Com DVD ao vivo recém-lançado, cariocas da Ponto de Equilíbrio se apresentam na cidade no dia 18, com Natiruts, Criolo e Jau
Cena independente por natureza, o reggae brasileiro tem na banda carioca
Ponto de Equilíbrio (foto: João Paulo Racy) um de seus expoentes mais
fiéis às raízes rastafári do gênero.
Com show em Salvador marcado para o dia 18, a banda está em plena turnê de lançamento do DVD Juntos Somos Fortes, recém-lançado.
No vídeo, a força roots da banda surge plena, com tudo o que caracteriza o estilo: chacundum malemolente, louvações à Jah (há até uma oração) e Hailê Selassiê, à ganja e à Mãe África.
Se, para quem não é exatamente fã, a coisa toda pode soar meio clichê, isso não importa muito à imensa base de fãs angariada na trajetória desta banda da Vila Isabel, que completa 15 anos em 2014.
“Este é um trabalho do qual nos orgulhamos bastante”, afirma o baterista, compositor e letrista Lucas Kastrup.
“Ele veio coroar esses 14 anos de banda após três CDs, trazendo o registro de um show, com a performance da banda ao vivo no palco e o contato com o público. Somente um DVD para registrar dessa forma”, diz.
No Circo Voador, a Ponto recebeu dois ilustres da cena carioca: Marcelo D2 e Lauro Farias (baixista d’O Rappa). “As presenças de Marcelo e Laurinho vieram abrilhantar ainda mais este show único”, acredita.
“Nos extras, ainda é possível ver clipes com os jamaicanos do The Congos e Don Carlos, além de making of e um documentário que nós mesmos produzimos, intitulado Liberdade em Neves”, acrescenta Lucas.
No repertório de 18 músicas, todas as preferidas dos fãs, como Aonde Vai Chegar, Novo Dia e Janela da Favela, mais uma inédita. “Tentamos juntar as músicas que transmitissem um pouco de cada etapa da nossa trajetória, priorizando as mais cantadas por nosso público, além da inédita Estar Com Você, do nosso guitarrista Marcio Sampaio em parceria com o vocalista Helio Bentes”, conta.
Roots sem diluição
Diferente da maioria das bandas de reggae de sucesso popular, a Ponto de Equilíbrio tem a vantagem de não diluir a música, mantendo o peso e o suingue roots originais da Jamaica, com um toque brasileiro.
“O reggae acaba sendo o trilho no qual seguimos, a base da nossa construção, dentro da qual outros elementos oriundos do samba, do rap, da música africana e brasileira, do blues e do rock enriquecem nossa música, mantendo sua identidade, pois afinal existe uma raiz em comum entre todas elas”, diz.
“Acredito que falamos uma mensagem clara, sem arrodeios. Quem não conhece um vizinho ou outra pessoa para a qual gostaria de dizer ‘seu assunto principal é falar mal da vida alheia, mas isso é coisa feia’ (letra de Onde Vai Chegar)”, cita o baterista.
Para os muitos fãs soteropolitanos que aguardam o show no Wet ‘n’ Wild no dia 18, Lucas diz que “o público baiano com certeza se destaca pelo entusiasmo e interação no show”.
“Para nós é um lugar muito especial, desde muito jovens o som de Edson Gomes tocava nas nossas vitrolas e admiramos a cena reggae da Bahia, como um todo”, conclui.
Juntos Somos Forte / Ponto de Equilíbrio / Kilimanjaro Produções / R$ 30 / www.lojapontodeequilibrio.com.br
Luau Natiruts / Com Natiruts, Criolo, Jau e Ponto de Equilibrio / 18 de Janeiro, 20 horas / Wet´n Wild / Ingressos Pista: R$ 100 e R$ 50 / Camarote: R$ 150 e R$ 75
ENTREVISTA: LUCAS KASTRUP
Ficaram satisfeitos com o resultado do DVD? Saiu tudo direitinho como vocês esperavam?
Lucas Kastrup: Sim. Este é um trabalho com o qual nos orgulhamos bastante. Veio coroar esses 14 anos de banda que agora vamos comemorar. Após três Cds gravados o DVD Juntos Somos Fortes veio trazer o registro de um show, com a performance da banda ao vivo no palco e o contato com o público. Somente um DVD para registrar dessa forma. A presença de Marcelo D2 e do Laurinho d´ORappa viream abrilhantar ainda mais este show único no palco do Circo Voador, no Rio de Janeiro. Nos extras é possível ver video-clipes com a participação de jamaicanos como The Congos e Don Carlos, além do Making Of e de um documentário que nós mesmos produzimos, intitulado "Liberdade em Neves".
Qual foi o critério de seleção do repertório?
LK: A escolha não foi tão fácil pois ao tentar resumir 13 anos de caminhada em um único registro, nem tudo pode ser incluído, o que por outro lado nos estimula a pensarmos em projetos futuros. Tentamos juntar num mesmo show as músicas que transmitissem um pouco de cada etapa da nossa trajetória. Dessa forma o DVD traz um apanhado de nossos três álbuns, priorizando as músicas mais cantadas por nosso público desde o Reggae a Vida com Amor (de 2004), Abre a Janela (2007) e Dia após dia lutando (2010). O DVD Juntos Somos Fortes também conta com a música inédita "Estar com você", uma composição do nosso guitarrista Marcio Sampaio em parceria com o vocalista Helio Bentes.
Diferente de muitas outras bandas, vcs conseguem fazer sucesso popular sem diluir a música reggae, mantendo o peso e o suingue original jamaicanos, roots mesmo. A que se deve esse êxito duplo - artístico e comercial - de voces?
LK: Acredito que falamos uma mensagem clara, sem arrodeios. Vamos direto ao ponto e da forma que diferentes gerações conseguem assimilar e se identificar com o que falamos. Quem não conhece um vizinho ou outra pessoa para a qual gostaria de dizer "seu assunto principal é falar mal da vida alheia, mas isso é coisa feia". O reggae acaba sendo o trilho no qual seguimos, a base da nossa construção, dentro da qual outros elementos oriundos do samba, do rap, da música africana e brasileira,do blues e do rock enriquecem nossa música, mantendo sua identidade, pois afinal existe uma raiz em comum entre todas elas.
Volta e meia a Ponto de Equilíbrio está aqui em Salvador, participando de grandes eventos de reggae. Como é a relação de vcs com o público baiano? Tem algum artista do reggae baiano que vs curtem?
LK: Encontramos um público vibrante em grande parte do território nacional e mesmo fora do país. O público baiano com certeza se destaca pelo entusiasmo e interação no show. Para nós é um lugar muito especial, desde muito jovens o som de Edson Gomes tocava nas nossas vitrolas e admiramos a cena reggae da Bahia, como um todo.
O show começa com uma oração rastafari, correto? Os membros da banda são adeptos da religião? Como é ser um rastafari no Brasil? É uma religião aceita? Há locais de oração, como templos ou algo parecido?
LK: A banda se identifica com a filosofia e estilo de vida rastafari. Mas acreditamos que cada um de nós trabalha isso da sua forma, no dia a dia e então não pretendemos propagar uma forma única de ser rastafari. No Brasil ainda existe muito preconceito e falta de informação mas acreditamos que estamos trabalhando para transformar essa realidade. O rastafari original é ligado ao Nyahbinghi, a batida do coração no tambor. Essa é a forma de louvor que mais nos identificamos e colocamos em nossa música reggae, mas existem alguns grupos específicos como os Bobo Ashanty, as Doze Tribos de Israel e outros, que estão difundidos até mesmo dentro do Brasil. Respeitamos e nos consideramos irmãos de todos os grupos que levantam a bandeira de Rastafari, dentro ou fora do reggae.
O Rio de Janeiro, assim como o Maranhão, a Bahia e o Rio Grande do sul são celeiros de bandas e artistas de reggae no Brasil. Como está o movimento aí no Rio? Algum artista novo que vocês gostariam de recomendar ao público?
LK: Temos o grande privilégio de trabalharmos com o reggae, na estrada de Norte a Sul do Brasil. Em cada parte encontramos pessoas identificadas com essa tradição musical e com nossa mensagem. No Rio de Janeiro é sempre um local muito especial pois é onde tocamos com nossos amigos e entes queridos. Algumas bandas se destacam em um novo momento do reggae no Rio, tais como: Daniel Profeta, Filhos da Luz, Yute Lions, Força Viva Riddim e outras.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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3 comentários:
É isso aí, pessoal!
Tudo de bom a todos os leitores rockloquistas e até 2014!
Olá Franchico, tudo certo?
Aqui quem fala é Leo Cima, leitor de seu blog.
Esse não é um comentário para ser postado, é na verdade um convite para você visitar a página que tenho com amigos meus e que fala sobre a cena rocker daqui de Salvador.
É o Portal Soterorockpolitano, no qual temos resenhas de shows e de discos, entrevistas com musicos locais e podcasts sobre o que acontece na cidade no que se refere a essa vertente musical e sobre cultura pop também.
Caso não conheça, gostaria de apresenta-lo a você. Já atuamos com esse formato há uns dois anos e meio e sempre o atualizamos na medida do possível!
O nosso endereço é:
www.soterorockpolitano.com
Estamos abertos a críticas!
O nosso e-mail é:
rotaalternativa@soterorockpolitano.com
O meu e-mail é:
lcima_@hotmail.com
Feliz ano novo!!!
Atenciosamente, Leo Cima.
Q noticia boa esse show de Elton John!Tomara q role mesmo,so de ver Nigel Olsson ao vivo ja paga o ingresso,batera da porra!
Acho dificil rolar essas duas mas ja serve pra um aquecimento,voz e piano simplesmente perfeitos:
http://www.youtube.com/watch?v=UrOu0oc9aB4
http://www.youtube.com/watch?v=6fMWLeKWatM
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