

Como fio narrativo ligando os contos, Asimov incluiu um jornalista que entrevista a roboticista Susan Calvin – então aos 75 anos –, uma espécie de pioneira na psicologia de robôs, que vai contando os causos robóticos em ordem cronológica, evidenciando sua evolução tecnológica.

A cada conto, além desta evolução, o que se nota é a mão segura de Asimov, que narra cada um deles com absoluto domínio da atenção do leitor, leveza, agilidade e humor – como diz o duo francês de música eletrônica Daft Punk: “human after all” (humano, apesar de tudo).

A origem dos robôs


Curiosamente, Asimov não foi o primeiro escritor a se referir aos robôs. Na verdade, o folclore judaico europeu já tinha, no mito do golem, inventado seu robô séculos antes.

Já a palavra “robô” foi criada por um escritor tcheco, o visionário Karel Čapek (1890- 1938), em sua peça teatral R.U.R. (Rossum’s Universal Robots), na qual um industrial inglês (Rossum) cria homens mecânicos para o trabalho, liberando a humanidade para o ócio criativo.

A palavra robô vem do tcheco robota, que significa “trabalho”.

Eu, Robô / Isaac Asimov / Tradução: Aline Storto Pereira / Aleph / 320 páginas / R$ 39,90

9 comentários:

Franchico disse...

RIP Roger Slifer.

http://www.universohq.com/noticias/faleceu-roger-slifer-cocriador-do-lobo/

Criador do Maioral, ele, Lobo!

Rodrigo Sputter disse...

q tal?
http://disinfo.com/2015/03/teletubbies-in-black-and-white-with-joy-division/

e as pessoas e seus carros são foda...tenha medo d@s motoristas...

Franchico disse...

Radioatividade, clipe novo da Vivendo do Ócio:

https://www.youtube.com/watch?v=7R1OKMMfviE

BALA!

Rodrigo Sputter disse...

eu vi esse clipe dos caras no lançamento na Walter da Silveira...várias idéias que eu queria ter usado...a do cinema então...esses caras são foda, no bom sentido!!

Rodrigo Sputter disse...

um brodinho mamando a cerva lá atrás, joga a zorra da garrafa longe, a bateria pecona, o pivetinho tirando um som massa dela...e RL só na guita ali mandando ver, isso é punk man...aí vem esses blues de menino amarelo...soladão, solos intermináveis de guita...chatoes...odeio blues solado:

https://www.youtube.com/watch?v=n0TLP_DCB3I

cebola disse...

Alow Chico sciencefiction Recomendo muiiiito desse Master um q li há pouco tempo Além da Eternidade

Franchico disse...

Sou neófito em Asimov, Cebola. Vou ver se consigo por minhas patas neste pra ler, valeu a dica! Abç, garoto!

cebola disse...

O FIM da eternidade!! Sorry

cebola disse...

Minha memória sequelada. Eh o FIM da eternidade