Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
sábado, março 30, 2013
MICRO-RESENHAS PASCOAIS
Momento definitivo
Possivelmente um dos melhores shows de rock de todos os tempos, The Doors no Hollywood Bowl em 1968 foi um dos momentos que tornou a banda uma lenda dos palcos. Agora, o concerto surge integral em CD. Impecável e genial. The Doors / Live At The Bowl ‘68 / Warner / R$ 34,90
Tetralogia em prosa, trilogia em DVD
Baseada em fatos reais ocorridos em Yorkshire, Inglaterra, a tetralogia Red Riding é um dos grandes sucessos da literatura policial recente. São quatro partes intituladas por anos: 1974, 1977, 1980 e 1983. 1977, a segunda parte, chega agora, trazendo novos mistérios em torno do assassinato de prostitutas, especulação imobiliária, autoridades corrompidas etc. Cabeludo e febril. Rendeu ainda uma trilogia de ótimos filmes produzidos pelo Channel 4 com grande elenco, todos já disponíveis em DVD no Brasil: Em Busca de um Assassino (Red Riding: In the Year of Our Lord 1974), Investigação de Risco (Red Riding: In the Year of Our Lord 1980) e Crimes e Pecados (Red Riding: In the Year of Our Lord 1983). Tudo enfaticamente recomendado. Red Riding: 1977 / David Peace / Benvirá / 448 p. / R$ 39,90 / www.benvira.com.br
Mignola se diverte
Criador do Hellboy, Mike Mignola está para as HQs como Tim Burton está para o cinema: estilo inconfundível, influências claras das estéticas expressionista alemã e steampunk. Aqui, uma linda coletânea de HQs curtas (alguas delas, premiadas) estreladas por androides vitorianos, demônios, bruxas, aliens e outros seres insólitos. O Incrível Cabeça de Parafuso e Outros Objetos Curiosos / Mike Mignola / Nemo / 104 p. / R$ 49 / wwweditoranemo.com.br
Banda nova, talento veterano
Veterano da cena metálica local, Bruno Leal liderou a Mercy Killing, banda que marcou os anos 1990. Volta agora com a Pandora, em CD brutal produzido por andré t. Thrash metal do bão, em doze faixas de entortar o cangote. Pandora / Four Seasons / MS Metal Records / Vendas: brunolts@gmail.com
Eles sabem tudo sobre você e eu
O submundo dos crackers (hackers dedicados ao crime cibernético) é esmiuçado neste vibrante thriller de Misha Glenny, repórter do The Guardian. Tudo gira em torno do site ucraniano carderplanet, um misto de fórum cracker e supermercado de senhas bancárias e dados sigilosos. Assustador. Mercado sombrio / Misha Glenny / Companhia das Letras / 400 p. / R$ 49,50 / www.companhiadasletras.com.br
Diários de agonia e glória
Filme de realização tortuosa, Fitzcarraldo (1982), de Werner Herzog, tem aqui seus bastidores revelados, através dos diários do diretor. Como se não bastasse transportar um barco enorme pelo meio da floresta, o pobre WH ainda tinha o instável Klaus Kinski para domar. Pense em um trabalho duro. A Conquista do inútil / Werner Herzog / Martins Fontes / 336 p. / R$ 45 / www.martinsmartinsfontes.com.br
Clássico brasuca
Lançado originalmente em 2001, este livro, da Doutora em Comunicação Social (Usp) Sonia Luyten, chega à terceira edição mantendo o status de mais importante e aprofundado estudo brasileiro sobre o fenômeno dos mangás. Com prefácio de Maurício de Souza e fartamente ilustrado. Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses / Sonia Bide Luyten / Hedra / 222 p. / R$ 47 / www.hedra.com.br
Artigos de primeira
Em seu 13º número, a revista Serrote traz ensaio inédito de Paulo Rónai sobre Balzac, reproduções de 12 capas do designer austríaco Eugênio Hirsch, o texto Elogio da Transitoriedade de Thomas Mann, uma crítica às universidades americanas por Frederic Jameson e muito mais. Serrote # 13 / Vários autores / Instituto Moreira Salles / 240 p. / R$ 37,50 / www.revistaserrote.com.br
Suíngue porteño envenenado
Novo CD do duo argentino formado por Dante Spinetta e Emmanuel Horvilleur, Chances é uma granada com estilhaços explodindo em direções várias: funk (Funky Futurista), rock (Helicópteros), pop (Adelante), latin jazz (Monta El Trueño). CD envenenadíssimo. Illya Kuryaki and the Valderramas / Chances / Sony / R$ 24,90
Melodias cearenses
O trio cearense Sátiros libera seu primeiro disco para download grátis. São dez faixas com boas levadas à base de guitarras e letras sobre relacionamentos. A voz do cantor lembra o Fine Young Cannibals. Sátiros / Misteriosamente As Ruas Transmitem Amores / Panela - Brechó / Baixe: www.rockpanela.com
Suíngue carioca
Em seu quarto CD, o trio BossaCucaNova –, formado por Alexandre Moreira, Marcelinho Da Lua e Márcio Menescal – segue sua proposta de renovar a bossa. Suingadíssimo, tem repertório de primeira, com faixas de Jorge Ben, Leci Brandão, Chico, Martinho... Bossacucanova / Nossa Onda é Essa! / Coqueiro Verde / R$ 22,90
Muitas vozes, peso de menos
Liderada por Eduardo Fagundes, a Mad Old Lady pratica um heavy metal ortodoxo no formato – apesar de aliviar um tantão o peso das guitarras em favor dos vocais (são três cantores). Tem bons momentos, como em Viking Soul e Prison. Mad Old Lady / Viking Soul / Baixe grátis: www.madoldlady.com.br
Ideal para chás de panela
O Simply Red, com seu soul de plástico, é o exemplo acabado do guilty pleasure: “eu gosto, mas não conte à ninguém”. Com este CD de releituras, o cantor (e dono) do SR presta tributo aos gênios à sombra dos quais construiu sua carreira. Melhor ir direto à eles. Mick Hucknall / American Soul / Warner / R$ 29,90
Retrato do artista antes do coma
Gravado por Cássia Eller e Ney Matogrosso, Luis Capucho soltou show de 1995. Em 96, ele entrou em coma. Voltou com voz e movimentos alterados. Aqui, original, com toda mordacidade e poesia. Destaques: Maluca, Sua Mãe e Savannah. Luis Capucho / Antigo / Baixe: www.luiscapucho.com
Mistério islandês
Um esqueleto com um buraco no crânio, resgatado do fundo de um lago em Reykjavík, é o ponto de partida para uma trama político-policial envolvendo jovens islandeses em uma obscura viagem à Alemanha Oriental, nos anos 1950. Mistério com muito suspense. O Segredo do Lago / Arnaldur Indridason / Companhia das Letras/ 376 p./ R$ 42/ companhiadasletras.com.br
HQ de FC brasuca
Não se engane com a capa pouco atraente. Esta HQ brasileira de ficção científica é um belo e potente manifesto anti-belicista. No futuro, arma dotada de inteligência artificial e patente de coronel é o centro de uma sequência de tragédias movidas pela cegueira dos que se limitam a obedecer ordens sem pensar nas consequências. O Coronel / Manoel Magalhães e Osmarco Valladão / Nemo/ 56 p./ R$ 29/ www.grupoautentica.com.br/nemo
Rotular como?
Impressionantes a cancha e a ousadia do jovem (26 anos) Antonio Loureiro. Trafegando com absoluta fluência entre vários estilos (erudito, jazz, bossa, tango, progressivo), rapaz constrói um álbum complexo de música pura – sem rótulo que lhe dê conta. Antonio Loureiro / Só / Borandá / R$ 34,90
quinta-feira, março 28, 2013
VANGUARDA BAIANA SEGUE VIVA
Compositor e empreendedor, Paulo Rios Filho recebe encomendas do exterior e agita a cena local com seus colegas da Oficina de Composição Agora
Para Paulo Rios Filho, a arte caminha pelo imponderável.
No seu caso, esta característica se manifestou nas anotações de um padre espanhol que viveu no Peru do século 18, reunidas em um códex de nove volumes, hoje no Palacio Real de Madri.
Jovem maestro que sequer chegou aos 30 anos, Paulo é a ponta de lança de um novo movimento de música contemporânea baiana.
Movimento que ecoa e retoma o trabalho do Grupo de Compositores da Bahia liderado por Ernst Widmer, iniciado no final dos anos 1950.
Sua história é um caso exemplar do artista consciente de que só ter talento não é o bastante.
“Não acredito no mérito exclusivamente pessoal”, afirma. “Devo muito aos mestres e companheiros aqui da Escola de Música”, reconhece.
No início de abril, Paulo embarca rumo aos Estados Unidos, aonde acompanhará a estreia de duas peças de sua autoria: uma em Nova York e a outra em Fresno, na Califórnia, ambas feitas sob encomenda para importantes entidades culturais.
E aí entra o tal padre espanhol: “No início de 2012, recebi um email do diretor da America’s Society me propondo uma peça sob encomenda, a partir das anotações do século 18 de Martin Compañon, bispo de Trujillo, no Peru”, conta.
TransColonização é o nome da peça criada por Paulo. Com vinte minutos, é executada com oboé, violino, harpa, clarineta, voz soprano, violão e percussão.
Na estreia em Nova York, a interpretação caberá ao ICE - International Contemporary Ensemble, conceituado conjunto norte-americano.
O diretor da AS soube de Paulo através de uma intricada rede de relacionamentos que jamais se concretizaria, estivesse o músico enfurnado em casa.
“Foi o Sérgio Kafejian, diretor da Camerata Aberta, de São Paulo, quem me recomendou ao America’s Society”, diz.
Paulo o conheceu quando esteve na Holanda em 2011, para acompanhar a estreia de sua peça Música Peba Nº 2, encomendada e executada pelo conjunto holandês Nieuw Ensemble.
“Eu já tinha participado de um concurso para novos compositores brasileiros do N.E. em 2009, no qual fui um dos premiados”, conta Paulo.
“Em 2011, em uma nova copetição, fui convidado hour concour (fora de concurso), mas desta vez eles não dispunham de verba para a passagem de avião. Propus essa viagem para a Fundação Cultural da Bahia (Funceb - Secult), via edital. Rolou, eu fui”, continua.
Daí a importância fundamental das relações olho no olho para o artista: “Tudo isso só aconteceu por que eu fui lá, conversei com eles, falei do meu trabalho, da tradição da minha escola, da minha cidade”, diz.
“E aí, não só minha música se tornou importante para eles, mas também a minha pessoa, de onde eu vim, todo o contexto ao meu redor”, reflete Paulo.
Para ele, concluir a composição é só o início do trabalho: “A música em si é nossa tarefa básica, por que devemos pensar em tudo que está em volta”.
“O professor Paulo Costa Lima me ensinou que o bom compositor é o cara que cuida da sua obra. Aluga a sala de concerto, o piano, inscreve o projeto, acompanha os ensaios, orienta os músicos, faz tudo”, conta.
De Coité para o mundo
Soteropolitano criado em Conceição do Coité, município distante 210 quilômetros de Salvador, Paulo voltou à capital para cursar a Emus em 2003.
Em 2008, meros cinco anos depois, conquistou sua primeira distinção internacional ao ganhar menção honrosa em um concurso em Portugal, com um quinteto de sopros intitulado O Terramoto de 1775.
Foi o início da trajetória em curso que agora o leva aos Estados Unidos. Hoje, Paulo é doutorando na mesma Emus, além de desempenhar uma série de outras atividades.
Ele é membro do grupo Oficina de Composição Agora (OCA), que, entre outras proezas, realizou no ano passado, uma extensa série de eventos, o Música de Agora na Bahia (MAB).
É servidor concursado da Escola de Música da Ufba, aonde fundou e dirige o Camará - grupo de música de câmara dedicado à música nova.
“Essa encomenda da America’s Society meio que faz a síntese dessa trajetória”, afirma Paulo Costa Lima, mentor de Rios Filho na Emus e membro destacado do Grupo de Compositores da Bahia original.
“É preciso reconhecer seu talento e constatar esse reconhecimento que ele já conquistou em termos nacionais e internacionais”, recomenda.
Lima vê em Rios e seus colegas da OCA a continuação do trabalho do Grupo de Compositores: “É uma alegria enorme para mim ver que o movimento em que ingressei muito jovem continua bem vivo no trabalho de Paulo Rios, Alex Pochat, Guilherme Bertissolo, Alexandre Espinheira, Túlio Augusto e Joélio Santos”, afirma.
Heinz Schwebel, trompetista da Osba e diretor da Emus, também vê com orgulho a trajetória de Paulo: “Além do talento, ele demonstra um grande senso de empreendedorismo em uma área muito carente disso”.
“É um rapaz muito jovem, talentosíssimo e extremamente trabalhador, dado o esforço expedido a cada projeto”, diz.
pauloriosfilho.blogspot.com.br/
Para Paulo Rios Filho, a arte caminha pelo imponderável.
No seu caso, esta característica se manifestou nas anotações de um padre espanhol que viveu no Peru do século 18, reunidas em um códex de nove volumes, hoje no Palacio Real de Madri.
Jovem maestro que sequer chegou aos 30 anos, Paulo é a ponta de lança de um novo movimento de música contemporânea baiana.
Movimento que ecoa e retoma o trabalho do Grupo de Compositores da Bahia liderado por Ernst Widmer, iniciado no final dos anos 1950.
Sua história é um caso exemplar do artista consciente de que só ter talento não é o bastante.
“Não acredito no mérito exclusivamente pessoal”, afirma. “Devo muito aos mestres e companheiros aqui da Escola de Música”, reconhece.
No início de abril, Paulo embarca rumo aos Estados Unidos, aonde acompanhará a estreia de duas peças de sua autoria: uma em Nova York e a outra em Fresno, na Califórnia, ambas feitas sob encomenda para importantes entidades culturais.
E aí entra o tal padre espanhol: “No início de 2012, recebi um email do diretor da America’s Society me propondo uma peça sob encomenda, a partir das anotações do século 18 de Martin Compañon, bispo de Trujillo, no Peru”, conta.
TransColonização é o nome da peça criada por Paulo. Com vinte minutos, é executada com oboé, violino, harpa, clarineta, voz soprano, violão e percussão.
Na estreia em Nova York, a interpretação caberá ao ICE - International Contemporary Ensemble, conceituado conjunto norte-americano.
O diretor da AS soube de Paulo através de uma intricada rede de relacionamentos que jamais se concretizaria, estivesse o músico enfurnado em casa.
“Foi o Sérgio Kafejian, diretor da Camerata Aberta, de São Paulo, quem me recomendou ao America’s Society”, diz.
Paulo o conheceu quando esteve na Holanda em 2011, para acompanhar a estreia de sua peça Música Peba Nº 2, encomendada e executada pelo conjunto holandês Nieuw Ensemble.
“Eu já tinha participado de um concurso para novos compositores brasileiros do N.E. em 2009, no qual fui um dos premiados”, conta Paulo.
“Em 2011, em uma nova copetição, fui convidado hour concour (fora de concurso), mas desta vez eles não dispunham de verba para a passagem de avião. Propus essa viagem para a Fundação Cultural da Bahia (Funceb - Secult), via edital. Rolou, eu fui”, continua.
Daí a importância fundamental das relações olho no olho para o artista: “Tudo isso só aconteceu por que eu fui lá, conversei com eles, falei do meu trabalho, da tradição da minha escola, da minha cidade”, diz.
“E aí, não só minha música se tornou importante para eles, mas também a minha pessoa, de onde eu vim, todo o contexto ao meu redor”, reflete Paulo.
Para ele, concluir a composição é só o início do trabalho: “A música em si é nossa tarefa básica, por que devemos pensar em tudo que está em volta”.
“O professor Paulo Costa Lima me ensinou que o bom compositor é o cara que cuida da sua obra. Aluga a sala de concerto, o piano, inscreve o projeto, acompanha os ensaios, orienta os músicos, faz tudo”, conta.
De Coité para o mundo
Soteropolitano criado em Conceição do Coité, município distante 210 quilômetros de Salvador, Paulo voltou à capital para cursar a Emus em 2003.
Em 2008, meros cinco anos depois, conquistou sua primeira distinção internacional ao ganhar menção honrosa em um concurso em Portugal, com um quinteto de sopros intitulado O Terramoto de 1775.
Foi o início da trajetória em curso que agora o leva aos Estados Unidos. Hoje, Paulo é doutorando na mesma Emus, além de desempenhar uma série de outras atividades.
Ele é membro do grupo Oficina de Composição Agora (OCA), que, entre outras proezas, realizou no ano passado, uma extensa série de eventos, o Música de Agora na Bahia (MAB).
É servidor concursado da Escola de Música da Ufba, aonde fundou e dirige o Camará - grupo de música de câmara dedicado à música nova.
“Essa encomenda da America’s Society meio que faz a síntese dessa trajetória”, afirma Paulo Costa Lima, mentor de Rios Filho na Emus e membro destacado do Grupo de Compositores da Bahia original.
“É preciso reconhecer seu talento e constatar esse reconhecimento que ele já conquistou em termos nacionais e internacionais”, recomenda.
Lima vê em Rios e seus colegas da OCA a continuação do trabalho do Grupo de Compositores: “É uma alegria enorme para mim ver que o movimento em que ingressei muito jovem continua bem vivo no trabalho de Paulo Rios, Alex Pochat, Guilherme Bertissolo, Alexandre Espinheira, Túlio Augusto e Joélio Santos”, afirma.
Heinz Schwebel, trompetista da Osba e diretor da Emus, também vê com orgulho a trajetória de Paulo: “Além do talento, ele demonstra um grande senso de empreendedorismo em uma área muito carente disso”.
“É um rapaz muito jovem, talentosíssimo e extremamente trabalhador, dado o esforço expedido a cada projeto”, diz.
pauloriosfilho.blogspot.com.br/
quarta-feira, março 27, 2013
MEGASSAGA MARVEL PARA 2013, VINGADORES VS. X-MEN CHEGA ESTA SEMANA ÀS BANCAS
Qualquer fã de quadrinhos das chamadas Duas Grandes (Marvel e DC) já sabe: todo ano há uma megassaga envolvendo inúmeros personagens, que promete “mudar tudo” que se conhece sobre eles.
Tudo conversa pra boi dormir, mas os fãs, ainda que reclamem, gostam assim mesmo e seguem fiéis.
Pois bem, a megassaga Marvel para 2013 chega às bancas esta semana, no nº zero de Vingadores Vs. X-Men.
Sim, desta vez, as cabeças que comandam a Marvel partiram para um dos princípios básicos da nerdice: “quem venceria um quebra-pau entre este e aquele herói”?
Para deixar tudo do jeito que tem que ser – grandioso –, botaram logo no ringue as duas maiores equipes de heróis da editora: os Vingadores e os X-Men, ambas vistas em superproduções cinematográficas.
Para quem não costuma acompanhar, o que está acontecendo é o seguinte: depois de Dinastia M (megassaga de 2006), a população mundial de mutantes foi reduzida – por uma Feiticeira Escarlate surtada – a menos de duas centenas.
Desde então, apenas uma nova mutante nasceu. Batizada de Esperança (Hope), ela é filha de Cable, o soldado mutante viajante do tempo.
Esperança vive na ilha-nação fundada por Ciclope (líder dos X-Men), que aliás, anda cada vez mais autoritário e parecido com seu ex-inimigo, Magneto, hoje aliado e conselheiro.
Em meio a isso, Cable viaja até um futuro distante e encontra o mundo destruído. Lá, descobre que isso foi aconteceu por que sua filha não estava viva para impedir a tragédia. Ele volta ao presente e ataca os responsáveis pela morte de Esperança: os próprios Vingadores.
Ao mesmo tempo, o guardião espacial Nova informa aos Vingadores que a Força Fênix (uma força cósmica destruidora de mundos) se aproxima da Terra. E que sua nova hospedeira seria Esperança.
Está armado o cenário para o quebra-pau que colocará em lados opostos amigos, irmãos e casais.
Publicada em 2012 nos EUA, a saga teve boas críticas na imprensa não só pelas cenas de porrada, mas também pela lavagem de roupa suja explícita.
Esta, aliás, é uma característica sempre presente nos longos diálogos do roteirista Brian Michael Bendis (da inesquecível HQ Alias, além de uma fase espetacular em Demolidor) - o mais naturalista dos escritores de HQ e um especialista na interação entre personagens.
Vingadores Vs. X-Men nº 0 / Vários autores / Panini / 132 p. / R$ 12.90 / hotsitepanini.com.br/vingadoresvsxmen
Tudo conversa pra boi dormir, mas os fãs, ainda que reclamem, gostam assim mesmo e seguem fiéis.
Pois bem, a megassaga Marvel para 2013 chega às bancas esta semana, no nº zero de Vingadores Vs. X-Men.
Sim, desta vez, as cabeças que comandam a Marvel partiram para um dos princípios básicos da nerdice: “quem venceria um quebra-pau entre este e aquele herói”?
Para deixar tudo do jeito que tem que ser – grandioso –, botaram logo no ringue as duas maiores equipes de heróis da editora: os Vingadores e os X-Men, ambas vistas em superproduções cinematográficas.
Para quem não costuma acompanhar, o que está acontecendo é o seguinte: depois de Dinastia M (megassaga de 2006), a população mundial de mutantes foi reduzida – por uma Feiticeira Escarlate surtada – a menos de duas centenas.
Desde então, apenas uma nova mutante nasceu. Batizada de Esperança (Hope), ela é filha de Cable, o soldado mutante viajante do tempo.
Esperança vive na ilha-nação fundada por Ciclope (líder dos X-Men), que aliás, anda cada vez mais autoritário e parecido com seu ex-inimigo, Magneto, hoje aliado e conselheiro.
Em meio a isso, Cable viaja até um futuro distante e encontra o mundo destruído. Lá, descobre que isso foi aconteceu por que sua filha não estava viva para impedir a tragédia. Ele volta ao presente e ataca os responsáveis pela morte de Esperança: os próprios Vingadores.
Ao mesmo tempo, o guardião espacial Nova informa aos Vingadores que a Força Fênix (uma força cósmica destruidora de mundos) se aproxima da Terra. E que sua nova hospedeira seria Esperança.
Está armado o cenário para o quebra-pau que colocará em lados opostos amigos, irmãos e casais.
Publicada em 2012 nos EUA, a saga teve boas críticas na imprensa não só pelas cenas de porrada, mas também pela lavagem de roupa suja explícita.
Esta, aliás, é uma característica sempre presente nos longos diálogos do roteirista Brian Michael Bendis (da inesquecível HQ Alias, além de uma fase espetacular em Demolidor) - o mais naturalista dos escritores de HQ e um especialista na interação entre personagens.
Vingadores Vs. X-Men nº 0 / Vários autores / Panini / 132 p. / R$ 12.90 / hotsitepanini.com.br/vingadoresvsxmen
terça-feira, março 26, 2013
IRMÃO CARLOS & O CATADO CONTINUAM COMANDANDO A FESTA MENSAL GRATUITA FAUSTÃO FALANDO SOZINHO
Em outubro de 2012, uma festa mensal de oito anos foi suspensa pela Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom).
O que é natural. O ideal é que todos respeitassem a ordem e a paz alheia nesta bagunça monumental que é Salvador.
O evento Faustão Falando Sozinho, porém, não exatamente competia com os milhares de carros vomitando arrocha e pagode a decibéis não recomendados pela Organização Mundial da Saúde – como acontece todo sacrossanto dia nesta surrada metrópole.
Idealizada e organizada por Irmão Carlos, líder da banda O Catado, a festa voltou no último dia 3 de março, após cinco meses desativada.
(Nas fotos de Paula Neves - acima - e Bob Nunes - abaixo - dois momentos do show de Irmão Carlos & O Catado neste dia, que contou com participação do guitarrista Eric Assmar).
Com foco nas bandas e músicos da cena independente, a próxima já está garantida para o dia 7 de abril, com as bandas TenTrio, Ricardo Caian & Os Beduínos Gigantes e o anfitrião como atrações do dia.
Integração social
”A primeira banda já tinha tocado e nós estávamos nos preparando, quando os caras da Sucom chegaram, avisando que não deveríamos nem subir no palco, senão eles iam chamar reforço policial”, relata Carlos.
“A verdade é que a festa acontece no boteco que minha mãe montou na garagem de nossa casa. E que não tinha alvará de funcionamento nem para funcionar como bar, que dirá como casa de show”, admite.
Aprendida a lição, dona Neuza tirou o alvará do bar em questão de uma semana.
Para a festa, contudo, a coisa não é tão simples. “Para ser casa de show, tem que ter isolamento acústico etc. Mas nem é essa a proposta, é um barzinho aberto com música gratuita”, diz.
“Agora temos que conseguir alvará por evento. Vamos na Suco todo mês argumentar e pagar uma taxa que eu pago do meu bolso, de uns R$ 100”, conta.
Para Carlos, além de cultural, o FFS é momento de integração da comunidade.
“Estamos aqui em uma intercessão entre a favela, o conjunto habitacional e o bairro nobre. Pessoas das três instâncias vem ao evento, que é de música não-comercial. Vem o universitário, o favelado, os idosos. É um evento de integração social”, afirma.
Faustão Falando sozinho / Com Ricardo Caian & os Beduínos Gigantes, Tentrio e Irmão Carlos & O Catado / Espaço cultural dona Neuza / Marback, setor 2, Rua jaime Sapolnik, S/N / 7 de abril (Domingo), 17 horas, Grátis
NUETAS
3 gaitas no Capão
Idealizado pelo gaitista Luiz Rocha, o projeto Papo de Gaita chega à Chapada Diamantina sexta-feira e sábado. E em dose tripla com o Zona Harmônica (foto de Tainã El-Bachá), formado por Luiz (gaita diatônica), Ramon El-Bachá (gaita baixo) e Breno Pádua (gaitas diatônica e cromática). Na sexta tem show em Lençóis, no Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô, 22 horas, quase de graça: R$ 2 e R$ 1. Sábado, workshow no Coreto da Vila do Vale do Capão. 22 horas, gratuito.
Intercenas na quinta
O trompetista Guizado (SP) e o DJ Chico Correa (PE) fazem mais uma noite do Intercenas Musicais, quinta-feira (28), no Commons Studio Bar. O DJ local Mangaio completa a farra mezzo eletrônica, mezzo regional, 100% descomprometida com receitas de mercado. 22 horas, R$ 30 e R$ 15 (meia e lista amiga no Facebook).
O que é natural. O ideal é que todos respeitassem a ordem e a paz alheia nesta bagunça monumental que é Salvador.
O evento Faustão Falando Sozinho, porém, não exatamente competia com os milhares de carros vomitando arrocha e pagode a decibéis não recomendados pela Organização Mundial da Saúde – como acontece todo sacrossanto dia nesta surrada metrópole.
Idealizada e organizada por Irmão Carlos, líder da banda O Catado, a festa voltou no último dia 3 de março, após cinco meses desativada.
(Nas fotos de Paula Neves - acima - e Bob Nunes - abaixo - dois momentos do show de Irmão Carlos & O Catado neste dia, que contou com participação do guitarrista Eric Assmar).
Com foco nas bandas e músicos da cena independente, a próxima já está garantida para o dia 7 de abril, com as bandas TenTrio, Ricardo Caian & Os Beduínos Gigantes e o anfitrião como atrações do dia.
Integração social
”A primeira banda já tinha tocado e nós estávamos nos preparando, quando os caras da Sucom chegaram, avisando que não deveríamos nem subir no palco, senão eles iam chamar reforço policial”, relata Carlos.
“A verdade é que a festa acontece no boteco que minha mãe montou na garagem de nossa casa. E que não tinha alvará de funcionamento nem para funcionar como bar, que dirá como casa de show”, admite.
Aprendida a lição, dona Neuza tirou o alvará do bar em questão de uma semana.
Para a festa, contudo, a coisa não é tão simples. “Para ser casa de show, tem que ter isolamento acústico etc. Mas nem é essa a proposta, é um barzinho aberto com música gratuita”, diz.
“Agora temos que conseguir alvará por evento. Vamos na Suco todo mês argumentar e pagar uma taxa que eu pago do meu bolso, de uns R$ 100”, conta.
Para Carlos, além de cultural, o FFS é momento de integração da comunidade.
“Estamos aqui em uma intercessão entre a favela, o conjunto habitacional e o bairro nobre. Pessoas das três instâncias vem ao evento, que é de música não-comercial. Vem o universitário, o favelado, os idosos. É um evento de integração social”, afirma.
Faustão Falando sozinho / Com Ricardo Caian & os Beduínos Gigantes, Tentrio e Irmão Carlos & O Catado / Espaço cultural dona Neuza / Marback, setor 2, Rua jaime Sapolnik, S/N / 7 de abril (Domingo), 17 horas, Grátis
NUETAS
3 gaitas no Capão
Idealizado pelo gaitista Luiz Rocha, o projeto Papo de Gaita chega à Chapada Diamantina sexta-feira e sábado. E em dose tripla com o Zona Harmônica (foto de Tainã El-Bachá), formado por Luiz (gaita diatônica), Ramon El-Bachá (gaita baixo) e Breno Pádua (gaitas diatônica e cromática). Na sexta tem show em Lençóis, no Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô, 22 horas, quase de graça: R$ 2 e R$ 1. Sábado, workshow no Coreto da Vila do Vale do Capão. 22 horas, gratuito.
Intercenas na quinta
O trompetista Guizado (SP) e o DJ Chico Correa (PE) fazem mais uma noite do Intercenas Musicais, quinta-feira (28), no Commons Studio Bar. O DJ local Mangaio completa a farra mezzo eletrônica, mezzo regional, 100% descomprometida com receitas de mercado. 22 horas, R$ 30 e R$ 15 (meia e lista amiga no Facebook).
quinta-feira, março 21, 2013
O CIENTISTA QUE OUSOU SONHAR COM ENERGIA GRATUITA E INFINITA PARA TODOS
Além de Leonardo da Vinci e Albert Einstein, poucos homens da ciência geraram tanto interesse, referências na cultura pop e interrogações quanto Nikola Tesla (1856-1943).
Um bom começo para tentar decifrá-lo é através de suas próprias palavras, no livro Minhas Invenções: A Autobiografia de Nikola Tesla, recém-publicada no Brasil.
O engenheiro elétrico, mecânico e físico, nascido em Smiljan, uma vila remota do que hoje é a Croácia, é no mínimo, um dos homens que projetaram o mundo em que vivemos hoje, com energia elétrica, radares, raios- x, comunicação wireless e aparelhos de controle remoto (incluindo os ameaçadores drones).
E mais: ele pode ser o homem que projetou o mundo em que viveremos amanhã. Suas ideias e projetos eram tão avançados no tempo, que até hoje cientistas de toda parte coçam as cabeças tentando entendê-los.
Em seu livro, curiosamente curto e objetivo, Tesla confirma sua vocação de visionário de forma bastante literal: “Na minha infância, sofria de uma estranha perturbação devido ao aparecimento de imagens, geralmente acompanhadas de fortes clarões de luz”, descreve.
Intrigado, resolveu se concentrar naquilo que as visões lhe mostravam. Acabou por domina-las, de forma que passou a criar, projetar e até mesmo a operar suas invenções mentalmente.
“É absolutamente irrelevante para mim se testo a minha turbina em pensamento ou na oficina”, escreveu.
Idealismo versus capitalismo
Depois de emigrar para os Estados Unidos e trabalhar na então nascente indústria da energia elétrica, para a qual desenvolveu inúmeras patentes, tomou um calote de Thomas Edison, que riu na sua cara e lhe disse que ele “não entendia o senso de humor americano”.
Tesla acreditava que o sistema de corrente alternada (AC) para transmissão de energia era muito mais eficiente e lucrativo do que o da corrente direta (DC), usado ainda hoje.
Mais tarde, desenvolveu sua teoria mais ambiciosa: extrair energia do campo eletromagnético da Terra.
Uma única torre transmissora, que começou a ser construída em Long Island (NY), mas que nunca concluída, seria o bastante para fornecer energia infinita e gratuita para todo o planeta.
“O problema é o seguinte: Tesla era um idealista”, define o sérvio Boris Petrovic, fundador do Instituto de Energias Sustentáveis Nikola Tesla, criado em dezembro último, em Brasília.
“Ele nunca entendeu como o capitalismo funciona. Puxar do campo eletromagnético energia gratuita para todos vai contra muitos interesses”, vê.
“Tesla é tão presente na nossa vida diária que nem nos damos conta. Por exemplo: quando você liga a luz, usa umas cinco patentes dele. As invenções dele estão na sua casa até hoje, e estarão por muitos séculos”, acredita Boris.
Depois de gastar todo o dinheiro das patentes de suas invenções nos próprios experimentos, Tesla, que nunca se casou, morreu aos 86 anos, de trombose coronária, falido e solitário em um quartinho de hotel em Nova York.
Consta que, nessa última fase de sua vida, alimentava-se apenas de leite e biscoitos.
Seu legado (e sua figura), porém, sobrevivem na consciência coletiva das comunidades científicas e culturais.
Minhas invenções / Nikola Tesla / Editora Unesp / 116 páginas / R$ 20 / www.editoraunesp.com.br
“O Brasil é um o pais com uma posição estratégica interessante, pois está muito bem posicionado no campo eletromagnético terrestre”, revela Boris Petrovic.
Ele, que diz ser parente de Sava Kosanović, sobrinho de Tesla, chegou ao Brasil há dois anos, justamente para criar e gerir o Instituto, uma ONG que conta com o “apoio de Celso Nicoli, coronel da reserva do Exército e de contatos na CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear)”, segundo Petrovic.
“Até agora, só temos um laboratório pequeno e planos para fazer um campo de pesquisa na região rural”, diz.
Sua principal linha de pesquisa diz respeito à energia sem fios do campo eletromagnético: “O Brasil pode ser a grande usina de energia do futuro, por causa dessa irradiação fortíssima que recebe do Sol. Estamos buscando receber recursos e doações internacionais para construir uma torre de Tesla”, planeja.
Meio cientista, meio místico, Boris crê que “o próprio Tesla está, desde as altas esferas, se incorporando nas pessoas que continuam o seu trabalho”.
Conheça: www.institutotesla.org
Tesla já apareceu em vários filmes. Um dos últimos, o ótimo O Grande Truque (The Prestige, 2006), de Christopher Nolan, traz David Bowie no papel do cientista visionário.
Tesla também é personagem de inúmeras HQs. Esta foi publicada em 1946, apenas três anos após sua morte. Leia-a inteira aqui.
Um bom começo para tentar decifrá-lo é através de suas próprias palavras, no livro Minhas Invenções: A Autobiografia de Nikola Tesla, recém-publicada no Brasil.
O engenheiro elétrico, mecânico e físico, nascido em Smiljan, uma vila remota do que hoje é a Croácia, é no mínimo, um dos homens que projetaram o mundo em que vivemos hoje, com energia elétrica, radares, raios- x, comunicação wireless e aparelhos de controle remoto (incluindo os ameaçadores drones).
E mais: ele pode ser o homem que projetou o mundo em que viveremos amanhã. Suas ideias e projetos eram tão avançados no tempo, que até hoje cientistas de toda parte coçam as cabeças tentando entendê-los.
Em seu livro, curiosamente curto e objetivo, Tesla confirma sua vocação de visionário de forma bastante literal: “Na minha infância, sofria de uma estranha perturbação devido ao aparecimento de imagens, geralmente acompanhadas de fortes clarões de luz”, descreve.
Intrigado, resolveu se concentrar naquilo que as visões lhe mostravam. Acabou por domina-las, de forma que passou a criar, projetar e até mesmo a operar suas invenções mentalmente.
“É absolutamente irrelevante para mim se testo a minha turbina em pensamento ou na oficina”, escreveu.
Idealismo versus capitalismo
Depois de emigrar para os Estados Unidos e trabalhar na então nascente indústria da energia elétrica, para a qual desenvolveu inúmeras patentes, tomou um calote de Thomas Edison, que riu na sua cara e lhe disse que ele “não entendia o senso de humor americano”.
Tesla acreditava que o sistema de corrente alternada (AC) para transmissão de energia era muito mais eficiente e lucrativo do que o da corrente direta (DC), usado ainda hoje.
Mais tarde, desenvolveu sua teoria mais ambiciosa: extrair energia do campo eletromagnético da Terra.
Uma única torre transmissora, que começou a ser construída em Long Island (NY), mas que nunca concluída, seria o bastante para fornecer energia infinita e gratuita para todo o planeta.
“O problema é o seguinte: Tesla era um idealista”, define o sérvio Boris Petrovic, fundador do Instituto de Energias Sustentáveis Nikola Tesla, criado em dezembro último, em Brasília.
“Ele nunca entendeu como o capitalismo funciona. Puxar do campo eletromagnético energia gratuita para todos vai contra muitos interesses”, vê.
“Tesla é tão presente na nossa vida diária que nem nos damos conta. Por exemplo: quando você liga a luz, usa umas cinco patentes dele. As invenções dele estão na sua casa até hoje, e estarão por muitos séculos”, acredita Boris.
Depois de gastar todo o dinheiro das patentes de suas invenções nos próprios experimentos, Tesla, que nunca se casou, morreu aos 86 anos, de trombose coronária, falido e solitário em um quartinho de hotel em Nova York.
Consta que, nessa última fase de sua vida, alimentava-se apenas de leite e biscoitos.
Seu legado (e sua figura), porém, sobrevivem na consciência coletiva das comunidades científicas e culturais.
Minhas invenções / Nikola Tesla / Editora Unesp / 116 páginas / R$ 20 / www.editoraunesp.com.br
Em Brasília, parente de Tesla dirige ONG e crê que Brasil será “usina do futuro”
Um dos diversos laboratórios ao redor do mundo dedicados à pesquisa das tecnologias projetadas pelo cientista croata, o Instituto de Energias Sustentáveis Nikola Tesla (visto na foto ao lado) não está localizado em Brasília, bem no centro do continente sul-americano, por acaso.
“O Brasil é um o pais com uma posição estratégica interessante, pois está muito bem posicionado no campo eletromagnético terrestre”, revela Boris Petrovic.
Ele, que diz ser parente de Sava Kosanović, sobrinho de Tesla, chegou ao Brasil há dois anos, justamente para criar e gerir o Instituto, uma ONG que conta com o “apoio de Celso Nicoli, coronel da reserva do Exército e de contatos na CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear)”, segundo Petrovic.
“Até agora, só temos um laboratório pequeno e planos para fazer um campo de pesquisa na região rural”, diz.
Sua principal linha de pesquisa diz respeito à energia sem fios do campo eletromagnético: “O Brasil pode ser a grande usina de energia do futuro, por causa dessa irradiação fortíssima que recebe do Sol. Estamos buscando receber recursos e doações internacionais para construir uma torre de Tesla”, planeja.
Meio cientista, meio místico, Boris crê que “o próprio Tesla está, desde as altas esferas, se incorporando nas pessoas que continuam o seu trabalho”.
Conheça: www.institutotesla.org
TESLA NA CULTURA POP
A banda norte-americana de hard rock Tesla (foto: Charr Crail) homenageia o gênio croata já desde o nome. A figura do cientista aparece na capa do disco Psychotic Supper (1991). Fazendo jus ao pioneirismo do nome que os inspira, o máximo que se pode dizer desta banda é que, não só ela não era ruim no que faz, quanto largou na frente na febre dos discos unplugged, ao lançar, já em 1990, um disco acústico ao vivo, o vinil duplo Five Man Acoustical Jam, no qual, além de repassar seus sucessos, apresentou clássicos dos Rolling Stones (Mother's Little Helper), Beatles (We Can Work It Out), Grateful Dead (Truckin') e Creedence Clearwater Revival (Lodi) a uma geração de cabeludos imersos no hair metal da época, cenário do qual a banda surgiu. Troféu joinha pra eles.Tesla já apareceu em vários filmes. Um dos últimos, o ótimo O Grande Truque (The Prestige, 2006), de Christopher Nolan, traz David Bowie no papel do cientista visionário.
Tesla também é personagem de inúmeras HQs. Esta foi publicada em 1946, apenas três anos após sua morte. Leia-a inteira aqui.
terça-feira, março 19, 2013
COM DISCAÇO NA FITA E O VINIL A CAMINHO, RADIOLA VEM LOTANDO VARANDA DO SESI
“O som é um fenômeno físico, acústico. Partindo dessa constatação, buscamos o som acústico real, de banda. Não aguento mais ouvir essas vozes padonizadas no Pro Tools e corrigidas no Autotune”, demarca Tadeu Mascarenhas, tecladista e produtor da banda Radiola (foto: Caroline Bittencourt).
A afirmação faz total sentido quando se ouve o terceiro e mais recente álbum da banda, ArRede - Tempo Sem Nome, um elaborado manifesto pós-pós-tropicalista psicodélico multicultural em que tudo soa espontâneo, real, fresquinho, da hora.
Talvez por que tenha mesmo sido feito na hora. “Esse disco não foi composto primeiro e gravado depois. Pelo menos metade das faixas foi composta em estúdio, na hora. Depois disso, a gente escolhia a mídia de gravação”, detalha o músico.
“Podia ser fita de rolo de 16 canais, gravador doméstico de quatro pistas ou o digital mesmo. Mas sempre gravado ao vivo, incluindo a voz, com um único microfone ambiente para captar toda a banda”, conta.
Abolir: Autotune
Os métodos radicais de Tadeu são fruto de uma longa estrada profissional como produtor do seu estúdio, o Casa das Máquinas: “Velho, eu já produzi uns cem discos para todo tipo de artista e o que eu vejo é que a coisa virou um pacote básico. Nossa ideia era buscar o som acústico real, de banda em estúdio. Não aguento mais ouvir essas voizes padronizadas”.
“Eu não quero mais afinar nem editar porra nenhuma em Autotune. Pego e boto o cantor pra gravar de novo. Existem muitos outros recursos em um estúdio, mas a indústria faz com as pessoas esqueçam disso em favor de um deslumbre por tecnologias baratas”, dispara.
“E a Radiola, como banda, não está atrás disso. Não estamos atrás de banana nenhuma de mercado. Nosso negócio é fazer música e pronto. Quem gostar, gostou. Quem não gostar, que espere o próximo disco”, recomenda Tadeu.
E pelo jeito, tem muita gente gostando. Este mês, a banda tem lotado sua temporada das quintas-feiras de março, na Varanda do Sesi Rio Vermelho.
Além de Tadeu, a Radiola conta com Fábio Dias e Nancy Viégas (vozes), Larriri Vasconcellos (baixo), Tico Marcos (guitarra), Alan Abreu (bateria), Germano Estácio (percussão) e Felipe Kowalczuk (percussão, cavaquinho).
“É uma banda de amigos e ninguém depende dela para viver. Por isso não seguimos receitas de mercado”, afirma.
Participações, temporada no Sesi
O álbum ainda conta com participações inspiradas de Letieres Leite (flauta em Sob os Pés), Cicinho de Assis (sanfona em Sob os Pés e Calle Escudellers), Chocolate da Bahia (voz em Sob os Pés), Edbrás (voz e gramofone cretino em Palhaçada), DJ Mauro Telefunksoul (scratches em Sob os Pés), Cássio Nobre (viola machete em Tempo de Tudo), João do Boi e Alumínio (ambos do Samba Chula de São Brás, vozes em Tempo de Tudo) e até de Glauber Rocha (voz, sampleada, em Low Fi Profile).
(Acima, foto de Ivan Cunha do show de lançamento de Tempo Sem Nome, Teatro Solar Boa Vista, 31 de julho de 2012).
"Letieres mandou uma flauta sensacional, Cicinho de Assis detonou com o acordeom, Chocolate da Bahia fez um repente lá na hora também, Cássio Nobre tocou o alaúde dele, o pessoal do Samba Chula de São Brás... foi muita coisa assim, rápidas - mas que iam pontuando as canções e consideramos importante como referências para essa música que queremos fazer", observa Tadeu.
"E tudo isso tem a ver com aproveitar o momento. Aproveitar o momento da alegria e da espontaneidade, sem pensar nessa coisa formatada e enlatada para vender como produto. Nosso negócio é música. Música mesmo", reitera.
De início, foram gravadas 14 canções para o disco, mas só nove chegaram ao final cut. "Essa foi outra preocupação nossa, que o disco tivesse minutagem de vinil, por que vamos lança-lo em vinil também, pelo seloRed Bull Music Academy. Já era para ter saído desde o ano passado, quando lançamos para download e CD, mas teve um problema lá com o fornecedor deles", conta.
"Mas eles disseram para ficarmos tranquilos, que esse vinil sai ainda nesse primeiro semestre", revela.
No momento, a Radiola cumpre uma temporada de cinco datas na Varanda do Sesi, se apresentando todas as quintas-feiras de março, sempre com algumas das participações que estiveram no disco - e outras.
"Tivemos Cicinho de Assis na primeira noite, e na segunda teve Lívia Mattos e Wado. Essa semana estamos confirmando Letieres. Parece que ele vai. E Edbras também deve confirmar aí", avisa.
"Semana passada lotou. Vendemos 100 ingressos na hora, lotação máxima. Dá muita gente do meio musical. O engraçado é que a Radiola não é uma banda só de músicos. Tem publicitário, cineasta, administrador de fazenda. Eu e Nancy somos os mais músicos da banda, digamos assim. Todos os outros tem outra atividade. O legal é que a galera da plateia dá muito feedback", conclui.
Radiola / 21 e e 28 (quintas-feiras) de março, 22 horas / Varanda do Sesi (Rio Vermelho) / R$ 15
Baixe: www.bandaradiola.com.br
NUETAS
Candice para baixar
Ex-cantora da banda Anacê, Candice Fiais (foto: Hildegardo Nogueira) passou um tempo longe do cenário. Ela volta agora, com o lançamento virtual de um single, da música De Verdade. O arquivo MP3 da canção, produzida por Jorge Solovera, estará disponível para download gratuito no site de Candice, a partir das 21 horas desta quinta-feira (21). Pinta lá: www.candicefiais.com.
ZuluZ & amigos free
O reggae ensolarado da banda ZuluZ se despede do verão nesta sexta-feira (22). Para engrossar o coro de até breve, convidados de peso: Diamba, Peu Meurray e Rafael Pondé. Praça Tereza Batista, Pelourinho, às 21 horas. Entrada gratuita.
Lo Han também
Quem também faz show na faixa pra galera é a Lo Han, uma das últimas representações hard / classic rock da cidade. O sexteto faz essa pausa nas gravações do primeiro álbum, produzido pelo mentor Álvaro Assmar, para recarregar as energias com seu público. Na mesma night, Nefasto e Andaluz. Sábado (23), no Dubliner’s Irish Pub, às 22 horas. Gratuito.
Kiko Loureiro dia 27
Já à venda os ingressos do show do Kiko Loureiro Trio, dia 27 (quarta-feira), no Groove Bar. Guitarrista do Angra, é acompanhado neste projeto paralelo por Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria). R$ 30. Na porta, paga R$ 40.
A afirmação faz total sentido quando se ouve o terceiro e mais recente álbum da banda, ArRede - Tempo Sem Nome, um elaborado manifesto pós-pós-tropicalista psicodélico multicultural em que tudo soa espontâneo, real, fresquinho, da hora.
Talvez por que tenha mesmo sido feito na hora. “Esse disco não foi composto primeiro e gravado depois. Pelo menos metade das faixas foi composta em estúdio, na hora. Depois disso, a gente escolhia a mídia de gravação”, detalha o músico.
“Podia ser fita de rolo de 16 canais, gravador doméstico de quatro pistas ou o digital mesmo. Mas sempre gravado ao vivo, incluindo a voz, com um único microfone ambiente para captar toda a banda”, conta.
Abolir: Autotune
Os métodos radicais de Tadeu são fruto de uma longa estrada profissional como produtor do seu estúdio, o Casa das Máquinas: “Velho, eu já produzi uns cem discos para todo tipo de artista e o que eu vejo é que a coisa virou um pacote básico. Nossa ideia era buscar o som acústico real, de banda em estúdio. Não aguento mais ouvir essas voizes padronizadas”.
“Eu não quero mais afinar nem editar porra nenhuma em Autotune. Pego e boto o cantor pra gravar de novo. Existem muitos outros recursos em um estúdio, mas a indústria faz com as pessoas esqueçam disso em favor de um deslumbre por tecnologias baratas”, dispara.
“E a Radiola, como banda, não está atrás disso. Não estamos atrás de banana nenhuma de mercado. Nosso negócio é fazer música e pronto. Quem gostar, gostou. Quem não gostar, que espere o próximo disco”, recomenda Tadeu.
E pelo jeito, tem muita gente gostando. Este mês, a banda tem lotado sua temporada das quintas-feiras de março, na Varanda do Sesi Rio Vermelho.
Além de Tadeu, a Radiola conta com Fábio Dias e Nancy Viégas (vozes), Larriri Vasconcellos (baixo), Tico Marcos (guitarra), Alan Abreu (bateria), Germano Estácio (percussão) e Felipe Kowalczuk (percussão, cavaquinho).
“É uma banda de amigos e ninguém depende dela para viver. Por isso não seguimos receitas de mercado”, afirma.
Participações, temporada no Sesi
O álbum ainda conta com participações inspiradas de Letieres Leite (flauta em Sob os Pés), Cicinho de Assis (sanfona em Sob os Pés e Calle Escudellers), Chocolate da Bahia (voz em Sob os Pés), Edbrás (voz e gramofone cretino em Palhaçada), DJ Mauro Telefunksoul (scratches em Sob os Pés), Cássio Nobre (viola machete em Tempo de Tudo), João do Boi e Alumínio (ambos do Samba Chula de São Brás, vozes em Tempo de Tudo) e até de Glauber Rocha (voz, sampleada, em Low Fi Profile).
(Acima, foto de Ivan Cunha do show de lançamento de Tempo Sem Nome, Teatro Solar Boa Vista, 31 de julho de 2012).
"Letieres mandou uma flauta sensacional, Cicinho de Assis detonou com o acordeom, Chocolate da Bahia fez um repente lá na hora também, Cássio Nobre tocou o alaúde dele, o pessoal do Samba Chula de São Brás... foi muita coisa assim, rápidas - mas que iam pontuando as canções e consideramos importante como referências para essa música que queremos fazer", observa Tadeu.
"E tudo isso tem a ver com aproveitar o momento. Aproveitar o momento da alegria e da espontaneidade, sem pensar nessa coisa formatada e enlatada para vender como produto. Nosso negócio é música. Música mesmo", reitera.
De início, foram gravadas 14 canções para o disco, mas só nove chegaram ao final cut. "Essa foi outra preocupação nossa, que o disco tivesse minutagem de vinil, por que vamos lança-lo em vinil também, pelo seloRed Bull Music Academy. Já era para ter saído desde o ano passado, quando lançamos para download e CD, mas teve um problema lá com o fornecedor deles", conta.
"Mas eles disseram para ficarmos tranquilos, que esse vinil sai ainda nesse primeiro semestre", revela.
No momento, a Radiola cumpre uma temporada de cinco datas na Varanda do Sesi, se apresentando todas as quintas-feiras de março, sempre com algumas das participações que estiveram no disco - e outras.
"Tivemos Cicinho de Assis na primeira noite, e na segunda teve Lívia Mattos e Wado. Essa semana estamos confirmando Letieres. Parece que ele vai. E Edbras também deve confirmar aí", avisa.
"Semana passada lotou. Vendemos 100 ingressos na hora, lotação máxima. Dá muita gente do meio musical. O engraçado é que a Radiola não é uma banda só de músicos. Tem publicitário, cineasta, administrador de fazenda. Eu e Nancy somos os mais músicos da banda, digamos assim. Todos os outros tem outra atividade. O legal é que a galera da plateia dá muito feedback", conclui.
Radiola / 21 e e 28 (quintas-feiras) de março, 22 horas / Varanda do Sesi (Rio Vermelho) / R$ 15
Baixe: www.bandaradiola.com.br
NUETAS
Candice para baixar
Ex-cantora da banda Anacê, Candice Fiais (foto: Hildegardo Nogueira) passou um tempo longe do cenário. Ela volta agora, com o lançamento virtual de um single, da música De Verdade. O arquivo MP3 da canção, produzida por Jorge Solovera, estará disponível para download gratuito no site de Candice, a partir das 21 horas desta quinta-feira (21). Pinta lá: www.candicefiais.com.
ZuluZ & amigos free
O reggae ensolarado da banda ZuluZ se despede do verão nesta sexta-feira (22). Para engrossar o coro de até breve, convidados de peso: Diamba, Peu Meurray e Rafael Pondé. Praça Tereza Batista, Pelourinho, às 21 horas. Entrada gratuita.
Lo Han também
Quem também faz show na faixa pra galera é a Lo Han, uma das últimas representações hard / classic rock da cidade. O sexteto faz essa pausa nas gravações do primeiro álbum, produzido pelo mentor Álvaro Assmar, para recarregar as energias com seu público. Na mesma night, Nefasto e Andaluz. Sábado (23), no Dubliner’s Irish Pub, às 22 horas. Gratuito.
Kiko Loureiro dia 27
Já à venda os ingressos do show do Kiko Loureiro Trio, dia 27 (quarta-feira), no Groove Bar. Guitarrista do Angra, é acompanhado neste projeto paralelo por Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria). R$ 30. Na porta, paga R$ 40.
segunda-feira, março 18, 2013
PRESTES A INICIAR PROVA DO SEGUNDO ÁLBUM, MAGLORE FAZ BALANÇO DO VERÃO EM CASA
Banda mais popular do rock baiano atual, a Maglore abre novo ciclo produtivo, após passar um agitado verão na cidade.
Nesta quarta-feira, o quarteto retorna à sua base em São Paulo, para onde se transferiu pouco de pois de lançar o primeiro e elogiado CD, Veroz (2009).
Por aqui, a banda aproveitou para se reencontrar com seu crescente público local em pelo menos dois shows de grande porte: em dezembro, no Bahia Café Hall e em janeiro, na Praia de Armação, quando encabeçou a lista de atrações de um dos domingos do Verão Coca-Cola.
Nesse meio tempo, também viajaram ao interior, para se apresentar em cidades que ainda não tinham visitado, como Jequié e Itabuna.
Mas a principal atividade dos rapazes aqui na cidade foi mesmo as gravações do aguardado segundo álbum da banda.
As sessões, sob a produção do experiente Tadeu Mascarenhas no Estúdio Casa das Máquinas, foram no esquema “ao vivo no estúdio”.
“Tadeu botou todo mundo tocando junto ao mesmo tempo dentro do estúdio, sem metrônomo (aparelhinho que marca o andamento da música). Só a voz foi incluída depois”, como conta o baterista, Felipe Dieder.
Mic 3D e síndrome superada
De início, os músicos pensaram em dispensar a figura de um produtor no estúdio, mas conhecedores dos métodos de Tadeu, optaram por traze-lo a bordo do projeto: “Ele não é um cara que aperta o REC e pronto. Ele se envolve. E mesmo que você discorde da orientação dele, sua postura é sempre tranquila. Então a relação é sempre saudável”, elogia Dieder.
“Ele colocou um microfone ambiente no meio da sala de gravação, que, segundo ele, dava uma qualidade mais 3D no som. Olha, eu nem sei direito o que significa isso, mas ficou muito bom”, afirma, satisfeito.
Para ajudar a passar na temida prova do segundo álbum, a Maglore conta também com alguns aliados que participaram das gravações, como Aiace Félix (cantora da Sertanília), Diego Fox (Suinga), Nancy Viegas (Radiola), Stina Sia (cantora dinamarquesa residente em Salvador), Batata (percussionista da Baiana System) e o alagoano-catarinense Wado.
Dieder garante ser coisa do passado a temida síndrome de Los Hermanos, responsável pela aura “ame-a ou deixe-a” que marcou a banda no início.
“É, eu ouvi algumas queixas nesse sentido, até mesmo antes de entrar na banda, há um ano. Mas isso está superado. Não que não ouçamos mais Los Hermanos. É a banda-referência de nossa geração”, afirma.
“Mas esse segundo disco está bem diferente do primeiro. Até pela passagem do tempo. Boa parte das músicas novas foram compostas lá em São Paulo. A coisa toda soa mais heterogênea agora, com influencias bem distintas”, observa.
Mordaz como todo bom baterista de rock, Dieder se sai com uma boa reflexão sobre o ofício de músico independente: “O que eu acho é o seguinte: se for para fazer a mesma coisa a cada disco, é melhor parar. Se a gente estivesse ganhando dinheiro que nem cantora de axé, faríamos a mesma coisa todo ano. Não é o caso”, afirma.
Em São Paulo, a Maglore mixa e masteriza o novo disco com Fernando Sanches (Criolo, Tulipa). “Sai pelo Conexão Vivo para download gratuito, em abril. E em junho, o CD físico já deve estar nas lojas”, conclui.
sexta-feira, março 15, 2013
QUE MICRO-RESENHINHAS SEM-VERGONHA
Da necessidade de testemunhar a tormenta
Enquanto banda, o Led Zeppelin era uma força da natureza. Daí relatos de testemunhas deste show de 2007, que afirmam que mídia nenhuma lhe faz justiça. Ainda assim, assistir este show, mesmo pela TV, é como testemunhar uma tempestade de proporções divinas. Contempla-la, contudo, é necessário. Gênios. Led Zeppelinc / Celebration Day / Warner / Blu-ray + CD: R$ 89,90 / DVD + CD: R$ 79,90
Elegância indie sob medida
Na entressafra entre um álbum e outro, a grande banda sergipana Snooze solta este EP grátis. São três inéditas (Empty Star, Old Record e Nickdrakiana) e quatro covers: The Clash, Pin Ups, Second Come e GBV. Elegância indie roqueira clássica, sem arestas a aparar. Snooze / Empty Star / Brechó / Baixe grátis: www.verbo21.com.br/v6
Cale moderninho
Único membro de formação erudita do Velvet Underground, John Cale tem uma cultuada carreira solo. No novo CD, ele cita o Google cantando no vocoder (December Rains) e brinca no playground com Danger Mouse (I Wanna Talk 2 U), entre outras estripulias. As vezes funciona. Às vezes não. Mas tá bem moderninho para a idade (71 anos). John Cale / Shifty Adventures in Nookie Wood / Vigilante - Deck / R$ 29
Modernismo centenário
Em 1914, o compositor erudito francês Darius Milhaud (1892- 1974), veio ao Brasil, trabalhar na embaixada do Rio de Janeiro. Caiu na noite e se encantou com tudo. O resultado foi O Boi no Telhado, peça modernista cheia de referências ao folclore brasileiro. Neste livro, esta saga é devidamente esmiuçada em muitos artigos, fotos, partituras e um CD. O Boi no Telhado / Manoel Aranha Correa do Lago (org.) / Instituto Moreira Sales / 304 p. / R$60 / www.ims.uol.com.br
Brasileira cosmopolita
Ex-cantora do Nouvelle Vague e Thievery Corporation, a brasileira Zeviani se lança solo com um CD consistente, de sonoridade delicada, adequada à sua voz doce, mas firme. A semelhança com Tiê é meio inevitável notar. Mas a estreia é promissora. Karina Zeviani / Amor Inventado / Som Livre / R$ 27,90
Vá ao restô, mas não não me chame
Ponta de lança do tal chillwave (trilha sonora para restôs e frescuras a fins), Toro Y Moi chega ao terceiro CD. É aquele sonzinho eletrônico que flerta com R&B, dub e synth-funk etc, com resultados desiguais. Cola, Studies e High Living são os pontos altos. Toro Y Moi / Anything In Return / Vigilante - Deck / R$ 28,90
Dá um mergulho
Dona de voz suave, a mineira Paula Santoro caminha entre a tradição da MPB “ecológica” de Tom Jobim e Caymmi e uma certa ousadia nos arranjos, com destaque para o Grupo Uakti em Mar Deserto. Classudo, climático, merece ser descoberto. Paula Santoro / Mar do meu mundo / Borandá / R$ 29,90
Alguém perdeu a cabeça
Escrito sob pseudônimo gringo pelo brasileiro Álvaro Cardoso Gomes, este romance alia ação e humor para contar a história de cinco mercenários contratados para matar Bin Laden. E eles o fazem. Mas, como se sabe, não foram eles que mataram o árabe. Então, de quem é essa cabeça que eles trouxeram? As duas mortes de Osama bin Laden / A.C. Gilmore / Pavana/ 292 p./ R$ 28/ edicoespavana.com.br
O anticristo que conhecemos
Na parte final de Século, Alan Moore e o assecla Kevin O’Neill colocam Mina Murray, Alan Quartermain e Orlando cara a cara com o Anticristo – que vem a ser um certo bruxinho juvenil muito famoso. A galhofa de sempre, maravilhosamente repleta de referências literárias e visuais. A Liga Extraordinária - Século: 2009 / Alan Moore e Kevin O´Neill / Devir/ 96 p./ R$ 36/ R$ 47,50 (capa dura)/ devir.com.br
Consolo em DVD
De qualidade técnica duvidosa, este DVD do Ultraje a Rigor foi gravado para o extinto programa Bem Brasil, em 1999. O show em si é bastante razoável e o repertório percorre todos os hits. Como Roger não pega avião, é único jeito dos fãs baianos assistirem à banda ao vivo... Ultraje a Rigor / Rock Bem Brasil / Warner / R$ 41,90
Live in Feira City
Patrimônio do punk rock baiano, a Pastel de Miolos solta este bootleg (antiga denominação para LPs piratas) gravado em Feira. A gravação não é lá essas coisas, mas a energia selvagem do trio compensa. Pastel de Miolos / Bootleg: 22/07/2012 / Pirato Rekordo / CD: R$ 10 / Baixe Grátis: piratorekordo.wordpress.com
Não é a Chica da Silva
Grande atriz, Zezé Motta é cantora de igual categoria. No LP de estreia (1978), agora relançado, demonstra por que autores como Rita Lee, Moraes Moreira e Luiz Melodia compunham especialmente para ela. Visceral, tem ainda Chico, Gil e Leci. Zezé Motta / Warner / R$ 23,90
Bravos brasileiros
Segundo volume da série de HQs Jambocks! que conta um pouco da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Enxuto, o roteiro investe pouco nos personagens, mas compensa na acuracidade histórica. E a arte pintada de Felipe Massafera bate um bolão. O prefácio é de João Barone. Jambocks! 2 – Defendendo o Canal do Panamá / Menezes & Massafera / Devir / 56 p. / R$ 31,50 / devir.com.br
Pena ágil
Um dos grandes escritores brasileiros vivos, o mineiro Affonso Romano de Sant’Anna oferece aqui um saboroso conjunto de 65 crônicas em que emprega sua pena leve e inteligente para tratar de diversos assuntos, que vão de Clarice Lispector a Bruna Surfistinha etc. Leitura ágil, mas nunca superficial. Como andar no labirinto / Affonso Romano de Sant’Anna / L&PM / 208 p. / R$ 18 / www.lpm.com.br
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