quinta-feira, agosto 25, 2011

CHIP TRIO: ROCK SEM MISTURA

A Chip Trio (em foto de Solange Valladão), banda formada há menos dois anos e batalhando espaço no cenário, é uma coisa cada vez mais rara em Salvador: é um grupo que não tem vergonha de se assumir como “de rock” – assim, puro, sem gelo.

Sim, por que, parece que de uns tempos para cá, a rapaziada anda meio “cheia de dedos” para bater no peito e se dizer “banda de rock”.

Sabe como é, hoje pega bem dizer que tem influência de Chico (não eu) e Caê, entre outros medalhões.

Agradeçam àquela banda dos cariocas barbudos, cujo legado, além de um punhado de canções apenas razoáveis, foi espalhar entre jovens impressionáveis a ilusão de que estamos diante de uma nova era de chicos buarques de garagem.

“Pois é, engraçado isso, virou mesmo tendência”, concorda o baixista Ricardo Cadinho, que ao lado de Angelo Medrado (bateria) e Carlos Barros (voz e guitarra), forma a Chip Trio.

“Sou um cara que desde criança ouve várias coisas. Sou avesso a ouvir uma coisa só. Mas hoje tem essa coisa politicamente correta, não se pode falar mal de nada”, nota Ricardo.

Sem frescura, como o som de sua banda, Ricardo avisa logo que a Chip Trio não tem mistério: “Não é nada inovador, tá ligado? Eu só quero fazer um negócio que me deixe feliz e satisfeito”, delimita.

"Só queremos tocar rock 'n' roll. Mas não queremos ser tipo wanna be, entendeu? Não nos esforçamos para parecer uma banda de Nova York ou de São Paulo. Procuramos uma coisa mais próxima, de ser baiano e rocker. Mas sem mistureba. Nada contra quem faz, mas não queremos forçar a barra", detalha.

Tesão e provocação

“Se você tá fazendo música com alegria e com verdade, acaba contagiando até quem não gosta! Tem gente que foi no nosso show e disse ‘Pô, vocês tem um astral bom no palco’. É por que a gente sobe com sangue no olho, com tesão para tocar, entende”? Com certeza, Ricardo.

Fundado em fevereiro de 2010, este power trio se formou no recital de formatura de Angelo na Escola de Música da Ufba.

“Ele tinha que fazer algumas peças eruditas e encerrar com uma popular. Aí ele disse: ‘quero tocar com vocês’. Fizemos Little Wing, Purple Haze (ambas de Jimi Hendrix) e Highway Star (Deep Purple). Foi uma provocação”, conta.

A partir daí, passaram a ensaiar e tocar ao vivo, pelo menos, uma vez por mês nos inferninhos da cidade. E começaram a compor. Uma das canções próprias, Abaixo a Gravidade, é inspirada no clássico média-metragem baiano O Superoutro (1989), de Edgar Navarro.

“Essa é do Carlos (guitarrista). O cara viu e pirou. Assim como esse filme, nossas músicas são inspiradas na cidade”, diz.

Chip Trio / Show com a banda ElesEu / Sexta-feira, 21 horas / Dubliner’s Irish Pub (R. da Paciência, 257, Rio Vermelho) / R$ 10 (meia entrada para psicólogos e estudantes de psicologia)

NUETAS

Eric Assmar Trio rocks
O guitarrista Eric Assmar dispensa apresentações. Acompanhado por Rafael Zumaeta (baixo) e Thiago Gomes (bateria), o rapaz vai soltar faísca pra todo lado sexta-feira, no Balthazar (Shopping Cidade, Itaigara). Leve proteção para os olhos. 22 horas, livre na varanda, R$ 10 (salão) R$ 15 (mezanino).

Mizeras originais
Comemorando breve passagem do baterista original, Jederknight (hoje residindo em Maceió) por Salvador, Os Mizeravão levam seu refestelo alucinado ao Portela Café (Rua Itabuna, 304, Rio Vermelho). Sexta-feira, 22 horas, R$ 25.

Dão de graça
De volta de Luanda (capital de Angola), aonde fez alguns shows e gravou um clipe, Dão & A Caravanablack fazem show gratuito no Parque da Cidade, domingo, 4 de setembro, às 11 horas.

17 comentários:

Franchico disse...

Hj em dia tudo que é HQ tem trailer no You Tube. De vez em quando aparece um espetacular, como este:

http://omelete.uol.com.br/quadrinhos/infinite-kung-fu-assista-ao-estiloso-trailer-da-hq-de-artes-marciais/

Franchico disse...

Coitado do Wayne Coyne. Não dou mais dois anos para o cara ir parar no hopício, com direito a camisa de força e tudo.

http://omelete.uol.com.br/flaming-lips/musica/flaming-lips-assista-ao-novo-clipe-im-working-nasa-acid/

Tudo era tão mais simples quando as bandas apenas gravavam discos e faziam shows. Hj em dia tem que inventar um monte de merda pra chamar atenção. O resultado aí está: o Flaming Lips nunca mais foi tão bom quanto era até o inicio da década passada....

Franchico disse...

Ma che! Mama mia!

http://omelete.uol.com.br/dvd-blu-ray/o-poderoso-chefao-surge-na-integra-no-youtube/

Anônimo disse...

asisti ao show do chip trio no palco do rock e gostei..é incrível como hj em dia em tempos de restart pós los hermanos uma banda tocar deep purple, led zeppelin e black sabbath é ser cafona...muita gente gostou e outros ficaram com auela cara de tédio...se é para ser rock que seja rock mesmo...eletricidade...gostei dessa banda aí e ponto final...é possível fazer rock and roll e ter mente aberta, não ser alienado, nem colonizado nem ficar preso em camisa de força estilística nem precisar forçar a barra para ser cabeça ou esperto...enfim, cada acha seu caminho e, por que não? no bom e velho rock and roll...vida longa ao power trio
cláudio moreira

Márcio A Martinez disse...

Ma che?!? Quem se importa com Poderoso Chefão no you tube?... arre!

E véi, me atualiza aí com Y, please, preciso completar essa coleção! Poli tá subindo pelas paredes com a estória, cê sabe...

Franchico disse...

http://www.comix.com.br/advanced_search_result.php?keywords=Y+-+O+%DAltimo+Homem&x=0&y=0

Mantenha-se nas edições da Panini....

Franchico disse...

Recebi uma lista de indicados pro VMB 2011. A categoria mais interessante, claro, são os chamados "webhits".

Comecei checando esse aqui:
Larica dos Muleke
http://www.youtube.com/watch?v=rA-RgGA_ZyY

Ri de canto de boca. Aí passei pra esse:

Phoenix de Ribeirão
http://www.youtube.com/watch?v=gwYabBIYIYE

Fiquei com dificuldade de entender a graça. Prossegui com este outro:

Friday, Versão Inri Cristo
http://www.youtube.com/watch?v=gogjQiuI9_w

Novo riso de canto de boca. Algo no meu cérebro começou a descolar. Sim, acho que ele começou a se liquefazer na caixa craniana. Continuei com o próximo:

Magali Carioca
http://www.youtube.com/watch?v=iKnG_lrtH20

Porções de massa cinzenta começam a escorrer pelas minhas narinas. Acho que é adeus, moçada.

Franchico disse...

Johnny Depp retorna como Hunter Thompson em The Rum Diaries:

http://omelete.uol.com.br/cinema/rum-diary-johnny-depp-volta-ao-universo-de-hunter-thompson-no-trailer/

Franchico disse...

O site gringo Bleeding Cool adiantou que a Gal (não a cantora), editora independente brasileira, vai voltar a lançar a série de Hqs Love & Rockets a partir de 2012.

http://www.bleedingcool.com/2011/08/26/friday-runaround-did-you-write-gambit-and-the-champions/

Quando começamos a ter notícias de lançamentos de editoras brasileiras via sites gringos, alguma coisa estranha deve estar acontecendo. O que, não sei.

Mas demorou alguém voltar a lançar L&R no Brasil. É uma das melhores coisas que já li em toda minha vida - seja em HQ ou literatura, mesmo.

Franchico disse...

A polêmica sobre o livro do Reynolds, Retromania, continua no Scream Yell, em texto de Carlos Eduardo Lima, o qual assino embaixo de cada vígula. Mas cada vírgula mesmo!

http://screamyell.com.br/

Leiam lá, que vale a pena....

cebola disse...

Preciso ler esse livro pra emitir uma opinião mais embasada. Bem a princípio, acho o diagnóstico um tanto precipitado. Como não sou mais nenhum garoto, posso lembrar bem que na década de 80 o que se dizia sobre as bandas novas era: Sem criatividade, derivativas, imitadoras dos anos sesssenta (lembram do chamado rock regressivo?), pobres, hypadas, incensadas, e outros adjetivos mais xulos. Nomes aos bois? Echo, Jesus, Smiths, Cure, etc etc etc...Continuo na opinião, já exposta por mim por aí, de que a mediocridade sempre foi superestimada como sintoma. E de que tem sim, coisas muito boas que rolaram e ainda rolam pela estrada esburacada do rock. Inclusive na década passada. Só não vê quem não precisa. Mas, mesmo assim, gostaria muito de ler este livro. até pra mudar de opinião se ele for assim tão convincente quanto se está fazendo acreditar.

Franchico disse...

O insano Mark Millar ganhou uma bela homenagem em sua cidade natal, Coatbridge, na Escócia...

http://bobmitchellinthe21stcentury.wordpress.com/2011/08/19/mark-millar-opens-superhero-archway-featuring-captain-coatbridge/

Anônimo disse...

li o texto do cara...realmente...perfeito...não reinventa a roda, mas mostra o que realmente está acontecendo de fato no mundo da mundo, da arte enquanto forma de expressão inserida na nova ordem mundial iniciada na virada dos 80 para 90...
cláudio moreira

Anônimo disse...

mas isso que o cara escreveu não inviabiliza que em algum lugar nesse exato momento esteja se criando música de qualidade...sempre se está...se expressar musicamente do íntimo para o cosmo é uma cosia tão legal - é o que nos faz ainda nesses tempos comprar uma caixa de um itamar assunpção, por exemplo - agora, a indústria, divulgação, a importância soiciológica da música é outra novela....
cláudio moreira

osvaldo disse...

quem tiver afim de ler mais sobre os temas que simon reynolds levanta com tanta propriedade vai la no blog do cara:
blissblog.blogspot.com

não rolam discussões sobre a retromania, com todos links dos outros livros dele, especialmente o rip it up e seu filhote o totally wired, entre outros. alem de links para blogs, sites e afins sensacionais. especialmente mark fisher do k-punk e o renomado jon savage. a leitura nem sempre é de facil digestão, os caras são hiper literatos, a leitura as vezes fica densa demais e I ain't got the time! no entanto fundamental para quem quer acompanhar os rumos da tal da musica rock.

Anônimo disse...

eu não quero acompanhar nada... só quero ficar na minha aqui ouvindo o "permanent waves" do rush e a caixa om todos ds do itamar assumpção...
cláudio moreira

osvaldo disse...

leia-se - nao so rolam discussoes sobre retromania...