quarta-feira, março 11, 2020

SESSÃO TRIPLA

Flerte Flamingo, Astralplane e Tangolo Mangos lançam o Sopro: Som em Contexto, evento na Arena do Sesc Pelourinho

Os elegantes Astralplane / Foto: Rafael Galvão
O pessoal fica aí dizendo “é na crise que se cresce” e demais clichês de auto ajuda empresarial, mas a verdade que salva e liberta é uma só: sem união, nada rola, nada prospera.

Ligados nessa constante universal, Rodrigo Amorim (da banda Astralplane), Zé Neto (o Colibri), Léo Vianna (da banda Flerte Flamingo), Rodrigo Santos (artista plástico) e Felipe Vaqueiro (banda Tangolo Mangos) resolveram se juntar em uma ação e criar o próprio evento periódico – e dele tirar o devido proveito.

É o Sopro - Som em Contexto, cuja primeira edição bota neste sábado as três bandas no palco da Arena Sesc Senac Pelourinho em uma produção toda especial.

Pelo que diz o material de divulgação do evento, a ideia é promover shows periódicos reunindo sempre três bandas / artistas em locais descentralizados do habitual (leia-se fora do Rio Vermelho). As ocasiões servirão também para produzir material audiovisual de qualidade para divulgação das bandas e artistas.

“A iniciativa surge como uma colaboração entre artistas para trazer uma nova proposta de evento com uma certa periodicidade. Estamos buscando sempre alternar os grupos envolvidos e tornar o festival um lugar de ampla manifestação de diversas linguagens musicais. Estamos dando esse primeiro passo de maneira totalmente independente e produzido pelas próprias bandas, com um ideal de gerar um material audiovisual muito proveitoso”, afirma Rodrigo Amorim, baixista da Astralplane.

Os descontraídos Tangolo Mangos / Foto: Dudu Assunção
Da mesma geração e seguindo mais ou menos as mesmas referências estéticas, Astralplane, Flerte Flamingo e Tangolo Mangos abrem juntas o projeto Sopro mais pelos pontos em comum do que pelas diferenças.

“São três bandas que estão envolvidas no mesmo contexto e projetos que, inclusive, interagem entre si criativamente e no dia a dia da produção independente”, conta Colibri.

“Músicos que dialogam em termos de referências e até mesmo figuram em mais de uma banda, dividem equipamentos, tudo de maneira bem orgânica – e do jeito que a gente gosta”, acrescenta.

Primeiro contato é visual

A produção do Sopro promete ser realmente algo um pouco mais elaborado que costumam ser as apresentações costumeiras do cenário alternativo local.

“Haverá um cenário inédito a cada edição, em colaboração com artistas plásticos e cenógrafos que estamos colocando em perspectiva”, conta Rodrigo.

“Aos poucos, vamos construindo uma proposta para dinamizar espaços culturais da nossa cidade, e assim aproveitar a simbiose com ela. Gravaremos três músicas por artista com uma equipe do sonoplasta e videomaker Cají. Já a produção do cenário é assinada pelo artista Rodrigo Santos”, completa Colibri.

Os compenetrados Flerte Flamingo / Foto: Yan Azevedo 
Se há cerca de 40 anos o audiovisual tornou-se parte inseparável do mercado da música, o século 21, com suas redes sociais, levaram essa simbiose ao auge – algo muito claro para essa rapaziada que já nasceu ligada à internet.

“O apelo visual das redes sociais e das mídias através das quais veiculamos e consumimos arte é definitivo”, percebe Colibri.

“Hoje em dia, o primeiro contato (com uma banda ou artista) se dá muitas vezes através de uma foto ou um vídeo que convence o espectador a entrar  mais no universo do artista. Temos certeza que traduzir a música de uma banda em uma peça audiovisual, amplifica o alcance da obra e engrandece o olhar do artista”, conclui Rodrigo.

SOPRO, Som em Contexto / Com Flerte Flamingo, Astralplane e Tangolo Mangos / Sábado, 17h / Arena Sesc Senac Pelourinho / R$ 30 e R$ 15

NUETAS

Ronei ataca 2 vezes

Depois daquele baita show em janeiro pra matar as saudades d’Os Ladrões de Bicicleta, Ronei Jorge retorna com duas apresentações solo:  quinta-feira (dia 12) e dia 26, sempre às 20h,  no Teatro Sesc Senac Pelourinho. R$ 8 (cliente Sesc)  e R$ 10 e R$ 5.

Selvagens Informais

Habitués a essa altura, os cearenses da banda Selvagens a Procura da Lei retornam à cidade para show com Os Informais e Nolimbo. Sexta-feira, 21h, no Portela Café. 1º lote de ingressos a R$ 30.

Show de aniversário

Sábado é aniversário do guitar hero do indie rock local  Bruno Pizza Carvalho, com passagem por The Honkers, Pessoas Invisíveis etc. Para comemorar, show da sua banda atual, Meus Amigos Estão Velhos e Malgrada. Sábado, 18 horas, no  Bardos Bardos, R$ 10.

Beatles no Berro

Keko Pires (baixo e voz), Jô Estrada (guitarra e voz) e Pedro D’Eliege (bateria) fazem no sábado o show Beatles no Berro, com repertório dos Fab Four. Boa deixa para conhecer o novo Berro D’Água Bar e Restaurante, clássico reduto da night local reativado.  Porto da Barra, 3959. 20h, R$ 20.

terça-feira, março 03, 2020

PREPAREM OS FÍGADOS

Overdose Alcóolica promove 2ª edição do Samba Canção Fest, com distribuição de mais 21 litros de cachaça e uma pá (um barril?) de convidados


Pastor Binho e a Igreja Inabstêmia, foto Cristian Dessa
Valei-me, meu São Charles Bukowski!

Banda mais cachaceira de Salvador, a Overdose Alcóolica  volta a atacar em mais uma edição do famigerado Samba Canção Fest, show / balbúrdia em que são distribuídos 21 litros de cachaça e milhões de eflúvios subversivos de raiz roqueira.

Subintitulada A Jiripoca Vai Piar, esta segunda instalação do caos neste sábado, no Bardos Bardos, promete repetir o sucesso da primeira, realizada em 21 de dezembro último.

“Sempre tivemos o propósito de dividir um pouco do que bebemos com o público. Fazemos isso desde o início da banda. E claro que a ideia maluca de colocar 21 litros de graça era absurda demais para conseguirmos concretizar. Já que envolve o consumo no bar do espaço e afins. Mas inacreditavelmente deu mais do que certo. Funcionou tudo perfeitamente”, garante o vocalista Binho Breja.

Para fermentar ainda mais esse bolo doido (de marvada), uma penca de convidados participará da festa. Como são muitos, vamos citar só Jorginho King Kobra, Irmão Carlos, Cândido Martinez, RB (da Lo Han), Tony Lopes  e Cadinho.

“Convidar essa galera toda sempre foi um sonho nosso. Tudo isso está  no objetivo da banda, que é promover a união entre os públicos com um copo de cerveja na mão. Nos abraçamos cantando juntos, tomando uma gelada, isso não tem preço. E acredite, a galera enfrenta muito bem a ideologia da banda no processo etílico”, afirma.

E antes que supostos guardiões da moral e bons costumes (sempre os maiores pecadores) comecem a zurrar, é bom deixar claro que a banda não derrama cachaça goela abaixo de ninguém, tá OK?

“Eu sempre digo nos meus shows: só bebe quem respeita a bebida. Quando você deixa de respeitar os limites dela, você acaba sucumbido por ela. E o objetivo não é esse. É promover momentos inesquecíveis com os amigos”, diz.

"Sem dúvidas (já recebemos críticas por conta da  temática politicamente incorreta). Já tivemos inúmeros problemas por conta disso. Mas de verdade, não nos atinge em nada. Fazemos o que gostamos, do jeito que gostamos e isso ninguém tira da gente. O rock é transgressor e libertário, somos e pregamos isso na base da sua essência", afirma Binho, encharcado de razão.



Eles só querem união

Compartilhe da santa comunhão, foto Cristian Dessa
Formada em 2005, a OA já lançou um álbum (Apologia ao Alcoolismo, 2015) e um EP (Eu Só Sei Beber, 2014).

Pretendem gravar um segundo ainda este ano.

O som, como se pode perceber, traz influências de rock clássico e metal.

"Essa pergunta é realmente ampla. Temos influências de Blues, Punk Rock à Black Metal. Ouvimos muita coisa, e quando você escuta o Overdose Alcoólica, você percebe isso. Mas em se tratando de temática, posso te citar bandas como Camisa de Vênus, Velhas Virgens, e o mestre Raul Seixas", enumera.

Mais do que beber, o quinteto garante que quer mesmo é promover a união entre as diferentes tribos do rock local.

"Quando éramos adolescentes e sempre víamos brigas e discussões em todos os âmbitos do Rock, aquilo nos deixava indignados", diz Binho.

“Não entendíamos como um segmento tão marginalizado, poderia ser tão desunido. Foi aí que tivemos a ideia de misturar rock e metal, falando de algo que é unânime em todas as vertentes: a cerveja. E isso fez com que até hoje você veja público de todos os meios nos nossos shows, unidos e brindando juntos”, conclui.

Samba Canção Fest 2: A Jiripoca vai Piar, com Overdose Alcóolica e Convidados / Sábado, 17 horas / Bardos Bardos / Colaborativo  



NUETAS

Red Razor, Aphorism

Hoje Dia 3 de abril (ou seja, daqui a um mês, foi mal o abestamento do bloguiero) é dia de metal extremo no Mercadão.cc, com a banda catarinense  Red Razor e as locais  Aphorism, Infected Cells e God Funeral estourando tímpanos e invocando espíritos malignos (porém fofos, perto do espírito de porco de cidadãos de bem). 19h, R$ 20.

Thiago Ronco folk

Vocal e guitarra base da Meus Amigos Estão Velhos,  Thiago Ronco faz estreia solo esquema voz e violão (e cello de André Miranda Filho). Quinta-feira, 19h, no Bardos Bardos. Colabore com R$ 10.

Dom Sá  downtown

A segunda session do Dom Sá Convida traz as bandas Game Over Riverside e Sequestro Relâmpago.  Sábado, 19h, no La Boca Bar (R. Monte Serrat, 54, Ponta do Humaitá). Free.