Combate Inglório: a pioneira e censurada revista contra a guerra
Em 1965, quando os protestos contra a guerra no Vietnã mal tinham começado nos Estados Unidos, uma revista em quadrinhos se adiantou e ousou se insurgir contra a ideia de enviar soldados americanos ao conflito, o falso patriotismo disfarçado de manipulação ideológica e contra a própria ideia de guerra.
Por tudo isto, Blazing Combat só durou quatro números – mas entrou para a história.
E as razões para tal honraria são muitas. Todas elas estão disponíveis para o leitor brasileiro conferir no álbum Combate Inglório, que reúne os quatro únicos números de Blazing Combat em uma edição caprichada, que chegou há pouco às livrarias.
Para começar, os criadores envolvidos na empreitada foram alguns dos melhores da história das narrativas sequenciais.
O responsável por todos os roteiros foi Archie Goodwin (1937- 1998), um dos mais prolíficos roteiristas e editores das HQs norte-americanas. Pense em qualquer título da Marvel ou da DC, e a mão de Goodwin certamente passou por ele.
Narrativa precursora
Entre os desenhistas, só “monstros sagrados” como Alex Toth (designer dos melhores desenhos da Hanna-Barbera), Gene Colan (A Tumba do Drácula), Wally Wood (Mad), John Severin (Kull), Al Williamson (Star Wars) e Gray Morrow (Void Indigo), entre outros. As capas eram de Frank Frazetta.
O resultado foi uma revista que, além da ousadia política que lhe custou a própria existência, legou alguns dos melhores contos de guerra em quadrinhos de todos os tempos.
Pode-se dizer, sem medo de errar, que Blazing Combat foi influência decisiva para os criadores que vieram a revolucionar o gênero nos anos 1980, como Alan Moore e Frank Miller.
É impossível ler histórias como Mantendo a Posição e Paisagem e não perceber que a sofisticada técnica de decupagem e narrativa cinematográfica de obras como Monstro do Pântano, Watchmen e Cavaleiro das Trevas já estava criada, 20 anos antes.
Combate Inglório / Archie Goodwin, A. Toth, J. Severin, W. Wood e outros / Gal Editora / 208 p. / R$ 42 / www.galeditora.com.br
Gen Pés Descalços é relato genial e sem retoques de Hiroshima
Sob qualquer ângulo que se analise, o mangá Gen Pés Descalços, de Keiji Nakazawa, é um marco.
É este dramático relato de sobrevivência na Hiroshima pré e pós-bomba atômica que finalmente chega ao Brasil em sua versão completa de dez volumes, traduzida diretamente do japonês pela Conrad.
No reino do mangá, Gen só pode ser comparada à obras magnas do gênero, como O Lobo Solitário, Akira e às fantasias de Osamu Tezuka (1928-1989), uma espécie de Walt Disney japonês, considerado o “Deus do Mangá”.
E em relatos de tempos de guerra de caráter autobiográfico nos quadrinhos, Gen só pode habitar no mesmo patamar de Maus: A História de um Sobrevivente (Cia. das Letras), o comovente relato de Art Spiegelman sobre como seus pais sobreviveram à Auschwitz.
Não a toa, é o próprio Spiegeman quem assina o prefácio do primeiro volume (de dois já lançados): “Eu me peguei lembrando das imagens e acontecimentos de Gen como se fossem memórias da minha própria vida, em vez de Nakazawa. (...) Gen lida com o trauma da bomba atômica sem hesitação. Não há godzillas ou supermutantes, somente realidades trágicas”, escreve.
Grandeza após o sofrimento
Keiji Nakazawa, assim como seu personagem principal, Gen Nakaoka, era apenas uma criança quando o Enola Gay largou a bomba sobre Hiroshima.
Assim como Gen, ele e sua mãe viram seu pai e seus irmãos soterrados, ainda vivos, serem queimados até a morte no incêndio que tomou a cidade e devastou o que a bomba não destruiu.
Desse sofrimento indizível, Nakazawa tirou a força para criar uma obra gigantesca, que analisa a loucura da guerra no Japão antes e depois da bomba, um tempo em que a maior honra para uma família era oferecer os próprios filhos em sacrifício à grandeza do Japão e seu Imperador.
Na narrativa de Nakazawa, a loucura e a morte são expostas sem retoques.
Gen Pés Descalços / Keiji Nakazawa / Conrad / 280 pgs. (em média) / R$ 24,90 cada volume/ www.lojaconrad.com.br
HQ utiliza referências fotográficas reais
Álbum de estreia do brasileiro Julius Ckvalheiyro, Guerra 1939-1945 é uma HQ diferente sobre a 2ª Guerra Mundial. Fruto de intensa pesquisa nos arquivos de Nuremberg e da BBC de Londres, o autor conta uma história para cada ano do conflito, sempre a partir da visão em primeira pessoa de um soldado (ou um piloto de avião, ou um prisioneiro). A arte é toda em cima de referências fotográficas reais, com bom resultado visual em algumas HQs, e em outras, nem tanto. Guerra 1939-1945 / Conrad / 136 p. / R$ 29,90 / www.lojaconrad.com.br
34 comentários:
Vergonha, vergonha, vergonha. Ontem publiquei uma matéria razoavelmente elogiosa do novo disco do Lenny Kravitz (acreditem, tem coisa boa ali) e hj, Barcinski me sai com essa: http://andrebarcinski.folha.blog.uol.com.br/arch2011-09-25_2011-10-01.html#2011_09-29_08_53_12-147808734-0
Estou mortificado. Minha reputação está mortalmente ferida. Acho que vou pedir demissão. Estou acabado!
Chico City, você devia é liberar de uma vez o seu xevóski pra esse porra de barcinski, isso sim...
Li seu texto no jornal, mas realmente não posso fazer juizo de valor pois não ouvi (nem pretendo) o disco, mas daí a você se rebaixar e se envergonhar por expressar sua opinião, ah me faça o favor...
Márcio, já ouviu falar em um negócio chamado "ironia"? "Sarcasmo"? "Cinismo"? Hum? Já? Não? Oh.
Véi, vindo de um cara que acha barcinski uma porra de deus, eu acho que não, nunca ouvi falar desses termos... bocó...
Deixa eu adivinhar. Não dormiu hj, né? Tá de mal humor, de ovinho virado, né? Sinto por vc. Mas, ei, olha só: Jesus te ama, irmão. Sorria! Fica em paz, viu? Beijundas.
Viadinho...
Te devo uma retratação, seu ironicuzinho de merda: cometi o erro de comentar o seu coment sem ter lido o texto de barcinski e agora que li, entendi sua ironia, seu sarcasmo, seu cinismo, seu @%#*!!!...
Mili disculpas...
Ah, não. Agora magoou. Corta aqui.
Tô brincando, viadinho.
Tá desculpado, vai.
Os Vingadores reunidos em foto...
http://omelete.uol.com.br/vingadores/cinema/os-vingadores-reunidos-em-nova-imagem/
E, pra terminar com a peleja, devo dizer que adorei o texto do seu deus barcinski, viu? Direto na veia, sem medo, sem firulas, talvez como sempre... hehe...
E agora, sobre outra peleja, a do Vietnã, devo dizer que achei geniais os desenhos de Combate Inglório, mas não sei se vale a pena gastar essa quantia por uma estória limitada, que aparentemente não teve fim...
O que me dizes? São capítulos independentes?
São histórias curtas (6 a 8 pgs cada), independentes, com início meio e fim, todas elas. Vale cada centavinho e é, pra mim, um dos melhores lançamentos do ano, facil. E as histórias não se passam apenas no Vietnã, mas tb na Guerra da Coreia, 2ª Guerra Mundial, 1ª Guerra Mundial, Guerra da Secessão, Batalha das Termopilas, Guerra da Independencia dos EUA, Guerras Napoleônicas e por aí vai...
Remake americano do espetacular Oldboy será dirigido por Spike Lee - e terá com atriz principal, Rooney Mara, a mesma que está no remake aemricano do thriller sueco (muito legal tb) Os Homens que Não Amavam as Mulheres.
http://omelete.uol.com.br/cinema/oldboy-refilmagem-de-spike-lee-pode-ter-rooney-mara/
É, parece que a moça é especializada em remake - fazer o quê?
Mandei lá a primeira parte do relato de mr. Claudio moreira no festival faz-me RIR. Juro que é imperdível. Amanhã ou depois mando a segunda parte.
http://oculosdecebola.blogspot.com/
Já botando uma pilhinha. Depois da parte dois do inigualável Claudio Esc no meu blog, o inimitável Nei Bahia e a souuul night descaralhante do RIR.
Aquele otário do Jamiroquai provou que é, de fato, um tremendo otário!
http://oglobo.globo.com/cultura/rockinrio/mat/2011/09/30/sosia-de-stevie-wonder-confunde-lider-do-jamiroquai-e-ovacionado-pelo-publico-do-rock-in-rio-925478475.asp
Esses gibis são sensacionais! Deveriam virar filmes, porem o comercio misturado com ideias hipocritas e um falso valor moral social... http://www.youtube.com/watch?v=ZuRGJrR8F58
operação RJ parte 01:
Acordei acabado de cansado mais com a alma lavada e enxaguada em sabão de côco; Stevie wonder,Janele Monae e Joss Stone tornaram toda a ressaca mais suave (...também pelo fato de 7 reais um chop acaba tornando a missão de ficar bêbado um pouco severa!), não deu tempo de ver Afrika Bambata pois a obras das "cidade olímpica" me feziram demorar 2 horas pra sair do Leme atè jacarepagúa.
Mais detalhes no blog Zumbi de cebolitos Martinez.
Em tempo : AB faz partes do caras que tem prevenção com Lenny Kravitz, ele, como uma galera de escribas rockeiros, não conseguem parar pra ouvir somente, se grilam com o lado fashion dele, e pior, com o fato dele não se aproximar do Rap, o que para os descolados é obrigação de qualquer artista negro e pop.
Nei, o pior é que neste disco tem até uma participaçao do Jay Z, aquele mizeravi que pega a Beyoncé. Mas a faixa, claro, é uma das piores do CD...
Saibam, ó nobres senhoras e senhores, que, andarilho virtual que sou, percorri a vasta e árida imensidão da tuítosfera, terra devastada pelos flagelos da vaidade, soberba, desinteligência e falta de assunto.
Por tudo isto, digo-vos, ó companheiros de viagem, que, após muito penar, meus olhos cansados encontraram aquele que talvez seja o único microblog com alguma relevância de toda essa virtual vastidão sem razão:
http://twitter.com/#!/SSAdaDepre
(Com isso, só espero não me tornar mais uma razão para a depressão do(a) tuiteiro (a)...)
A "Claudiarreia" lá misturou Hitler com John Coltrane (o assessor / ghost writer deve ter pesquisado legal) em um discurso surtado. Aí tinha que dar nisso, claro:
http://www.youtube.com/watch?v=Hpq2x_L8gXU
Essa foi engraçada: Dinho Forever Young sacaneou Sarney em seu show no Rock in Rio (o que é muito fácil, aliás. Pura demagogia). Aí o imperador do Maranhão mandou uma carta ao cantor, lembrando que foi ele quem promoveu o Dinho Pai a embaixador. Tóim!
http://colunas.epoca.globo.com/felipepatury/2011/10/01/voce-nao-gosta-de-mim-mas-seu-pai/
Ainda lembro do tempo que que a trinca Let love rule, Mamma said e are you gonna go my way eram um oásis rock n roll. Discos de cabeceira pra maioria dos rockers que conheço. Depois ele diluiu bastante a "fórmula" e recebe agora uma má vontade terrível, mas acho que exagerada. Esse último ainda nem ouvi, mas o farei. Farei sim.
Parei com Lenny ali no Are You Gonna...
O Circus, de 95, eu já achei ruinzão. Ainda dei uma chance ao 5 (1999), que ouvi algumas vezes, mas já achava decadente.
Esse disco novo, com boa vontade, dá pra pinçar umas 4 ou cinco faixas razoáveis - de 16!
Acontece....
Sim, isso foi bem o que aconteceu comigo tb...mas que o show, pelo menos via tv foi meio fraquinho, isso foi. Dormi na terceira musica...
Mas acho q coldplay consegue bater essa marca aí...
Coldgay ninguém merece. Acho que prefiro o show las vegas / broadway fake dessas cantoras baianas a um show de Chris Malartin e sua trupe. Mas se bater uma insÕnia nessa noite, já sabe: é só ligar a TV e assistir.
Comentario de Sergio Martins da Veja sobre Pitty no RockinRio:
Ela é uma cantora muito regular, seja cantando rock pesado ou baladas, ela sempre desafina.
Anônimo (porque? medo de que?), independente de Pitty desafinar ou não, a mera procedência do comentário já o desautoriza por si só. O cara deve ser é fã da "Claudiarreia"...
Confie nele. Afinal, ele é o Doutor Ozzy:
http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/982838-ozzy-osbourne-da-dicas-de-saude-e-bem-estar-em-livro-hilario.shtml
Chico (pergunto também a Cebola), a Comix vai lançar Sandman: Caçadores de Sonhos em breve e eu não estou lembrando se esse fez parte da cronologia normal do personagem ou se é algo à parte...
É algo a parte, Márcio. Um conto fora da cronologia da série.
Amanhã (quarta, 5.10) tem post novo, rapeize. Djuro!
A saga simpsoniana pode estar perto do fim...
http://omelete.uol.com.br/simpsons/series-e-tv/os-simpsons-animacao-pode-ser-canceladas-apos-o-final-de-sua-23-temporada/
Demorô, ne?
Se liga no trabalho desses caras ... Marte em Chamas, os caras tao com umas musicas fodas, sem gravadora e fazendo musica de verdade
http://www.youtube.com/watch?v=DsCwDGUqk5Y&feature=related
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