Com formação em música e engenharia, Batanj aplica seus conhecimentos nos instrumentos que fabrica. Já Lúcio Ferraz vem mostrar o que aprendeu em vinte anos de experiência
O primeiro dia da Mostra de Guitarra Baiana vai preencher com muitos acordes e riffs a Casa da Música do Abaeté nesta quinta-feira. A cada dia, dois músicos se revezam acompanhados do curador Júlio Caldas & Banda Choro Rock. E os dois primeiros guitarristas são duas feras: Fábio Batanj (ao lado, em foto de Dalila Souza) e Lúcio Ferraz.
Fábio tem se destacado nos últimos anos mais como um requisitado luthier de designs arrojados e técnica apurada do que como músico propriamente dito. Nesta quinta, ele ganha uma rara oportunidade de mostrar tudo o que sabe com a guitarrinha em mãos.
Professor licenciado pela Ufba desde 2004, Batanj também atua como técnico no ramo da engenharia civil. Na sua atividade de luthier, o rapaz, hoje com 35 anos, alia as duas áreas de conhecimento valendo-se do que aprendeu em Álgebra e Geometria Plana e Descritiva.
“No meu processo construtivo, busco combinar as densidades das madeiras que são secadas naturalmente e tem o corte no sentido ideal da fibragem. A construção visa aumentar a volumetria e dar equilíbrio e visual arrojado ao instrumento, além de pesquisar muito sobre qual captador utilizar. Nestes últimos anos, venho pesquisando sobre timbragem de captadores específicos para guitarra baiana. Chegamos a excelentes resultados, tanto utilizando as marcas estrangeiras conceituadas, quanto produzindo artesanalmente protótipos dos nossos próprios captadores”, detalha Fábio Batanj.
(Para quem não entendeu bulhufas, "captador" é a peça de guitarra que fica logo atrás das cordas e tem a função de captar, transformar em som e enviar para os amplificadores a vibração produzida pelo músico nas cordas).
FERRAZ - A segunda atração da noite, o conquistense Lúcio Ferraz (ao lado, em foto de Nádia Oliveira), é outro músico de formação tão fina quanto os bons cafés que saem de sua terra para o resto do mundo.
Aprendeu teoria musical sob influência de grandes acadêmicos, como Demétrius Comidours (professor de teoria musical USP), Clériston Cavalcante (Maestro) e Carlos Porto (Maestro).
Nos últimos vinte anos, percorreu a Bahia como músico de acompanhamento do Bando Virado no Mói de Coentro, Banda Mixta, Pierre Onassis, Dinho Oliveira, Evandro Correia, Papalo Monteiro, Dércio Marques, entre outros artistas baianos.
Em 2006, lançou o álbum Lúcio Ferraz & Grupo Tampilha, com participações especiais de Armandinho e Luiz Caldas. O disco tem como proposta inicial o Chorinho, “verdadeira essência da música brasileira”.
Hoje, participa como integrante da Banda Café com Blues, Banda Badalêra e com o forrozeiro Edgar Mão Branca.
MOSTRA DE GUITARRA BAIANA 2012
Em seu quarto ano, a Mostra foi idealizada por Júlio Caldas, é realizada em parceria com a Casa da Música e viabilizada através do Edital de Projetos Calendarizados do Fundo de Cultura da Fundação Cultural do Estado, órgão da Secretaria de Cultura da Bahia.
Em 2012, a Mostra acontece todas as quintas-feiras de abril, na Casa da Música do Abaeté
SERVIÇO:
MOSTRA DE GUITARRA BAIANA - ANO 4
TODAS AS QUINTAS-FEIRAS DE ABRIL, SEMPRE AS 20 HORAS
ENTRADA GRATUITA
CASA DA MÚSICA DO ABAETÉ - BAIRRO DE ITAPOAN
PROGRAMAÇÃO:
5 de abril: Fabio Batanj e Lucio Ferraz
12 de abril: Morotó Slim e Mike Caldas
19 de abril: Parah Monteiro e Marcio de Oliveira
26 de abril: Aroldo Macedo e Marcos Molleta
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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