Cólera 2015, com o jovem Wendel (3º da esq. p/ a dir.) no vocal |
Como o punk não morre, foi convocado para assumir a frente da banda o ex-roadie Wendel Barros, que se juntou aos veteranos Val (baixo), Pierre (bateria) e Fábio (guitarra).
“Me sinto privilegiado e honrado em poder dar continuidade aos trabalhos da banda”, diz Wendel.
Em Salvador, o Cólera se apresenta no Dubliner’s, com as bandas locais Pastel de Miolos e Derrube o Muro, mais os finlandeses Ozzmond e Blueintheface.
Mas o headliner mesmo é o Cólera, banda fundada em 1979 pelos irmãos Redson e Pierre, que conta com álbuns históricos na discografia, como Tente Mudar o Amanhã (1984) e Pela Paz em Todo Mundo (1986).
No repertório do show, Wendel promete “um set list regado de clássicos. E também vamos apresentar dois novos sons, músicas do novo álbum, Acorde Acorde Acorde”, conta.
De fã à frontman
Efetivado na banda um ano depois da morte do Redson, Wendel teve antes um longo estágio – primeiro como fã e depois como roadie.
“Conheci o Cólera em 1999, através do LP Tente Mudar o Amanhã, do meu irmão mais velho. Passei a frequentar shows e festivais punks em 2000”, relata.
O Cólera lá no iníciozinho.... |
Em 2008, Wendel entrou em contato com Redson e foi agregado ao grupo como raodie.
“Um mês depois que Redson nos deixou, em setembro de 2011, Val e Pierre juntaram forças e decidiram continuar com a banda. Como eu já era roadie e estávamos juntos todo final de semana, naturalmente surgiu a oportunidade pra eu assumir o vocal”, diz.
Claro que não foi fácil assumir o posto de um ícone, mas Wendel conta que, no geral, foi bem recebido pelos fãs.
“A recepção foi incrivelmente positiva e acolhedora. Alguns torcem o nariz e falam que sem Redson não rola, mas sabemos que é de extrema importância continuar levando a mensagem de paz e conscientização para as pessoas e não deixar que o grito e a luta de uma vida inteira seja em vão”, reflete.
Para Wendel, ser punk hoje em dia é "ser você mesmo e gritar pelo seu direito de ir e vir, e se expressar como ser humano. Gritar o que pensa sobre essa sociedade capitalista, corrupta e opressora, ser punk é lutar por um mundo melhor. 'O punk é muito forte e não está morto!", reivindica.
Como sabemos, toda boa banda punk tenta se equilibrar no fio de uma navalha, entre um som que arrebate com letras que instiguem o livre pensar, que iluminem o ouvinte. Wendel acredita que "as duas coisas juntas é uma soma muito forte, mas o mais importante mesmo é a mensagem que a banda pretende passar. O som pode não ser bom, o que faz mesmo a diferença são as letras, que falam a realidade do nosso cotidiano e do mundo, e que serve de exemplo pra muita gente se conscientizar e lutar por uma vida e um mundo melhor", conclui.
Cólera, Ozzmond, Blueintheface, Pastel De Miolos e Derrube o Muro / Dubliner’s / Hoje, 21 horas / R$ 20
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