Amanhece no Rio Vermelho. HAO is in the house, bitch. Foto Iza Pinheiro |
No sábado passado, o quarteto lançou seu segundo EP, A Imoralidade das Rosas, em show no Dubliner’s, com a já citada Van Der Vous e Os Jonsóns, que também trafega neste circuito, dentro do NHL Festival, promovido pela revista underground Nihil, apoiadora de primeira hora desta cena.
A primeira vista (ops, audição), a HAO é quase um revival do grunge noventista mais pesadinho, linha Soundgarden / Alice In Chains, mas a medida que o som vai avançando, nota-se outras influências, tanto atuais, quanto mais antigas: “Com certeza o Tame Impala tem sido uma grande influência em termos de psicodelia, mas não diria ser o motivo causador da nossa”, observa o vocalista Rodrigo Reis.
“Outros sons também se somam a essa aura, como os atuais Sleepy Sun, Mini Mansions e o mais recente LP do The Flaming Lips, The Terror, assim como todo o experimentalismo setentista psicodélico e progressivo, como Jethro Tull e Yes, à música ambiente, de sintetizadores analógicos e afins, como o Tangerine Dream e o grandessíssimo Robert Rich”, acrescenta.
Como se pode perceber pelo jorro de referências, os meninos não são fracos, não.
Transcendência, sapiência
Dono de discurso tão psicodélico quanto sua música, ele crê que “vivemos emergentes tempos de quebra de paradigmas, de ressignificação de conceitos, de destruição e reconstrução filosófica e científica, de transcendência da sapiência humana. A psicodelia surge como reflexo da evolução, como consequência, como meio e também como fim”.
Parte integrante de uma cena emergente que já se configura como a mais interessante do rock local desde os anos 1990, Rodrigo é otimista: “Fomentadores como Big Bross, Brechó Discos, Rogério Gagliano, Irmão Carlos, Cairo Melo (NHL Produções), entre outros, e donos de casas como o pessoal do Dubliner’s Irish Pub – Messias Figueiredo e Roland Hollos – têm assumido a honrada responsabilidade de levar tudo isso aqui adiante”, diz.
Ao lado de Pedro Leonelli (guitarra), Pedro Canuto (baixo) e Igor Quadros (bateria), Rodrigo planeja levar o show da HAO para o interior do estado e além: “Temos planos de tocar em Alagoinhas, possivelmente em Feira de Santana e Lauro de Freitas. Correremos atrás de shows e festivais também fora daqui, como em Sergipe, Paraíba e outros estados nordestinos. Estamos totalmente abertos às possibilidades de expansão de fronteiras e trabalharemos para isso. A HAO pode ser uma banda nova, mas já ansiamos pelo mundo. E ele que nos aguarde”, avisa o músico.
Ouça: www.facebook.com/haoband
ENTREVISTA COMPLETA: RODRIGO REIS
Breve histórico: como os membros se conheceram e formaram a banda: eram colegas de escola, da rua, do rock? Já tiveram outras bandas?
A HAO sábado passado, no Dubliner's. Foto: Pedro Maia |
O som lembrou muito bandas grunge dos anos 1990, como Soundgarden e Liquid Jesus, entre outras. Foi nessa fonte que vocês beberam mesmo?
RR: A aproximação com o grunge e gêneros adjacentes começou com influências como o Rage Against The Machine – principalmente - e, obviamente, Nirvana. Do Rage, tive contato com o som do Audioslave, superbanda dos anos 2000, cuja formação era, “basicamente”, os vocais absurdos de Chris Cornell do Soundgarden – grande influência pessoal – adicionados ao instrumental raivoso do Rage Against The Machine, encabeçado pelo grande Tom Morello. Como uma coisa leva a outra, acabei absorvendo também parte da musicalidade do próprio Soundgarden e de seus contemporâneos, como Alice In Chains, Kyuss e como, o já então conhecido, Primus – estes também, mas em proporções diferentes, influências dos outros integrantes da banda, em termos de peso.
HAO Foto Iza Pinheiro |
RR: Com certeza o Tame Impala tem sido uma grande influência em termos de psicodelia, mas não diria ser o motivo causador da nossa. Não exatamente. Acho que a psicodelia sempre esteve presente, mesmo que ainda como um embrião filosófico, que agora começa a se aflorar mais, em nós, em forma de música. Talvez esse afloramento esteja sendo acelerado e amparado pelo aparecimento dessas bandas e consequente reabertura de espaço e visibilidade à música psicodélica no mundo, mas acho que está mais relacionado à evolução sensitiva e intelectual pessoal a um nível transcendental. É algo que emana – e sempre emanou – de nós, internamente, com potencial para romper com as barreiras do corpo – leia-se estrutura física genérica, também musicalmente falando. Vem de uma força caótica e incontrolável de criar movimento, de instigar a mente e os sentidos, de conectar-nos todos através da arte, da música, das frequências, das ideias, de uma forma que é melhor entendida e absorvida, por sua profundidade e infinitude, se acontecer através da psicodelia, justamente, também, porque a psicodelia tem a capacidade de representar todo o potencial gigantesco de comoção que é próprio da música em si. Essa ideologia é perfeitamente compreensível se lembrarmos do Pink Floyd, influência mais que essencial em todo esse processo. Outros sons também somam a essa aura, como os atuais Sleepy Sun, Mini Mansions e o mais recente álbum do The Flaming Lips, The Terror, assim como todo o experimentalismo setentista, do Rock Psicodélico e Progressivo, como do Jethro Tull e Yes, à música ambiente, de sintetizadores analógicos e afins, como o Tangerine Dream e o grandessíssimo Robert Rich. E, por isso, tudo, agora. Porque vivemos emergentes tempos de quebra de paradigmas, de ressignificação de conceitos, de destruição e reconstrução filosófica e científica, de transcendência da sapiência humana. A psicodelia surge como reflexo da evolução, como consequência, como meio e também como fim.
Como está o cenário de shows e bares para tocar na cidade? Rola muita dificuldade para tocar?
Ei, Rodrigo também toca sax! Foto Pedro Maia |
Com o CD lançado, quais os planos da banda? Shows no interior, fora da Bahia e tal?
RR: Depois de um excelente show de lançamento do novo EP, “A Imoralidade das Rosas”, no Dubliners, pretendemos sim e já estamos em articulação para levar o nosso som para além da capital. Temos planos de tocar no interior da Bahia, como em Alagoinhas, possivelmente em Feira de Santana e Lauro de Freitas, entre outras cidades, em breve. Correremos atrás de shows e festivais também fora daqui, como em Sergipe, Paraíba e outros estados nordestinos. Estamos totalmente abertos às possibilidades de expansão de fronteiras e trabalharemos para isso. A HAO pode ser uma banda nova, mas já ansiamos pelo mundo. E ele que nos aguarde.
NUETAS
Thiago Trad convida
O Quanto Vale o Show? de hoje tem o Bahia Experimental, do baterista Thiago Trad (Cascadura, Bailinho de Quinta). Ele convida DaGanja, Caveira (Lisergia), Tati Trad, Cadinho Almeida, Pedro Degaut e Enio. Hoje, Dubliners, 20 horas, pague quanto quiser.
Wander Wildner
Wander Wildner volta a Bahia em miniturnê: Salvador (quinta-feira), Feira de Santana (sexta), Alagoinhas (sábado)
Cascadura no teatrão
A Cascadura faz mais um show (em grande estilo) da sua série de despedida: é o Laboratório Acústico na Sala Principal do Teatro Castro Alves, no projeto Domingo no TCA. Domingo, 11 horas R$ 1.
3 comentários:
já fui o novo do woody?
querendo ver essa semana...de todos q ele fez (até um pra tv) só num vi os 2 últimos...
Ainda não vi, Sputter.
Na verdade, tô mais curioso para ver o Expresso do Amanhã, que é baseado num quadrinho de FC que resenhei há algum tempo, O Perfuraneve. Tb tá em cartaz.
KING.
http://www.comicsreporter.com/index.php/jack_kirby_the_king_of_comics_would_have_been_98_today/
Jack Kirby, o Rei dos Quadrinhos, faria 98 anos hoje. Para comemorar, esse site reuniu 98 imagens que demonstram a genialidade do desenhista.
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