quarta-feira, julho 16, 2014

PERCPAN DE LARGO

Depois de quatro anos sem acontecer, PercPan volta em sua vigésima edição: na praça, de graça e com atrações populares fechando cada noite

Letieres Leite, Beth Cayres e Guilherme Bellintani ontem, na coletiva do PP
O filho pródigo. Foi com essa imagem, da cria que retorna ao lar, que a vigésima edição do PercPan - Panorama Percussivo Mundial foi lançado na tarde de ontem, durante entrevista coletiva no gabinete do prefeito Antonio Carlos Magalhães Neto.

“O PercPan é o filho que foi embora e rodou o mundo, mas é importante que ele esteja de volta”, afirmou Guilherme Bellintani, secretário de Desenvolvimento, Cultura e Turismo de Salvador.

“Ele se alinha perfeitamente na atual política cultural de Salvador, que quer pensar o novo, mas também não quer jogar fora o que deu certo, como o PercPan”, declarou.

Depois de quatro anos sem ser realizado na cidade em que foi criado, o festival volta diferente, com cara de festa de largo soft: três dias de shows no Terreiro de Jesus, abertos ao público, gratuitos e sempre com grandes atrações de apelo popular fechando a noite (veja os destaques da programação mais abaixo).

Leilía, grupo feminino de percussão da Galícia, Espanha, também vem pro PP
“O PercPan ficou quatro anos sem acontecer. Se o poder público o tivesse apoiado, isso não teria acontecido”, disse o prefeito.

 “Agora, estamos reiniciando o festival do zero, oferecendo mais uma data no calendário de eventos com um evento de referência nacional”, disse.

Ele ainda destacou que “Salvador é a capital nacional da percussão. Então, jamais podemos abrir mão de um evento desse porte e com esse caráter universal”.

Concluindo sua fala, o prefeito disse que, no governo anterior, o orçamento municipal para a cultura (em 2012) foi de R$ 500 mil. “Este ano, entre aporte público e privado –  através do poder público – este orçamento será próximo de R$ 40 milhões”.

Volume mais baixo

O alabê Gabi Guedes vai comandar uma pá de convidados no último dia
Estavam lá também a criadora do PercPan, a produtora Elisabeth Cayres e um dos curadores do festival, o músico Letieres Leite, que trabalhou ao lado do músico e escritor José Miguel Wisnik e do produtor Alê Siqueira.

“Agora que fomos para a rua, vamos trabalhar nos moldes dos festivais de rua do resto do mundo, então a primeira preocupação foi abaixar o volume”, disse Leite.

“A segunda foi promover uma troca dinâmica de atrações. Cada artista visita o outro. A última música de cada show já contará com o artista seguinte participando no palco. Então a percussionista da Galícia participa de uma música das Ganhadeiras de Itapoan, por exemplo”, contou.

Já Beth Cayres disse que levar o PercPan do teatro para a rua sempre foi um desejo dela. “Percussão é rua”, notou.

Ela ainda revelou que uma das atrações, o grupo feminino Orquestra Obìrin, formado especialmente para o festival, “já foi convidado para ir à França gravar um disco”, concluiu Beth.

O sempre invocado Mano Brown, ao lado de sua foto preferida de Malcolm X
PercPan 2014 - de 25 a 27 de julho, no Terreiro de Jesus. Cada dia, um tema
25 de julho (sexta-feira):  Percussão - Voz, Corpo e Palavra. Dia dedicado aos artistas que criam e exercem a percussão a partir da voz e dos batuques no próprio corpo

Banda de Boca (BA)
Barbatuques (SP)

Vocal Sampling (Cuba)
Mano Brown (SP)

26 de julho (sábado): Panorama Percussivo Feminino - Dia dedicado às mulheres

As Ganhadeiras de Itapuã (BA)
Leilía (Espanha)
Sayon Bamba (Guiné Conacri)
Orquestra Obìrin (BA)
Banda Didá (BA)
Margareth Menezes (BA)

27 de julho (Domingo): Das Matrizes às Batidas Contemporâneas. A percussão que vai do terreiro à eletrônica, do ancestral ao digital

Aguidavi do Gegê (BA)
Marcio Victor & Samba Chula de São Braz (BA)
Percussivo Mundo Novo (BA)

Gabi Guedes (BA), Dj Cia (SP) e convidados
Marcelo D2 & Banda (RJ)

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