Circo de Marvin, foto Igor Souza |
O som que eles fazem – funk rock linha Red Hot / Charlie Brown Jr. – não é novidade há mais de vinte anos.
A diferença é que o quarteto, liderado pelo vocalista Bruno Souri, faz esse som velho de guerra tanto com personalidade quanto com pegada pop, acessível a qualquer FM local, se essas tocassem música independente.
Impressionado pela qualidade do clipe que eles andaram divulgando, da faixa Só Eu Sei, o colunista ligou para Bruno, esperando conversar com o típico surfista /skatista doidão, que não fala coisa com coisa.
Eu não poderia estar mais errado: “Estamos começando a jornada agora, temos dois anos de banda e, desde o início, nossa preocupação é fazer as coisas bem feitas”, começou o rapaz.
“Nosso objetivo é levar nosso som para fora, além da Bahia. Queremos fazer parte de nova cena do rock brasileiro. Temos isso bem claro e acho que temos som, temos o que dizer para a galera”, acrescentou.
Achou pouco? Sente só o discurso pronto do artista: “Acho que a gente, por ter uma cena de rock meio fragilizada, com poucos espaços e incentivos, eu vejo muito mais como uma oportunidade de recomeçar das cinzas e fazer algo grandioso”, diz.
“Muita gente reclama dos festivais, da estrutura, da qualidade das bandas. Eu falo: ‘cara, pegar as coisa prontas é fácil’. Se tivéssemos uma cena forte, talvez fôssemos só mais um. Ao contrário, temos que encarar como oportunidade de refazer do nosso jeito”, afirma.
“E dessa perspectiva, temos metido as caras mesmo. Nunca nos sentimos prejudicados, menos ou mais do que realmente somos. Tem que ser pé no chão. E se não existe um público que comparece, vamos conquistar, com nosso som e nossa atitude, dentro e fora do palco. Rock 'n' roll é isso”.
Tomou, papudo?
Lero-lero esclarecido
Poxa, se esse rapaz tão articulado fosse candidato a alguma coisa, meu voto ele já tinha.
Com um EP de sete faixas já lançado, a Circo de Marvin transita em um estilo que, quando pariu sua segunda geração (Korn, Limp Bizkit), ainda nos anos 1990, já parecia acabado, esgotado.
Mas o quarteto baiano, por incrível que pareça, injeta frescor no funk rock de branco que caracteriza o gênero com uma abordagem leve e boas dinâmicas entre as levadas de baixo e os riffs de guitarra.
Em dois anos de banda, a CdM saiu da garagem para shows em Recife, BH, Ouro Preto, Santos e Juazeiro.
Mas e esse lero-lero todo esclarecido de Bruno, da onde saiu isso, cara?
“É que eu sou formado em Comunicação (Propaganda)”, conta. Ah, tá!
"O lance é que não adianta ficar chorando 'ah São Paulo que é massa'. A gente já teve a oportunidade de tocar lá e fomos bem recebidos, mas por que não fazer algo aqui? Vamos pagar o preço! Costumo dizer que é curioso, por que vi até na faculdade o pessoal falando de mercado, que 'o mercado de Salvador é complicado para qualquer coisa'. Então o que dá certo aqui, dá certo em qualquer lugar. Tenho isso em mente e conversamos com as pessoas daqui que acham legal nossa banda, então podemos fazer isso no Brasil todo. O lance é que a cena no Brasil todo está bem frágil. Mas nossa mentalidade é que isso não é tipo uma desgraça lamentável, e sim uma oportunidade de refazer a coisa toda e puxar o bonde", reflete.
“Vamos lançar nosso primeiro álbum no primeiro semestre de 2015. Estamos conversando com os produtores mais rodados da cena, ainda vamos decidir. O que posso dizer é que vem coisas bem legais por aí em termos de conceito de álbum e clipe. Estamos com tudo bem fechadinho e o disco já tem título: Modo Hard”, avisa Bruno.
Além de Bruno (de camisa vermelha na foto), a CdM é Fabio Vilela (gtr) Yuri Oliver (bx) Marcelo Estevão (btr).
www.circodemarvin.com.br
Em tempo: esses meninos andam com tanta moral que até fã famoso já arrumaram. Olha o depoimento dele aí embaixo:
NUETAS
Tropicais e selvagens
Todas as quintas-feiras de novembro tem o duo Tropical Selvagem com convidados no Cabaré dos Novos do Teatro Vila Velha. Semana passada foi Manuela Rodrigues. Nesta tem Rebeca Matta e Luvebox FX. Semana que vem é Tuzé de Abreu. 20 horas, R$ 30 e R$ 15.
Cometa loucuras
Separe sua camisa de força: Pancreas, Intrusos, Professor Doidão & Os Aloprados e Overdose Alcoólica fazem a festa The Crazy Rocks. Sexta-feira, Dubliner’s, 22 horas, entrada grátis. Loucura perde.
Laia e Fao no sábado
O power trio avant garde Laia Gaiatta e a cantora Fao Miranda seguem desenvolvendo um novo trabalho em temporada no Teatro Gamboa Nova. Sábado, 20 horas, R$ 20 e R$ 10.
2 comentários:
RIP Mike Nichols
http://omelete.uol.com.br/cinema/morre-mike-nichols-diretor-de-primeira-noite-de-um-homem-e-closer-perto-demais/
Grande diretor de dramas, humanista de carteirinha.
https://us-mg5.mail.yahoo.com/ya/download?mid=2%5f0%5f0%5f1%5f682731%5fAC%2fkimIAAANCVG34KgluEFNVvt8&m=YaDownload&pid=2&fid=Inbox&inline=1&appid=yahoomail
Recebi esse flyer...nunca ouvi falar de tal lugar.
Postar um comentário