quarta-feira, abril 18, 2007

O RETORNO DO FILHO DA NOIVA DAS MICRO-RESENHAS

Mestres do soft rock ao vivo
DVD: In Concert
America
Warner
R$ 45,90
www.venturahighway.com

O grupo America, pioneiro do soft rock, voltou com tudo em 2006, quando lançaram Here and Now, álbum com músicas inéditas produzido pelo ex-Smahing Pumpkins James Iha e Adam Schlesinger, do Fountains of Wayne. A moral dos tiozões com a moçada do indie rock é tanta, que nomes como Ryan Adams e Ben Kweller também participaram do CD, que ainda conta com com covers do Nada Surf e My Morning Jacket. Neste DVD ao vivo gravado na Austrália também no ano passado, é possível conhecer as razões da adoração: belas canções folk rock, melodias vocais trabalhadas, clima estradeiro. Atenção para os hits A Horse With No Name (que muita gente confunde com Neil Young quando ouve pela primeira vez - inclusive eu), Ventura Highway e Sister Golden Hair.

Padrão hostilidade total
Are You Dead Yet?
Children of Bodom
Universal
R$ 30,50
www.cobhc.com
Os finlandeses do Children of Bodom (o nome é em homenagem ao mais famoso assassino serial daquelas terras geladas) chegam ao quinto álbum de estúdio com Are You Dead Yet?. Lançado lá fora em 2005, só agora chegou ao mercado em edição nacional - e sem a faixa-bônus Somebody Put Something in my Drink, dos Ramones. Não que o público-alvo dê a mínima. O que realmente importa já consta em altíssimo e bom som nas nove faixas do álbum: heavy metal escandinavo extremo, virtuosismo técnico, solos de guitarra executados à jato, bumbo duplo igualmente veloz, vocais guturais e sabor erudito nas melodias. Só para iniciados.

O primeiro manifesto ecológico
Livro: A Carta do Cacique Seattle
Escrito por Ted Perry, inspirado no discurso do Cacique Seattle
Versal Editores 80 págs. R$ 24,90 www.versal.com.br

"O grande chefe de Washington diz que quer comprar a nossa terra. Essa idéia é estranha para nós. Como é possível comprar ou vender o céu e o calor da terra? Se o ar fresco e o brilho das águas não nos pertencem, como podemos vendê-los"?

Se essas palavras não lhe soam estranhas, não se admire muito. Esse é o trecho inicial do famoso discurso do Cacique Seattle, chefe da tribo Suquamish, proferido em 1854 diante do governador do estado de Washington , quando este veio as terras dos índios no intuito de comprá-las.

Carregado da sabedoria natural das coisas da terra que só mesmo um índio poderia ter, o discurso é agora lançado no Brasil em uma primorosa edição ricamente ilustrada e em capa dura pela Versal Editores.

Na ocasião do discurso, o bravo Cacique, que já havia lutado em inúmeras batalhas pelo seu povo, sabia que recusar a oferta do presidente americano significaria, cedo ou tarde, o extermínio de seu povo.

Com o coração pesaroso, cedeu e retirou-se com sua gente para uma reserva indígena – mas não sem antes dizer umas verdades para o menino de recados de Washington.

E assim, nasceu o famoso discurso. Presente à ocasião estava o médico Henry Smith, que o verteu para o inglês a partir das anotações apressadas que fez ali na hora. 33 anos depois, em 1887, Smith publicou o discurso no jornal Seattle Sunday Star.

Mas foi somente quase um século depois, já na década de 1970, que o documento ganhou a dimensão de manifesto ecológico que lhe cabia.

Ted Perry, roteirista e diretor do Programa de Cinema e Cultura Midiática da Middlebury College, adaptou a versão de Smith e a distribuiu pelas faculdades americanas. Em plena era da efervescência hippie, o documento prontamente caiu no gosto da rapaziada, espalhando-se rapidamente pelo mundo.

Não é para menos. Em uma época em que a ameaça de auto-extermínio da humanidade é mais do que nunca real, vide o advento do aquecimento global, o texto adquire uma atualidade impressionante.

Valorizado pelo belo projeto gráfico e ilustrações de Luciana Gobbo, o discurso ganha ainda mais significado em trechos envolventes como este: "O destino é um mistério para nós. Não entendemos por que búfalos são mortos, cavalos selvagens são domesticados. (...) Onde está o bosque? Desapareceu. Onde está a águia? Foi embora. Sabem o que significa dizer adeus ao potro veloz e à caça? É o fim da vida e o começo da sobrevivência".

Micro-resenhas e matéria publicadas no jornal A Tarde em diversas datas que não lembro agora. Textos sem a edição do jornal.

3 comentários:

Franchico disse...

Frase antológica de Marcelo Nova durante o Jornal da MTV ontem à noite:

"E daí que Sandy já cantou com Pavarotti? O Carlinni aqui já cantou com Papelote, José Carreiras e Ácido Domingo".

Outra:

"Putrefato é uma reunião de putas".

lucas matos disse...

outra de marceleza

"gilberto gil fez uma escavação no pelourinho pra achar as ligações do brasil com a mama áfrica e encontrou os testículos de tutankamon"

Franchico disse...

O Air vem pro TIM.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u70467.shtml