Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
sexta-feira, dezembro 21, 2012
EQUILIBRADO, NASI LANÇA SEU MELHOR TRABALHO SOLO
Uma das personalidades mais fortes do rock brasileiro desde sempre, Nasi tem longa folha de serviços prestados ao gênero desde os tempos do Ira!.
Com seu novo CD solo, Perigoso (Trama Virtual / Coqueiro Verde), se mostra tão relevante hoje quanto nos saudosos Dias de Luta.
Gravado em apenas um mês nos estúdios da gravadora Trama, o álbum foi lançado em CD pelo selo Coqueiro Verde. Conciso, traz dez faixas.
“Esse projeto da Trama Virtual é muito legal. Ela dá ao artista um mês de estúdio, sendo que você passa parte do tempo monitorado ao vivo pelo fãs”, conta Nasi, por telefone.
“(Um mês) Não é muito tempo, mas também não é pouco. Então esse esquema fez com as gravações rolassem com bastante intensidade e crueza. O som é o de um disco de banda ao vivo”, acredita o cantor.
Metade do repertório é de faixas inéditas, parcerias do próprio cantor com seus músicos Johnny Boy (vários instrumentos) e Nivaldo Campopiano (guitarra), além do letrista Carlos Careqa, na linda balada Não Vejo Mais Nada de Você.
A outra metade é de releituras. As cinco são pérolas mais ou menos conhecidas, como As Minas do Rei Salomão (Raul Seixas e Paulo Coelho), Não Há Dinheiro que Pague (Renato Barros, hit na voz de Roberto Carlos), Como É Que Vou Poder Viver Tão Triste (Demetrius), Tudo Bem (Garotas Suecas) e Dois Animais na Selva Suja da Rua (Taiguara).
“Essas faixas são coisas que passei muito tempo escutando até chegar a esta seleção. Primeiro, fiz uma lista com vinte candidatas. Depois, dez. Finalmente, cheguei nessas cinco”, conta Nasi.
“Na verdade, o projeto original era lançar este disco com minha autobiografia (A Ira de Nasi, Ed. Belas Letras, lançado em setembro), Inclusive, o livro e o disco tem a mesma foto de capa”, acrescenta.
“Mas quando o livro saiu, eu ainda estava terminando as letras, que acabaram saindo com um tom bem confessional. A autobiografia deu essa atmosfera. Ele poderia ser ouvido como uma trilha para o livro”, vê.
Macaco velho, dono de talento inegável, Nasi conseguiu um feito e tanto em Perigoso ao conseguir estabelecer um equilíbrio entre seu repertório autoral e standards de Raul, da Jovem Guarda e Taiguara.
Passa-se de uma faixa a outra com leveza e fluidez numa audição bastante agradável, sem abrir mão da visceralidade que é a marca registrada de Nasi.
“O (Marcelo) Sussekind (produtor, ex-Herva Doce) uma vez disse que disco a gente não acaba. A gente desiste”, ri Nasi.
“Sempre tem um detalhe, uma filigrana, mas sim, o disco está intenso e resume bem minha música hoje”, acredita.
Tempo de vinil e oração
Ele, que sempre foi da marca de roqueiro “direto ao ponto”, fez questão de refletir essa atitude na própria duração do álbum, com menos de 40 minutos no total.
“Investi na tempo do vinil. Na época, trabalhávamos com tempo limitado. Era vinte minutos por lado”, lembra.
“Com os CDs, veio uma pressão para fazer discos com 14, 16 faixas. Antigamente, pré-produzia-se 15 ou 16 músicas e escolhíamos dez. Com o CD, diluiu-se muito o resultado final, por que a verdade é que nem tudo o que se compõe vale a pena ser gravado”, admite.
Surpreendentemente, uma das melhores faixas autorais, Ori, é uma oração. É que Nasi é iniciado no culto de Ifá pelo sociólogo nigeriano Babá King.
“Ori é, literalmente, ‘cabeça’, mas no orixá é a divindade pessoal da cada um, o eu superior. Fiz a letra baseado numa interpretação dos versos de Ifá que consultei no acervo do Mestre King, sociólogo da Usp que desenvolve um culto tradicional de orixá”, conclui o hoje espiritualizado cantor.
Perigoso / Nasi / Trama Virtual - Coqueiro Verde Records / R$ 27,90 / www.nasioficial.uol.com.br
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5 comentários:
É uma bobagem, mas tb um sinal dos tempos: Joe Palooka, personagem de tirinhas de jornal criado em 1921, como lutador de boxe, retorna aos quadrinhos em uma nova revista como - claro! - lutador de MMA:
http://comicsbeat.com/hype-and-preview-joe-paloooka-1/
Que merda.
The Walking Dead Ano 4 garantido:
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/1205211-the-walking-dead-tera-quarta-temporada.shtml
http://omelete.uol.com.br/walking-dead/series-e-tv/walking-dead-e-renovada-para-quarta-temporada/
http://www.bleedingcool.com/2012/12/21/walking-dead-officially-renewed-for-fourth-season-but-itll-need-a-new-showrunner/
Quando eu digo que isso aqui é O CU DO MUNDO, ainda há quem ache ruim:
http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/tres-dias-apos-inauguracao-estatua-de-jorge-amado-sofre-depredacoes/
A Bahia não é mais terra de gente. É terra de GENTALHA.
Povinho baixo-astral. Tenho nojo de ser baiano. NOJO. Salvador me causa asco. Peraí que vou ali vomitar e não volto.
Por que clássicos ingleses como Judge Dredd e Doctor Who não fazem sucesso na América:
http://the-gutters.com/comic/350-billy-fowler
A propósito, o último filme do Juiz Dredd, lançado há poucos meses, é do caralho! Recomendo.
Francis,
Salvador não é o cu do mundo;
Salvador é A PRIVADA ENTUPIDA VAZANDO BOSTA do mundo.
O Brasil quase todo é. Só se salva o Sul. E olhe lá.
Aqui, os tpoletes mais velhos e podres e fedidos são os DOMINANTES SUPREMOS: Sarney, ACM, Maluf, Collor, Renan Canalheiros, Silvio Santos...
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