Selo independente Big Bross Records solta coletânea tripla para baixar, com 39 faixas que resumem a cena underground local
Assim como é impossível falar do rock de Seattle sem falar de Sub Pop ou de Manchester sem citar a Factory Records, não há como abordar a cena underground de Salvador das últimas duas décadas sem falar de Rogério Big Bross Brito (foto ao lado) e do selo que carrega seu apelido.
Guardadas as devidas proporções, o selo Big Bross, que completa 13 anos soltando a coletânea tripla (e gratuita) Canções do Leste, é parte indissociável do rock local. Suas histórias se confundem.
“Vou comemorando os 10 anos do selo até fazer 15”, graceja Rogério. “Na época (2011), fizemos um show no Pelourinho com The Baggios (SE) e Theatro de Seraphin. Era para (a coletânea) sair naquele ano, em CD duplo. Mas o tempo passou, virou triplo, para baixar”, relata.
Disponível na edição do mês da revista on line Verbo 21 (nº 168), Canções do Leste, com suas 39 faixas, é um verdadeiro who’s who do underground.
Há desde faixas raras de bandas clássicas (brincando de deus - ao lado, foto Sora Maia), Retrofoguetes, Cascadura) a voos solo de ex-membros desta última (Paulinho Oliveira, Alex Pochat e Ricardo The Flash Alves).
Há os registros iniciais de bandas cultuadas, como Ronei Jorge & Os Ladrões de Bicicleta, Theatro de Seraphin, Radiola, The Honkers e Vendo 147.
Há ainda a recente leva de bandas instrumentais, como Tentrio, Retrovisor, Hessel e Peito de Planta. Duas bandas de ex-membros da lendária Úteros em Fúria (Sangria e Guizzzmo).
Trabalhos solo ou em banda de grandes músicos locais como Jorge Solovera, Glauber Guimarães (como Teclas Pretas) e o recentemente morto Peu Sousa (como Diga Aí, Chefe).
A cantora Nancy Viegas, outro talento inescapável, comparece em dose dupla, com a banda Crac! e Os Grazzers.
Há bandas que marcaram a cena por um curto período, como Brinde, Matiz, Golpe de Mestre, Demoiselle (ao lado), Tara Code, Tudomundo.
Além de projetos que não chegaram a decolar, mas deixaram registro, como Lacme e Cinnamon.
E ainda não é tudo.
Um painel e tanto de uma geração que, mesmo que careça de reconhecimento popular, também se acostumou a não esperar por ela – prova inconteste de independência artística.
“A ideia sempre foi andar pelas ruas menos óbvias de Salvador”, reitera Rogério.
Informalidade a toda prova
“Hoje, o incrível é que, enquanto a maioria dos selos estão fechando, as pessoas estão começando a me reconhecer. O fornecedor (outros selos) diz que CD não vende. Aí, o lojista que comprava vinte pra loja dele, hoje compra cinco. Esse grão em grão me interessa”, diz.
Para ele, “esse mercado que todo mundo diz que não existe mais, ainda existe pra mim”, garante o produtor, DJ e agitador cultural.
O segredo de Big é o mais simples possível: informalidade absoluta.
“O Big Bross Records nunca editou uma música. Nunca prendeu artista, não existe contrato assinado com uma banda sequer. É tudo informal”, conta.
“Agora, quando eu começar a trabalhar dentro da norma legal, com CNPJ (registro de pessoa jurídica), não vou passar por sufocos que outros selos daqui, como Maniac, Atalho e Estopim passaram. Por que tentaram atuar como grandes numa época que não era possível”, diz.
Canções do Leste / Vários artistas / Curadoria e direção de arte: Glauber Guimarães / Big Bross Records / Download gratuito: www.verbo21.com.br
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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12 comentários:
Falei ontem por aqui da caixa do Pelvs, olhaí o Barça entrevistando o Genu:
http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2013/08/08/pelvs-celebra-21-anos-de-anonimato/
Falado em Barça, eu quase tenho pena dele:
http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2013/08/06/feliciano-nao-aprende/#comments
Mas tb, parece que vacila. Falar de religião (se é que aquele deputado / aberração lá e religião tem mesmo alguma relação direta, o que eu duvido) é pedir para ser trollado....
Paul Pope ruleia pra caralho.
http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/battling-boy-confira-o-trailer-e-preview-da-hq-de-paul-pope/
Ainda se diz "ruleia"? Não, né? Malaê.
Revisto e ampliado, o Guia de Produção do Rock, da produtora Clara Marques, volta on line:
http://www.guiadeproducaodorock.com.br/
É uma parada bem completa, firmeza mesmo. Por isso mesmo, contribuí com um texto para a primeira edição - que foi reeditado agora, para a segunda.
http://www.guiadeproducaodorock.com.br/duas-ou-tres-coisas-que-aprendi/
E se Frank Miller tivesse escrito Batman Ano Um hj em dia? E uma citação bem direta da mesma HQ em Kick-Ass 3:
http://www.bleedingcool.com/2013/08/07/kick-ass-read-frank-millers-batman-but-not-kevin-smiths-spoilers/
chicão, gostei muito da matéria, meu velho. mesmo! \0
GLAUBER
Alexandre Moreira comentou em 08/08/13 at 8:22 Responder
Orbitei por 7 anos da minha vida tocando um podcast focado apenas em bandas independentes brasileira. E ao meu ver/ouvir, a Pelvs ao lado da baiana The Honkers, são das mais espetaculares bandas brasileiras. Com trabalhos alguns níveis acima da grande maioria de bandas que pipocaram no Brasil. Merecem mais atenção.
http://andrebarcinski.blogfolha.uol.com.br/2013/08/08/pelvs-celebra-21-anos-de-anonimato/
CHEGA CHOREI MAN!!!
Vida longa ao meu caro Big.
Grande abraço,
Buenas.
Valeu, Glauber!
Que massa, Sputter! Entra em contato com o sujeito, envie material da banda pra ele e avise que vs estão gravando coisa nova. Cultive essa relação, man. Se o cara tem podcast, isso multiplica. Ou pelo menos, acreditemos que sim. Tem que acreditar sempre. Se não acreditar, já foi.
Sempre um prazer ve-lo por aqui, Buenas! Abçs a todos!
eu saco o cara Chico...ele é fanzão dos Honkers...colocava direto, só num tinha ele no face...tem uns 2 anos que não falava com ele...curte Futchers tb...tinha colocado os Futchers numa coleta online do loaded zine...gente boa, add ele no face...só falta vc-heheheheeh
até eu entrei!
chicón, mais. glauberovsky sings the blues! \0
http://teclaspretas.bandcamp.com/album/glauberovsky-plays-the-blues
G.
Fatos sobre André Barcinsk:
(Revelados por ele mesmo)
ELE NÃO FOI CAPAZ DE ENTREVISTAR Kurt Cobain e Dee Dee Ramone, mesmo estando cara a cara com ambos em encontro marcado...
(esse não merece pena, merece é porrada)
...porque só foi entrevistar o Nirvana no camarim NO FIM DO SHOW, com os músicos esgotados e mal podendo respirar...
(conforme ele mesmo confessa com imensa cara-de-pau no seu próprio livro Barulho! )
...e NÃO LEVOU GRAVADOR para a entrevista com os Ramones.
(conforme ele mesmo admite cinicamente no prefácio da edição brasileira do livro Coração Envenenado --- a Autobiografia de Dee Dee Ramone )
Porquê? Porque ele só queria farrear, e não trabalhar.
ISSO é o padrão de “jornalismo tupiniquim” que só provoca desprezo entre os músicos gringos.
Perguntar não ofende:
Em que espécie de país de merda do Terceiro Mundo, que só tem os piores no poder, se dá o emprego de jornalista / repórter / escritor a um sujeito INCAPAZ de levar sua própria ferramenta de trabalho?
Que tipo de país de farsantes premia os piores, dando a ele um privilégio de publicar um livro e escrever o prefácio de outro, só pra ele admitir sua própria INCOMPETÊNCIA e DESPREPARO para o exercício de ambas as funções profissionais?
ELE MENTIU DESCARADAMENTE sobre os Sex Pistols, dizendo que eles “foram todos bater continência pros Ramones no primeiro show deles na Inglaterra, em Londres, a 4 de julho de 1976”.
Acontece que naquele exato dia os Sex Pistols estavam FORA DE LONDRES, em plena turnê, a centenas de quilômetros de distância. Uma simples checagem ( ‘fact-check’, em bom jornalismo) nas agendas de turnê da banda confirma a mentira de Barcinsk.
Entendeu agora o porquê de aqueles vagabundos que cometiam a famigerada revista Bizz terem ZERO de credibilidade? E NENHUMA moral com músico nenhum?
Em qualquer país sério, um merda imprestável como André Barcinsk seria chutado pro olho da rua, sem aviso prévio --- de volta pro buraco sensacionalista se-espremer-sai-sangue de onde ele veio: nas palavras do seu próprio colega e xará André Forastieri, “fotografando presuntos para o jornal Notícias Populares.”
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