Apreciadores do rock britânico, mais notadamente das vertentes conhecidas como indie rock, brit pop e guitar bands, tem um programa obrigatório para hoje: conferir o documentário Upside Down: The Story of Creation Records (Irlanda, 2010), de Danny O’Connor, que terá exibição única em Salvador, logo mais, às 21 horas, na Sala de Arte Cinema do Museu (na Vitória).
A razão é muito simples: foi o selo Creation, fundado pelo agitador cultural Alan McGee em 1983, que lançou álbuns fundamentais como Bandwagonesque (do Teenage Fanclub), Loveless (do My Bloody Valentine), Screamadelica (do Primal Scream), Going Blank Again (do Ride) e (What’s The Story) Morning Glory? (do Oasis), entre muitos outros.
A película, parte da (ótima) programação da versão local do In Edit Brasil – 3º Festival Internacional do Documentário Musical, traz imagens da época (muitas inéditas), depoimentos do próprio McGee e seus sócios Tim Abbott e Dick Green, além de membros das bandas citadas (e ainda outras) e jornalistas.
A oportunidade para assistir Upside Down é das melhores. Em 2011, os três álbuns (veja abaixo) que notabilizaram (e eternizaram) o selo completam 20 anos de lançados.
Colapso mental e financeiro
Como toda grande história do rock, a saga do selo Creation é recheada de lendas, sexo, (muitas) drogas e loucura generalizada. O maior exemplo talvez seja a obsessão e o subsequente colapso mental de Kevin Shields (My Bloody valentine).
Depois de um álbum de estreia elogiado pelo crítica (Isn’t Anything, 1988), Shields, um rapaz sensível e usuário constante de ecstasy, ácido, speed e qualquer outra coisa que alterasse sua percepção, encasquetou de gravar um disco que traduzisse com fidelidade os sons que ele “ouvia” em sua cabeça.
A busca de Shields custou dois anos de gravação (passando por 19 estúdios diferentes), o que lhe restava de sanidade e a quase falência do selo. O resultado porém, foi Loveless (1991), uma obra-prima de melodias doces e fantasmagóricas, afogadas em distorções ensurdecedoras.
Não por acaso, McGee vendeu 49% do Creation para a Sony em 1992. Em 1993, assinou com o Oasis, seu maior sucesso comercial. E em 1999, fechou as portas de vez. Um imperdível conto da era do rock ‘n’ roll.
EM TEMPO: Após a exibição do filme, vale descer a Ladeira da Barra até o sebo Praia dos Livros (que fica no Porto da Barra) para curtir a Nuvem de DJs. Messias GB, mentor do evento, e este que vos escreve (deve ter mais gente, mas não estou ligado) farão sets especiais Creation / indie / guitar / soul. É grátis.
UPSIDE DOWN: THE STORY OF CREATION RECORDS / Hoje, 21 horas / SALADEARTE CINEMA DO MUSEU / R$ 12 e R$ 6
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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10 comentários:
Eu não vou perder.....o Allman Brothers cover no Ali do lado!!!!
Pooooorrrra, Nei Bahia! ;-)
O filme novo dos X-Men estreou hj. E as críticas estão excelentes. O Omelete deu cinco ovos! Uau!
http://www.omelete.com.br/cinema/x-men-primeira-classe-critica/
chicón, jason schartzsfsrdfhkman é muito bom!
http://www.youtube.com/watch?v=Sm4F8o-oKHQ
http://www.youtube.com/watch?v=9d5DwD1MsXE
GLAUBEROVSKY
Upside Down!! Estarei la! Adispois só pertence ao lord!
Que tal pararem de veadagem e comprarem logo o ingresso para SHARON JONES no TCA e esquecerem disso tudo?!?
O meu já tá nas mão! Fila C, bem no meio... (errr... não me entendam errado, por favor...).
gostaria de deixar registrado que a banda de de flash e katusha é mais do que uma excelente cover dos allman brothers...é música orgância, visceral, rock com R maiúsculo em interpretações sinceras e muito bem excutadas...o repertório da banda é revisitado com maestria e naturalidade que só músicos de alto nível e verdadeiros fãs do grupo sulista americano poderiam fazer...estou ainda me recuperando da parede de guitarras dobradas que não deixou pedra sobre pedra na noite do red river na última sexta no ali do lado....fiquei impressionado depois de anos bocejando entediado nos shows das bandas daqui...obrigado def brothers!!!
cláudio moreira
Zorra, Cráudinho, isso era tudo o que eu queria ouvir (ou ler...)! Foi tal impressão que tive quando assisti os Def Brothers pela primeira (e por enquanto única) vez! Impressionante mesmo o nível de profissionalismo e maestria com o qual eles executam aquele som, que não é fácil, e além de tudo emociona.
Continuo recomeindando (sic) e estarei lá na próxima, se DUANE quiser!!!
um show desse com 25 pessoas na plateia enquanto em outros points da cidade na mesma noite rolou agito modista enviesado de verniz indie rock...ainda existem pessoas que gostam de rock and roll old school nessa cidade? aqui se sai para ver um show ou só para curtir a "night"? o ali do lado divulga mal seu cardápio musical?
só temos a dimensão quantitativa do público rock aqui qdo rola um grande evento musical do gênero e os mesmos são raros...melhor continuar a ouvir o "born again" do black sabbath e deixar isso para lá...
cláudio moreira
enquanto os bares daqui lotam para a discotecagem, em sp a música pesada ao vivo corre solta:
Festa de lançamento da pZ#36 + show com a banda ON TIME, tocando os clássicos do GRAND FUNK RAILROAD!
A banda On Time é formada por Abdalla Kilsam (vocal), Silvio Lopes (guitarra), Bento Araujo (baixo), Douglas Coronel (teclado) e Ivan Scartezini (bateria). No repertório, clássicos como “Footstompin’ Music”, “Rock ‘n’ Roll Soul”, “Heartbreaker”, “The Railroad”, “I Come Tumblin’”, “We’re An American Band”, “The Locomotion”, “Paranoid”, “Closer To Home”, “People Let’s Stop The War” e muitas outras!
cláudio moreira
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