Instiga (SP) e Seu Zé (RN) demonstram pegada inspirada na MPB dos anos '70 e potencial nas suas estréias em CD, apesar das muitas arestas a aparar
Ao ouvir o Máquina Milenar, CD de estréia da banda campineira Instiga, lançado em fevereiro de 2005, fiquei com a pulga atrás da orelha, pois o disco parece uma obra completamente descolada da realidade atual do rock, sem seguir tendências de mercado. O Instiga não emula bandinhas estrangeiras, não tem sequer cacoete das ondas punk ou pós punk tão em voga na atualidade, o que aliás, é muito bom. Certo, aqui e ali é possível pegar algo de Los Hermanos, mas mesmo essa referência ainda é muito tênue, muito frágil para estabelecer uma influência. A MPB dos anos 1970 de nomes como Ednardo, Fagner e Chico Buarque parece o principal ponto de partida da banda, liderada pela voz rouca de Christian Camilo. As vezes parece uma coisa meio esquizofrênica, o ouvinte fica na dúvida se o som da banda é resultante de uma personalidade fortíssima que se fecha para influências externas ou se é exatamente o contrário, de uma falta de personalidade alarmante, pois salvo as influências mais básicas, pouco se consegue depreender, na audição do disco, das intenções e do background dos seus autores. Apesar do sabor algo démodé que permeia quase todo o disco, a Instiga conseguiu cravar alguns bons momentos, como "Faber Castell" (talvez a faixa mais redonda de todo o disco) e "Fim do dia". Segundo o material de divulgação, a banda entrou para a história da música independente nacional ao se tornar a primeira banda brasileira a estrear na programação da webrádio Woxy. A despeito da grandiosidade (ou não) do feito, seria mais legal se a Instiga conseguisse entrar na história da música pela qualidade de suas canções. Mas isso, quem sabe, mais para adiante, após o devido amadurecimento das composições e influências... A Instiga é formada por Christian Camilo (voz e violão), Heitor Pellegrina (baixo), Guilherme Molina (guitarra) e Pedro Leite (bateria).
Mais redonda em sua proposta, a banda potiguar Seu Zé vem colecionando elogios com seu promissor primeiro trabalho, Festival do desconcerto, um disco quase conceitual que também aposta na mistura rock/mpb e, a bem da verdade, acerta tanto quanto erra nos alvos em que mirou. As influências são óbvias: Zé Ramalho, Fagner (olha ele aí de novo), Led Zeppelin, Chico Buarque, Gonzagão, Secos & Molhados. A certa altura do disco, o ouvinte fica a se perguntar da legitimidade de letras como "eu vou partir, vou deixar meu sertão / com esperança na alma e enxada na mão", entoadas por jovens de aparência tão classe média. Essa faixa, por exemplo, "Plantando no céu e colhendo no inferno" não faria feio num concurso colegial, mas parece ingênua e recorrente aqui. Da mesma forma, suponho que Antônio Conselheiro já teve seu nome citado e homenageado em canções, cordéis e poemas o bastante. Para que mais uma então, pelamordedeus? E singelamente intitulada "Antônio Conselheiro", ainda por cima? Confesso que não tenho mais muita paciência para esse tipo de coisa. Cioso da sua tarefa, contudo, o blogueiro obstinado fruiu do disquinho até o fim, e como sempre, captou aqui e ali seus pontos positivos, como "Soldado de Deus, mercenário do diabo", "Sai galada" (uma bom tratado sobre a ressaca) e "A viagem" (a melhor faixa que o Cordel do Fogo Encantado não gravou).
MAIS ALTO QUE A VIDA
Recentemente chegado às locadoras, o documentário Heavy metal: louder than life não apresenta muitas novidades para os conhecedores do gênero, mas concede aos fãs saborosos depoimentos de luminares do metal contando histórias do arco da velha. Nomes como Dee Snider (Twisted Sister), Ian Paice (Deep Purple), Phil Philthy Animal Taylor (Motorhead) Geezer Butler (Black Sabbath), Ronnie James Dio (Rainbow, Sabbath, Dio), Stephen Percy (Ratt), John Sykes & Steve Gorhan (Thin Lizzy) e Bernie Marsden e Micky Moody (Whitesnake), entre vários outros, além de empresários, produtores e jornalistas de publicações especializadas como Kerrang! e Metal Hammer. Um trabalho de fôlego do documentarista - e fã - Dick Carruthers, que faz uma varredura do gênero desde os seus primórdios, nos anos 1960, até bandas que ele aponta como o futuro do estilo, como In Flames, Mastodon e Craddle of Filth. Louder than life não está muito interessado em fechar questões como qual seria o primeiro disco do metal (o primeiro do Sabbath? Led Zeppelin II? O primeiro do Blue Cheer?), e sim, em contar histórias, louvar os grandes nomes e pintar um grande painel do metal de todos os tempos. Boa distração para fãs e bom ponto de partida para neófitos em partes iguais. No disco 2 recheado de extras, destaque para uma entrevista de meia hora com Dee Snider, uma figuraça que se revela mais consciente e lúcido que 99% dos seus pares e um segmento com a hilariante banda Metal Skool, a resposta de Los Angeles para o The Darkness, elevada à enésima potência em purpurina, laquê e roupas extravagantes. De rachar o bico.
GUITAR HEROES EM TRÂNSITO - Como já se sabe, Cândido Nariga Soto Martinez Jr., o fantástico guitarrista da Theatro de Seraphin, deixou a banda para se dedicar apenas à Cascadura, com quem já vinha tocando há algum tempo. Espertos, os ex-companheiros da Theatro logo recrutaram César Vieira, lendário guitarrista da extinta brincando de deus, que tava dando sopa na cidade, sem tocar com ninguém, já há alguns meses. No fim das contas, pode-se dizer que ganharam as duas bandas e o público baiano, que acompanhará a adaptação de César em sua nova banda - e vice-versa. Muita sorte e rock n roll tanto para a Theatro quanto para a Cascadura, que elas merecem.
UM BOM MOTIVO PARA METER A MÃO NA CARTEIRA - Finalmente chegou às lojas o primeiro e aguardado disco solo de Paulinho Oliveira, guitarrista da primeira divisão do rock baiano, que tocou na Stone Bull e Cascadura (no tempo que ainda era Dr.). "UM BOM MOTIVO" está disponível no estúdio de Alvaro Tattoo, na loja Perola Negra (canela e itaigara) e na Flashpoint do Barra. Tem uma resenha sobre no blog Clash City Rockers.
AGENDA
Os Mizeravão - Eu cavo, tu cavas, ele cava, nós cavamos, vós cavais, eles cavam...não é bonito mas é profundo. Assim também o é, o show dos Os Mizeravão, não tem frescura, esse negócio de "nhe, nhe, nhe", mas é profundo, com letras que atingem o fundinho do seu coração, insultos que doem na intimidade de seus ouvido, poesias que te deixam completamente ensopado e humectantemente inebriado de sofreguidão, ...pois então, porque motivo ainda te recusas a acreditar, que é o evento mais hot, hot, hot deste sabado a noite...vai lá Participação especialissima nas pick ups do DJ Roger n´Roll Sábado 30/09, Casa da Dinha, Horário: 22:00hs, Ingresso: 10,00 até 23:30 e 15,00 após 23:31
ZecaCuryDamm e Flowers - Com lotação esgotada no domingo passado ZecaCuryDamm continua na Casa da Dinha, Concebida pelos músicos e amigos Damm (vocal, violão e guitarra), Cury (bateria) e Zeca (baixo e percussão), a ZecaCuryDamm incorporou ainda o tecladista Nando e o baixista Vítor, formando A Formidável Família Musical. Recem chegada de uma turné pelo sul do país a banda mantem uma agenda lotada para os próximos meses. Não perca, último domingo na Casa da Dinha. Domingo 01/10,, Casa da Dinha Horário: 19:00, Ingresso:10,00
Os Abalos de Sábado a Noite - com as bandas: Demoiselle, Pessoas Invisíveis, Matiz e DJ OX. Dia: 30/09 (Sábado), Local: Zauber (Ladeira da Misericórdia - Centro), Ingresso: R$ 5,00
Halloween com Retrofoguetes & Cascadura - Dia: 06/10 (Sexta-feira), Local: Zauber Multicultura (Ladeira da Misericórdia, atrás da prefeitura), Horário: 22:00Ingresso: R$ 12,00 (R$ 15,00 depois da meia-noite), Serão aceitos todos os cartões de crédito, tanto na bilheteria do show como no bar, Traje preto ou fantasia
3 comentários:
com o vmb mais previsivel de todos os tempos, pitty levou praticamente de cabo a rabo os premios mais relevantes, o de rock(deja-vu) e audiencia(memorias-).ja acostumada a ganhar, pitty estava, como sempre, under control e demonstrando muita auto-confiança. mais relevante foi o fato de spencer ter ganho duas vezes como diretor, com deja-vu e memorias(este em parceria com xanxa). spencer estava com razão euforico.lembro-me do garotão que ia na mtv salvador logo quando ela abriu, e o cara tinha o sonho de estar presente no rock brasil com o rock feito na bahia.uma rara vitoria do talento, e talvez ainda valha a pena ter sonhos.no mais nada de novo, apenas a cada vez mais disputada festa que rola depois do premio.o contigente de "roqueiros baianos" aumenta em sampa, para a eterna surpresa de figuras carimbadas do rock brasil sera prequiça, ou cegueira preconceituosa que impedem os cars de admitir que tem rock fora de sampa? presentes os pitty, os peu, , os malditos,e rogerio big brother, ja totalmente integrado ao rock local.cena imperdivel, xanxa sendo carregado pelos malditos no final da festa.
lá no www.oculosdecebola.blogspot.com, cobertura exclusivíssima de Silvana Malta, do primeiro show da Theatro de Séraphin com César Vieira, no Rock in SAJ ( Santo Antônio de Jesus). Visitem.
blz de post miguel.agora mamoeiro, on de vc foi arranjar esta?
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