terça-feira, setembro 27, 2005

THE BIG MUSIC- CRF 2005

Li em algum lugar, não lembro onde, que o Mercury Rev ocupa hoje na musica popular americana o lugar que um dia foi da Band.Lógico que depois de feitas as devidas resalvas, sendo que a Band era uma banda que trabalhava mais a 'musica de raiz' e o Mercury Rev( 30 anos depois) trabalha com um mosaico de referencias do que se convencionou chamar de rock alternativo. A comparação entre as bandas, que inicialmente pode parecer absurda, faz sentido quando se enxerga que as duas bandas, cada qual na sua época e no seu contexto, reprocessam e sintetizam os elementos disponíveis da musica pop criando e apontando novas direções pro Rock.. Foi assim com 'Music from Big Pink', e , mais uma vez descontados os contextos, foi assim com com 'Deserter`s Songs' .
Curitiba Rock Festival 2005, eu e Messias (responsavel da pilha de ir ver o Rev) saímos de Salvador pela cada vez mais Vaspiana Varig, com um atraso de 2 horas, pegamos uma conexão em Sampa pra Curitiba onde uma frente fria deixava a cidade com uma temperatura de 15° e baixando cada vez mais.O festival este ano foi transferido da pedreira para o Curitiba Master Hall devido a uma menor procura de ingressos, o que acabou sendo melhor devido a chuva que caiu no domingo . O Curitiba Máster Hall, que a principio nos causou uma impressão não muito boa, se revelou adequado para o tamanho do publico que foi, depois que vimos que o local era maior do que pensávamos inicialmente. Mas, o lance de ter um só palco(!!?) e só um local que vendia comida(!!?) realmente depôs contra a fama e a marra do CRF, afinal de contas a cidade que faz o festival só com bandas internacionais exclusivas e que esnobou o Placebo porque o Claro Que é Rock levou a banda pra outras cidades.Isto sem falar na péssima cerveja que era vendida com exclusividade, uma tal de Conti ( segundo Messias conte outra). Mas foram os únicos senões, por que no resto o CRF merece o titulo de festival alternativo mais cool do país.
A europeizada Curitiba, é cool tanto no sentido literal como no sentido figurado, tendo um publico jovem bem informado e ávido por novidades, principalmente na área do rock, uma vez que não existe como no Rio e na Bahia, ritmos locais como samba e axé, pra dividir a atenção da galera e dos patrocinadores.
Chamou atenção a maneira fria como o publico recebia as bandas nacionais, e mesmo o line-up brazuca não sendo dos mais felizes, a frieza do publico era escancarada.Baixas como as de Lobão, Leela e Hurtmold não colaboraram, e o caso do Hurtmold foi emblemático.As bandas brasileiras foram proibidas de passar som, e o Hurtmold se recusou a tocar em protesto.E o som das bandas de abertura estava invariavelmente embolado.Cidadão Instigado e Acabou La Tequila foram as bandas brasileiras que tentamos assistir no primeiro dia de festival, mas o som não tava legal, e depois de 4 musicas íamos tomar um ar. 3500 pessoas lotaram o Máster Hall para ver os über-nerds Weezer.O publico bem jovem e moderninho ovacionou o Weezer, que com o som alto e nítido, desfilou seus hits ganchudos para delírio dos nerds moderninhos de todo o país em foram ver os caras. Não é uma banda que eu sou fã, mas os caras fazem bem o que se propõem a fazer, e ao vivo a banda tem peso e manda ver, enfim, não vacilam e fazem um show bastante legal.
Mas o segundo dia, chovendo e com 10° de temperatura, é que foi o ponto alto do festival. Mais uma vez o som das bandas de abertura tava embolado, mas quando os dinamarqueses dos Raveonettes subiram ao palco, o som já estava legal, e banda mandou um ataque furioso com 3 guitarras, com a sonoridade calcada em cima do Velvet Underground e Jesus & Mary Chain, com uma vantagem, a blond-bombshell Sharin Foo, que alem de tocar guitarra e cantar muito bem, tem um star quality que não deixava ninguém tirar os olhos de cima dela.E a essa altura 2.200 pessoas, publico também moderninho mas um pouco mais velho e variado, já estavam no local e consagraram a explosiva apresentação da banda , que ficou visivelmente emocionada.
Falei pra Messias que o Mercury Rev não ia suplantar aquilo, porque afinal de contas o Rev era uma banda menos 'rock' que os Raveonettes.Qual nada.
O set do Rev, que faz um som viajandão, longe de ser rock triste, alavancado pela qualidade musical absurda de seus integrantes e um impacto visual brutal garantido pela projeção de imagens alucinantes num telão no fundo do palco, foi impactante. Reunindo elementos de prog-rock, com a economia ensinada no punk, e o despojamento do rock alternativo, o afetado vocal Jonathan Donahue, encenava que regia a banda, que com um som grandioso e viajandão, aproximava a musica deles da visão da ' Big Music', que um dia Mike Scott dos Waterboys tentou fazer e não conseguiu.Ao mesmo tempo a musica, sempre em 'high places' continuava casando com a seqüência fantástica de imagens no telão, transformando o show num espetáculo. Fuckin- Tastic.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Random Rock Notes

Volta e meia a mpb vira cult em círculos moderninhos britânicos e americanos.Com sua performance em The Life Aquatic, onde cantou versões em português para musicas de David Bowie, Seu Jorge é exotico da vez, despertando a curiosidade de alguns em relação ao nosso distante e estranho( e bota estranho nisso) pais. O novissimo queridinho da novíssima geração indie Andrew Thompson( meio hip-hop, meio pop, cheio de referencias), inspirado por Seu Jorge(epa!) fez uma lista dos melhores covers de artistas brasileiros para canções pop americanas.
Segue a lista:
1- Billie Jean- Caetano Veloso. Segundo Andrew, a versão de Caê, despojado da mega produção original de Michael Jackson, ganha em sutileza e expõe a tragédia de Billie Jean.
2- Its All Over Baby Blue- Gal Costa.Ele provavelmente deve estar se referindo a versão de Caê para o clássico de Dylan, que virou Negro Amor.Andrew adora a voz de Gal.
3- Secrets Life of Plants-Gilberto Gil. Andrew gostou da capa do acustico Mtv de Gil e ficou intrigado do cover de Gil pra musica de Wonder. Andrew achou o disco fantástico.
4- And I Love Her- Rita Lee.Alto lá Andy Boy, esta canção é inglesa, e não uma american pop song.Esses americanos e a mania de se acharem donos de tudo.
5- I`m Wishing-Moreno Veloso. Agora chega Andrew.Acho que deu( lá ele).

Lista de dez dos mais quentes designers gráficos em atividade hoje.Nao saco muito de
design, mas esta lista é dedicada aos amigos ligados em design.
Chuck Anderson -- www.nopattern.com
Rob Chiu -- www.theronin.co.uk
Nigel Dennis -- www.electricheat.org
Andy Dixon -- www.thechemistrydesigns.com
Dustin Amery Hostetler -- www.upso.org
Jemma Hostetler -- www.prate.com
Karen Ingram -- www.kareningram.com
Michael Perry -- www.midwestisbest.com
Jakob Printzlau -- www.plastickid.dk
Eduardo Recife -- www.misprintedtype.com

Pra terminar 3 dicas de zines eletrônicos fuderosos:

- Love, Chicago (Issue 1): http://www.lovechicago.org-pdfs-LC_Ish1.pdf.
Dedicado a cena indie de Chicago
-{ths} Beast Magazine: http://www.ths.nu/beast/magazine.html.
Focado em design ilustração , fotografia e outras coisitas criativas.
-Media Reader (Issue 7): http://www.mediareader.org/PDF/MediaReader7.pdf.
Zine com conteudo politico independente.
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segunda-feira, setembro 19, 2005

NÃO VAI HAVER AMOR NESSA PORRA NUNCA MAIS

MARCELO NOVA, OS KOYOTES E THEATRO DE SERAPHIN NO ROCK IN RIO CAFÉ, 17 DE SETEMBRO DE 2005.

Não poderia deixar de começar esse artigo sobre mais um show no Rock in Rio Café de outra forma, que não reiterando, ou melhor, retificando, poderia dizer até, remixando, minha opinião sobre a citada casa de espetáculos: OK, então o Rock in Rio não é uma espelunca. Mas seus administradores o administram como se fosse tal coisa. Antes dos shows e ao longo dos intervalos, o som da casa nunca variou muito do pior bate estaca de boate de playboy ao hip hop de butique, tipo 50 Cent. Isso numa noite dedicada ao rock, o que irritou a maioria das pessoas com quem falei. Um dos organizadores do show me disse que quase saiu na mão com o DJ da casa, que se recusou terminantemente a tocar qualquer coisa minimamente parecida com rock. "Só pode ser pirraça", disse. Nem ao dono do Rock in Rio, segundo essa pessoa, o bendito DJ obedeceu. Além do repertório de péssima qualidade, a maldita luz estroboscópica continuou torturando meu juízo nos intervalos. (Para não dizerem depois que eu não disse nada de positivo, a uma certa altura da noite, uma área aberta foi disponibilizada para quem quisesse tomar um arzinho, o que, devo acrescentar, foi um dos achados da noite. O outro achado eu digo mais adiante). Mas ninguém tava lá para ouvir banana de DJ nenhum, era noite de Marcelo Nova e seus Menudos From Hell, Koyotes e Theatro de Seraphin. Esta última foi a primeira a se apresentar, causando boa impressão no público, que já começava a lotar a casa. Público aliás, bem eclético. Sua maior parte, com certeza, não freqüenta a cena rock da cidade e compareceu atraída pelo ex-vocalista do Camisa de Vênus e ex-parceiro de Raul Seixas. A Theatro, primeira banda a se apresentar na night, tá redonda, todos os integrantes portam uma segurança sobre o palco que denuncia sua experiência de anos de rock. O baterista Dantas, se não me engano, o mais o novo no ofício do rock, hoje parece mais com o ótimo músico que entusiastas como Cláudio Esc louvavam há um ano atrás, talvez simbolizando a evolução que a banda como um todo experimentou, o que concedeu mais dinamismo no som. Arthur Ribeiro canta bem com sua voz rouca, passando muito sentimento com sua performance algo atormentada (e legítima, diga-se). Fãs que parecem de fora do círculo de amizades dos integrantes também dão as caras e reagem na platéia, pulando, gritando e aplaudindo, resultado do bom trabalho de divulgação boca a boca, via internet e dos muitos shows já feitos na cidade. É bom vê-los crescendo. Depois do show dos Seraphins, após uns 20 minutos - ou mais - de bate estaca no juízo ("Mas aqui não é o Fashion Club?", perguntaria um incauto), os Koyotes de Miguel Cordeiro sobem ao palco. Nunca tinha visto nem ouvido a banda, que conta com Tony da São Rock na bateria mais um guitarrista e um baixista que, perdão, não sei o nome. Miguel canta e toca guitarra com tesão, demonstrando sua nítida verve loureediana, tanto nos acordes quanto no jeito de cantar quase discursando, resultando em um som bastante similar - no bom sentido - com o do bardo novaiorquino. Não me pareceu banda de levantar o público com refrões ganchudos e animados, divertidos. Não parece ser esta a proposta dos Koyotes, que privilegiam muito mais a poética urbana de Miguel Cordeiro com aquela pegada seca de um Velvet Underground. O som estava alto e claro, favorecendo à quem estava interessado, prestar atenção nas letras inteligentes, com certeza uma das atrações da banda do colaborador Clash City Rocker. A conferir com mais atenção. Rolou também um cover bacana de Like a rolling stone com a participação de um saxofonista, mas não sei dizer quem é, nesse momento eu num tava por perto do palco, não deu para eu ver. Acho que foi nessa hora que minha mulher achou R$ 5 no chão. Perguntei para nossos amigos que estavam por perto se era de alguém e olhei a nota contra a luz, em busca de indícios, traços que denunciassem sua procedência, mas nada. Embolsei o dinheiro. Se alguém aí que tá lendo perdeu R$ 5, eu só tenho uma coisa a dizer: perdeu, malandro, perdeu! Mais uns bons 40 minutos (ou pelo menos foi essa a minha impressão) de tum-tsi-tum-tsi-tum-tsi-tum-tsi depois, Marcelo Nova sobe ao palco. O som está mais alto, às vezes fazendo o ouvido zunir. O show começa bem, Marcelo entra em campo com um time jovem e cheio de gás, com toda a torcida a favor, gritando seu velho grito de guerra, "bota pra fuder", coisa e tal. Após uma música de abertura que meus neurônios não registraram, Marcelo emenda Hoje, do Camisa de Vênus. A casa cheia vai abaixo, o público grita o refrão a plenos pulmões: "me diga as horas / eu vou embora / hoje / eu tô atrasado". E foi mais ou menos assim o resto do show. Nas músicas mais conhecidas do Camisa, o público enlouquecia e cantava junto todas as letras. A banda aproveitava e aí cometia uma das coisas mais chatas que alguém pode fazer num show: espichava as músicas, criando espaços para o público cantar junto só com a bateria ou fazendo breques para a turba gritar o refrão. Sinceramente, eu acho que isso cansa mais do que anima, pois as músicas ficam longas demais, o show perde em dinamismo e fica mais burocrático. Suponho que um macaco mais-que-velho como Marcelo Nova deveria saber disso. Para piorar, nas músicas da carreira solo de Marcelo, em pelo umas duas delas, menos conhecidas, a banda executou longas e arrastadas passagens instrumentais. Foi aí que aquela áreazinha aberta de que falei anteriormente foi de grande valia. Ligeiramente entediados, eu mais duas ou três pessoas nos aboletamos a céu aberto e ficamos ouvindo o show de lá de trás. Não me entendam mal, eu ouvi muito Camisa de Vênus na adolescência, sou fã de Marceleza e toda sua poética, inteligência e coragem de sempre dizer o que pensa. Respeito com o homem. Mas assim como ele, eu não teria mais moral de escrever nesse espaço se chegasse aqui e dissesse que o show foi uma maravilha, coisa e tal. Não foi. Pelo menos, não para mim. Mais pro fim, voltei para dentro e assisti o resto do show. Alguns momentos foram mesmo apoteóticos, como O Adventista e Sinca Chambord, quando era possível sentir o lugar todo vibrando com o público enlouquecido, uma energia da porra no ar, coisa que só quem tem uma estrada como a de Marcelo Nova é capaz de causar. Foi isso.

Agradeço ao companheiro Osvaldo Braminha pelos ingressos de cortesia pra mim e minha senhora. Valeu, Bramis!

sexta-feira, setembro 16, 2005

Frase da semana: "A Bahia é um estado de terceira divisão".

Marcelo Nova, n'A Tarde de hj, 16 de setembro de 2005.

Como diria o sábio Franciel Cruz, Palavras de Salvação.

Agora diz que o tal do Bocão, um qualquer aí, radialista que tem um programa numa tv dessas aí, mostrou a página do jornal agora há pouco no ar e esbravejou: "isso é um absurdo, esse senhor Marcelo Nova não tem moral para falar da Bahia, ele nem mora aqui! Diga dois sucessos de Marcelo Nova! Se a Bahia é de terceira divisão, ele é de décima!" entre outras pérolas do tipo.


AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ai, ai, deix'eu enxugar as lágrimas dos olhos, só um momento.

Pronto. Não vou comentar os comentários desse senhor Bocão, primeiro por que não sou masoquista, portanto, não ouço rádio na Bahia. (Eu só ouvia nosso saudoso Rock Loco, claro). Mas é interessante a sua reação. Me lembrou aquele filme do Luís Buñuel (de quem esse senhor Bocão nunca deve ter ouvido falar), O Anjo Exterminador. Nele, um grupo de burgueses de alta sociedade se reúnem num salão para um jantar chique, mas depois, ninguém consegue ir embora. O jantar já acabou, os restos de comida já apodreceram sobre a mesa, os convivas começam a ter reações bárbaras, mas as madames não perdem a pose nem largam das jóias da família.

Tá tudo acabado, vivemos sobre os restos de uma política de terra arrasada, mas ninguém aqui parece querer abrir os olhos para a realidade. Nosso Katrina já passou e parece que tem gente que até hoje não se deu conta disso.

Enquanto isso, nas recepções de Lícia Fábio......

quarta-feira, setembro 14, 2005

PUT ON YOUR RED SHOES AND DANCE THE BLUES

Dance o blues, o rock, o xaxado e o foxtrot, por que esse fim de semana tá mais agitado que o congresso nacional, malandragem. No sábado tem Marcelo Nova, Theatro de Seraphin e os Koyotes no Rock in Rio Café e no mesmo dia, tem mais uma edição da Festa Nave no Miss Modular. Acho difícil conciliar os dois programas de forma satisfatória na mesma noite, mas você pode tentar, caso tenha o pique (e a grana). No Miss Modular, Luciano Matos destaca a estréia de novos DJs. No Rock In Rio, Mister Nova promete uma noite rock ?n roll de gente grande, como deve ser. Wah-bap-lula-wah-bop-beim-boom. Escolha sua night e se jogue. Ou arrisque ir nos dois. Quem sabe?

Serviço: MARCELO NOVA E BANDA, THEATRO DE SÉRAPHIN E KOYOTES17 DE SETEMBRO (SÁBADO), 22H R$15 (PISTA) E R$30 (CAMAROTE)ROCK IN RIO CAFÉ - AEROCLUBE.

Serviço Festa Nave:
PRÓXIMO VÔO: 17/09. Discotecagem até amanhecer em 2 pistas simultâneas, com os Djs: Pista 1: Gabi Perdicta/ Boris/ Lucas Albarn/ Batata/ Pista 2: Ramon Prates/ Janocide (especial Beatles)/ el Cabong 17.09.2005 23h R$10 (R$8 até meia-noite) Miss Modular Morro da Paciência, 3810, Rio Vermelho Salvador-BA Contato: festanave@gmail.com Blog: http://festanave.blogspot.com Fotolog: http://www.fotolog.net/nave_

SANGRIA TOUR 2005 - A banda Sangria partiu ontem rumo à Belo Horizonte, onde toca hoje, quarta-feira, na tradicional clube de rock A Obra. Amigo meu mineiro, com quem trabalho no momento, vaticinou: "Ih, se vão tocar n'A Obra, boa coisa não deve ser". E não é mesmo, malandro. Os caras são maus, muito maus. Na seqüência, eles partem para São Paulo, onde devem gravar o Banda Antes e a aparecer também no Pulso, na MTV, Lá mesmo, tocam também uma data (acho que domingo) no Outs, inferninho freqüentado pela nata do underground paulista. Boa sorte aos chapas da Sangria e que voltem com novas cartas na manga. (Né por que os caras são meus brothers não, mas ouvi umas músicas novas, recentemente gravadas, e é bastante sensível a evolução nas composições da banda, desde aquele primeiro EP com 4 músicas, lançado há um ano atrás. Sério, porra.)

BOA MERDA - Latrina onde Ozzy Osbourne cagou durante anos vai à leilão no eBay. Aqui.

WILCONSOLO - Quem, assim como eu, não vai pra banana de Tim Festival nenhum e gosta da banda americana Wilco, uma das melhores atrações do Festival, já tem um consolo. A banda vai lançar um CD duplo ao vivo, chamado Kicking Television. O disco trará hits (para os fãs da banda, claro), como Jesus etc, A shot in the arm, I'm the man who loves you e Heavy metal drummer, entre outros. Beleuza, tomara que saia por aqui. Leiam a notícia completa no portal Dynamite , aqui.

Ô CRIDÊ! FALA PRA MÃE! - Ronald Golias, ídolo de Didi Mocó, um dos gigantes do humor brasileiro e uma das criaturas mais feias do mundo, tá mal no UTI de um hospital em São Paulo. Aos 76, anos, o humorista sofre de infecção generalizada. Vez em quando eu até vejo ele naquele seriado Meu Cunhado, trash total que passa não sei o dia no SBT. Ainda dá tempo de fazer uma fezinha no Bolão Pé na Cova do site Cocadaboa. Leiam a notícia na Folha, clicando aqui. Junto com Costinha e Ary Toledo, Golias forma uma espécie de santíssima trindade do melhor humor politicamente incorreto brasileiro. Gênios como não se fazem mais.

O RETORNO DA ORQUÍDEA - Orquídea Negra, obra prima de Neil Gaiman e Dave MacKean, publicada pela DC Comics no final da década de 80 (aqui, pela Globo), será republicada em edição de luxo com capa dura pela Ópera Graphica pelo tiro de R$49. Altamente recomendada. A notícia está aqui. Aliás, vocês já leram a belíssima edição especial Criaturas da Noite, do mesmo Neil Gaiman e Michael Zulli? A linda edição da Ediouro traz dois contos publicados no livro Fumaça e Espelhos, quadrinizados pelo traço rebuscado de Zulli. Tá nas bancas, me'rmão, se liga. E nem tá tão cara assim: R$14,90. Vale cada centavo. Saiba mais.

CRISE? QUE CRISE? - Crise de Identidade, minissérie que abalou as estruturas do Universo DC (envolvendo o estupro e assassinato da esposa de um super herói de segunda linha) e foi fartamente saudada pela crítica especializada, está chegando esse mês ainda (espero), pela Panini. Olho na banca.

BREVE - Resenhas sobre os álbuns The Authority e Planetary (facilmente encontráveis na Siciliano), do fantástico escritor Warren Ellis, maníaco insano dos infernos.

quinta-feira, setembro 08, 2005

CAVALHEIROS FORA DE SÉRIE

Segundo volume da Liga de heróis vitorianos de Alan Moore é mais um petardo extraordinário.

Vivemos em um mundo em constante mutação. As mudanças são muitas e vão se atropelando. Pretos viram brancos, brancos querem ser negros, aliados se tornam inimigos, velhos se travestem de jovens, crianças se disfarçam de adultos, valores até ontem importantes, hoje não valem sequer um peido num elevador. Em um mundo tão inconstante, é um conforto saber que, faça chuva ou furacão, ler uma obra escrita pelo senhor Alan Moore será sempre - sempre - um enorme prazer. O amigo e a amiga leitora devem guardar um conselho deste redator, ainda que tal ato - dar conselhos - tenha se tornado uma prática absolutamente desaconselhável nos dias que correm: ao se deparar com uma obra assinada pelo senhor Moore, seja em uma banca de revista, livraria ou sebo, não a deixe passar impune: tome-a em mãos, investigue-a. Melhor mesmo compra-la logo, se puder. Mas eu tô me perdendo. Voltando à Terra. Ou melhor: voltando à Marte. Em A Liga Extraordinária Volume II, Moore e o desenhista Kevin O'Neill retornam à ação com a equipe formada por personagens extraordinários de clássicos da literatura de aventura do século XIX. Mais especificamente, (anti)-heróis surgidos na Era Vitoriana, como Alan Quartermain (de As Minas do Rei Salomão, de H. Rider Haggard), Hawley Griffin (O Homem Invisível, de H. G. Wells), Dr. Jekyll/Mr. Hyde (O Médico e o Monstro, de Robert Louis Stevenson), Mina Harker (Drácula, de Bram Stoker) e Capitão Nemo (20 Mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne). Eles foram reunidos no primeiro volume por um gordinho enviado pelo serviço secreto britânico chamado Campion Bond, cujo sobrenome é só uma amostra do tipo de referência que o autor de Watchmen usa para temperar sua fantástica sopa à base de literatura, pulps e Era Vitoriana. Ajuda na leitura ser meio rato de cultura inútil e ter passado a infância assistindo Disneylândia, Sítio do Pica Pau Amarelo e coisas do tipo na TV, além de gostar de ler desde guri. Logo no primeiro capítulo (de seis), somos levados ao planeta Marte, onde John Carter (aventureiro espacial criado por Edgar Rice Burroughs, mais conhecido por ter criado Tarzan), surge combatendo, ao lado de um outro terráqueo chamado Gullivar (desconheço a referência exata, mas deve ser mesmo o Gulliver de Jonathan Swift), uma raça de alienígenas malignos similares à moluscos. Ao se aproximar das naves dos bichos, elas decolam, claro, direto para invadir a (Ingla)Terra. Dispostos a detonar. Moore conduz seu conto de invasão extraterrestre usando de todo o seu habitual domínio absoluto das atenções do leitor, sempre focando sua narrativa nos personagens da Liga, explorando suas características e criando conflitos entre eles em diversas subtramas paralelas que convergem para um desenlace em comum de forma brilhantemente arquitetada. Como de costume, aliás, nas obras do senhor Moore. Destaque para a genial e escrotíssima seqüência do acerto de contas entre o inescrupuloso Homem Invisível e o instável monstro psycho Mr. Hyde, quase uma espécie de Hulk do século XIX, muito mais refinado, claro. As coisas não terminam bem no confronto com os E.T.s, a Liga sofre baixas no fim, rola uma traição entre eles, um caso de amor e um estupro, além da participação especial do Dr. Moreau e suas criaturas híbridas, direto do livro de H. G. Wells, numa das melhores e mais arrepiantes passagens de mais esta obra extraordinária do mago de Northampton. A caprichada edição da Devir pode não ser barata (R$ 49), mas compensa pela qualidade editorial. Encadernação e papel de primeiras e extras preciosos, como a reprodução de todas as capas das seis edições originais americanas, portraits de página inteira dos personagens principais, uma página em preto e branco para colorir, passatempos, um cartão de natal, biografias fictícias dos autores, um jogo destacável de tabuleiro do tipo ludo (para jogar com um dado) e mais apêndice de 50 e tantas páginas intitulado Almanaque do Novo Viajante, que narra em capítulos divididos com os nomes dos Sete Continentes, as impressionantes anotações e descobertas dos integrantes da Liga Extraordinária em suas expedições, desde sua primeira formação, no século XVI, até a que conhecemos, do século XIX. Tudo naquele texto tremendamente elegante - dentro dos intencionais estilo e tom exacerbadamente britânicos - do autor de A Piada Mortal. Aí o leitor mais ranheta fica naquela eterna dúvida: "sim, mas é melhor que Watchmen e V de Vingança?". Ah, meu amigo, pare de olhar para o passado e veja o futuro dos quadrinhos aqui e agora, pois seu nome continua sendo Alan Moore. Desculpem o comentário estúpido, mas nada no Volume II da Liga é menos que extraordinário e não merece mesmo outra nota, que não um redondo DEZ. Na falta de notação mais elevada. (Mas quem sou eu para dar 10 pra Alan Moore? Ah que banana, vão ler essa bagaça, vão.)

A LIGA EXTRAORDINÁRIA VOLUME II, DE ALAN MOORE E KEVIN O'NEIL.
America's Best Comics / Ed. Devir. 222 páginas em cores. R$ 49,00. Nas livrarias.

AINDA MOORE - Quem sabe o que é bom nunca se satisfaz e com Alan Moore é assim mesmo. Deu no Omelete que a editora americana Airwave vai publicar um livrinho de 80 páginas que consistem unicamente de um puta entrevistão com o autor de Tom Strong feita pelo jornalista Bill Baker, onde Moore aborda sua relação com a magia, cultura e como produzir quadrinhos de qualidade, entre outras cositas. Essencial. Será que sai no Brasil? Leiam aqui.

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE ROCK - Recebi pelo correio, do meu amigo Dino Ribeiro, que reside em Londres há uma cara, uma matéria de capa dos Pixies publicada na revista dominical do jornal The Guardian. Assinada pela jornalista Laura Barton, a matéria flagra os Pixies em estado de graça, com os pingos nos is da complicada relação entre Frank Black e Kim Deal devidamente pingados em seus lugares. O gordinho careca admite que agiu mal na primeira encarnação da banda em relação à baixista, reconhecendo nela hoje uma certa star quality que ele não admitia quando mais jovem: "A verdade é que, na época, eu não admitia o quão carismática é a Kim Deal. E quão atraídas as pessoas ficam por ela. No palco, ele pode nem estar fazendo nada, não está nem tocando, apenas fumando um cigarro e nego fica maluco lá embaixo. Na época, aquilo simplesmente parecia uma coisa que estava lá só para me irritar. Agora eu reconheço isso como um bem. Estou mais velho e é tipo: OK, já entendi. Tem um tipo de star quality rolando ali". Em outra passagem ótima, a estrela Kim Deal desmistifica sua imagem de produtora ligada à bandas como Guided by Voices e Brainiac, entre várias outras do underground ianque: "Eu ia ao estúdio comprar maconha e a banda me creditava como produtora no CD". É interessante notar também que, mesmo conhecidos no mundo inteiro, tendo feito shows em tudo que é país da Europa e por toda a América do Norte, nenhum integrante da banda parece ter ficado rico. Tirando o líder Frank Black (o único que construiu uma sólida carreira solo), todos passavam por dificuldades financeiras antes de voltarem com a banda. Kim Deal chega a brincar durante a entrevista, ao contar como soube da reunião: "Eu estava visitando Kelley (irmã gêmea e parceira na banda Breeders). Ela mora tipo uma milha da"... Aí ela encosta a boca no gravador e fala pausadamente: "Eu moro com meus pais, OK? Eu moro com papai e mamãe, eu sou uma perdedora". O baterista David Lovering também passava maus bocados com sua carreira de mágico, não muito bem sucedida. Já o guitarrista Joey Santiago morava em Los Angeles, onde sobrevivia criando trilhas sonoras para desenhos animados e seriados vagabundos de TV. Agora eles estão de volta e felizes da vida. Para Frank Black nem parece que onze anos se passaram entre 1993 e 2004. "Na verdade, parece que foram apenas 2 anos", diz.

FORA DE ÓRBITA - Texto recebido por email de uma moça chamada Elisabete:

Dando continuidade ao Rock'n San Cation, teremos nesta Sexta, 09/09/2005, o DJ Cristiano comandando mais uma vez as pickups fazendo as obras de JC Barreto e o publico vibrarem. Gostaríamos de agradecer de antemão à banda Meteora que fez um belíssimo show em 26/08 e prometeu voltar pra lançar seu CD e Vídeoclip até o final do ano(Vocês serão sempre bem vindos!!!). Semana passada contamos com a apresentação da Roots Nyabinghi (que apresentou seu novo CD e distribuiu muitos autógrafos após o show), tivemos também exposição das obras dos artistas Joas Melo e Solange Cruz e as já tradicionais canjas dos artistas presentes nos eventos. E para quem ainda não sabe, a primeira remessa dos alimentos arrecadados junto ao público já foram entregues(fotos em breve),no sábado dia 27/08/2005, ao Sr. Evandro, representante oficial da Igreja Batista de São Caetano. Lembrando que essa doação faz parte da campanha Rock em Ação Social, numa parceria firmada em julho de 2005 entre a Banda Órbita Zero e o artista plástico JC Barreto. Nossos sinceros agradecimentos aos colaboradores, amigos, público e bandas que tem nos apoiado e contribuído para que o evento e a campanha aconteçam de forma tão grandiosa. É o Rock em Ação Social, PARTICIPE!!!!
ATENÇÃO!!! Ainda não fechamos a grade de setembro, se você tem banda e deseja participar entre em contato (71) 9915-0888 David/ 99366792 Bete.
Serviço:
Rock'n San Cation com Órbita Zero e convidados Dias: 09,16, 23 e 30/09(Sextas-feiras)Horário: 22:00Local: Café Ateliê JC. Barreto, Rua Direta do São Caetano, 491-A. (Galeria Céu Aberto, Fim de linha)Ingresso: 1 kg de alimento não-perecível (não vale sal) ou R$ 2,00 por pessoa
A VOTAÇÃO continua... A banda Órbita Zero, foi, pelo segundo ano consecutivo, selecionada para o Palco Nativo do Ceará Music. Somos a única banda de Salvador concorrendo a uma vaga no Festival. Quer ajudar? VOTE JÁ!!!
http://www.cearamusic.com.br/votacao/votar.asp?palco=nativo Nosso CD está à venda nos seguintes locais: Ajuda 39: 71 33211938, Berinjela: 71 33220247, São Rock: 7133352974, Andarilho Urbano: 71 34504533, Banca de Revista largo da Geral em São Caetano e nos shows. Entre na Comunidade Órbita Zero no Orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=973800
Elisabete
Visite o site do Nordeste Independente:
http://www.nordesteindependente.com.br