Referência inescapável da música instrumental da Bahia, admirado no Brasil e no exterior, o guitarrista Mou Brasil lança hoje, com show gratuito, seu novo álbum solo, Farol.
De sonoridade essencialmente jazzística ortodoxa, mas com influências refrescantes de música brasileira e regional, Farol traz Mou em grande forma.
Para acompanhá-lo, instrumentistas igualmente conceituados, como Ldson Galter (contrabaixo acústico), Marcelo Galter (piano, órgão), Victor Brasil (bateria) e Orlando Costa (percussão), entre outros.
Brilha também um seleto trio de convidados: o saxofonista norte-americano Steve Coleman (na faixa Atraída) e os cantores Manuela Rodrigues (canta em três faixas) e Tiganá Santana (em Vencerá o Amor).
Chama atenção ainda o projeto gráfico do CD, com fotos do japonês residente em Salvador Hirosuke Kitamura e direção de arte do escritório Santo Design.
Nas fotos, vê-se detalhes de uma Salvador sombria, noturna, melancólica – um bem-vindo (e realista) contraponto ao clichê da cidade ensolarada.
“Seja seu próprio guia”
Tudo minuciosamente pensado para construir o conceito de Farol: “Eu sempre penso (em um disco) como se fosse um quadro”, afirma Mou.
“Tudo tem que fazer sentido: as composições, a ordem do repertório, quem está tocando. Eu me preocupo muito com a linguagem, a sonoridade. Tudo está envolvido e tudo tem que fazer sentido”, reitera.
Quanto ao clima noturno evocado tanto em som quanto imagem, Mou diz querer “criar um contraste. Aonde você vai encontrar a luz? De onde ela vem”?, pergunta.
“A luz não vem da luz. Ela vem do escuro. Tem uma música no disco, Verdadeiro Lar, que trata das relações humanas, de você ser seu próprio guia. Essa é a mensagem principal desse Farol”, aponta Mou.
Apesar de sempre pensar bastante no que quer mostrar em uma obra, Mou garante que conta muito com as contribuições dos parceiros: “Quando começo a gravar, fico aberto às colaborações individuais de cada músico. O que eles trazem é importantíssimo”, diz.
“É importante que cada um chegue com sua personalidade criativa. E aí seja lá o que Deus quiser. Seja lá onde vamos, vamos tocando juntos e amadurecendo a obra”, acrescenta.
"Na verdade, (a ideia) é dar forma a tudo o que acontece no meu dia a dia, nas minha relações. É a minha leitura das coisas, dos acontecimentos, dos meus desejos e sonhos. E também uma boa parte vem do que eu escuto e do que busco como músico.Certamente, está tudo entreleçado. Um disco é o resultado de tudo isso", detalha Mou.
Mou diz não ser um guitarrista que é do tipo fã de outros
guitarristas. "Não me ligo muito na guitarra em si não, sabe? Pra mim,
(a guitarra) é mais um instrumento. Eu me ligo é na composição, no
arranjo, na ideia, na intenção", demarca
Hoje, Mou e banda executarão algumas faixas do CD, mais outras, pinçadas de um repertório de 30 anos de carreira – solo e acompanhando grandes bandas e artistas.
“De maneira geral, acho que seria legal se ligar menos nos artistas e mais na música do artista. Quando você fica vidrado demais no artista, acaba se desligando do essencial: música”, observa.
Dos três músicos que participaram do disco como convidados, somente Manuela Rodrigues – se é que dá pra suar o termo somente quando se trata dessa cantora – subirá no palco com Mou hoje à noite.
"É que os outros dois - Steve Coleman e Tiganá - nã
o estão na cidade", informa o guitarrista.
Fotos Mou e capa do CD: Hirosuke Kitamura.
Show de Lançamento do disco "Farol", de Mou Brasil / Hoje, 19 horas / Galeria do Livro (Espaço Unibanco de Cinema Glauber Rocha / Entrada gratuita
Farol / Mou Brasil / Produzido por Mou Brasil, gravado por Jorge Solovera / Selo: Garimpo Música / Preço não divulgado / Ouça: www.soundcloud.com/garimpomusica
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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19 comentários:
RIP jornalismo baiano.
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed740_jornalismo_na_bahia_um_epitafio
Cartaz nacional de Guerra Mundial Z!
http://omelete.uol.com.br/world-war-z/cinema/guerra-mundial-z-veja-em-primeira-mao-o-poster-nacional/
...e a deusa sueca Malin Akerman é Debbie Harry no cartaz do filme CBGB!
http://omelete.uol.com.br/cbgb/cinema/cbgb-cartazes-de-personagens/
Esse filme tem tudo pra ser caralho!
Samba do decenauta doido: Carrie Kelley, a Robin do Caveleiro das Trevas de Frank Miller, será incorporada à cronologia oficial, como a nova Robin.
http://www.bleedingcool.com/2013/04/05/will-carrie-kelley-be-the-new-robin-on-the-gatefold-cover-of-batman-and-robin-19/
RIP Carmine Infantino.
http://www.bleedingcool.com/2013/04/04/carmine-infantino-dies-dc-comics-publisher/
Li muito Flash e Mulher-Aranha desenhados por ele.
Particularmente, nunca gostei muito do seu estilo - que, justiça seja feita, era inimitável, imediatamente reconhecível.
Não precisava ter o nome dele nos créditos. Vc via uma história e já sabia se o desenho era dele. Cabelos estáticos, bocas largas, queixos quadradões. Mas tinha lá seu dinamismo.
Me parece que será mais lembrado como editor / homem dos bastidores da indústria, do que como artista.
O Buraco Negro, um antigo filme de FC da Disney, feito em 1979, em plena onda Star Wars, parece que vai ganhar remake:
http://www.bleedingcool.com/2013/04/04/heres-your-black-hole-news-the-film-will-be-written-by-prometheus-and-the-darkest-hours-jon-spaihts/
Se não der prejú, já vai se sair melhor que o original, que provocou, este sim, um buraco negro que sugou milhões de dólares...
Chics, os Mortos que Andam retornam quando,,, to loco por sangue!!!
Agora só em outubro, Márcio. Leia as HQs e os livros enquanto isso - são ótimos!
PQP!!! Tomara que Poliana nao queira MEU sangue! Ela que fica numa ansiedade louca!!!
Eu li se nao me engano os 3 primeiros vols que vc me emprestara anos atrãs, qd nem pensavam em filmar isso...
Valeu!
Já está no Vol. 11 - aqui no Brasil! Lá fora já passou do 17, acho. E tem a trilogia de livros que contam a história do Governador. Já saíram dois: A Ascensão do Governador e O Caminho Para Woodbury.
Li o primeiro. É pesadíssimo, no limite da depressão, na melhor tradição TWD. Custam mais barato que um encadernado da HQ.
Quando entrevistei o escritor sueco John Lindqvist sobre Mortos Entre Vivos (outro livraço de zumbis, mas totalmente diferente do estilo TWD), fiz também uma pequena resenha de A Ascensão do Governador.
Lembre aqui:
http://rockloco.blogspot.com.br/2012/06/john-lindqvist-os-zumbis-de-estocolomo.html
Aí, Márcio! A história de Y - O Último Homem não está tão longe da realidade...
http://br.noticias.yahoo.com/blogs/vi-na-internet/o-mundo-%C3%A9-das-mulheres-cientista-australiana-prev%C3%AA-233240201.html
RIP Bigas Luna:
http://omelete.uol.com.br/cinema/morre-o-cineasta-espanhol-juan-jose-bigas-luna/
chico tava aqui pensando...exite uma diferença entr zombie undead e living dead???
"O que censuro aos jornais é fazer-nos prestar atenção todos os dias a coisas insignificantes, ao passo que lemos três ou quatro vezes na vida os livros em que há coisas essenciais."
Marcel Proust (1871-1922)
deparei-me com essa citação do Proust lembrei-me da conversa que tivemos sobre as fofocas do yahoo...e olha que o cara morreu em 22 hein? há quase 100 anos!!
RIP Marku Ribas.
http://g1.globo.com/minas-gerais/musica/noticia/2013/04/vai-deixar-uma-riqueza-muito-grande-diz-viuva-do-musico-marku-ribas.html
Sputter, acho que dá no mesmo.
é que nem diabo, tinhoso, satanás, lúcifer e peraí vai?
conversando com o escritor Santiago Nazarian, sobre os termos undead, living dead e zumbi, ele me respondeu isso:
Zumbi vem da cultura haitiana, e existe de fato o ritual e tal. Pegou-se emprestado o termo para os living deads americanos, mas que não exatamente a mesma coisa. Undead veio do romance Drácula, e envolve todo tipo de morto vivo, inclusive vampiros.
Olá Franchico!
A "A Ascensão do Governador" é excelente e com um desfecho idem. Na micro-resenha você foi em cima quando disse que o livro é "não-indicado para depressivos, dado o tom de desesperança absoluta". Espero que a quarta temporada venha tão boa quanto a terceira.
Leo Cima.
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