A boa notícia a respeito de Jogos Vorazes, a nova franquia adolescente milionária que, espera-se, faça tanto sucesso quanto a Saga Crepúsculo, é que se trata de um produto bem melhor do que este último.
Longe da caretice anódina e tediosa que impregna o romance de Bella e Edward, JV tem no papel central uma heroína forte e decidida, que não pensa só em casar, mas em sobreviver – e, de quebra, proteger aqueles que ela julga serem mais fracos.
Ambientado em um futuro distópico, JV se passa em um perverso reality show no qual 24 jovens devem lutar até a morte e só reste um vivo.
Assim como Crepúsculo, Jogos Vorazes tem sua origem em uma série de livros (da autora Suzanne Collins) que venderam milhões e se tornaram mania mundial entre os adolescentes.
Katniss Everdeen (interpretada com dignidade pela princesinha Jennifer Lawrence) é a jovem que se oferece para participar dos Jogos Vorazes, no lugar da irmã caçula, sorteada por azar.
Hábil no arco e flecha – ela vive no chamado Distrito Doze, uma zona rural e pobre dos Estados Unidos pós-apocalíptico – Katniss logo se torna uma das favoritas na competição.
Diferente de Crepúsculo, JV não passa uma mensagem religiosa e conformista por debaixo de um romance chove-não-molha. No filme, Katniss acaba percebendo que seu verdadeiro inimigo não são os outros competidores, e sim, o sistema que cria uma sociedade profundamente desigual e sádica.
A lição que fica é que, justamente quando quebra as regras, quando vai contra o socialmente aceito e esperado, é que ela começa a virar o jogo.
Há momentos açucarados? Sim, mas nada que cause hiperglicemia – e a crítica à sociedade contemporânea está lá, mesmo que velada.
No fim das contas, a sociedade do filme a da vida real são praticamente iguais. Há os muito pobres e os muito ricos, há o grande público - uma massa de manobra programada apenas para consumir e esquecer.
Talvez a maior diferença esteja no fato de que, no filme, os mais ricos conseguem se vestir e se comportar de forma ainda mais patética e ridícula do que os da vida real.
Mas a gente chega lá.
Jogos Vorazes / dir.: Gary Ross / Com Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Woody Harrelson, Stanley Tucci, Donald Sutherland e Lenny Kravitz
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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16 comentários:
chicón, mandei o email, meu amigo. fico no aguardo.
GLAUBER
Kirkman, The Man:
http://omelete.uol.com.br/walking-dead/quadrinhos/os-mortos-vivos-coletaneas-da-hq-lideram-vendas-nos-eua/
Rapaz, voce recomendando, boto fé.
Atenção, Bramis, Márcio, Cebola, Nei, demais habitués e amigos, hj (sexta, 30), mais tarde, tem setzinho Rock Loco no Praia dos Livros. Agradeço a preferência...
Veja só, amigo Adelvan, é legal como cinema pipoca, viu? Num vá esperando nenhuma obra-prima, não. Espero ter deixado isso claro no texto. Pra depois não vir pra cá chorar o preço do ingresso...
;-)
Falando sério, vale a session para fazer um agrado à namorada....
Com certeaz, nenhum homem heterossexual vai sentir vontade de cortar os pulsos, como acontece com os pobres coitados forçados pelas namoradas a testemunhar (assistir não se aplica) a famigerada Saga Prepúcio...
isso me lembrou vc e cebola, não pela prisão. claro:
http://www.youtube.com/watch?v=fqymcJRSbxI
hoje tem meu niver man, rock de graça, punk, Honkers e uma porrada de bandas, no meio da rua do red river, se eu for preso cantarei que nem o cara acima...heheheh...
+ detalhes:
www.fotolog.net/thehonkers
Olá,tudo bem? Me chamo Natasha Pessoa e há pouco tempo fiz uma reforma em meu blog,assim estou a procura de novas parcerias.Seria um grande prazer estabelecer uma com o seu site/blog. É possível?
Segue abaixo o link de meu blog:
http://www.minhasoriginaisefanfics.blogspot.com
O "Contos and More" traz textos elaborados por mim, peço sua ajuda para divulgar meu trabalho.Obrigada pela atenção dispensada.
Documentario sobre a criacao e os bastidores do Pasquim.Isso deve ser muito interessante!Imperdivel.
http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?video=o-pasquim-a-revolucao-pelo-cartum-0402CD9A3470C8B12326&tagIds=62415&orderBy=mais-recentes&edFilter=editorial&time=all&=undefined&
Incrivel como isso eh tao atual:"Brasil ame-o ou deixe-o.O ultimo a sair apaga a luz e fecha a porta".
Sim, ainda é seu Rock Loco. O Blogger solicitou que atualizasse o modelo e saiu desse jeito que estamos vendo. Pra mim, tanto faz.
chicón, num esquece de mandar o email, plis. inté, meu compadre!
GLAUBER
é...pensei que era estilo neve, natal...essas cousas...ou outras coisas brancas-hehehehe
abraços!
ps.: perdeu viu véi...rock até mesmo embaixo de chuva...terminando tarde...tou véio, mas ainda aguento...deve ser a bike.
mudou de novo?
ficou melhor do que a branquitude que estava...será que vão pedir pra mudar o meu tb?
pq as pessoas não deixam as outras serem "antiquadas" né?
Amanhã, terça 3, post novo. Creio....
Goxxtei do novo visual. Tanto faz nada, que se chicvss não tivesse gostado já estava destilando impropérios contra o universo, hehehe.
A Sony vai reprisar os três primeiros episódios de PanAm nesta sexta. Boa opçao para quem vai ficar em casa. Tem todo aquele charme 60's pré-hippies, na linha Mad Men...
SEGUE RELEASE:
MARATONA PANAM NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA
No próximo feriado, sexta-feira dia 6 de abril, o Sony Entertainment Television presenteia os seus assinantes com uma maratona imperdível da linda série PanAm, a partir das 21h. Recém chegada à programação do canal, a atração já é um dos grandes sucessos do Sony Entertainment Television. A maratona do dia 6 exibirá os três primeiros episódios desta temporada de estreia.
PanAm se passa nos Estados Unidos, no ano de 1963 em plena Guerra Fria, e apresenta um mergulho na intimidade e dia a dia dos funcionários de uma grande empresa aérea, a PanAm, numa época em que trabalhar “voando” era sinônimo de riqueza e glamour. A companhia, uma das mais importantes da história da aviação americana, entrou para a história por suas inovações e luxo.
Conheça algumas curiosidades sobre a inesquecível PanAm:
A empresa aérea comprou táxis xadrezes para a tripulação usar sempre que estava na Ilha de Guam.
Muitas vezes havia longas escalas em locais exóticos como Taiti, Fiji e Auckland, e os hotéis reservavam andares inteiros exclusivamente para funcionários da PanAm.
Os funcionários da PanAm tinham um acesso exclusivo em países estrangeiros, e até usavam a piscina da embaixada em Nova Deli como piscina particular.
As tripulações da PanAm tinham cartões da Convenção de Genebra, que lhes permitia frequentar lojas e restaurantes de alto nível a preços reduzidos oferecidos em qualquer base militar.
Os itens comprados pela tripulação eram etiquetados e enviados para casa gratuitamente. Alguns exemplos notáveis são móveis de bambu de Hong Kong, cobre e latão da Índia e braseiros hibachi do Japão.
James Bond declarou que a PanAm era sua companhia aérea favorita em “Moscou contra 007” (1963).
Maratona PanAm com os três primeiros episódios da temporada, no Sony Entertainment Television sexta-feira, dia 6 de abril, a partir das 21h.
Até que enfim, uma obra original que dialoga com o zeitgeist do século 21. Finalmente alguém pegou de porrada o sensacionalismo vazio de nossa época e desmascarou de vez a farsa dos reality shows que de 'realidade' só têm o nome, como sabem todos os cidadãos inteligentes que mantêm distância da televisão. Pois o que faz a grandeza da trilogia da escritora Suzanne Collins é a densidade e riqueza de referências para levar ao extremo o conceito dos “Jogos da Fome”:
de 1984 de George Orwell, temos a distopia do Estado totalitário que a todos vigia; das religiões, há o deus-demônio Moloch, que devora e queima vivas as crianças recém-nascidas dadas pelos pais em sacrifício “para o bem do povo”; da mitologia grega, vem o mito de Teseu contra o Minotauro, em que a cada ano um grupo de casais adolescentes é sacrificado, sendo devorados pelo monstro que reina no labirinto; do Império Romano, é ressuscitada a Cultura da Morte das diversões psicóticas com os jogos de gladiadores na arena do Coliseu; e dos reality shows vem a síntese de tudo isso, num espetáculo onde a intimidade de cada participante é o alimento para a massa embrutecida, com toda a encenação mercadológica, as alianças forjadas e desfeitas e os falsos sentimentos que alimentam a audiência e atraem os patrocinadores. No caso, isso é uma questão de vida e morte: somente com o patrocínio dos anunciantes, cada jogador poderá receber os alimentos e remédios vitais para sobreviver na selva que é o campo de batalha. Para isso, é preciso ganhar a cumplicidade do público, que assiste a tudo em tempo real pelos olhos do Estado-empresa, através de milhares de câmeras instaladas em literalmente toda parte — em cada árvore, rocha, no céu ou debaixo d'água. Como os Jogos em si são uma abominação espúria, chega a ser o cúmulo do cinismo o próprio marketing do filme ao anunciar nos cartazes: “O mundo estará assistindo”. Empolgante, corajoso, metalingüístico — e auto-crítico. Se antes o lema era “O Grande Irmão está assistindo você” desta vez o povo inteiro é cúmplice do crime mais odioso possível.
É a civilização descendo ao nível do inferno.
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