terça-feira, dezembro 14, 2010

PROVOCAÇÕES, DISSONÂNCIAS, LARGAÇÃO: O ESTILO PAVEMENT

Lenda da cena alternativa norte-americana, a banda Pavement tem extensa coletânea lançada em versão nacional. Boa oportunidade para quem ainda não conhece



Quem foi ao último festival Planeta Terra, em São Paulo, há cerca de um mês, ficou na expectativa de um possível quebra-pau entre dois gigantes do rock alternativo norte-americano: Billy Corgan (Smashing Pumkins) e Stephen Malkmus, vocalista da banda Pavement. A rixa é antiga, mas a briga, felizmente, não houve.

Corgan, que cuspiu suas bravatas contra Malkmus no Twitter, poucos dias antes do show, tem o líder do Pavement entalado na garganta desde 1994, quando saiu o álbum Crooked Rain, Crooked Rain.

Na letra da faixa Range Life – por sinal, uma das mais legais da banda desde sempre – Malkmus falava sobre a vida na estrada, fazendo shows, tocando em festivais, encontrando outras bandas.

De passagem, ele citava a banda do careca sinistro: “Em turnê com os Smashing Pumpkins / Meninos naturebas / Eles não tem função / Eu não entendo o que eles querem dizer / E também não estou nem aí”. Pronto. Foi o bastante para enfurecer o genioso Corgan.

A faixa da discórdia, Range Life, é uma das 23 músicas da coletânea Quarantine The Past: Greatest Hits 1989-1999. Lançado no exterior no início do ano, o disco chega agora às lojas em versão brasileira, bonitinha e com preço mais em conta, pelo selo Lab 344.

A voz do Geddy Lee

O deboche com Corgan é parte do estilo largadão, ligeiramente surrealista e abertamente jocoso do Pavement. Claro que nem todos levam na boa uma gracinha vinda de outra banda.

Na mesma Range Life, Malkmus cita outro grupo, Stone Temple Pilots: “Solteiros elegantes / eles são gatinhos pra mim”, brinca Malkmus (ou não).

Outro caso famoso é a da faixa Stereo, em que brinca com o cantor do Rush: “E que tal a voz do Geddy Lee? / Como será que ela ficou tão aguda? / Será que ele fala como uma pessoa normal?”.

Nem por isso, os caras do Stone Temple Pilots ou do Rush saíram por aí dizendo que iam quebrar a cara de uns e outros.

Já na sensacional (e rara) faixa The Unseen Power of The Picket Fence ele faz uma homenagem ao REM, relembrando o primeiro show a que assistiu, em 1983: “Canções clássicas / meninos sulistas como você e eu, REM!”.

Por essas e outras (além do som meio experimental, influência do Velvet Underground), o Pavement ainda é uma das bandas mais queridas do indie rock.


Pavement / Quarantine The Past: Greatest Hits 1989-1999 / Matador Records / Lab 344 / R$ 24,90

4 comentários:

Franchico disse...

Em um minuto e 9 segundos, todas as mortes de zumbi exibidas nos seis episódios da primeira temporada de The Walking Dead:

http://www.bleedingcool.com/2010/12/14/every-zombie-death-in-the-walking-dead-first-season/

Diiiiiiieeee, muthafucka!!!!!! Diiiiieeeeeee!!!!!!!!

Franchico disse...

O quadrinista brasileiro Mario Cesar criou uma HQ baseada no música Beginning of a Great Adventure, de Lou Reed (do genial álbum New York, 1989). Disponível para download gratuito:

http://www.balaoeditorial.com.br/downloadable/download/sample/sample_id/5/

Franchico disse...

O traço mais elegante da arte pop (HQ, cartoons etc) ganha uma coleção de babar:

Alex Toth: vida e arte em coleção biográfica

http://www.universohq.com/quadrinhos/2010/n10122010_04.cfm

gus disse...

pavement: best band ever!