Um bom começo para tentar decifrá-lo é através de suas próprias palavras, no livro Minhas Invenções: A Autobiografia de Nikola Tesla, recém-publicada no Brasil.
O engenheiro elétrico, mecânico e físico, nascido em Smiljan, uma vila remota do que hoje é a Croácia, é no mínimo, um dos homens que projetaram o mundo em que vivemos hoje, com energia elétrica, radares, raios- x, comunicação wireless e aparelhos de controle remoto (incluindo os ameaçadores drones).
E mais: ele pode ser o homem que projetou o mundo em que viveremos amanhã. Suas ideias e projetos eram tão avançados no tempo, que até hoje cientistas de toda parte coçam as cabeças tentando entendê-los.
Em seu livro, curiosamente curto e objetivo, Tesla confirma sua vocação de visionário de forma bastante literal: “Na minha infância, sofria de uma estranha perturbação devido ao aparecimento de imagens, geralmente acompanhadas de fortes clarões de luz”, descreve.
Intrigado, resolveu se concentrar naquilo que as visões lhe mostravam. Acabou por domina-las, de forma que passou a criar, projetar e até mesmo a operar suas invenções mentalmente.
“É absolutamente irrelevante para mim se testo a minha turbina em pensamento ou na oficina”, escreveu.
Idealismo versus capitalismo
Depois de emigrar para os Estados Unidos e trabalhar na então nascente indústria da energia elétrica, para a qual desenvolveu inúmeras patentes, tomou um calote de Thomas Edison, que riu na sua cara e lhe disse que ele “não entendia o senso de humor americano”.
Tesla acreditava que o sistema de corrente alternada (AC) para transmissão de energia era muito mais eficiente e lucrativo do que o da corrente direta (DC), usado ainda hoje.
Mais tarde, desenvolveu sua teoria mais ambiciosa: extrair energia do campo eletromagnético da Terra.
Uma única torre transmissora, que começou a ser construída em Long Island (NY), mas que nunca concluída, seria o bastante para fornecer energia infinita e gratuita para todo o planeta.
“O problema é o seguinte: Tesla era um idealista”, define o sérvio Boris Petrovic, fundador do Instituto de Energias Sustentáveis Nikola Tesla, criado em dezembro último, em Brasília.
“Ele nunca entendeu como o capitalismo funciona. Puxar do campo eletromagnético energia gratuita para todos vai contra muitos interesses”, vê.
“Tesla é tão presente na nossa vida diária que nem nos damos conta. Por exemplo: quando você liga a luz, usa umas cinco patentes dele. As invenções dele estão na sua casa até hoje, e estarão por muitos séculos”, acredita Boris.
Depois de gastar todo o dinheiro das patentes de suas invenções nos próprios experimentos, Tesla, que nunca se casou, morreu aos 86 anos, de trombose coronária, falido e solitário em um quartinho de hotel em Nova York.
Consta que, nessa última fase de sua vida, alimentava-se apenas de leite e biscoitos.
Seu legado (e sua figura), porém, sobrevivem na consciência coletiva das comunidades científicas e culturais.
Minhas invenções / Nikola Tesla / Editora Unesp / 116 páginas / R$ 20 / www.editoraunesp.com.br
Em Brasília, parente de Tesla dirige ONG e crê que Brasil será “usina do futuro”
Um dos diversos laboratórios ao redor do mundo dedicados à pesquisa das tecnologias projetadas pelo cientista croata, o Instituto de Energias Sustentáveis Nikola Tesla (visto na foto ao lado) não está localizado em Brasília, bem no centro do continente sul-americano, por acaso.
“O Brasil é um o pais com uma posição estratégica interessante, pois está muito bem posicionado no campo eletromagnético terrestre”, revela Boris Petrovic.
Ele, que diz ser parente de Sava Kosanović, sobrinho de Tesla, chegou ao Brasil há dois anos, justamente para criar e gerir o Instituto, uma ONG que conta com o “apoio de Celso Nicoli, coronel da reserva do Exército e de contatos na CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear)”, segundo Petrovic.
“Até agora, só temos um laboratório pequeno e planos para fazer um campo de pesquisa na região rural”, diz.
Sua principal linha de pesquisa diz respeito à energia sem fios do campo eletromagnético: “O Brasil pode ser a grande usina de energia do futuro, por causa dessa irradiação fortíssima que recebe do Sol. Estamos buscando receber recursos e doações internacionais para construir uma torre de Tesla”, planeja.
Meio cientista, meio místico, Boris crê que “o próprio Tesla está, desde as altas esferas, se incorporando nas pessoas que continuam o seu trabalho”.
Conheça: www.institutotesla.org
TESLA NA CULTURA POP
A banda norte-americana de hard rock Tesla (foto: Charr Crail) homenageia o gênio croata já desde o nome. A figura do cientista aparece na capa do disco Psychotic Supper (1991). Fazendo jus ao pioneirismo do nome que os inspira, o máximo que se pode dizer desta banda é que, não só ela não era ruim no que faz, quanto largou na frente na febre dos discos unplugged, ao lançar, já em 1990, um disco acústico ao vivo, o vinil duplo Five Man Acoustical Jam, no qual, além de repassar seus sucessos, apresentou clássicos dos Rolling Stones (Mother's Little Helper), Beatles (We Can Work It Out), Grateful Dead (Truckin') e Creedence Clearwater Revival (Lodi) a uma geração de cabeludos imersos no hair metal da época, cenário do qual a banda surgiu. Troféu joinha pra eles.Tesla já apareceu em vários filmes. Um dos últimos, o ótimo O Grande Truque (The Prestige, 2006), de Christopher Nolan, traz David Bowie no papel do cientista visionário.
Tesla também é personagem de inúmeras HQs. Esta foi publicada em 1946, apenas três anos após sua morte. Leia-a inteira aqui.
8 comentários:
Angela, aquela personagem criada por Neil Gaiman em Spawn, vai ressurgir no Universo Marvel.
http://omelete.uol.com.br/spawn/quadrinhos/angela-ex-coadjuvante-de-spawn-vai-fazer-parte-do-universo-marvel/
Márcio, vou te confessar que tô ainda mais na pilha pra Kick Ass 2 do que pra Iron Man 3...
http://www.universohq.com/quadrinhos/2013/n21032013_02.cfm
Jim Carrey e as porra! DE-MAIS!
Devo confessar que, quando o conheci aqui em Salvador, achei Rafael Grampá, um tantinho... nariz empinado. Mas que o sujeito é uma fera no que faz, disso não restam dúvidas....
http://www.bleedingcool.com/2013/03/20/rafael-grampas-batman-vs-joker/
Não a toa, ganha cada vez mais destaque - aqui no Brasil e lá fora também....
Num sei não, mas acho que a DC está fudendo com um de seus melhores personagens...
http://www.bleedingcool.com/2013/03/21/when-dc-stopped-constantine-smoking-on-the-cover-of-issue-one/
Do outro lado da rua, a Marvel tenta reeditar a era de ouro das graphci novels...
http://www.bleedingcool.com/2013/03/21/marvel-to-publish-new-line-of-a-list-original-graphic-novels/
Eles são fofos, eles são sapecas, eles querem rock 'n' a noite toda e festa todos os dias, eles são os Kiss Kids em quadrinhos!
http://www.bleedingcool.com/2013/03/22/kiss-kids-from-idw/
Mas só depois da hora do soninho!...
Confesso que estou bem ansioso para assistir Guerra Mundial Z, por que o livro é genial, mas ao mesmo tempo, a cada trailer, percebo o quão distante do livro esse filme parece ter ficado...
http://omelete.uol.com.br/world-war-z/cinema/guerra-mundial-z-assista-ao-novo-trailer-da-adaptacao/
Esse personagem de Brad Pitt não existe. Não tem heroizinho em Guerra Mundial Z. E o clichê da trilha sonora épica, alta nos momentos certos... O clichê das filhinhas do herói... Num sei não. Tô começando a temer que transformaram o melhor livro de zumbi de todos os tempos em um filme-desastre desastroso, tipo 2012 ou Armagedon ou sei lá o que....
Agora é aguardar a estreia em junho.
Massa demais!!!
Tenho muita curiosidade a respeito do Tesla, especialmente sobre o projeto Filadelfia...
abração!!!
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