Um dos nomes mais destacados da nova geração de compositores da Cidade Maravilhosa, ele chega ao seu quarto álbum, Brenguelé, muito bem servido de parcerias.
Basicamente, Rogê se cercou daquilo que se convencionou chamar de “nata da black Rio”: Seu Jorge, Wilson das Neves, Arlindo Cruz, Pretinho da Serrinha, Gabriel Moura e Luis Carlinhos, entre outros.
O resultado é um álbum que vai do samba ao sambalanço sem escalas em uma sequência de faixas com o astral lá em cima.
“É um disco de balanço mesmo, de festa”, admite o músico, por telefone. “Meus discos são sempre assim, mesmo. Inclusive no processo de composição. Eu só gosto de compor quando tô felizão. Quando tô cheio de problema é mais difícil de as ideias fluírem. Tem gente que é o contrário”, conta.
Do sambalanço
Carioca até o osso (e isso é um elogio) o maior acerto de Brenguelé é tratar o sambalanço como um gênero, assumindo sem vergonha, e sim, com orgulho, o glorioso legado de Jorge Ben (como se chamava então) e Tim Maia. “A ideia é mesmo privilegiar o sambalanço, mas do nosso próprio jeito”, pontua.
“Foi meu primeiro disco pensado como um conceito só. Os outros eram mais voltados para a MPB, tinham partido alto, ponto de macumba, jongo etc”, acrescenta Rogê.
Criado ainda em meados dos anos 1960 pela prodigiosa mão direita de Jorge Ben, o estilo do sambalanço aliava a batida do samba com doses variáveis de bossa, soul e rock, tendo chegado ao auge criativo no genial LP Tábua de Esmeraldas (1973), do próprio Jorge.
“O sambalanço, que tem Jorge Ben como seu ícone, nem é tido com um gênero. Que o diga Bebeto, coitado, que sempre foi apontado com um Jorge Ben genérico”, observa Rogê.
Com o sucesso de Seu Jorge e uma maior popularização do estilo junto à uma nova geração, Rogê acredita que “está mais desenvolvido”.
“É bom lembrar que o sambalanço não é só Jorge Ben. Tem Bebeto, Copa Sete, Banda Black Rio e outros. Mas a midia simplesmente não encarou isso. Daí não caber aquela coisa de dizer que o Bebeto copiava Joge Ben. É que nem dizer que quem faz reggae imita Bob Marley ou quem faz bossa imita Tom Jobim”, reflete.
No disco, Rogê e o produtor Kassin tomaram todas as medidas para recriar o som e o clima do sambalanço, inclusive recorrer à gravação analógica em fita de rolo e trazer para o estúdio o mitológico produtor carioca Lincoln Olivetti, responsável pelos teclados.
“Eu sabia que só Kassin poderia fazer o disco que eu queria, com essa sonoridade específica”, conta.
“E foi proposta dele trazer o Lincoln, o (baterista) Paulo Braga, que tocou com Tom Jobim e Elis Regina. E o Lincoln, pelo amor de Deus, é aquilo tudo: um gênio dentro do estúdio, é até emocionante trabalhar com ele”, derrete-se Rogê.
Para sambar “na estica”
Coerente com a proposta, o álbum foi gravado ao vivo. “Voz, violão, baixo, bateria e percussão ao vivo. Só os metais e alguma percussão vieram depois”, enumera. O resultado é um álbum de sonoridade leve e para cima, mas ao mesmo tempo, rica e surpreendente.
“(No disco) Eu sinto muito João Donato, Black Rio, Copa Sete, África Brasil (LP de Jorge Ben). Bebeto está evidente em Minha Glória (faixa 2 de Brenguelé). Eu enxergo tudo isso nesse disco. É bem aquelas coisas de baile que as pessoas iam na estica, pra badalar. Mas é pra sambar mesmo, pode sambar, dançar juntinho ou separado”, convida Rogê.
BRENGUELÉ / Rogê /COQUEIRO VERDE / R$ 19,90 / www.coqueiroverderecords.com / www.rogebrasil.com.br
4 comentários:
Passando a jato para dar uma atualizadinha.
Ah, leiam que legal o projeto do Música de Agora na Bahia nas escolas públicas:
http://www.musicadeagoranabahia.com/wordpress/?p=211
Para animar, o título: "TRANSCEDÊNCIA NO HORÁRIO DO RUSH EM PARIPE"
A "intelligentsia" de um dePUTAdo:
O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) disse que pedirá nesta terça-feira aos ministérios da Justiça e da Cultura que suspendam a exibição do filme Ted, de Seth MacFarlane, que estreou sexta-feira.
Protógenes assistiu ao filme com o filho Juan, de 11 anos. “Fiquei chocado e indignado com esse filme. Ele passa a mensagem de que quem consome drogas, não trabalha e não estuda é feliz”, disse Protógenes.
O deputado, também delegado da Polícia Federal, criticou os ministérios da Justiça e da Cultura por terem liberado o filme para maiores de 16 anos. “Não poderia ser liberado nem para 16 nem para 18 anos. Esse filme não pode ser liberado para idade nenhuma. Não deve ser veiculado em cinemas”, afirmou. Protógenes disse que, como deputado, pedirá explicações dos dois ministérios sobre a liberação do filme.
O deputado postou sua indignação com o filme no Twitter. O assunto repercutiu na internet e ficou entre os trending topics de Brasília, São Paulo e Rio, entrando na lista de temas mais falados no País nesta segunda-feira (24). Houve uma enxurrada de respostas e críticas.
Protógenes disse que o filme “endossa atitudes criminosas, satiriza o consumo de drogas e de álcool e instrui o espectador a não estudar e a não trabalhar”. Segundo o deputado, é “um filme agressivo”. Ele afirmou que, ao conversar com o filho sobre o filme, outras crianças ao lado disseram: “Tio, estamos sabendo, aquilo é maconha”. Ele lembrou que acompanhava o filho, mas havia crianças sozinhas.
Ted é uma comédia que mostra a amizade entre um homem e seu urso de pelúcia da infância à idade adulta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Eu vi, Márcio.
Gênio.
É engraçado isso, por que fica a dúvida: o que é mais chocante e dá mais mau exemplo? Um ursinho de pelúcia fumando maconha ou a raça de FDP que é a classe política brasileira, que só faz roubar, desviar, mentir e prejudicar quem paga seus salários altíssimos e imerecidos?
DUH!
Esse país é uma piada, um circo. Só tem palhaço. NOJO.
Saiu no Brasil o livro de Deixa Ela Entrar:
http://omelete.uol.com.br/deixe-me-entrar/cinema/deixa-ela-entrar-sai-no-brasil-livro-que-inspirou-os-filmes/
Vcs devem lembrar que entrevistei o autor não faz muito tempo:
http://rockloco.blogspot.com.br/2012/06/john-lindqvist-os-zumbis-de-estocolomo.html
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