Frank Sinatra Jr., filho d‘A Voz, canta em Salvador e faz dueto com Gal. Mas só para convidados
Em 1980, Frank Sinatra soltou sua inigualável voz de trovão diante de 140 mil brasileiros, no estádio do Maracanã. Vinte e oito anos depois – e dez após seu desaparecimento –, seu filho Frank Sinatra Jr. inicia uma extensa turnê brasileira, desta vez levando a música do seu pai às cidades em que ele não foi, com Salvador incluída.
A má notícia é que, ao contrário de todas as outras seis capitais onde ele apresentará o espetáculo Sinatra By Sinatra, em Salvador o show se dará em um evento acessível apenas para convidados, na próxima terça-feira (29), no Teatro Castro Alves.
A cortesia é de um grupo imobiliário paulista, o JHSF. Melhor sorte teve Manaus, onde o show acontece dois dias antes: gratuito, em um palco armado em frente ao centenário Teatro Amazonas.
De qualquer forma, Sinatra Jr. vem aí, com sua orquestra de 15 membros – e Gal Costa também. A baiana cantará Garota de Ipanema em dueto com o herdeiro d‘A Voz, numa homenagem à clássica parceria entre Sinatra e Tom Jobim, nos anos 1960. Ontem mesmo, Gal viajou para São Paulo, a fim de conhecer o cantor e ensaiar.
Mas, segundo o próprio Júnior, o momento bossa nova do show não vai ficar só nisso. “Não será apenas um momento. Eu vou cantar um segmento com clássicos da bossa nas suas versões em inglês: Corcovado, Dindi e outras“, adiantou Sinatra Jr., em entrevista exclusiva por telefone, direto de sua residência em Los Angeles.
Ainda no repertório, clássicos como New York, New York, Strangers in The Night, Night and Day e My Way, entre outras.
Educadíssimo, amistoso e dono de uma dicção clara e pausada, Sinatra Jr., apesar de um tanto lacônico nas suas respostas, não se furtou de responder às perguntas que lhe foram feitas.
“Quando eu era mais jovem, isso (o fato de ser filho de um ícone do show business) me incomodava um pouco, claro. Mas hoje, quando já estou com sessenta e tantos, não faz mais a menor diferença“, comentou.
Não deve ter sido nada fácil, mesmo. Em 8 de dezembro de 1963, aos 19 anos, ele foi sequestrado por Barry Keenan, ex-colega de Nancy, sua irmã. Foram exigidos US$ 240 mil de resgate. O rapaz foi libertado dois dias depois e os sequestradores foram presos. O episódio virou um filme para a TV, Kidnapped: Frank Sinatra Jr.
Condutor – Filho de Sinatra com sua primeira esposa, Nancy Barbato, Franklin Wayne Emmanuel Sinatra começou a estudar música ainda criança, aprendendo rapidamente a tocar piano. Cursou condução & regência na University of South California, mas não chegou a se graduar. Logo começou a reger corais e pequenas orquestras assim mesmo.
Ainda na juventude, recebeu convites para se tornar cantor de rock, mas declinou, dizendo que “jamais trocaria o smoking por uma jaqueta de couro“.
Para ele, as memórias mais queridas do seu pai não datam da infância, mas já da idade adulta, o que talvez diga muito sobre a faceta paterna de Frank Sinatra: “Minha memória mais afetiva são dos seus últimos sete anos de atividade, entre 1988 e 1995, quando eu conduzia sua orquestra, e era como um colega“, revela.
Talvez suas memórias infantis mais queridas sejam das visitas dos amigos famosos de Sinatra, o grupo conhecido como Rat Pack: Dean Martin, Sammy Davis Jr. e Peter Lawford. “Eles iam muito lá em casa e eram engraçadíssimos, igualzinho aos filmes“, lembra.
Infelizmente, Sinatra Jr. nunca fez sucesso como Nancy, ainda hoje uma figura hypada. Nos anos 60, ela fez história com These Boots Are Made for Walking, canção de sucesso contra a guerra no Vietnã. Em 2004, lançou um CD auto-intitulado, com covers de Morrissey, Pulp e U2. “Claro que acompanho o trabalho da Nancy, eu adoro!“, disse o irmão, orgulhoso.
Simpático, Sinatra Jr. se disse ansioso para conhecer a Bahia, ”que é muito famosa no mundo inteiro. Todo mundo ouve falar maravilhas daí”, contou, lisonjeiro.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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terça-feira, julho 29, 2008
quinta-feira, julho 24, 2008
LOU, PESSOAS INVISÍVEIS E VIVENDO DO ÓCIO BOTAM A ZAUBER ABAIXO
Longe vai o tempo em que só se reclamava no rock baiano. Com a internet, a proliferação de festivais Brasil afora e uma nova postura, as bandas locais estão se lamentando menos e aparecendo mais. E três delas, que formam um belo panorama da cena, se apresentam hoje à noite na Zauber: Lou, Pessoas Invisíveis e Vivendo do Ócio.
A primeira, formada por quatro meninas e um rapaz, é bem conhecida pelos freqüentadores dos shows locais e se caracteriza pelo som pesado. Com a ex-Fama Danny Nascimento à frente, a Lou conta ainda com Carol Ribeiro e Mel Lopo nas guitarras, Tati Trad no baixo e Jera Cravo na bateria.
Na semana passada, a banda lançou o divertido clipe da música Get Away, enquanto agiliza os últimos detalhes do 1º CD, a ser lançado ainda em 2008.
A Pessoas Invisíveis é outra que está com o primeiro CD no forno, prestes a ser lançado. Fundada pelo ex-The Honkers Bruno Carvalho (guitarra e voz), o grupo traz ainda André Freitas (guitarra), Bekko Moscovits (baixo) e Voltz (bateria).
A banda transita com propriedade na seara do chamado power pop, estilo que une guitarras pesadas e melodias sessentistas à la Beatles, Big Star e Teenage Fanclub.
Com letras sensíveis em português, a PI conta com as participações especiais de Ronei Jorge e Martin Mendonça (Pitty) no CD de estréia.
A caçula das três bandas deste noite é a Vivendo do Ócio, que vem chamando a atenção da rapaziada rocker com seu estilo up to date, influenciado por algumas das bandas mais hypadas dos últimos anos, como Arctic Monkeys e The Rakes.
Acelerada, com letras simples, bacanas e diretas em português, a Vivendo do Ócio é uma das boas promessas de 2008.
Lou, Pessoas Invisíveis e Vivendo do Ócio
Sexta, 25 de julho, 22 horas
Zauber Multicultura | Lad. da Misericórdia, Edf. Taveira, 11 , Comércio (3326-2964)R$ 8
Uma vida dedicada ao jornalismo e ao cinema
José Augusto Berbert, jornalista e colunista de cinema de A TARDE desde 1956, faleceu terça-feira (22) aos 82 anos, de enfarto no miocárdio. Sua perda deixa consternada a família e os muitos amigos que fez
Um profundo conhecedor do cinema americano, um amigo leal, um pai dedicado e um homem de opiniões claras – mesmo que estas não agradassem à todos. Para cada um, existiu um José Augusto Berbert de Castro, jornalista e colunista de cinema de A TARDE, desde o longínquo ano de 1956. (Na imagem ao lado, surrupiada do blog de André Setaro, Berbert recebe Roman Polanski e Jack Nicholosn no Aeroporto 2 de Julho, em 1975).
Somente este último dado já ilustra muito sobre a personalidade de Berbert, falecido às 6h50 de ontem, no Hospital Português, aos 82 anos de idade, por enfarto do miocárdio. Sua fidelidade canina à empresa era bem característica da sua firmeza de caráter.
Sua produção para o jornal atinge a assombrosa soma de cerca de sete mil artigos sobre cinema, o que o torna, segundo o colega, amigo e crítico de cinema André Setaro, “o mais longevo colunista de cinema do Brasil“.
“Mesmo depois de aposentado, ele não parou de escrever e produzir para sua coluna, como muitos fazem“, observou André. Não à toa, hoje e amanhã o Caderno 2 publica os dois últimos artigos que Berbert deixou prontas, antes de ser levado ao hospital no último domingo, com quadro de edema pulmonar.
Dedicado à família, ao cinema e ao trabalho, Berbert era, além de jornalista, médico formado em 1949 pela Famed-Ufba. A paixão pelo jornalismo e o fascínio pela magia de Hollywood, contudo, logo o levaram para longe dos consultórios e para dentro das salas de cinema.
“É uma perda insubstituível. Eu e toda a comunidade do Cineteatro da Barra estamos muito, muitos tristes“, lamentou Roberto Assis, presidente da casa e amigo do jornalista.
Berbert foi um grande incentivador e divulgador das sessões do Cine-Nostalgia, promovidas pelo Cineteatro e amplamente freqüentada por apreciadores dos clássicos dos anos 30 e 40.
“Toda quarta-feira, eu o visitava em casa para planejarmos a programação. Ele dizia que eu era um herói por passar esses filmes para o público da terceira idade por um preço simbólico“, relembra, emocionado.
Setaro revela que foi lendo os textos de Berbert que ele despertou sua sensibilidade para a Sétima Arte. “Eu o lia desde menino“, conta. “Acho-o, contudo, um injustiçado pelo pessoal mais intelectualizado, pois ele tinha um conhecimento filmográfico enciclopédico. Não era um crítico na expressão da palavra. Era um comentarista despretensioso dos filmes que via. Exigiam dele que fosse um crítico de cinema mais completo, mas ele não queria isso. Tá cheio de gente por aí que se arvora a crítico de cinema, mas só diz bobagem. Berbert falava do que sabia, o que já era muito“, defende Setaro.
Documentário – Uma faceta menos lembrada do jornalista era a de bem-humorado cronista, gênero no qual publicou um punhado de livros, entre os quais pode-se citar Memórias de um Ex-Excomungado, Um Repórter na Alemanha, O Dia em que Salvador foi Bombardeada e Cine Maracangalha, entre outros.
A propósito deste último, a atriz e videomaker Rada Rezedá, amiga e admiradora de Berbert, pretende adaptar trechos com atores, para ilustrar um documentário sobre o articulista, iniciado há cerca de dois anos. “Meu pai era amigo dele, então minha infância foi bem próxima à ele. Era um cara irreverente, sempre brincalhão“, lembra.
“Eu comecei a entrevistá-lo para esse documentário em 2006. A última foi semana passada, mesmo. Ele chegou a passar mal durante uma fala, ficou meio sem fôlego, mas depois se recuperou“, recorda-se.
“Minha família toda tinha um grande carinho por ele. Ele tinha idéias meio radicais e coisas nas quais não concordávamos, mas nos gostávamos muito“, admite Rada, que espera concluir o documentário já no mês que vem.
Curiosidade:Em 1984, José Augusto e sua família foram readmitidos na Igreja Católica. Na década de 1930, a família foi excomungada até a 3ª geração pelo então Cardeal D. Álvaro Augusto da Silva, por que Epaminondas de Castro, pai de Berbert, votou pela prisão do Cardeal após este ter agredido uma freira. O fato foi notícia nacional em 1984.
LEIAM UMA ENTREVISTA QUE SETARO E CLÁUDIO LEAL FIZERAM COM BERBERT EM 2004: http://setarosblog.blogspot.com/
Um profundo conhecedor do cinema americano, um amigo leal, um pai dedicado e um homem de opiniões claras – mesmo que estas não agradassem à todos. Para cada um, existiu um José Augusto Berbert de Castro, jornalista e colunista de cinema de A TARDE, desde o longínquo ano de 1956. (Na imagem ao lado, surrupiada do blog de André Setaro, Berbert recebe Roman Polanski e Jack Nicholosn no Aeroporto 2 de Julho, em 1975).
Somente este último dado já ilustra muito sobre a personalidade de Berbert, falecido às 6h50 de ontem, no Hospital Português, aos 82 anos de idade, por enfarto do miocárdio. Sua fidelidade canina à empresa era bem característica da sua firmeza de caráter.
Sua produção para o jornal atinge a assombrosa soma de cerca de sete mil artigos sobre cinema, o que o torna, segundo o colega, amigo e crítico de cinema André Setaro, “o mais longevo colunista de cinema do Brasil“.
“Mesmo depois de aposentado, ele não parou de escrever e produzir para sua coluna, como muitos fazem“, observou André. Não à toa, hoje e amanhã o Caderno 2 publica os dois últimos artigos que Berbert deixou prontas, antes de ser levado ao hospital no último domingo, com quadro de edema pulmonar.
Dedicado à família, ao cinema e ao trabalho, Berbert era, além de jornalista, médico formado em 1949 pela Famed-Ufba. A paixão pelo jornalismo e o fascínio pela magia de Hollywood, contudo, logo o levaram para longe dos consultórios e para dentro das salas de cinema.
“É uma perda insubstituível. Eu e toda a comunidade do Cineteatro da Barra estamos muito, muitos tristes“, lamentou Roberto Assis, presidente da casa e amigo do jornalista.
Berbert foi um grande incentivador e divulgador das sessões do Cine-Nostalgia, promovidas pelo Cineteatro e amplamente freqüentada por apreciadores dos clássicos dos anos 30 e 40.
“Toda quarta-feira, eu o visitava em casa para planejarmos a programação. Ele dizia que eu era um herói por passar esses filmes para o público da terceira idade por um preço simbólico“, relembra, emocionado.
Setaro revela que foi lendo os textos de Berbert que ele despertou sua sensibilidade para a Sétima Arte. “Eu o lia desde menino“, conta. “Acho-o, contudo, um injustiçado pelo pessoal mais intelectualizado, pois ele tinha um conhecimento filmográfico enciclopédico. Não era um crítico na expressão da palavra. Era um comentarista despretensioso dos filmes que via. Exigiam dele que fosse um crítico de cinema mais completo, mas ele não queria isso. Tá cheio de gente por aí que se arvora a crítico de cinema, mas só diz bobagem. Berbert falava do que sabia, o que já era muito“, defende Setaro.
Documentário – Uma faceta menos lembrada do jornalista era a de bem-humorado cronista, gênero no qual publicou um punhado de livros, entre os quais pode-se citar Memórias de um Ex-Excomungado, Um Repórter na Alemanha, O Dia em que Salvador foi Bombardeada e Cine Maracangalha, entre outros.
A propósito deste último, a atriz e videomaker Rada Rezedá, amiga e admiradora de Berbert, pretende adaptar trechos com atores, para ilustrar um documentário sobre o articulista, iniciado há cerca de dois anos. “Meu pai era amigo dele, então minha infância foi bem próxima à ele. Era um cara irreverente, sempre brincalhão“, lembra.
“Eu comecei a entrevistá-lo para esse documentário em 2006. A última foi semana passada, mesmo. Ele chegou a passar mal durante uma fala, ficou meio sem fôlego, mas depois se recuperou“, recorda-se.
“Minha família toda tinha um grande carinho por ele. Ele tinha idéias meio radicais e coisas nas quais não concordávamos, mas nos gostávamos muito“, admite Rada, que espera concluir o documentário já no mês que vem.
Curiosidade:Em 1984, José Augusto e sua família foram readmitidos na Igreja Católica. Na década de 1930, a família foi excomungada até a 3ª geração pelo então Cardeal D. Álvaro Augusto da Silva, por que Epaminondas de Castro, pai de Berbert, votou pela prisão do Cardeal após este ter agredido uma freira. O fato foi notícia nacional em 1984.
LEIAM UMA ENTREVISTA QUE SETARO E CLÁUDIO LEAL FIZERAM COM BERBERT EM 2004: http://setarosblog.blogspot.com/
quarta-feira, julho 23, 2008
PRENDE A MICRO-RESENHA! SOLTA A MICRO-RESENHA! PRENDE A MICRO-RESENHA! SOLTA A MICRO-RESENHA! PRENDE...
Cicatrizes de lembrança
Sete brasileiros de aparência exótica rodando numa van pela Europa: é claro que isso rendeu muita história para contar. Relato de viagem, Guitarra e ossos quebrados pega o leitor pela mão e o leva para uma tresloucada turnê de duas bandas punk pelo Velho Mundo: a Leptospirose, de Bragança Paulista, e o Conjunto de Música Rock Merda (ou, simplesmente, Merda), de Vila Velha (ES). Como se poderia imaginar, o texto é coloquial, direto, leve e muito divertido, fazendo o leitor se sentir praticamente parte da turma. Tocando, dormindo e convivendo em squats (casas abandonadas que são invadidas por punks e transformadas em centros culturais) e porões europeus, o grupo passou por poucas e boas. E outras, porém, não tão boas. Depois de tocar na Polônia, já próximo à fronteira da República Checa, a van dos rapazes bateu no fundo de um caminhão, no meio da neblina e do frio intenso. Para saber o resto, só lendo o livro.
Guitarra e ossos quebrados
Quique Brown
Läjä Records
140 p. | R$ 15
www.laja.com.br
Para crianças dos 8 aos 80
Criada em 1935 pela cartunista Marjorie Henderson Buell, conhecida como Marge, Luluzinha, a esperta garotinha de cabelos cacheados e vestido vermelho, foi um grande sucesso editorial não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil, onde foi dona de uma revista publicada durante quase três décadas pela Editora Abril. Relegada ao limbo durante a década de 90, foi recentemente resgatada pela editora americana Dark Horse em coletâneas em preto & branco, publicadas com sucesso no mercado nacional pela Devir. O sexto volume, Uma dupla do barulho, acaba de chegar às livrarias, e se concentra nas histórias em que Lulu contracenava com seu mais constante parceiro, o mimado Bolinha França, em histórias que perigam dar dor de barriga no leitor, de tanto rir. Apesar de ter sido criada por Marge, a fase áurea da personagem foi mesmo com a dupla John Stanley (roteiros e lápis) e Irving Tripp (arte-final), fase esta publicada neste álbum. Riso certo.
Luluzinha Vol. 6: Uma dupla do barulho
Stanley / Tripp
Devir
104 p. | R$ 23
www.devir.com.br
Poeta romântico em discurso atual
Um dos mais significativos nomes da literatura romântica, o poeta Percy Shelley (1792-1822) tem sua mais importante obra em prosa publicada no Brasil em edição bilíngüe. Com 10 ensaios, Uma defesa da poesia é uma amostra da genial pena do autor em toda a sua beleza e intelecto. Em A necessidade do ateísmo, Shelley mete o pé na porta da igreja: “É apenas pelo boato (o rumor, passado de geração a geração) que povos inteiros adoram o Deus de seus pais e pregadores. (...) Mas por que seus pais caíam de joelhos? Porque, em tempos primitivos, seus legisladores fizeram disso o seu dever“. Como se vê, seu discurso ainda é atual.
Uma defesa da poesia e outros ensaios
Percy Shelley
Landmark
R$ 24,50
www.editoralandmark.com.br
Rock clássico de Santa Catarina
Se é verdade que Sergipe está para a Bahia assim como o Espírito Santo está para o Rio de Janeiro, talvez Santa Catarina esteja, da mesma forma, para o Rio Grande do Sul. Por que o trio catarinense Lenzi Brothers apenas confirma o dito com seu rock extremamente gaúcho – descontado o humor que costuma caracterizar o rock dos pampas, ausente aqui. De qualquer modo, é bom saber que o aprazível estado de Santa Catarina conta com uma banda do quilate da LB: rock clássico na veia, sem medo de plugar a guitarra no talo.
Trio
Lenzi Brothers
Cambuca Discos
R$ 5
lenzibrothers.com.br
A maldição do segundo álbum
A banda britânica Guillemots, que conta com um brasileiro conhecido como Lorde Magrão na guitarra, causou frissom na crítica ao lançar seu primeiro CD, Through the Windowpane, dois anos atrás. No temerário segundo disco, auto-intitulado, não conseguiram manter a elevada moral com a volúvel imprensa inglesa. Motivo: o pop frouxo que a banda apresenta durante quase todo o álbum, é, de fato, pra lá de sem graça. Salvam-se o rock gritado de Get Over It e a estranheza pop de Cockateels. Quem sabe no 3º CD...
Guillemots
Guillemots
Universal
R$ 29,90
www.guillemots.com
Electronica da boa para ouvir e dançar
A música eletrônica do grupo 3 Cold Men, formado por Franck Lopez (voz, guitarra e baixo), Alex Twin e Maurizio Bonito (teclados e programações) não chega a trazer de nada de novo, mas retrabalha muito bem diversos estilos que marcaram a história do gênero. A principal influência, bastante óbvia ao longo de todo o álbum, é o básico grupo alemão Kraftwerk, o que já conta muitos pontos positivos e demonstra o conhecimento de causa dos seus integrantes. Fria nos timbres e batidas, mas quente no clima que gera na pista de dança, Photogramm ainda remete à representações como Depeche Mode, Human League e Aphex Twin, mas sem perder a personalidade.
Photogramm
3 Cold Men
Lado Z / Wave
Preço indefinido
www.3coldmen.com
Sete brasileiros de aparência exótica rodando numa van pela Europa: é claro que isso rendeu muita história para contar. Relato de viagem, Guitarra e ossos quebrados pega o leitor pela mão e o leva para uma tresloucada turnê de duas bandas punk pelo Velho Mundo: a Leptospirose, de Bragança Paulista, e o Conjunto de Música Rock Merda (ou, simplesmente, Merda), de Vila Velha (ES). Como se poderia imaginar, o texto é coloquial, direto, leve e muito divertido, fazendo o leitor se sentir praticamente parte da turma. Tocando, dormindo e convivendo em squats (casas abandonadas que são invadidas por punks e transformadas em centros culturais) e porões europeus, o grupo passou por poucas e boas. E outras, porém, não tão boas. Depois de tocar na Polônia, já próximo à fronteira da República Checa, a van dos rapazes bateu no fundo de um caminhão, no meio da neblina e do frio intenso. Para saber o resto, só lendo o livro.
Guitarra e ossos quebrados
Quique Brown
Läjä Records
140 p. | R$ 15
www.laja.com.br
Para crianças dos 8 aos 80
Criada em 1935 pela cartunista Marjorie Henderson Buell, conhecida como Marge, Luluzinha, a esperta garotinha de cabelos cacheados e vestido vermelho, foi um grande sucesso editorial não apenas nos Estados Unidos, mas também no Brasil, onde foi dona de uma revista publicada durante quase três décadas pela Editora Abril. Relegada ao limbo durante a década de 90, foi recentemente resgatada pela editora americana Dark Horse em coletâneas em preto & branco, publicadas com sucesso no mercado nacional pela Devir. O sexto volume, Uma dupla do barulho, acaba de chegar às livrarias, e se concentra nas histórias em que Lulu contracenava com seu mais constante parceiro, o mimado Bolinha França, em histórias que perigam dar dor de barriga no leitor, de tanto rir. Apesar de ter sido criada por Marge, a fase áurea da personagem foi mesmo com a dupla John Stanley (roteiros e lápis) e Irving Tripp (arte-final), fase esta publicada neste álbum. Riso certo.
Luluzinha Vol. 6: Uma dupla do barulho
Stanley / Tripp
Devir
104 p. | R$ 23
www.devir.com.br
Poeta romântico em discurso atual
Um dos mais significativos nomes da literatura romântica, o poeta Percy Shelley (1792-1822) tem sua mais importante obra em prosa publicada no Brasil em edição bilíngüe. Com 10 ensaios, Uma defesa da poesia é uma amostra da genial pena do autor em toda a sua beleza e intelecto. Em A necessidade do ateísmo, Shelley mete o pé na porta da igreja: “É apenas pelo boato (o rumor, passado de geração a geração) que povos inteiros adoram o Deus de seus pais e pregadores. (...) Mas por que seus pais caíam de joelhos? Porque, em tempos primitivos, seus legisladores fizeram disso o seu dever“. Como se vê, seu discurso ainda é atual.
Uma defesa da poesia e outros ensaios
Percy Shelley
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R$ 24,50
www.editoralandmark.com.br
Rock clássico de Santa Catarina
Se é verdade que Sergipe está para a Bahia assim como o Espírito Santo está para o Rio de Janeiro, talvez Santa Catarina esteja, da mesma forma, para o Rio Grande do Sul. Por que o trio catarinense Lenzi Brothers apenas confirma o dito com seu rock extremamente gaúcho – descontado o humor que costuma caracterizar o rock dos pampas, ausente aqui. De qualquer modo, é bom saber que o aprazível estado de Santa Catarina conta com uma banda do quilate da LB: rock clássico na veia, sem medo de plugar a guitarra no talo.
Trio
Lenzi Brothers
Cambuca Discos
R$ 5
lenzibrothers.com.br
A maldição do segundo álbum
A banda britânica Guillemots, que conta com um brasileiro conhecido como Lorde Magrão na guitarra, causou frissom na crítica ao lançar seu primeiro CD, Through the Windowpane, dois anos atrás. No temerário segundo disco, auto-intitulado, não conseguiram manter a elevada moral com a volúvel imprensa inglesa. Motivo: o pop frouxo que a banda apresenta durante quase todo o álbum, é, de fato, pra lá de sem graça. Salvam-se o rock gritado de Get Over It e a estranheza pop de Cockateels. Quem sabe no 3º CD...
Guillemots
Guillemots
Universal
R$ 29,90
www.guillemots.com
Electronica da boa para ouvir e dançar
A música eletrônica do grupo 3 Cold Men, formado por Franck Lopez (voz, guitarra e baixo), Alex Twin e Maurizio Bonito (teclados e programações) não chega a trazer de nada de novo, mas retrabalha muito bem diversos estilos que marcaram a história do gênero. A principal influência, bastante óbvia ao longo de todo o álbum, é o básico grupo alemão Kraftwerk, o que já conta muitos pontos positivos e demonstra o conhecimento de causa dos seus integrantes. Fria nos timbres e batidas, mas quente no clima que gera na pista de dança, Photogramm ainda remete à representações como Depeche Mode, Human League e Aphex Twin, mas sem perder a personalidade.
Photogramm
3 Cold Men
Lado Z / Wave
Preço indefinido
www.3coldmen.com
sábado, julho 19, 2008
TRAILER DE WATCHMEN NO AR
Para quem leu, é de tirar o fôlego.
http://oglobo.globo.com/blogs/Gibizada/post.asp?cod_post=114684
http://oglobo.globo.com/blogs/Gibizada/post.asp?cod_post=114684
terça-feira, julho 15, 2008
DESCULPE, SECRETÁRIO! (Atualizado com fotos de Sora Maia)
Show dos Retrofoguetes na abertura do projeto Segundas Musicais teve ingressos esgotados em 15 minutos, casa lotada, tango, música italiana e afronta à autoridade
Já era esperado que o show que deu a partida ao projeto Segundas Musicais, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, a cargo da banda Retrofoguetes, fosse um sucesso, mas o que aconteceu foi algo, que, salvo engano, deve ser inédito na história daquela Sala: todos os ingressos, ao preço popular de R$ 2, se esgotaram em pouco mais de 15 minutos.
Resultado: muita gente ficou do lado de fora mesmo, o que suscitou muitas sugestões de que o projeto, numa possível segunda fase, fosse transferido para a Sala Principal.
Como se tratava da abertura de um projeto oficial, autoridades prestigiaram a ocasião. “É muito importante estabelecer programas culturais dessa forma, através de editais, pois é um caminho para difusão e preservação“, pontuou o secretário de cultura Márcio Meirelles, ainda no foyer da Sala do Coro.
Perguntado se gostava da banda prestes a se apresentar, Meirelles se saiu bem ao puxar pela memória: “Sim, claro. Não, nunca vi um show, é a primeira vez, mas já ouvi, sim. Eles não eram dos Dead Billies? Então, eu já trabalhei com eles no Revilavolta, uma vez, e com Nancy (Viegas) também. Gosto deles e do Cascadura também“.
Giselle Nussbaumer, diretora da Fundação Cultural do Estado, responsável pelo projeto, também estava lá, assim como o seu diretor de música, Gilberto Monte. “Eu adoro isso, acho que faz falta projetos assim. E é uma demanda antiga dos músicos, devido à falta de espaços para tocare acabam restritos às casas noturnas, que nem sempre têm uma boa estrutura“, disse a primeira.
Casa cheia, público acomodado, as luzes se apagam e um acordeonista entra sozinho no palco. Começa a tocar uma levada italiana, sendo acompanhado pelo público animado com palmas. O trio vai entrando e tomando seus lugares, até entrar na melodia e acompanhar Saulo Gama, o rapaz do acordeon.
Desculpe, secretário! – A partir daí, Morotó Slim (guitarra), Rex Crotus (bateria) e CH (baixo) fizeram o que sabem melhor: hipnotizaram o público com seu som instrumental embasado em surf music.
Com o tempo de estrada e a maturidade, o som da banda está ficando cada vez mais multifacetado, incorporando influências do som de trio elétrico, música italiana, trilhas sonoras de cinema e TV, tango e por aí vai.
O show foi também uma boa prévia do que deverá ser o segundo CD do trio, pronto mas sem previsão de lançamento. Dessa nova safra, foram executadas Constellación (um tango), Santa Sicília (que parece algo saído de uma trilha de Nino Rota), Fuzz Manchu, Venus Cassino, Bikini 1958, Falso Turco e Um Diabo em Cada Garrafa, entre outras.
A certa altura, Rex levanta da bateria e olha para a platéia: “É o secretário, ali?“. ”Queria agradecer à Secult e à Funceb, pela oprtunidade de mostrarmos nosso trabalho num teatro, algo que era muito raro de acontecer”, aproveitou. O momento de cortesia, porém, acabou aí.
Na sequência, chamaram Aroldo Macedo ao palco, com quem tocaram com brilhantismo hits do Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar.
No que Aroldo saiu, Morotó disse que ”deveriam haver estátuas homenageando a mera existência desses caras. É uma vergonha o que acontece aqui. O Carnaval era do rock, era da guitarra. Pela gente, isso nunca vai morrer!”, exclamou.
“A Bahia é uma merda, mesmo“, emendou Rex. “Desculpe, secretário“, ainda tentou consertar, logo depois. Sem mais exaltações, o show prosseguiu normal até o (glorioso) fim.
Já era esperado que o show que deu a partida ao projeto Segundas Musicais, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, a cargo da banda Retrofoguetes, fosse um sucesso, mas o que aconteceu foi algo, que, salvo engano, deve ser inédito na história daquela Sala: todos os ingressos, ao preço popular de R$ 2, se esgotaram em pouco mais de 15 minutos.
Resultado: muita gente ficou do lado de fora mesmo, o que suscitou muitas sugestões de que o projeto, numa possível segunda fase, fosse transferido para a Sala Principal.
Como se tratava da abertura de um projeto oficial, autoridades prestigiaram a ocasião. “É muito importante estabelecer programas culturais dessa forma, através de editais, pois é um caminho para difusão e preservação“, pontuou o secretário de cultura Márcio Meirelles, ainda no foyer da Sala do Coro.
Perguntado se gostava da banda prestes a se apresentar, Meirelles se saiu bem ao puxar pela memória: “Sim, claro. Não, nunca vi um show, é a primeira vez, mas já ouvi, sim. Eles não eram dos Dead Billies? Então, eu já trabalhei com eles no Revilavolta, uma vez, e com Nancy (Viegas) também. Gosto deles e do Cascadura também“.
Giselle Nussbaumer, diretora da Fundação Cultural do Estado, responsável pelo projeto, também estava lá, assim como o seu diretor de música, Gilberto Monte. “Eu adoro isso, acho que faz falta projetos assim. E é uma demanda antiga dos músicos, devido à falta de espaços para tocare acabam restritos às casas noturnas, que nem sempre têm uma boa estrutura“, disse a primeira.
Casa cheia, público acomodado, as luzes se apagam e um acordeonista entra sozinho no palco. Começa a tocar uma levada italiana, sendo acompanhado pelo público animado com palmas. O trio vai entrando e tomando seus lugares, até entrar na melodia e acompanhar Saulo Gama, o rapaz do acordeon.
Desculpe, secretário! – A partir daí, Morotó Slim (guitarra), Rex Crotus (bateria) e CH (baixo) fizeram o que sabem melhor: hipnotizaram o público com seu som instrumental embasado em surf music.
Com o tempo de estrada e a maturidade, o som da banda está ficando cada vez mais multifacetado, incorporando influências do som de trio elétrico, música italiana, trilhas sonoras de cinema e TV, tango e por aí vai.
O show foi também uma boa prévia do que deverá ser o segundo CD do trio, pronto mas sem previsão de lançamento. Dessa nova safra, foram executadas Constellación (um tango), Santa Sicília (que parece algo saído de uma trilha de Nino Rota), Fuzz Manchu, Venus Cassino, Bikini 1958, Falso Turco e Um Diabo em Cada Garrafa, entre outras.
A certa altura, Rex levanta da bateria e olha para a platéia: “É o secretário, ali?“. ”Queria agradecer à Secult e à Funceb, pela oprtunidade de mostrarmos nosso trabalho num teatro, algo que era muito raro de acontecer”, aproveitou. O momento de cortesia, porém, acabou aí.
Na sequência, chamaram Aroldo Macedo ao palco, com quem tocaram com brilhantismo hits do Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar.
No que Aroldo saiu, Morotó disse que ”deveriam haver estátuas homenageando a mera existência desses caras. É uma vergonha o que acontece aqui. O Carnaval era do rock, era da guitarra. Pela gente, isso nunca vai morrer!”, exclamou.
“A Bahia é uma merda, mesmo“, emendou Rex. “Desculpe, secretário“, ainda tentou consertar, logo depois. Sem mais exaltações, o show prosseguiu normal até o (glorioso) fim.
segunda-feira, julho 14, 2008
RETROFOGUETES DÃO A PARTIDA NAS SEGUNDAS MUSICAIS DA SALA DO CORO
Projeto de Difusão Cultural da Funceb oferece amplo cardápio de música, dança e teatro a preços populares
Os melhores espetáculos de música, teatro e dança da Bahia, com ingressos a R$ 2, a inteira. Isso é o que oferece o Projeto de Difusão Cultural, um bem-vindo programa da Fundação Cultural do Estado (Funceb) que beneficia artistas e público com ótimas opções de lazer e cultura de qualidade quase de graça, facilitando bastante o acesso.
O Projeto engloba três programas: Segundas Musicais, Quarta que Dança e Quintas do Teatro. A seleção dos espetáculos foi feita através de três editais, cada um um para seu respectivo programa, num total de 256 inscritos e 38 selecionados de Salvador e do interior do estado, reforçando o de intercâmbio entre os artistas da capital e de outras cidades da Bahia.
Os espetáculos do Segundas Musicais e do Quarta que Dança acontecerão sempre na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, enquanto o Quintas do Teatro se dará no Espaço Xisto Bahia (Biblioteca Central dos Barris).
Haverá ainda a apresentação de três peças de teatro ao ar livre na Praça Municipal, com as peças Retalhos Populares (dia 17 de julho, 16 horas) e Embuchou Casou (24 de julho, 16 horas) e no Campo Grande, com a peça A Árvore dos Mamulengos (7 de agosto, 16 horas). As três peças têm acesso livre ao público.
Além de poderem apresentar seus espetáculos com uma boa estrutura de palco, platéia, som e luz, os artistas selecionados nos editais têm como contrapartida oferecer uma oficina (ou palestra) gratuita para o público, ampliando a relação deste último com o fazer cultural e prestando um grande serviço para aqueles que desejam saber mais sobre o ofício de cada uma das modalidades contempladas no projeto (música, dança e teatro).
RETROFOGUETES – A característica mais marcante do Projeto Segundas Musicais é, sem dúvida, o destaque que dá para a enorme diversidade que rege a musicalidade baiana.
Entre os estilos cobertos pelos artistas que se apresentarão no projeto, pode-se enumerar: samba, chorinho, rap, surf music, jazz, instrumental brasileiro, MPB contemporânea, música experimental, rock e regional.
E quem abre a seqüência de shows é uma das bandas mais queridas do circuito roqueiro local, a Retrofoguetes (vista acima em foto de Nancy Viegas). Consagrada pela crítica em âmbito nacional, é sem sombra de dúvida, a melhor banda do Brasil em seu estilo, surf music instrumental.
Acostumados a eletrizar platéias Brasil afora, seus shows são uma grande celebração dançante – característica que deverá ficar em segundo plano no espetáculo desta segunda-feira na Sala do Coro.
“Como é uma apresentação em teatro, ela deverá ser um pouco diferente do nosso show tradicional. Vai ser menos bagunçado, mesmo“, admite, rindo, Rex Crotus (bateria).
“Vamos tocar algumas músicas mais lentas do primeiro CD, que não costumamos tocar nos shows. Coisas como O Fabuloso Doutor Pheto e Night of Excess“, cita.
Também serão adiantadas para o público algumas músicas novas do segundo CD da banda, em fase de mixagem, mas ainda sem previsão de lançamento.
“Teremos pelo menos duas músicas do CD novo com o Saulo Gama no acordeom: Constelación, que é um tango, e Santa Sicilia, em estilo italiano, com uma tarantella no meio“, revela Rex.
RETROFOGUTES
HOJE, 20 HORAS, NA SALA DO CORO DO TCA
R$ 2.
INGRESSOS A VENDA ENTRE AS 18H E AS 19H45 (CHEGUEM CEDO, PORRA!)
BANQUINHA COM VÁRIOS RETROPRODUTOS À VENDA
Os melhores espetáculos de música, teatro e dança da Bahia, com ingressos a R$ 2, a inteira. Isso é o que oferece o Projeto de Difusão Cultural, um bem-vindo programa da Fundação Cultural do Estado (Funceb) que beneficia artistas e público com ótimas opções de lazer e cultura de qualidade quase de graça, facilitando bastante o acesso.
O Projeto engloba três programas: Segundas Musicais, Quarta que Dança e Quintas do Teatro. A seleção dos espetáculos foi feita através de três editais, cada um um para seu respectivo programa, num total de 256 inscritos e 38 selecionados de Salvador e do interior do estado, reforçando o de intercâmbio entre os artistas da capital e de outras cidades da Bahia.
Os espetáculos do Segundas Musicais e do Quarta que Dança acontecerão sempre na Sala do Coro do Teatro Castro Alves, enquanto o Quintas do Teatro se dará no Espaço Xisto Bahia (Biblioteca Central dos Barris).
Haverá ainda a apresentação de três peças de teatro ao ar livre na Praça Municipal, com as peças Retalhos Populares (dia 17 de julho, 16 horas) e Embuchou Casou (24 de julho, 16 horas) e no Campo Grande, com a peça A Árvore dos Mamulengos (7 de agosto, 16 horas). As três peças têm acesso livre ao público.
Além de poderem apresentar seus espetáculos com uma boa estrutura de palco, platéia, som e luz, os artistas selecionados nos editais têm como contrapartida oferecer uma oficina (ou palestra) gratuita para o público, ampliando a relação deste último com o fazer cultural e prestando um grande serviço para aqueles que desejam saber mais sobre o ofício de cada uma das modalidades contempladas no projeto (música, dança e teatro).
RETROFOGUETES – A característica mais marcante do Projeto Segundas Musicais é, sem dúvida, o destaque que dá para a enorme diversidade que rege a musicalidade baiana.
Entre os estilos cobertos pelos artistas que se apresentarão no projeto, pode-se enumerar: samba, chorinho, rap, surf music, jazz, instrumental brasileiro, MPB contemporânea, música experimental, rock e regional.
E quem abre a seqüência de shows é uma das bandas mais queridas do circuito roqueiro local, a Retrofoguetes (vista acima em foto de Nancy Viegas). Consagrada pela crítica em âmbito nacional, é sem sombra de dúvida, a melhor banda do Brasil em seu estilo, surf music instrumental.
Acostumados a eletrizar platéias Brasil afora, seus shows são uma grande celebração dançante – característica que deverá ficar em segundo plano no espetáculo desta segunda-feira na Sala do Coro.
“Como é uma apresentação em teatro, ela deverá ser um pouco diferente do nosso show tradicional. Vai ser menos bagunçado, mesmo“, admite, rindo, Rex Crotus (bateria).
“Vamos tocar algumas músicas mais lentas do primeiro CD, que não costumamos tocar nos shows. Coisas como O Fabuloso Doutor Pheto e Night of Excess“, cita.
Também serão adiantadas para o público algumas músicas novas do segundo CD da banda, em fase de mixagem, mas ainda sem previsão de lançamento.
“Teremos pelo menos duas músicas do CD novo com o Saulo Gama no acordeom: Constelación, que é um tango, e Santa Sicilia, em estilo italiano, com uma tarantella no meio“, revela Rex.
RETROFOGUTES
HOJE, 20 HORAS, NA SALA DO CORO DO TCA
R$ 2.
INGRESSOS A VENDA ENTRE AS 18H E AS 19H45 (CHEGUEM CEDO, PORRA!)
BANQUINHA COM VÁRIOS RETROPRODUTOS À VENDA
sexta-feira, julho 11, 2008
ROCK WERCHTER 2008: FOTOS E RELATO POR GREICE SCHNEIDER
Nossa companheira e rockloquista honorária Greice Schneider, atualmente residente na Bélgica, também estava lá no Rock Werchter Festival 2008 com Bramis, Messias, Cris e Josh. E nos enviou um link para seu cantinho no Flickr onde postou suas fotos do evento. Vejam três abaixo e depois confiram mais, lá mesmo, no Flickr:
http://www.flickr.com/photos/diga-xis/sets/72157605967963465/
Nossos heróis Osvaldo Braminha Silveira e Messias Sunga de Crochê Bandeira curtem um chuvisco entre um show e outro, enquanto se ambientam no local...
No stand da Coca-Cola, mulheres louras, altas e voluptuosas faziam massagem nos cansados festivos para a alegria dos marmanjos de todas as idades...
No verão belga, os doidões voam para Werchter. Mesmo que o tempo não esteja lá essas coisas...
FALA, GREICE!
Não deu pra tirar fotos dos shows porque o palco ficava longe e a gente não podia entrar com câmeras decentes. mas no site do festival tem várias fotos e videos bem bacanas.
O que mais me impressionou no werchter foi a organização de tudo. nunca esperamos mais de 8 minutos por um dos ônibus do festival (e geralmente dava pra ir sentado). Cogitei ir acampar por lá (as festinhas no camping são astral), mas era tão fácil e tranquilo voltar pra Leuven, que nem me dei ao trabalho.
A cerveja e rango não tinham preços astronômicos, comparados com outros festivais. E além da trash food, dava pra fazer o saudável e comer frutas e saladas, ou fazer o esnobe e comer escargot com vinho francês. Quem não tivesse grana pra beber, podia catar 20 copos descartaveis e trocar por uma cerveja. Banheiros e barracas praticamente sem fila.
Mesmo com 80 mil pessoas, deu pra ver o show do Radiohead praticamente da frente do palco sem confusão. Não vi uma briga. Crowd surfing era proibido por motivos de segurança. Os seguranças, aliás, eram os maiores figuras. Além de tirar as pessoas do aperto quando alguém passava mal ou queria sair, eles também tomavam conta das nossas mochilas e cantavam junto nos shows.
Ah, e o som da maioria dos shows estava incrível (a exceção foi do REM) e os telões de transmissao dos shows são gigantes e com uma resolução altíssima.
E o lugar é lindo, verdinho, arborizado. Cinco estrelas pro Rock Werchter.
http://www.flickr.com/photos/diga-xis/sets/72157605967963465/
Nossos heróis Osvaldo Braminha Silveira e Messias Sunga de Crochê Bandeira curtem um chuvisco entre um show e outro, enquanto se ambientam no local...
No stand da Coca-Cola, mulheres louras, altas e voluptuosas faziam massagem nos cansados festivos para a alegria dos marmanjos de todas as idades...
No verão belga, os doidões voam para Werchter. Mesmo que o tempo não esteja lá essas coisas...
FALA, GREICE!
Não deu pra tirar fotos dos shows porque o palco ficava longe e a gente não podia entrar com câmeras decentes. mas no site do festival tem várias fotos e videos bem bacanas.
O que mais me impressionou no werchter foi a organização de tudo. nunca esperamos mais de 8 minutos por um dos ônibus do festival (e geralmente dava pra ir sentado). Cogitei ir acampar por lá (as festinhas no camping são astral), mas era tão fácil e tranquilo voltar pra Leuven, que nem me dei ao trabalho.
A cerveja e rango não tinham preços astronômicos, comparados com outros festivais. E além da trash food, dava pra fazer o saudável e comer frutas e saladas, ou fazer o esnobe e comer escargot com vinho francês. Quem não tivesse grana pra beber, podia catar 20 copos descartaveis e trocar por uma cerveja. Banheiros e barracas praticamente sem fila.
Mesmo com 80 mil pessoas, deu pra ver o show do Radiohead praticamente da frente do palco sem confusão. Não vi uma briga. Crowd surfing era proibido por motivos de segurança. Os seguranças, aliás, eram os maiores figuras. Além de tirar as pessoas do aperto quando alguém passava mal ou queria sair, eles também tomavam conta das nossas mochilas e cantavam junto nos shows.
Ah, e o som da maioria dos shows estava incrível (a exceção foi do REM) e os telões de transmissao dos shows são gigantes e com uma resolução altíssima.
E o lugar é lindo, verdinho, arborizado. Cinco estrelas pro Rock Werchter.
quarta-feira, julho 09, 2008
WERCHTER FESTIVAL DIA 4: QUASE À MORTE NO BLONDE HEAVEN
Devagar, devagarinho, nosso correspondente no Rock Werchter Festival vai assistindo os melhores shows, passando o serviço e encerrando o expediente
4 dia e o cansaço começa a bater um pouco.
Chegamos mais cedo ainda e pegamos o meio pro fim do show do kooks, mais uma banda da nova safra inglesa que nao tem nada demais, porém faz um show com o gás aberto e nao faz feio.
Dá tempo de chegar no Palco 2 e ver metade do show do Mark Ronson, queridinho hitmaker da parada inglesa com um white soul eletrônico. Aliás, o hit parade ingles(ou o que resta dele, nestes tempos pós-internet) é dominado por hip hop (principalmente)e eletronica faz tempo.
Depois a grande sacanagem: Racounteurs e Grinderman (side project de Nick Cave) no mesmo horário. Pra mim não tem duvida: é o senhor Caverna na cabeça no palco 2!!! Fodaço o show; este eu vejo do gargarejo e tenho um grande prazer em assistir. foda.
Depois veio o Kaiser Chiefs, outra bandinha inglesa que está no palco 1 graças ao hit Ruby, Ruby, estourado nas paradas daqui. Banda copeira, nada demais, mas agita a galera.
Depois Beck faz bacana, com vários hits de Odelay e Midnite Vultures, toca as do novo disco, mas parece estranho e distante.
Depois carteirada belga no encerramento. Estou quase à morte? Mas se morrer aqui, morro no blonde heaven.
TEXTO POR OSVALDO BRAMINHA
4 dia e o cansaço começa a bater um pouco.
Chegamos mais cedo ainda e pegamos o meio pro fim do show do kooks, mais uma banda da nova safra inglesa que nao tem nada demais, porém faz um show com o gás aberto e nao faz feio.
Dá tempo de chegar no Palco 2 e ver metade do show do Mark Ronson, queridinho hitmaker da parada inglesa com um white soul eletrônico. Aliás, o hit parade ingles(ou o que resta dele, nestes tempos pós-internet) é dominado por hip hop (principalmente)e eletronica faz tempo.
Depois a grande sacanagem: Racounteurs e Grinderman (side project de Nick Cave) no mesmo horário. Pra mim não tem duvida: é o senhor Caverna na cabeça no palco 2!!! Fodaço o show; este eu vejo do gargarejo e tenho um grande prazer em assistir. foda.
Depois veio o Kaiser Chiefs, outra bandinha inglesa que está no palco 1 graças ao hit Ruby, Ruby, estourado nas paradas daqui. Banda copeira, nada demais, mas agita a galera.
Depois Beck faz bacana, com vários hits de Odelay e Midnite Vultures, toca as do novo disco, mas parece estranho e distante.
Depois carteirada belga no encerramento. Estou quase à morte? Mas se morrer aqui, morro no blonde heaven.
TEXTO POR OSVALDO BRAMINHA
terça-feira, julho 08, 2008
WERCHTER FESTIVAL DIAS 2 E 3
Nosso correspondente exclusivo Osvaldo Braminha Silveira continua a saga de sua pregrinação ao mega festival belga
O melhor que achei do segundo dia do werchter festival a.k.a. Blonde Heaven. Pedi a Greice Schneider a.k.a. Graceland para mandar fotos, que eu nao tinha camera.
Já falei do primeirodia, reforço, apenas reforço, que o impacto inicial da beleza do local só faz crescer com o passar dos dias. Segundo dia de neil young. Não dá para dimensionar o respeito que Neil Young tem entre seus pares. Chego no show do The Verve, que voltaram a tocar em turne.
Ainda é dia e só escurece lá pras dez da noite. Show o.k., com o habitual coro nos hits (The drugs don't work, Bittersweet symphony), a essa altura 40 mil pessoas presentes. Richard Ashcroft manda uma senha quase no fim do seu show: "É uma honra tocar no mesmo dia de JAY-Z, o melhor rapper que existe e uma honra maior ainda tocar no mesmo dia de Neil Young, o maior compositor da historia... ponto"
Não vi Jay-Z, corro pra ver Digitalism no palco alternativo(e foi o.k.) e corro pra o velho Young. A essa altura deviam ter 60 mil pessoas. O show é historico, o velhinho bota pra fuder num show emociante. Toca de Harvest (heart of gold, needle and the damage done, words) Rockin' in the free world, Only love (do Freedom) e varias de Chrome Dreams (uma fuderosa versão de Freedom Road e uma versao descaralhante de No Hiddden Path). Quando digo descaralhante nao estou utlizando figura de retórica. E encerra com A day in the life dos... Beatles.
Moby toca pra mil pessoas e faz um show melhor (musicalmente falando) que os Chemical.
3° DIA
3° dia e as pernas começam a pedir a morte. Com o passar dos dias começamos a nos dar conta da grandiosidade do festival. Pra chegar é uma palhetada e tanto. O rock exige preparo. Faixa etaria de 18 a 20 e poucos anos, galera mais velha só mais tarde pra ver as principais atraçoes.
E é blonde heaven, profusões de loiras com rostos perfeitos. Neste 3° dia, finalmente vamos com Greice Schneider e Josh (ex soma). Os caras tão na pilha. Chego no show do Editors, que parece Interpol, que clona o onipresente Joy Division.
Corro depois pro palco alternativo pra ver um competente show de KT Tunstall, cançoes pop com influências country, soul e rock, blz. Corro pro Kings of Leon. Vou junto com Greice e Josh pra frente do palco. E ai vc vê o tamanho da bagaça. Se de longe parecia ter pouca gente pra os Kings, embaixo do palco, tinha umas 10 mil pessoas gritando as musicas dos caras a pleno pulmões. O KOL fez um show o.k., legal a postura bacana dos caras que fazem um southern rock com approach mais alternativo, mas sem afetaçoes.
Sempre entre os shows, pausa pra chopps (Stella Artois, sponsor do festival) e tem umas cem barracas de bebida e comida. Foda.
Ben Harper faz um show chapadão com muitos fãs mucho locos, com uma faixa etária mais velha que surge do nada. Nao detesto Harper mas prefiro beber vinho (sim, descolei um lugar). Me preparo pro Sigur Ros. Visual impressionante dos caras e o show mais viajandão do festival. Cantado em islandês, em alguns momentos tem 12 pessoas no palco. Pra lá de space rock, parecia que a aurora boreal ia rolar ali e uma nave ia baixar. As vezes a voz do cara irrita um pouco, mas foi um dos pontos altos do festival.
Grande a peritivo pra maior atraçao do festival. O Radiohead está no topo do mundo. Com cem muil pessoas na plateia e respeitados pela critica, ao vivo, o Radiohead faz um show impactante com a banda a todo gás e efeitos de luz perfeitos. Após algumas musicas, Thom Yorke dirige as primeiras palavras a platéia:
"Eu soube que Neil esteve aqui ontem. Deveria ser (honra) suficiente para QUALQUER UM PRA TODA UMA VIDA". Se o cara que comanda a mais importante banda de rock da atualidade falou isso, quem sou eu pra desmentir. Final de show delirante e Yorke e cia estão de parabéns.
TEXTO DE OSVALDO BRAMINHA
O melhor que achei do segundo dia do werchter festival a.k.a. Blonde Heaven. Pedi a Greice Schneider a.k.a. Graceland para mandar fotos, que eu nao tinha camera.
Já falei do primeirodia, reforço, apenas reforço, que o impacto inicial da beleza do local só faz crescer com o passar dos dias. Segundo dia de neil young. Não dá para dimensionar o respeito que Neil Young tem entre seus pares. Chego no show do The Verve, que voltaram a tocar em turne.
Ainda é dia e só escurece lá pras dez da noite. Show o.k., com o habitual coro nos hits (The drugs don't work, Bittersweet symphony), a essa altura 40 mil pessoas presentes. Richard Ashcroft manda uma senha quase no fim do seu show: "É uma honra tocar no mesmo dia de JAY-Z, o melhor rapper que existe e uma honra maior ainda tocar no mesmo dia de Neil Young, o maior compositor da historia... ponto"
Não vi Jay-Z, corro pra ver Digitalism no palco alternativo(e foi o.k.) e corro pra o velho Young. A essa altura deviam ter 60 mil pessoas. O show é historico, o velhinho bota pra fuder num show emociante. Toca de Harvest (heart of gold, needle and the damage done, words) Rockin' in the free world, Only love (do Freedom) e varias de Chrome Dreams (uma fuderosa versão de Freedom Road e uma versao descaralhante de No Hiddden Path). Quando digo descaralhante nao estou utlizando figura de retórica. E encerra com A day in the life dos... Beatles.
Moby toca pra mil pessoas e faz um show melhor (musicalmente falando) que os Chemical.
3° DIA
3° dia e as pernas começam a pedir a morte. Com o passar dos dias começamos a nos dar conta da grandiosidade do festival. Pra chegar é uma palhetada e tanto. O rock exige preparo. Faixa etaria de 18 a 20 e poucos anos, galera mais velha só mais tarde pra ver as principais atraçoes.
E é blonde heaven, profusões de loiras com rostos perfeitos. Neste 3° dia, finalmente vamos com Greice Schneider e Josh (ex soma). Os caras tão na pilha. Chego no show do Editors, que parece Interpol, que clona o onipresente Joy Division.
Corro depois pro palco alternativo pra ver um competente show de KT Tunstall, cançoes pop com influências country, soul e rock, blz. Corro pro Kings of Leon. Vou junto com Greice e Josh pra frente do palco. E ai vc vê o tamanho da bagaça. Se de longe parecia ter pouca gente pra os Kings, embaixo do palco, tinha umas 10 mil pessoas gritando as musicas dos caras a pleno pulmões. O KOL fez um show o.k., legal a postura bacana dos caras que fazem um southern rock com approach mais alternativo, mas sem afetaçoes.
Sempre entre os shows, pausa pra chopps (Stella Artois, sponsor do festival) e tem umas cem barracas de bebida e comida. Foda.
Ben Harper faz um show chapadão com muitos fãs mucho locos, com uma faixa etária mais velha que surge do nada. Nao detesto Harper mas prefiro beber vinho (sim, descolei um lugar). Me preparo pro Sigur Ros. Visual impressionante dos caras e o show mais viajandão do festival. Cantado em islandês, em alguns momentos tem 12 pessoas no palco. Pra lá de space rock, parecia que a aurora boreal ia rolar ali e uma nave ia baixar. As vezes a voz do cara irrita um pouco, mas foi um dos pontos altos do festival.
Grande a peritivo pra maior atraçao do festival. O Radiohead está no topo do mundo. Com cem muil pessoas na plateia e respeitados pela critica, ao vivo, o Radiohead faz um show impactante com a banda a todo gás e efeitos de luz perfeitos. Após algumas musicas, Thom Yorke dirige as primeiras palavras a platéia:
"Eu soube que Neil esteve aqui ontem. Deveria ser (honra) suficiente para QUALQUER UM PRA TODA UMA VIDA". Se o cara que comanda a mais importante banda de rock da atualidade falou isso, quem sou eu pra desmentir. Final de show delirante e Yorke e cia estão de parabéns.
TEXTO DE OSVALDO BRAMINHA
segunda-feira, julho 07, 2008
WERCHTER FESTIVAL (BÉLGICA), POR BRAMINHA
breve relato; a estrutura eh mega. o festival fica numa pequena localidade rural (werchter) que fica ha 20 min. de onibus de leuven ; que esta ha 25 min. de trem de bruxellas. fico em leuven que eh cheio de universitarios de todo o mundo. facil de chegar, tudo muito bem sinalizado. primeiro dia nao conseguimos chegar muito cedo. tava rolando mika no palco principal. cai uma tempestade na hora q estamos entrando. a temperatura cai e fica um lamacal.
vamos pro palco alternativo ver shameboy(bombou), musica eletronica, que eh o genero popular entre a galera mais jovem. mais sobre isto depois; depois lenny kravitz no principal, nao fazemos questao, esperamos soulwax no alternativo, gostei menos q shameboy mas bombou tb. comeco a char q eletronica eh o axe daqui. vamos ao rem no palco principal. som pessimo e uma apresentacao burocratica prejudica o show; depois o chemical faz um show espetacular com uma explosao de efeitos especiais no telao e o som excelente; uma explosao dos sentidos. resumo sai im vocalista carismatico e entra um excelente tecnico em efeitos especias; eh o rock spielberg/george lucas. mais? mais tarde.
quinta-feira, julho 03, 2008
DUE FUMETTI CHE IO VOGLIO MOLTO BENNE
As Etiópicas, de Hugo Pratt e Emmanuelle, de Guido Crepax, representam a nobreza dos quadrinhos italianos
Os italianos Hugo Pratt (1927-1995) e Guido Crepax (1933-2003), dois dos maiores mestres dos quadrinhos em todos os tempos, têm mais duas de suas obras publicadas no Brasil: As Etiópicas e Emmanuelle, respectivamente, do primeiro e do segundo, chegaram recentemente às livrarias, para felicidade dos apreciadores da HQ européia.
Os pontos em comum entre as duas obras, contudo, param por aí. Enquanto Pratt é todo aventura, com alguns toques de espiritualidade e política, Crepax é todo sacanagem – das boas – e erotismo suave, estilo softcore.
Mas o que realmente une esses dois lançamentos – além do fato de serem publicados pela mesma editora, a Pixel Media, uma subsidiária do grupo Ediouro – é a inequívoca sofisticação que adorna suas páginas – sofisticação que é tanto gráfica, quanto literária.
Em As Etiópicas, o leitor acompanha o personagem mais emblemático de Pratt, o marinheiro Corto Maltese, em suas aventuras na África, no período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Baseado no próprio Pratt, que chegou a viver na Etiópia e foi expulso de lá por ter se envolvido na luta pela independência do país, então uma colônia italiana, Corto encara diversas roubadas naquele pedaço da África, como feiticeiros, militares ingleses, colonizadores turcos e mesmo homens-leopardo nativos.
Já em Emmanuelle, Crepax apresentou sua adaptação do clássico livro erótico homônimo de Emmanuelle Arsan, publicado na França em 1959.
As adaptações literárias com um toque de erotismo (claro) foram uma das especialidades de Crepax, que ainda verteu brilhantemente para os quadrinhos obras clássicas como Drácula (de Bram Stoker), Frankenstein (de Mary Shelley), A História de O (de Pauline Reage) e A Vênus das peles (de Sacher-Masoch).
Transposto para as telas de cinema em 1974 por Just Jaeckin, Emmanuelle, o filme, foi um enorme sucesso em todo o mundo, revelando a atriz Sylvia Kristel e gerando um novo patamar no estilo, além de inúmeras continuações – nenhuma delas repetindo o brilho e o sucesso do filme original, já disponível em DVD no Brasil.
EUROPEUS – Conhecida entre os fãs de HQ como a casa que publica os procurados – e conceituados – materiais dos selos americanos Vertigo, Wildstorm e America‘s Best Comics (ABC, de Alan Moore), todos pertencentes à editora DC (Superman, Batman), a Pixel Media, na verdade, se lançou há poucos anos no mercado editorial publicando álbuns europeus como os de Corto Maltese.
Só desacelerou o ritmo desses lançamentos por conta do contrato com a gigante americana, firmado no final de 2006. Cassius Medauar, editor-chefe da Pixel Media, acena com a possibilidade de a editora publicar, até o fim do ano, pelo menos mais um álbum de Corto Maltese e o volume dois de Emmanuelle. “Sempre que der, publicaremos álbuns europeus, mas sem uma periodicidade definida“, promete.
Pela Pixel, As Etiópicas é o quinto álbum do marinheiro Corto Maltese, que antes, publicou os volumes A Balada do Mar Salgado, Sob o Signo de Capricórnio, Sempre um Pouco Mais Distante e As Célticas.
Os fãs do aventureiro mais filosófico dos quadrinhos certamente ficarão felizes em saber que a editora pretende publicar todos os 12 álbuns do personagem, formando uma belíssima coleção.
Quinto Corto Maltese é o mais místico da série
Quinto álbum de uma série de 12 produzidos por Hugo Pratt para seu personagem mais famoso, As Etiópicas é, provavelmente, o volume com o ritmo de aventura mais lento entre os cinco já publicados pela Pixel Media.
Isso, porém, não tira um milímetro de mérito da obra, uma saga filosófica cuja inspiração, Hugo Pratt – ele mesmo um aventureiro – tirava não apenas de suas muitas andanças mundo afora, mas também da tradição do romance de aventura de autores como Jack London (De vagões e vagabundos, O chamado selvagem), Ernest Hemingway (Por quem os sinos dobram) e T.E. Lawrence, autor do livro autobiográfico Os sete pilares da sabedoria (1922), depois adaptado com genial maestria pelo diretor inglês David Lean no filme Lawrence da Arábia (1962).
No álbum, saltam aos olhos as razões da idolatria que muitos estudiosos das HQs têm por Pratt. Seus traços elegantes e econômicos criam, com a precisão de um velho relojoeiro, todo o clima do terreno desértico e inóspito onde se passa a história.
Seu herói, na verdade, uma faceta de sua própria personalidade intempestiva, é enigmático na medida, fugindo do estereótipo do herói convencional, sempre cheio de boas intenções.
Firmemente calcada na realidade e eventos históricos, As Etiópicas fascina exatamente por essa dualidade entre fantasia e realidade, presente não apenas no personagem principal, mas em toda a sua extensão.
Como uma flor que leva tempo para desabrochar e revelar toda a sua beleza, a obra de Pratt é assim: é preciso tempo para apreciá-la em todo o seu esplendor.
O BELO SEXO – Mais conhecido pela sua personagem Valentina, visualmente baseada na atriz americana do cinema mudo Louise Brooks (1906 – 1985), a moça que popularizou o charmoso corte Chanel em todo o mundo, Guido Crepax aprofundou na sua adaptação para HQ a busca da personagem Emmanuelle por experiências sexuais novas e excitantes.
Sempre transitando entre o delírio e o real, Crepax por vezes pode confundir o leitor mais “murrinha“, que faz questão de entender exatamente o quê está se passando na história.
A verdade é que, o que exatamente está acontecendo na história, é o que menos importa numa obra de Guido Crepax. Como um Don Juan do nanquim, o que o italiano safado queria mesmo era a entrega do leitor.
Não adianta lutar contra a maré de papel e procurar uma linha narrativa convencional. Assim como na vida real, é preciso se despir (sem trocadilhos) dos vícios das HQs lineares e apenas curtir a lisérgica seqüência de cenas de sexo explícito, magnificamente retratadas por Crepax no papel.
E tem de tudo, desde o convencional encontro homem-mulher, aos mais safadinhos mulher-mulher, homem-mulher-homem-mulher, mulher-cobra, mulher-telefone, mulher-raquete de tênis e por aí vai. Esse Guido Crepax sabia mesmo da coisas...
As Etiópicas
Hugo Pratt
Pixel Media
96 p. | R$ 33
Emmanuelle - Volume 1
Guido Crepax
Pixel Media
100 p. | R$ 33
pixelquadrinhos.com.br
Os italianos Hugo Pratt (1927-1995) e Guido Crepax (1933-2003), dois dos maiores mestres dos quadrinhos em todos os tempos, têm mais duas de suas obras publicadas no Brasil: As Etiópicas e Emmanuelle, respectivamente, do primeiro e do segundo, chegaram recentemente às livrarias, para felicidade dos apreciadores da HQ européia.
Os pontos em comum entre as duas obras, contudo, param por aí. Enquanto Pratt é todo aventura, com alguns toques de espiritualidade e política, Crepax é todo sacanagem – das boas – e erotismo suave, estilo softcore.
Mas o que realmente une esses dois lançamentos – além do fato de serem publicados pela mesma editora, a Pixel Media, uma subsidiária do grupo Ediouro – é a inequívoca sofisticação que adorna suas páginas – sofisticação que é tanto gráfica, quanto literária.
Em As Etiópicas, o leitor acompanha o personagem mais emblemático de Pratt, o marinheiro Corto Maltese, em suas aventuras na África, no período da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Baseado no próprio Pratt, que chegou a viver na Etiópia e foi expulso de lá por ter se envolvido na luta pela independência do país, então uma colônia italiana, Corto encara diversas roubadas naquele pedaço da África, como feiticeiros, militares ingleses, colonizadores turcos e mesmo homens-leopardo nativos.
Já em Emmanuelle, Crepax apresentou sua adaptação do clássico livro erótico homônimo de Emmanuelle Arsan, publicado na França em 1959.
As adaptações literárias com um toque de erotismo (claro) foram uma das especialidades de Crepax, que ainda verteu brilhantemente para os quadrinhos obras clássicas como Drácula (de Bram Stoker), Frankenstein (de Mary Shelley), A História de O (de Pauline Reage) e A Vênus das peles (de Sacher-Masoch).
Transposto para as telas de cinema em 1974 por Just Jaeckin, Emmanuelle, o filme, foi um enorme sucesso em todo o mundo, revelando a atriz Sylvia Kristel e gerando um novo patamar no estilo, além de inúmeras continuações – nenhuma delas repetindo o brilho e o sucesso do filme original, já disponível em DVD no Brasil.
EUROPEUS – Conhecida entre os fãs de HQ como a casa que publica os procurados – e conceituados – materiais dos selos americanos Vertigo, Wildstorm e America‘s Best Comics (ABC, de Alan Moore), todos pertencentes à editora DC (Superman, Batman), a Pixel Media, na verdade, se lançou há poucos anos no mercado editorial publicando álbuns europeus como os de Corto Maltese.
Só desacelerou o ritmo desses lançamentos por conta do contrato com a gigante americana, firmado no final de 2006. Cassius Medauar, editor-chefe da Pixel Media, acena com a possibilidade de a editora publicar, até o fim do ano, pelo menos mais um álbum de Corto Maltese e o volume dois de Emmanuelle. “Sempre que der, publicaremos álbuns europeus, mas sem uma periodicidade definida“, promete.
Pela Pixel, As Etiópicas é o quinto álbum do marinheiro Corto Maltese, que antes, publicou os volumes A Balada do Mar Salgado, Sob o Signo de Capricórnio, Sempre um Pouco Mais Distante e As Célticas.
Os fãs do aventureiro mais filosófico dos quadrinhos certamente ficarão felizes em saber que a editora pretende publicar todos os 12 álbuns do personagem, formando uma belíssima coleção.
Quinto Corto Maltese é o mais místico da série
Quinto álbum de uma série de 12 produzidos por Hugo Pratt para seu personagem mais famoso, As Etiópicas é, provavelmente, o volume com o ritmo de aventura mais lento entre os cinco já publicados pela Pixel Media.
Isso, porém, não tira um milímetro de mérito da obra, uma saga filosófica cuja inspiração, Hugo Pratt – ele mesmo um aventureiro – tirava não apenas de suas muitas andanças mundo afora, mas também da tradição do romance de aventura de autores como Jack London (De vagões e vagabundos, O chamado selvagem), Ernest Hemingway (Por quem os sinos dobram) e T.E. Lawrence, autor do livro autobiográfico Os sete pilares da sabedoria (1922), depois adaptado com genial maestria pelo diretor inglês David Lean no filme Lawrence da Arábia (1962).
No álbum, saltam aos olhos as razões da idolatria que muitos estudiosos das HQs têm por Pratt. Seus traços elegantes e econômicos criam, com a precisão de um velho relojoeiro, todo o clima do terreno desértico e inóspito onde se passa a história.
Seu herói, na verdade, uma faceta de sua própria personalidade intempestiva, é enigmático na medida, fugindo do estereótipo do herói convencional, sempre cheio de boas intenções.
Firmemente calcada na realidade e eventos históricos, As Etiópicas fascina exatamente por essa dualidade entre fantasia e realidade, presente não apenas no personagem principal, mas em toda a sua extensão.
Como uma flor que leva tempo para desabrochar e revelar toda a sua beleza, a obra de Pratt é assim: é preciso tempo para apreciá-la em todo o seu esplendor.
O BELO SEXO – Mais conhecido pela sua personagem Valentina, visualmente baseada na atriz americana do cinema mudo Louise Brooks (1906 – 1985), a moça que popularizou o charmoso corte Chanel em todo o mundo, Guido Crepax aprofundou na sua adaptação para HQ a busca da personagem Emmanuelle por experiências sexuais novas e excitantes.
Sempre transitando entre o delírio e o real, Crepax por vezes pode confundir o leitor mais “murrinha“, que faz questão de entender exatamente o quê está se passando na história.
A verdade é que, o que exatamente está acontecendo na história, é o que menos importa numa obra de Guido Crepax. Como um Don Juan do nanquim, o que o italiano safado queria mesmo era a entrega do leitor.
Não adianta lutar contra a maré de papel e procurar uma linha narrativa convencional. Assim como na vida real, é preciso se despir (sem trocadilhos) dos vícios das HQs lineares e apenas curtir a lisérgica seqüência de cenas de sexo explícito, magnificamente retratadas por Crepax no papel.
E tem de tudo, desde o convencional encontro homem-mulher, aos mais safadinhos mulher-mulher, homem-mulher-homem-mulher, mulher-cobra, mulher-telefone, mulher-raquete de tênis e por aí vai. Esse Guido Crepax sabia mesmo da coisas...
As Etiópicas
Hugo Pratt
Pixel Media
96 p. | R$ 33
Emmanuelle - Volume 1
Guido Crepax
Pixel Media
100 p. | R$ 33
pixelquadrinhos.com.br