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Estrelada pelo jovem e heroico lutador baiano criado por Flávio, o capoeirista Aú, a HQ dá continuidade às aventuras do personagem, iniciadas no álbum Aú, O Capoeirista (2008).
Recebido com aplausos da crítica, aquele primeiro álbum foi adotado e recomendado em um projeto de reforço escolar pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
O resultado se refletiu nos quase nove mil exemplares vendidos. Mesmo assim, Flávio conta que nenhuma editora se animou em lançar a segunda aventura do capoeirista.
“Passei mais de um ano com a carta da Lei Rouanet (que dá a possibilidade de destinar o que se paga de imposto de renda para viabilizar projetos culturais) e não achei quem se interessasse”, diz.
“Ou melhor: até achei, mas que, além da isenção, queria também participação nos ‘lucros’, interferência no processo criativo, mudanças ideológicas e etc. Me reservei o direito de declinar”, acrescenta Flávio.
Sujeito teimoso, que não desiste facilmente, Flávio partiu para o financiamento coletivo na plataforma Kickante.
“Como não abri mão de manter a qualidade gráfica do primeiro álbum (capa dura, papel cuchê), tive que reduzir a tiragem e secar o projeto ao máximo, sem direcionar verba para custos de criação ou assessoria de imprensa etc”, relata.
“Foi só custo de impressão, revisão do texto e correios para os colaboradores. E ainda assim, tive que negociar quase metade do que precisava arrecadar em permuta para serviços de publicidade, como mascotes, marcas e storyboards”, diz.
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Do Farol à Praia do Forte
Na HQ, Aú, seu melhor amigo Dó e o mico Licuri se envolvem no mistério que cerca o naufrágio de uma caravela, afundada por piratas em plena Baía de Todos os Santos.
Nos dias de hoje, quando Aú visita uma exposição no Museu Náutico (no Farol da Barra), acaba embarcando em uma aventura que o põe frente a frente com bandidos, nas ruínas de um casarão na Praia do Forte.
“Minha inspiração vem sempre do que me foi marcante na infância. Desenhos animados como Scooby-Doo, Johnny Quest e álbuns europeus de quadrinhos como Asterix e Spirou”, conta Flávio.
“Tentei dar uma valorizada num detalhamento mais trabalhado da arte, caprichar na retratação das locações familiares a quem vive em Salvador e, claro, mantendo uma ‘licença poética’ em alguns casos, para ter liberdade de contar a história nesses locais”, detalha.
Com o livro lançado em São Paulo, Flávio prevê que só poderá vir à Salvador fazer uma tarde de autógrafos mais para o fim do ano: “Acho que só em dezembro, mesmo”, lamenta.
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“Antes, quero ver se consigo, para 2015, lançar um livro da (série de tiras) Rota 66, com o melhor dos quatro anos que publiquei em um jornal de Salvador, no começo dos anos 2000. Também já tenho um roteiro para um álbum d’O Cabra 2. Mas dessa vez só tendo editoras interessadas”, conclui.
Aú, o Capoeirista e o Fantasma do Farol / Flávio Luiz / Papel A2/ 48 p./ R$ 55/ www.flavioluiz.net
5 comentários:
Robertinho, seu maconheiro velho safado!
http://www.tenhomaisdiscosqueamigos.com/2014/10/10/robert-plant-toca-em-programa-de-tv-e-da-cigarro-de-maconha-apresentador/
LOU - VIOLETAS
Minha canção favorita da Lou. É quando vocês encontram a perfeita HARMONIA: todos os instrumentos se equilibram com os vocais de Andrea. O arranjo é maduro, denso. A letra é adulta, forte. E a cadência rítmica se mantém firme, oscilando em calmaria / explosão. É o apogeu da Lou. Parabéns.
https://www.youtube.com/watch?v=eB06P6AQpbc
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Mister Castro Jr,
Eis uma excelente sugestão de pauta para seu próximo artigo:
O livro "DEAD KENNEDYS - Fresh Fruit For Rotting Vegetables (Os Primeiros Anos)" de Alex Ogg. Com fotos de Ruby Ray e as artes subversivas de Winston Smith. 2014.
Já comprei e me arrepiei. Atrevo-me a opinar que esta crônica da São Francisco dos anos 70/80 rivaliza com o antológico "Mate-me Por Favor" e supera de longe quase todas as biografias de astros do rock.
Por favor, escreva a respeito. Seria um GRANDE artigo.
é meu caro...quem quer ser original se ferra...tem que se coligar, senão já era, num toca, vestir estrela e camisa vermelha (pq se vc vota e fica na sua, como eu, ou critica, pq tu votou tu tem o direito de criticar e cobrar, se ferra)...toda hora vejo um show com um selo de edital, patrocinio do estado, vejo a merma galera...é...mas tem gente, como o brodinho aí, q corre atrás...num se escora em nenhum governo...
Ernesto, são 2 versões desse livro né?
uma capa dura e outra capa mole né?
pq vi 2 livos do DK na loja...saraiva, mas achei caro demais...59,90...pra uma banda anarco punk...carim...
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Sputter, eu comprei o meu por 40 reais na Saraiva, com capa dura e foto do album em preto e branco. Compre! É uma obra-prima da literatura sobre outra obra-prima da música!
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