quinta-feira, fevereiro 26, 2015

OBRA-PRIMA POR ENCOMENDA

Pedido do Museu do Louvre foi ponto de partida do novo CD de Yamandu Costa

Yamandu, foto Isabela Kassow
Que o violonista gaúcho Yamandu Costa é um prodígio, meio mundo já sabe.
 
O incrível é que, a cada disco, o músico parece se superar. E seu novo álbum, Tocata à Amizade (Biscoito Fino), não é diferente.
 
Se em seu último CD, o gauchesco Continente (2013), ele explorava a musicalidade sulista fronteiriça que formou seu repertório inicial, em Tocata... Yamandu se abre para o Brasil de forma mais geral, com especial atenção para o choro.
 
“Eu gosto de equilibrar minha discografia”, conta Yamandu, por telefone.
 
“Depois de fazer algo mais regional, como Continente, gosto de partir para um som mais próximo do Sudeste, com mais influência do choro. Pra mim, dá supercerto”, acrescenta.
 
Curiosamente, a abordagem mais brasileira do álbum veio a propósito da solicitação de ilustre instituição estrangeira: o Museu do Louvre.
 
A cada ano, o Auditório do Museu parisiense comissiona a um músico estrangeiro renomado a composição de uma peça que, de alguma forma, represente a música do seu país. Em 2010, foi a vez de Yamandu receber esta importante missão.

Impressões Brasileiras O resultado, a Suíte Impressões Brasileiras, abre o CD. “Este é um projeto lindíssmo, que gravamos há dois anos”, conta.
 
“É muita responsabilidade fazer essa encomenda do Louvre. Quando a Suíte ficou pronta eu fui lá, tocar no Auditório do Museu. Inclusive esses concertos são transmitidos ao vivo pela Radio France. Foi muito legal”, lembra Yamandu.
 
Na peça feita por encomenda, Yamandu pôde mostrar algumas de suas principais influências como músico.
 
“Minha formação é muito eclética. Eu venho do mundo regional gaúcho, da música fronteiriça. A música do choro eu só conheci mais tarde, já na adolescência, mas as referências que eu tive foram essas que estão na Suíte”, conta.
 
Os títulos já entregam por onde andou a inspiração do violonista na composição da peça, dividida em quatro partes: Choro Tango, Valsa, Frevo-Canção e Baionga.
 
“A primeira parte é minha origem, que traz justamente essas duas grandes referências para mim. Depois, a Valsa, que é a música mais universal do mundo, está em todas as culturas”, aposta.
 
“A terceira parte é o Frevo- Canção, um namoro do Nordeste com o Sudeste. A última é Baionga, que é um baião com milonga, que eu acabei encontrando muito dentro das minhas influências”, diz.
 
“O que é curioso é que sempre que eu tocava uma milonga para nordestinos, eles logo identificavam com frevo ou baião”, conta Yamandu.
 
“Claro que eu não tinha a pretensão de mostrar toda a música brasileira em uma suite. São algumas impressões. De repente vem outras”, diz.
 
Com a Suíte composta, pronta para ser gravada, só faltava ao músico amealhar mais algumas composições para formar o álbum que veio a se tornar Tocata à Amizade.

Roda de eruditos

Bebê, Luis, Rogério e Yamandu. Foto Isabela Kassow
Convocados os músicos Alessandro Bebê Kramer (acordeom), Rogério Caetano (violão) e Luis Barcelos (bandolim), Yamandu pensou em um conceito que unisse “um respeito camerístico e também uma coisa mais solta, típica das rodas de choro”, define.
 
Conhecidas como tocatas, essas reuniões de músicos populares em torno dos instrumentos têm muito de concerto – só que numa moda bem mais informal, claro.
 
”Foi muito difícil chegar nesse resultado, mas fiquei muito feliz”, afirma.
 
“Fizemos questão de ensaiar muito pra tirar as músicas e achar um equilibrio entre essas duas escolas, a popular e a de concerto, unir a primazia técnica com a soltura da música popular”, conta Yamandu.
 
No álbum, o quarteto interpreta, além da suite encomendada pelo Louvre, mais duas peças de Yamandu (Negra Bailarina e Boa Viagem), além de Pedra do Leme (de Raphael Rabello e Toquinho), Graúna (João Pernambuco) e a monumental Suíte Retratos, do maestro Radamés Gnattali.
 
Esta última também é dividida em quatro partes, cada uma homenageando um mestre fundador da música brasileira: Pixinhguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga.

Show no Farol da Barra

Viajante inveterado, Yamandu roda mundo afora todos os anos e de vez quando também dá uma passadinha pela Bahia.

A última foi em janeiro, quando se apresentou de graça, na rua, durante o festival Salvador Jazz, na Barra.
 
“Foi maravilhoso”, lembra. “Tive a oportunidade de tocar com meu amigo Armandinho ali perto do Farol da Barra, para vinte mil pessoas. É uma experiência incrível tocar pra tanta gente.
 
E a programação toda foi muito bacana, com estrutura de som, palco e luz certa”, elogia o músico.
 
“Também toquei ano passado em um lugar menor. Tenho ido mais à Bahia, o que me deixa muito feliz, pois tenho grandes amigos aí, como Mário Ulloa e Armandinho, que é meu padrinho”, comemora.
 
Ele ainda não sabe quando volta. “Não devo viajar muito com esse CD, pois é um bando de gente e também já tenho outros trabalhos este ano”.
 
Quem segura Yamandu?
 
Tocata à Amizade / Yamandu Costa / Biscoito Fino / Preço não divulgado / www.biscoitofino.com.br


12 comentários:

Franchico disse...

Então... o Coringa decepou uma mão do Alfred.

E o bom e velho Alfie, em retorno, levou uma orelha do Coringa.

http://www.bleedingcool.com/2015/02/25/scott-snyder-gets-originally-planned-batman-death-family/

Adoooro.

Rodrigo Sputter disse...

20 mil pessoas na Barra?
eu tava lá no excelente show dele...mas num sei se tinha tudo isso...mas é possível...

Rodrigo Sputter disse...

https://www.youtube.com/watch?v=b0koklNqzR8

https://www.youtube.com/watch?v=4uhyMU-nlKw&feature=youtu.be

Franchico disse...

RIP Spock.

http://www.nytimes.com/2015/02/27/arts/television/leonard-nimoy-spock-of-star-trek-dies-at-83.html

Digo, Leonard Nimoy

Ernesto Ribeiro disse...

.

Certos atores e não-atores são tão ruins que não convencem nem interpretando a si mesmos. No extremo oposto, alguns atores são tão extraordinariamente talentosos que nos convencem até de que há vida em outros planetas.


Leonard Nimoy é extraordinário. Ele compôs o ÚNICO personagem extraterrestre CRÍVEL, até mais convincente que todo o resto do elenco do programa. Ele roubou a cena e tornou-se a marca registrada de JORNADA NAS ESTRELAS, tornando-a um ícone da cultura de massas.


Como você sabem, os habitantes do planeta Vulcano não têm emoções para dominar seus atos, guiados apenas pela lógica e a razão. Sendo assim, deixo as lágrimas para vocês humanos.


Foi-se para além da estrelas o Melhor Ator da televisão, um dos Melhores Atores de Todos os Tempos. Vida Eterna e Próspera, Sr. Spock. Você sempre esteve muito á gente de nosso tempo.

Ernesto Ribeiro disse...

.

VERSÃO CORRIGIDA:


Certos atores e não-atores são tão ruins que não convencem nem interpretando a si mesmos. No extremo oposto, alguns atores são tão extraordinariamente talentosos que nos convencem até de que há vida em outros planetas.


Leonard Nimoy é extraordinário. Ele compôs o ÚNICO personagem extraterrestre CRÍVEL, até mais convincente que todo o resto do elenco do programa. Ele roubou a cena e tornou-se a marca registrada de JORNADA NAS ESTRELAS, tornando-a um ícone da cultura de massas.


Como você sabem, os habitantes do planeta Vulcano não têm emoções para dominar seus atos, guiados apenas pela lógica e a razão. Sendo assim, deixo as lágrimas para vocês humanos.


Foi-se para além da estrelas o Melhor Ator da televisão, um dos Melhores Atores de Todos os Tempos. Vida Eterna e Próspera, Sr. Spock. Você sempre esteve muito á frente de nosso tempo.

Rodrigo Sputter disse...

Estou lendo "Palestina" de Joe Sacco, bem interessante, sempre tive vontade de ler esse quadrinho, mostra várias minúcias sobre como Israel vem tratando os palestinos...é um quadrinho bem interessante, traz a luz vários pontos obscuros para uns...vale muito a pena ler...

Ele fez uma análise interessante sobre os ataques a Charlie Hebdo:

http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/01/autor-de-palestina-joe-sacco-questiona-limites-da-satira-em-resposta-ataque-charlie-hebdo/

E aqui a charge original que ele faz essa crítica:

http://www.theguardian.com/world/ng-interactive/2015/jan/09/joe-sacco-on-satire-a-response-to-the-attacks

Quem quiser ler/baixar o quadrinho em PdF:

http://scanmaniacs.blogspot.com.br/2015/02/palestina-uma-nacao-ocupada.html

Rodrigo Sputter disse...

Lembrando que dizem por aqui que os EUA é a terra da felicidade...não tem gente triste lá...tudo perfeito:

https://br.noticias.yahoo.com/v%C3%ADdeo-mostra-morte-morador-rua-policiais-los-angeles-123121511.html

mas mió são os comentários do yahoo...pra num dizer o contrário...

Ernesto Ribeiro disse...

.

Eu ficaria satisfeito em saber qual seria a reação do Joe Sacco se alguém questionasse os limites da liberdade de expressão DELE nos quadrinhos que ele faz há décadas sem ser jamais censurado ou atacado por causa disso.


Hipocrisia... eu quero uma pra viver...

Ernesto Ribeiro disse...

.

Eu ficaria satisfeito em saber qual seria a reação do Joe Sacco se alguém questionasse os limites da liberdade de expressão DELE nos quadrinhos que ele faz há décadas sem ser jamais censurado ou atacado por causa disso.


Hipocrisia... eu quero uma pra viver...

Ernesto Ribeiro disse...

.

Quanto aos EUA...


Correção, Sputter: o único país do mundo que faz a propaganda enganosa de que "é a terra da felicidade... não tem gente triste lá...tudo perfeito" É O BRASIL.

Ernesto Ribeiro disse...

.

OK, Sputter... vamos falar da principal acusação mais repetida contra os EUA: de que lá tem muito racista.


Então, vamos falar de racismo.


Nos EUA, os negros são 13% da população. Mesmo assim, os brancos americanos, elegeram um presidente da República negro, um governador de Estado negro, um prefeito de New York negro, além de prefeito negros nas capitais Washington, DC e outras metrópoles. Tudo isso com a chantagem racial de "obrigação moral" e "dívida histórica".


Os próprios eleitores de Obama admitiram descaradamente que estavam votando num desconhecido suspeitíssimo pelo mero fato de ele ser negro. Julgaram bem o sujeito pela cor da pele, e não pelo caráter, contrariando Martin Luther King.


Está absolutamente claro qual é o povo que NÃO É RACISTA.


Agora, o nosso país "democracia da mistura de raças":


Os negros são cerca de metade da população do Brasil, maioria esmagadora da população da Bahia e 80% da população de Salvador. Mesmo assim, os brasileiros JAMAIS elegeram um presidente da República negro, os baianos JAMAIS elegeram um governador de Estado negro, e os soteropolitanos JAMAIS elegeram um prefeito negro.


Está absolutamente claro qual é o povo que É RACISTA.