Banda dos irmãos fundadores do Sepultura se apresenta em Salvador no domingo, com abertura dos paulistas da Capadocia
A rigor, uma banda norte-americana – mesmo que liderada pelos irmãos mineiros Max e Igor – o Cavalera Conspiracy engrossa, neste domingo, a pálida lista de atrações internacionais a visitar Salvador.
Fundada em 2006 após a reconciliação entre os irmãos, a banda se apresenta pela primeira vez na cidade em meio a uma turnê sul-americana que passa pelo Brasil, Chile, Argentina e Equador em 14 shows.
As apresentações servem para a banda esquentar os tamborins para o lançamento do seu terceiro álbum, Pandemonium, a sair em novembro.
“É o nosso disco mais rápido e agressivo”, avisa o cantor e guitarrista Max Cavalera, por telefone, do seu quarto de hotel em Manaus, aonde se apresenta hoje a noite.
“São dez faixas – e as dez são rápidas. É muito elétrico e cheio de energia, feito para tocar ao vivo”, reitera o músico.
Ele acredita que o rock pesado atual estava precisando um pouco dessa dose de velocidade.
“Logo no início falei com Igor que queria uma coisa mais rápida. Tô sentindo que o metal tá mais lento. Então eu queria menos groove e mais rapidez mesmo”, conta.
Poder dizer palavrão
Morando em Phoenix, Arizona há mais de vinte anos, Max conta que, para ele, é sempre uma satisfação se apresentar diante de uma plateia de conterrâneos brasileiros.
“É (uma relação) bem forte. É legal demais poder falar em português com a galera, conversar, falar palavrão”, ri.
“E pelo que já vimos em Fortaleza e no (Festival) Porão do Rock (Brasília), essa turnê vai ser sensacional. No repertório a gente toca coisa velha e coisa nova, coisas do Nailbomb (banda paralela de Max nos anos 1990)”, conta.
Tocando duas bandas em paralelo – Cavalera Conspiracy e Soulfly – Max conta que ele e Igor (que fora do CC toca o projeto eletrônico Mix Hell) costumam programar períodos de mais ou menos um ano para cada projeto.
“A gente passa um ano sem se ver, mas sempre em contato. Aí quando tem que fazer o disco, ficamos juntos. Aí vem os shows nos EUA, no fim do ano. Em 2015 fazemos Europa e outras partes do mundo, como Austrália, África do Sul. Isso leva o ano inteiro. Depois de uma pausa, parto para o décimo álbum do Soulfly”, descreve.
"E os discos do Soulfly é um lance que sempre faço com muita atenção, muita dedicação. Neste momento estou mais dedicado ao Cavalera. Antes vim do Killer Be Killed, que foi um projeto mais acessível, até mais comercial mesmo, comparado ao Cavalera", observa Max.
O icônico vocalista confirma uma velha suspeita do repórter: "Sim, o metal ainda é mais forte na Europa. Rola muito na Alemanha, Itália, Portugal, França. Fazemos a maioria dos festivais grandes de metal por lá. Mas tocamos muito pelos EUA também, tá um momento legal para o rock pesado por lá. Fizemos uma turnê recente com o Dillinger Escape Plan pela rede House of Blues. E em nossos shows que vamos fazer agora, a metade dos vai ser lá também", conta.
Max diz que adora receber CDs de bandas locais: “Sempre que venho pra cá (Brasil) recebo um monte de CDs de bandas. E eu levo pra casa e escuto mesmo, gosto de saber o que está rolando por aqui. Quero receber uns CDs daí da Bahia também”.
Informado da ativa cena de metal extremo baiana, Max diz lembrar da Headhunter DC: "Ah, Headhunter! Eu lembro dessa porra"!, diverte-se.
Além do CC, a noite de domingo ainda terá a banda Capadocia, do ABC paulista, uma aposta de Gloria Cavalera, empresária do CC.
No palco, Max e Igor contam com Marc Rizzo (Soulfly) na guitarra e Nate Newton no baixo.
Cavalera Conspiracy / Abertura: Capadócia / Domingo, 20 horas / The Hall Eventos (Av. Octavio Mangabeira, 2.471, Pituba) / R$ 80 / Vendas: lojas Foxtrot ou www.ticketbrasil.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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5 comentários:
Um raro filmaço ficcional de / sobre jazz para não perder de jeito nenhum:
http://omelete.uol.com.br/festival-de-toronto/cinema/whiplash-em-busca-da-perfeicao-critica
Gostaria de ir, mas vou estar trampando com Irmão Carlos...e tb achei meio salgado o preço, pra mim que vive de raros pequenos freelas...mas tomara que lote...legal que ele se lembre da Head, pra mim a maior banda dessa nossa cidadezinha...junto com a Mystifier, as bandas que mais botam pra quebrar nessas bandas...quiça do NO/NE...sem rabo preso com ninguém, 100% independente há quase 30 anos cada uma...falar pra Beloff pra levar uns cd´s pra Max comprar...afinal o cavalera tem $$$$-hehehehhe
Beloff não é Belov? Sergio Belov?
Ernesto, eu sempre chamei de Beloff e vejo-o assinar assim...mas aí tem que perguntar pra ele...
Se for Sergio da Belov Engenharia, então é o mesmo guitarrista de Lygia Cabus na Treblinka e na THC.
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