As peruas fúteis de Sex & The City não representam: Frances Frankie Heck é a verdadeira mulher de meia idade e mãe de família norte-americana.
Interpretada com conhecimento de causa por Patricia Heaton, Frankie está de volta com sua típica família disfuncional para a quarta temporada de The Middle, com estreia para o dia 12.
Exibida pelo canal Warner Channel, The Middle é uma sitcom diferente da maioria.
Não tem risadas enlatadas ou gente rica despreocupada, exibindo corpos sarados, carrões e roupas caras.
“The Middle mostra a vida da gente comum nos Estados Unidos. A vida que acontece entre Nova York e Los Angeles”, resume a atriz, durante conference call de divulgação para a imprensa.
“Por isso o programa se chama The Middle (O Meio). É sobre a vida no meio do país, nos fly over states, que são os estados sobre os quais você voa quando viaja de Nova York para Los Angeles ou vice-versa. Ele mostra que a vida norte-americana é muito mais parecida com a vida na América Latina do que se pensava”, arrisca Patricia.
Humor de recessão econômica
Realmente engraçada, a sitcom mostra o dia a dia da família de Frankie, que é vendedora em uma revenda de carros usados e casada com Mike (o ator Neil Flynn) - que trabalha em uma pedreira (Wiiiiiilmaaaaa!!!!!! Desculpem, não resisti...).
O casal tem três filhos: Axel, Sue e Brick.
Axel (interpretado por Charlie McDermott), o mais velho, é burro como uma porta, malcriado e só anda de cueca em casa.
Sue (Eden Sher), coitada, usa aparelho nos dentes e não consegue se enturmar de jeito nenhum na escola. Ainda assim, exibe um otimismo tão decidido que só pode ser estupidez ou estoicismo.
Já o mais novo, Brick (Atticus Shaffer), parece ter herdado toda a inteligência da família. Seus melhores amigos são seus livros.
Quando não está filosofando – para absoluto constrangimento dos seus pais –, sussurra para si mesmo. Um moleque estranho.
Junta em casa, essa família janta baldes de frango frito com refrigerante todo santo dia.
“Acho que o tema da família e criação dos filhos é universal. Não importa em que país você more. Pais tem os mesmos problemas com seus filhos e eu acho que o programa também lida de forma humorística com o contexto de recessão econômica. Ele encontra humor nessas situações, e é o humor que lhes confere um toque de esperança”, diz.
“Acho que um de nossos temas é que os problemas da vida vem e vão, mas se você mantém sua família unida, pode ser capaz de superar qualquer tempestade”, acrescenta a atriz.
Nesta quarta temporada, as coisas vão fica ainda mais difíceis para os Hecks.
Frankie vai perder o emprego e Axel vai concluir o ensino médio, mas os Hecks não tem dinheiro para bancar a faculdade.
“Frankie e Mike tem esperanças que ele consiga alguma bolsa jogando futebol, por que eles não tem dinheiro para bancar o curso dele. Ele também arruma uma namorada séria que o desafia a ser um estudante mais aplicado”, conta.
“Sue, sempre otimista, está cheia de expectativas com seu segundo ano na high school. Ela continua tentando se juntar a vários clubes e participar de atividades nas quais não é particularmente boa. Mas ela nunca perde a esperança. Além disso, vai conseguir um namorado também”, adianta.
“Frankie vai pensar em como repor a renda perdida depois de perder o emprego. Ela vai chegar a conclusão de que quer mais que um emprego: ela quer uma carreira. Com isso, ela vai voltar à escola. Essas são algumas histórias que veremos nesta temporada”, revela.
Republicana com personalidade
Conhecida pelas posições conservadoras, Patricia é eleitora do Partido Republicano e anti-aborto.
Ainda assim, tem personalidade o forte o bastante para se posicionar a favor do casamento gay.
Atriz tardia, só começou na profissão aos 33 anos.
Despontou para a fama ao interpretar Debra, a esposa de Ray Barone em Everybody Loves Raymond (1996-2002).
“Sim, fiquei preocupada em fazer a mãe de sitcom pela segunda vez”, admite.
“Mas quando li (o roteiro de The Middle), vi que era bem diferente. Fiquei satisfeita ao ver que a perspectiva do programa ia ser a partir da visão da esposa e não da do marido”, observa.
“É sobre Frankie que está o foco da família. É ela que é a mais passível de cometer um monte de erros, da mesma forma que Ray fazia em Everybody Loves Raymond. Pude aprender muita coisa nova com The Middle”, conclui Patricia.
THE MIDDLE – Episódios inéditos todas as quartas-feiras, a partir de 12 de junho, às 22 horas / Warner Channel
EXTRA: LEIA MAIS TRECHOS DA ENTREVISTA COM PATRICIA HEATON
Pergunta: Você ou outros atores costumam colaborar com ideias para os roteiros dos episódios?
Patricia Heaton: Não, são os roteiristas - quase todos casados e com filhos - que trazem suas ideias. As vezes eu conto a algum deles alguma situação da minha vida pessoal e eles a incorporam em algum script. Por exemplo, há coisa de dois anos, minha família recebeu em casa um estudante de intercâmbio japonês. Eu contei aos produtores e achamos que seria engraçado se um estudante japonês de intercâmbio ficasse hospedado da casa dos Hecks e o episódio acabou acontecendo, de um fato direto da minha vida.
P: Hoje em dia, alguns personagens de séries de TV parecem mais complexos do que os de cinema. Como você vê isso?
PH: Talvez por que em um seriado, você tem 13 ou 22 episódios para explorar um personagem. Isso permite ao ator se aprofundar muito mais nele, além de haver mais oportunidades (de trabalho) para as mulheres na televisão. É uma grande mídia e eu acho que os filmes de cinema estão muito mais focados nos homens hoje em dia. Enquanto que, na televisão, temos muitos personagens femininos fortes e maravilhosos.
P: Como você acha que as sitcoms se desenvolveram enquanto gênero desde Everybody Loves Raymond?
PH: Bem, Raymond era uma sitcom de estilo clássico, na qual atuamos diante de uma plateia. Quase como no teatro. Do início ao fim, (as cenas são filmadas) em sequência, diante da plateia, com várias câmeras em um auditório. É a forma clássica da sitcom e funciona muito bem. Raymond foi concluída após seis temporadas e ainda é um programa muito, muito popular ao redor do mundo. O que vem acontecendo desde então é que tem surgido muitas comédias de TV com meia hora que são gravadas como um filme, com uma câmera e sem plateia. Então, quando gravamos The Middle, eu não sei na verdade como o programa vai ficar até que o assista na TV, por que ele é feito fora de sequência, é editado de forma diferente, então é quase um outro tipo de mídia. Mas sempre vamos precisar de bos roteiristas e se você tem bons roteiros, ambas as formas de comédia funcionam. Não importa muito se você grava com plateia ou sem, desde que o script seja forte, ambas podem se tornar programas clássicos.
P: E o seu personagem? Como você vê seu desenvolvimento?
PH: Toda vez que um ator começa em um programa novo com um personagem novo, ele meio que dá um salto no escuro por que ainda não conhece tudo por que ele passou, então ele meio que tenta delinear sua personalidade com os roteiristas. Acho Frankie Heck uma boa combinação disso, mas também acho que ela precisa se tocar que tem muitas coisas das quais precisa se desprender. Na verdade, ela não acredita tanto que precisa ser uma mãe perfeita e uma das razões para isso é por que ela simplesmente não consegue (ser a mãe perfeita). Ela continua tentando, mas acho que se tornou mais tolerante consigo mesma quando as coisas dão errado, que não é o fim do mundo.
P: O que você tem em comum com Frankie? E o que não tem?
P: Bem, sou mãe de quatro rapazes e também trabalho, então eu entendo como é tentar conciliar todas as atividades em que todos estão envolvidos. Tentar faze-los se dedicar aos estudos enquanto me dedico ao meu trabalho, coisas assim. Então eu realmente entendo a Frankie. Obviamente, eu estou em uma faixa de renda diferente, então eu não tenho as mesmas preocupações financeiras dela. Mas eu também sou uma atriz e sei como é este negócio. The Middle deve acabar em questão de dois anos mais ou menos, então estou sempre pensando em como vai ser, tento imaginar meu próximo trabalho. Então eu me relaciono com Frankie em muitos níveis. Minha carreira também começou meio tarde. Só comecei a trabalhar como atriz profissional aos 32 ou 33 anos. Antes disso eu sempre tive problemas de grana, então eu me relaciono muito com as lutas da família Heck.
P: É permitido improvisar no set? Com que frequência isso acontece?
PH (enfática): Não! Temos uma supervisão de roteiro muito rigorosa. Ela está lá para garantir que você diga cada linha do jeito que está escrito no roteiro. Era assim também em Raymond. Não há improvisação. Tentamos fazer com que pareça improvisado, mas na verdade, está tudo muito bem previsto. Mas se tivermos dificuldade com alguma fala, se sentirmos que ela não está adequada, podemos falar com um produtor e pedir para mudar alguma coisa. As vezes conseguimos mudar, às vezes eles nos explicam por que precisa ser daquela maneira. Então quase que não há improvisação.
P: Se aqueles três fossem seus filhos, com qual deles você se preocuparia mais?
PH: Bem, eu tenho filhos bem parecidos com aqueles meninos, então eu diria que eles dois me preocupariam mais. A falta de seriedade de Axel em relação aos estudos me preocupa, eu sei como é difícil lá fora. Me preocupa que meus filhos não tenham a ambição e o ímpeto suficientes para construir uma vida para si mesmos, mas ainda assim, tenho que acreditar neles. Quer dizer, são só adolescentes. Quanto ao Brick, tenho um filho com algumas daquelas questões peculiares. Ele não gosta mesmo da escola e eu sei que Frankie se sente da mesma forma.De novo, questão de acreditar (que um dia ele vai mudar). Você só pode fazer o seu melhor enquanto eles estão com você. Quando se forem para o mundo, aí vai ser com eles.
P: Você assiste TV em casa?
PH: Sim, assisto muita TV. Amo Downton Abbey, a BBC e Masterpiece Theater, da Inglaterra. Gosto de The Walking Dead. E tem um novo, chamado Top of The Lake. Assisto Mad Men, programas sobre crimes reais, programas sobre cuidados no lar, tipo como reformar sua cozinha, esse tipo de coisa.
P: Se pudesse atuar como guest star (astro convidado) em algum outro programa, qual seria?
PH: Adoraria fazer um zumbi em The Walking Dead. Adoraria. Gostaria muito de fazer alguma coisa de época, como Downton Abbey ou Madmen, você pode usar aquelas roupas, o cabelo e a maquiagem de uma época diferente. Adoraria fazer algo assim, ou um western. Adoraria fazer um western.
Matéria originalmente publicada no Caderno 2+ do jornal A Tarde. Agradecimentos à Fundamento RP.
10 comentários:
Gente, Prince descobriu o grunge!
http://omelete.uol.com.br/musica/prince-faz-cover-de-even-flow-do-pearl-jam/
Rocketeer e Spirit juntos, crossover que promete:
http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/rocketeer-e-spirit-herois-dos-anos-40-vao-se-encontrar-em-crossover/
A curiosidade matou a Mulher-Gato?
http://www.bleedingcool.com/2013/05/29/what-just-happened-to-catwoman-massive-justice-league-of-america-4-spoilers/
Lançamento TOTALMENTE IMPERDÍVEL para junho:
http://hotsitepanini.com.br/wizmania/o-demolidor-de-mark-waid/comment-page-1/#comment-18757
Série premiadíssima lá fora, estava esperando sair por aqui há um tempão! Demorou mas chegou, antes tarde do que nunca etc e tal....
Mais aqui:
http://omelete.uol.com.br/demolidor/quadrinhos/demolidor-nova-versao-do-heroi-chega-ao-brasil-em-junho/
Já ouviu esse aqui, Chicón?
http://jairnaves.bandcamp.com/album/e-voc-se-sente-numa-cela-escura-planejando-a-sua-fuga-cavando-o-ch-o-com-as-pr-prias-unhas
Totalmente imperdível para Vertigomaníacos...
http://omelete.uol.com.br/vertigo/quadrinhos/panini-vai-lancar-historia-proibida-de-john-constantine/
https://soundcloud.com/the-gins
saca essa banda de cruz das almas, chico??
boa!
http://www.chamandosuperamigos.com.br/2013/06/e-se-os-filmes-de-sucesso-fossem.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+ChamandoSuperamigos+%28CHAMANDO+SUPERAMIGOS%29
MUITO BOM!!!!
Tô ligado nessa banda, Sputter!
Eles tocaram aqui em Salvador no Sunshine, já.
tocamos com eles em Cruz das Almas...gostei + ainda no show...eles me falaram que num gostaram do show daqui não, que não estavam bem...ou algo do tipo...
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