Que porra vamos fazer até as cinco da tarde presos aqui? |
Entre as muitas homenagens e tributos ao redor do mundo, O Clube dos Cinco ganha exibição em cinema (inédita) no Cinemark.
Hoje, em São Paulo, a exibição da cópia remasterizada será seguida de bate-papo com Andrew Meyer, produtor executivo do filme, que veio ao Brasil participar do 4º Acting & Film Festival, uma iniciativa do Latin American Film Institute.
Um clássico contemporâneo e ícone da década de 1980, O Clube dos Cinco (The Breakfast Club, 1985) não é, certamente, o filme mais famoso do diretor John Hughes (1950-2009). Este é o igualmente clássico Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986).
Diferente do Curtindo..., O Clube dos Cinco não tem toda aquela produção, com direito a uma Ferrari atirada pela vidraça da Ben Rose House, hoje patrimônio arquitetônico tombado da cidade de Chicago.
O Clube... é praticamente uma peça de teatro filmada, com elenco reduzido e um cenário que se limita a biblioteca de uma escola suburbana de Chicago, com direito a alguns passeios e correrias por algumas de suas dependências.
Presos na biblioteca
O elenco com John Hughes, de óculos |
Cada jovem corresponde a um estereótipo típico de qualquer escola no mundo.
Há Claire, a patricinha cheia de não-me-toques (a ruivinha Molly Ringwald, no auge da beleza). Brian, o CDF pressionado pelos pais (Anthony Michael Hall). Andrew, o atleta para quem não interessa o segundo lugar (Emilio Estevez). John, o jovem durão de classe baixa (Judd Nelson). E por fim, Allison, a gótica esquisitona (Ally Sheedy). De olho em todos eles temos Richard, o diretor (Paul Gleason).
Ao longo do dia, todos acabam por se desnudar de alguma forma, expondo seus dilemas, problemas familiares e medos em uma convivência forçada que é praticamente uma terapia em grupo.
Quando o dia acabar, nenhum deles será mais a mesma pessoa.
O grande mérito do filme é essa abordagem universalizada e franca das dores e delícias de ser jovem, sem recorrer às baixarias e piadas de pum que se tornaram a regra nos filmes dirigidos ao público jovem.
Em seus 97 minutos, os cinco jovens fazem de tudo naquele pequeno cenário: se odeiam, se confrontam, se identificam, se apoiam, riem, choram, surtam, dançam, fogem do diretor pelos corredores e até compartilham um inocente baseado. Enfim, vivem com uma intensidade que nunca haviam experimentado.
Baseado em diálogos rápidos e inteligentes, O Clube dos Cinco tornou-se imediatamente um filme cult, com direito a inúmeras citações na cultura pop desde então, além de ter rendido a banda inglesa Simple Minds o maior hit de sua carreira, (Don't You) Forget About Me.
A oportunidade de assisti-lo na tela do cinema é algo inédito, já que, na época, o filme não foi exibido no Brasil, tendo sido lançado direto em VHS.
Atemporal
Andrew Meyer |
Como um filme que se apoia integralmente na força das atuações e nos diálogos, O Clube... precisava de um elenco perfeito para cada papel.
“Eu estava lá (nos testes) com o diretor de elenco. E não, eu não chamaria ninguém diferente”, afirma – com razão.
Ele conta que conheceu John Hughes ao ler o roteiro de uma de suas primeiras comédias: “Eu dirigia uma companhia de produção e li o roteiro de Férias Frustradas (National Lampoon’s Vacation, 1983). Achei muito engraçado e daí voei até Chicago para conhece-lo”.
O Clube dos Cinco (The Breakfast Club, 1985) / Dir.: John Hughes / Com Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Judd Nelson, Molly Ringwald e Ally Sheedy / Cinemark Shopping Salvador / Sábado (23h55), domingo (12h30) e quarta-feira (19h30) / R$ 14 e R$ 7
3 comentários:
.
Pela primeira vez, exibido aqui na cidade-esgoto...
"Que porra vamos fazer até as cinco da tarde presos aqui?"
Ah, Francis, eu adoro a sua liberdade de expressão aqui no ROCK LOCO...
nunca vi...se vi, vi criança na tv e não me lembro...mas é óbvio que sei que é um filme que uma galera gosta pra porra...mas curiosamente nunca vi...
classicão !!!
ah a trilha sonora é incrível !
Don't you .... forget about me !!!
Postar um comentário