terça-feira, junho 03, 2014

THE ORANGE POEM, BANDA / PROJETO DE EMMANUEL MIRDAD, SOLTA EP COM NANCY VIEGAS

The Orange Poem & Nancyta Foto Germano Estácio
Ontem, a banda baiana The Orange Poem soltou seu terceiro EP, Wide, para download gratuito.

Até aí, tudo normal, não fossem alguns fatos incomuns.

O EP com três faixas traz a cantora / referência local Nancy Viegas (hoje na Radiola).

Ground, o primeiro, lançado em janeiro, trazia Glauber Guimarães (Teclas Pretas, Dead Billies) na voz.

E o segundo, Unquiet (de abril), saiu com  a voz de Rodrigo Pinheiro (Mulher Barbada).

Não se trata de uma banda com três vocalistas. É uma banda sem vocalistas, que atua basicamente em estúdio e que recruta um cantor diferente a cada gravação, de acordo com a proposta de cada trabalho.

O homem por trás dessa proposta incomum é o escritor / poeta/ produtor cultural / compositor Emmanuel Mirdad – e essa história começou há vários anos, em meados dos anos 1990, quando ele era o relutante vocalista da primeira encarnação da Orange Poem, então uma banda convencional, típica do undergroud local.

“Na época, minha limitação enquanto vocalista ocultou a força dessas canções. Agora, com essa galera,
eu mesmo me surpreendi: ‘ah, agora sim’!”, ri Emmanuel.

Antes dessa encarnação da OP, o compositor, Glauber e Rodrigo tinham "um grupo, se chamava Sad Child. Era bem deprê, folk progressivo. Ensaiamos, mas depois o pessoal debandou, após a gravação de uma demo. Aí ficou essa pendência. Mas Glauber topou gravar com o Orange e eu chamei Rodrigo, depois Nancy", relata.

"O que eu procuro são timbres mais peculiares. Depois de Glauber, com aquela voz de rouca de facão, veio Rodrigo Pinheiro, que tem uma voz meio indie e pronúncia perfeita em inglês. Agora eu precisava de uma mulher, mesmo. Pensei logo em  Nancy", conta.

Salvando canções do limbo

Auxiliado pelo super produtor Tadeu Mascarenhas, mentor da Radiola e que também passa a fazer parte da Orange Poem, Emmanuel (violão de 12 cordas), Marcus Zanom (guitarra), Fábio Vilas-Bôas (guitarra), Hosano Jr. (bateria) e Artur Paranhos (baixo) recriaram as antigas canções compostas pela banda nos anos 1990.

“Tadeu, que foi quem conduziu as gravações originais dos anos 90, tomou um susto. Então salvamos essas músicas que não ficaram legais, estavam no limbo e iam se perder”, diz.

“Tiramos os excessos, ajeitamos aqui e ali, rearranjamos e incluímos novos solos, teclados  etc. A ideia é no fim do ano reunirmos todas as faixas em um único disco cheio e fazer um show de lançamento”, conta.

Para Emmanuel, este último EP se revelou o "mais surpreendente" até agora. "É o mais surpreendente. Ela (Nancy) é uma monstra. Não desperdiça uma nota, afinadíssima, uma plasticidade vocal absurda. São três músicas bem distintas entre si: um blues, uma mais psicodélica a la Floyd e outra meio groove rock, mais prafrente. Em todas ela abordou de uma forma diferente", avalia.

"Na faixa mais psicodélica, ela canta em tom grave. Era para um homem cantar, mas saiu incrível. Foi a maior satisfação que já tive na minha carreira. O grau de profissionalismo dela é demais. Ela é produtora, professora, cantora - Nancy bota pra lascar", derrete-se Emmanuel.

Pensa que acabou? “Ainda quero gravar mais dois EPs de três faixas até o fim do ano. Um com uma voz bem grave, orquestral, de barítono, que tenha uma pegada ancestral. A definição de Tadeu é ‘ancestrodélica’. E o outro vai ser de rock pesado. Ainda estou vendo alguns nomes do pessoal do hard rock local para este”, conclui.

Em tempo: a bela arte de capa dos três EPs é de Glauber Guimarães, a quem Emmanuel diz caber a autoria da identidade visual da banda.

Baixe: www.elmirdad.blogspot.com.br



NUETAS

Rebeca & luvebox

Rebeca, Junix e Andrea May: supra sumo experimental
A cantora Rebeca Matta e o duo luvebox FX se apresentam no Commons Studio Bar nesta quinta-feira. Bissexto, o luvebox é o trabalho do guitarrista Junix com a cantora e artista visual Andrea May. Ela e Rebeca, que também milita na área visual, aproveitam e a oportunidade e promovem uma exposição conjunta no mezanino do Commons, em cartaz até o dia 30. 20 horas, R$ 20.

Álvaro & Eric = blues

Depois do duo / casal aí em cima, o duo pai & filho: Álvaro & Eric Assmar fazem o show Acoustic Blues no Ciranda Café. Sábado, 22 horas, R$ 15.

Maglore, tour Bahia

Programe-se: quinta-feira, dia 05: Vitória da Conquista (Viela Café), sexta, dia 6: Jequié (Praça. Rui Barbosa), sábado, dia 7: Cruz das Almas (Fornalha Show). Uma semana depois, domingo dia 15: Salvador (Parque da Cidade, 11 horas).

2 comentários:

Emmanuel Mirdad disse...

Valeu pelo espaço, meu caro! Mais novidades virão! Grande abraço!!!

Ernesto Ribeiro disse...

Ah, meu caro CC Jr, o seu senso de humor supera o meu em eloquência e dramaticidade --- e referências pop.


Que delícia de leitura...