Esse é meu último post do ano. Pessoalmente, um ano difícil pra caralho, de poucos avanços profissionais (muito por minha própria culpa, admito) e imensas perdas. É horrível dizer isso, mas termino esse ano sentindo que perdi mais do que ganhei. Contudo, não vou terminar 2004 me lamentando, mas sim, agradecendo.
Afinal, esse foi o ano em que o maravilhoso, extraordinário e fenomenal ROCK LOCO entrou em nossas vidas.
E por isso eu faço questão de mandar aquele abraço e um big THANX para meu amigo irmão Mário Jorge, que começou essa loucura toda ao tirar da cartola, em um belo dia de fevereiro (ou janeiro?) último, um convite inusitado: "Chicão, tô fazendo um programa de rock numa rádio comunitária. Quer ir lá comigo botar um som?" E eu fui. E fui de novo na semana seguinte. E novamente na semana posterior. E não saí mais. Mário, seu maluco, vc praticamente colocou o rock de volta na minha vida e me inventou como disc-jockey. Rapaz, que prazer fazer esse programa, vou te contar.
Obrigado à toda a trupe (velhos conhecidos e novos amigos, todos muito queridos) que veio na sequência e também comprou essa idéia (e essa briga), agregando um valor inestimável ao Rock Loco: Osvaldo Bramz, Sora Maia, Luciano Matos, Rogério Big Brother, Roney Jorge, Don Jorge e Greyce Schneider (fundadora deste blog).
Obrigado à toda galera da Rádio Primavera FM 103.5 (Márcio, Egberto e os outros) e ao nosso coordenador Adenílton Cerqueira (um homem, no mínimo, ousado e de cabeça aberta), às comunidades do Alto de Ondina (primeira base) e do Alto da Santa Cruz (base atual), que recebeu o Rock Loco de braços abertos e nos proporcionou momentos inesquecíveis ao microfone da rádio.
Obrigado à toda a galera ouvinte (de todos os bairros e comunidades) que ouve, opina, reclama, grita, declama poesia, toma cachaça, arrota, peida, coça o saco, deixa o volume da TV baixo, pede música, ri e chora com a gente em todos os programas.
Obrigado aos leitores desse humirde blog, sempre nos incentivando e comentando nossos posts nos, huh, comments. Muitos deles nem conseguem ouvir o programa devido ao alcance limitado de transmissão obrigatório das rádios comunitárias, mas que mesmo assim, sempre prestigiam o Rock Loco aqui e nas festas.
Obrigado a todos os músicos, amigos e jornalistas que abrilhantaram o programa com suas presenças luminosas e frases perspicazes: Cascadura, Forgotten Boys, Vamoz!, Lou, Honkers, Peu Sousa, Emerson Borel, Marco Butcher, Theatro de Seraphin, Tequillers, Leão da Drearylands, Márcio (B.A.) Martinez, Yara Vasku, Neyse Cunha, Tiago Fernandes, Saraucione, Batata, Pedro Bó, Apú, Cake, Seco, Ricardo Cury, Barbapapa e todos os outros que foram e, ou eu nem soube, ou não me lembro no momento.
Obrigado ao Calypso (Lourdes, Jean Claude), ao Miss Modular (Lorena e Melvin), e seus funcionários por abrigarem nossas festas de arromba e aguentarem tanta loucura (nossa e de nossos convidados).
E finalmente, eu agradeço à minha mulher, Carol, por ser tudo o que é e por conseguir me manter nos trilhos da sanidade mental.
E finalmente, muita saúde, rock e grana no bolso pra todos nós dessa comunidade rocker por natureza, que beleza.
Em 2005, stay Loco. Rock Loco.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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quinta-feira, dezembro 30, 2004
terça-feira, dezembro 28, 2004
COLUNISTAS EM EVOLUÇÃO NA AVENIDA
Essa semana, nas colunas da Dynamite, Marcos Bragatto dá sua palavra final sobre a vergonhosa e altamente preconceituosa cobertura da dona Rede Globo sobre o assassinato do Dimebag Darrel. Já o Finatti fala do disco novo Ben Harper, aventa a possibilidade de termos (lá eles) New Order e The Cure no Curitiba Pop Festival 2005 e revela a possível identidade do seu difamador na comunidade do Orkut que leva seu nome. Cool (lá ele).
Por aqui, Miguel Cordeiro (que tava lá na nossa festinha curtindo a mil, mas quem não estava?), amigo do nosso Bramz e colaborador do blog irmão Clash City Rockers, escreve um texto demolidor, frio e bastante preciso acerca daquele estado de coisas sobre o qual eu rapidamente falei no post anterior, no texto do Glauber Rocha o filme. Desesperador. As vezes é melhor não ficar pensando muito sobre essas coisas para não se deprimir muito (ou enlouquecer de vez). Essa Bahia tem cura? Ou só uma bomba atômica mesmo? Mas temos saídas. O aeroporto, a BR 324 e a Baía de Todos os Santos tão aí pra isso...
Por aqui, Miguel Cordeiro (que tava lá na nossa festinha curtindo a mil, mas quem não estava?), amigo do nosso Bramz e colaborador do blog irmão Clash City Rockers, escreve um texto demolidor, frio e bastante preciso acerca daquele estado de coisas sobre o qual eu rapidamente falei no post anterior, no texto do Glauber Rocha o filme. Desesperador. As vezes é melhor não ficar pensando muito sobre essas coisas para não se deprimir muito (ou enlouquecer de vez). Essa Bahia tem cura? Ou só uma bomba atômica mesmo? Mas temos saídas. O aeroporto, a BR 324 e a Baía de Todos os Santos tão aí pra isso...
Se entrega, Corisco!...
ACABOU O PAPEL - O bicho pegou bonito na festinha de Natal do Rock Loco quinta-feira passada, no Miss Modular. O rock local em peso compareceu para prestigiar. Foi aquela coisa: não deu pra quem quis. Tanto que a cerveja acabou ali pelas duas, duas e meia da manhã. Falha nossa, foi mal aí a galera que depois veio reclamar (Leão & cia). Em todo caso, vamo ver se a gente consegue organizar mais uma pra marcar esse verão 2005, antes que acabe (o verão, não o Rock Loco, claro).
AQUELA COISA GLAUBER - Sei que muita gente vai torcer o nariz, mas não deixem (aqueles que se interessam) de alugar na locadora mais próxima o documentário Glauber o filme, labirinto do Brasil, de Sílvio Tendler. Preciosíssimo registro de nosso mais importante, revolucionário, fodão e tresloucado cineasta, Glauber o filme apresenta imagens até então inéditas do funeral e enterro do ilustre conquistense, além de um porrilhão de depoimentos de gente que entende da obra e conviveu com o homem. Cineastas, escritores, diretores de fotografia, críticos e atores, entre outros, dão sua visão, contam anedotas (João Ubaldo Ribeiro quase se mija de rir e acaba provocando a mesma reação no espectador) teorizam e discutem a vida, a obra e a morte do cineasta que quebrou com a noção de que cinema só serve pra contar historinhas com começo, meio e fim. Para ele, o cinema era uma coisa tão poderosa, que não poderia ser só isso. Ele queria revolucionar, influir, mostrar a cara do povão sem retoques na tela. Barroco como só um baiano poderia ser, preenchia seus filmes com símbolos, discursos, transformava-os em verdadeiras catedrais fílmicas com múltiplos significados, muitos deles pouco (ou nada) entendidos até hoje. Cometeu, no mínimo, duas obras fundamentais para o cinema mundial: Deus e o diabo na terra do sol (1964) e Terra em transe (1967), fimes cujas imagens transbordam de força poética, mas uma poesia muito macha, um verdadeiro soco direto no focinho dos poderosos, da ditadura, das oligarquias, estúdios de cinema e meios de comunicação. Esses, pelo menos, são os que consegui assistir e gostar, ainda na época da faculdade. Não são filmes fáceis (pelo menos para nós, jovens cabeçinhas acostumadas com o feijão com arroz das novelas globais). Mas é fácil se apaixonar por eles depois de conhecer as idéias que estão por trás de suas cenas. Na verdade, o Glauber Rocha pessoa, como personalidade, sempre foi ainda mais interessante que seus filmes. De um carisma irresistível, podemos até traçar um paralelo entre o cineasta e Raulzito, provavelmente sua contraparte musical mais óbvia. (Me acorrejam se eu estiver falando muita besteira, por favor.) Só mesmo caras como esses pra me dar um orgulho retado de ser baiano. Em todo caso, todo baiano que se preze precisa conhecer a vida e a obra desse cara que botava pra fuder, não comia nada de ninguém (esculhambava tanto com a direita quanto com a esquerda em uma época perigosíssima para livres pensadores) e era rock pra caralho. É maravilhoso ve-lo esbravejando para as câmeras já no fim de sua vida (a despeito de seu péssimo estado de saúde), contra o isolamento a que suas contínuas contradições acabaram por conduzi-lo. Me lembra, no jeitão de sincronizar os gestos e a fala, até de pessoas conhecidas, amigos nossos do rock mesmo. Talvez pelo fato de que, como diz um dos slogans do documentário, existe um Glauber em cada um de nós. Glauber era mais do que uma pessoa, um cineasta, um artista, um pensador. Glauber era um arquétipo, um mártir, um beat, quase um santo, morto pela sua própria incapacidade de aceitar o estado de coisas a que chegamos. Dá para imaginar Glauber vivo nos dias de hoje, convivendo com a Bahia terra da alegria de Ivete Sangalo, Carla Perez, Lícia Fábio, Michele Marie, Paulinho Vilhena, Dado Dolabela e Luana Piovani? Não, não dá. Por isso mesmo, ele não está mais entre nós. Sim, mas voltando ao doc do Tendler, o filme em si é meio careta (que ironia), mas vale muito a pena, pois conta a história de Glauber direitinho. Na verdade, esse filme devia era ser adotado de imediato em escolas públicas e particulares pra ver se essa garotada cresce menos abilolada e mais consciente. E como diz o próprio Tendler no final do filme, "como diria Nélson Pereira dos Santos, essa é toda a história. Quem não gostou, que vá pra puta que pariu, escreva outro filme".
AQUELA COISA GLAUBER - Sei que muita gente vai torcer o nariz, mas não deixem (aqueles que se interessam) de alugar na locadora mais próxima o documentário Glauber o filme, labirinto do Brasil, de Sílvio Tendler. Preciosíssimo registro de nosso mais importante, revolucionário, fodão e tresloucado cineasta, Glauber o filme apresenta imagens até então inéditas do funeral e enterro do ilustre conquistense, além de um porrilhão de depoimentos de gente que entende da obra e conviveu com o homem. Cineastas, escritores, diretores de fotografia, críticos e atores, entre outros, dão sua visão, contam anedotas (João Ubaldo Ribeiro quase se mija de rir e acaba provocando a mesma reação no espectador) teorizam e discutem a vida, a obra e a morte do cineasta que quebrou com a noção de que cinema só serve pra contar historinhas com começo, meio e fim. Para ele, o cinema era uma coisa tão poderosa, que não poderia ser só isso. Ele queria revolucionar, influir, mostrar a cara do povão sem retoques na tela. Barroco como só um baiano poderia ser, preenchia seus filmes com símbolos, discursos, transformava-os em verdadeiras catedrais fílmicas com múltiplos significados, muitos deles pouco (ou nada) entendidos até hoje. Cometeu, no mínimo, duas obras fundamentais para o cinema mundial: Deus e o diabo na terra do sol (1964) e Terra em transe (1967), fimes cujas imagens transbordam de força poética, mas uma poesia muito macha, um verdadeiro soco direto no focinho dos poderosos, da ditadura, das oligarquias, estúdios de cinema e meios de comunicação. Esses, pelo menos, são os que consegui assistir e gostar, ainda na época da faculdade. Não são filmes fáceis (pelo menos para nós, jovens cabeçinhas acostumadas com o feijão com arroz das novelas globais). Mas é fácil se apaixonar por eles depois de conhecer as idéias que estão por trás de suas cenas. Na verdade, o Glauber Rocha pessoa, como personalidade, sempre foi ainda mais interessante que seus filmes. De um carisma irresistível, podemos até traçar um paralelo entre o cineasta e Raulzito, provavelmente sua contraparte musical mais óbvia. (Me acorrejam se eu estiver falando muita besteira, por favor.) Só mesmo caras como esses pra me dar um orgulho retado de ser baiano. Em todo caso, todo baiano que se preze precisa conhecer a vida e a obra desse cara que botava pra fuder, não comia nada de ninguém (esculhambava tanto com a direita quanto com a esquerda em uma época perigosíssima para livres pensadores) e era rock pra caralho. É maravilhoso ve-lo esbravejando para as câmeras já no fim de sua vida (a despeito de seu péssimo estado de saúde), contra o isolamento a que suas contínuas contradições acabaram por conduzi-lo. Me lembra, no jeitão de sincronizar os gestos e a fala, até de pessoas conhecidas, amigos nossos do rock mesmo. Talvez pelo fato de que, como diz um dos slogans do documentário, existe um Glauber em cada um de nós. Glauber era mais do que uma pessoa, um cineasta, um artista, um pensador. Glauber era um arquétipo, um mártir, um beat, quase um santo, morto pela sua própria incapacidade de aceitar o estado de coisas a que chegamos. Dá para imaginar Glauber vivo nos dias de hoje, convivendo com a Bahia terra da alegria de Ivete Sangalo, Carla Perez, Lícia Fábio, Michele Marie, Paulinho Vilhena, Dado Dolabela e Luana Piovani? Não, não dá. Por isso mesmo, ele não está mais entre nós. Sim, mas voltando ao doc do Tendler, o filme em si é meio careta (que ironia), mas vale muito a pena, pois conta a história de Glauber direitinho. Na verdade, esse filme devia era ser adotado de imediato em escolas públicas e particulares pra ver se essa garotada cresce menos abilolada e mais consciente. E como diz o próprio Tendler no final do filme, "como diria Nélson Pereira dos Santos, essa é toda a história. Quem não gostou, que vá pra puta que pariu, escreva outro filme".
quinta-feira, dezembro 23, 2004
2004,O Vôo da Galinha e o Socialismo Baiano
Não é uma retrospectiva, ainda bem, mas algumas considerações minhas sobre o ano de 2004, o ano no qual o rock baiano tentou alçar vôo, tentou, tentou, e não conseguiu, tal qual a galinha.Porra, podem pensar alguns, que especie de analogia é esta entre o rock feito na Bahia e o vôo do galinacio?Quem poderia pensar uma coisa destas? Calma que eu conto a origem desta historia . Estava eu numa das matinês que a São Roque promoveu durante o ano , no dia que tocou Theatro de Serafim, Coiotes, e Roney Jorge, e àquela altura do ano eu ainda estava entusiasmado com a possibilidade do rock feito na Bahia neste ano se firmar. Motivos para minha animação não faltavam, senão vejamos;
1-) O sucesso nacional de Pitty com dimensões avassaladoras, e os constantes endossos que ela dava à cena local em diversos programas de audiencia nacional.
2-) A decadência do axé, sua evidente perda do monopolio do publico jovem atual na geração eu chamo de pós-axé.
3-) E o principal , o surgimento de inumeras bandas talentosas, alem da confirmação de bandas mais veteranas, ainda lançando trabalhos relevantes.
Pois bem, voltando ao show, cruzo com o antologico Miguel Cordeiro, pra quem não conhece, vocal dos Coiotes, artista plastico, precussor do grafite(Faustino), parceiro do Camisa de Venus(Simca Shambord) e agitador rocker.Comentei com Miguel que achava que este ano o rock baiano estava em ascenção e tinha tudo pra se firmar.Ao que ceticamente ele retrucou, que o rock baiano estava em ascensão como o vôo da galinha, tenta, tenta , chega a decolar , mas jamais firma vôo.Naquele momento senti que Miguel tinha feito uma especie de profecia, tentei replicar dizendo que ele estava sendo pessimista, e ele encerou a parada dizendo que na Bahia quem é realista é considerado pessimista.Chego ao final do ano, e tenho que dá razão a Miguel, o rock baiano perdeu uma oportunidade pra se firmar um pouco mais. Apesar de iniciativas como o Rock Loco, dos selos Frangote, Estopim e Big Bross com lançamento de discos e realização de eventos com bandas locais e de fora, novos bloggers, maior exposição na midia nacional da cena local ,ect., não houve significativa atração de publico para estas iniciativas, e consequentemente não houve como atrair patrocinadores .Os motivos? A eterna falta de locais adequados para shows(não só de rock), a falta de uma politica cultural voltada para o incentivo da musica alternativa(não só o rock), e talvez principalmente uma incrivel desunião da cena local( do rock mesmo), que em alguns momentos beirou ao grotesco.Não acho que todo mundo do rock tem que ser amiguinho, mas em certos momentos aonde os interesses são comuns, as diferenças tem que ser postas de lado.Aqui neste momento explico a questão do Socialismo Baiano citado acima.Otavio Mangabeira(que dá nome à Fonte Nova), que foi um politico com inclinações socialistas, que uma vez irritado com a mesquinhez das coisas da Bahia disse num discurso:
- Vocês sabem como é o Socialismo Baiano? É o seguinte, o sujeito paga 100 pra ver o vizinho perder 50.
A principal alegação de pessoas da cena é que os shows de rock são caros.Dos 5 reais dos shows do Calypso aos 15/30 cobrados pelo show de Pitty na Concha passando pela consumação no Tapioca, o choro era generalizado, e em alguns momentos segmentos do rock local chegaram a meio que fazer campanha contra a alguns eventos, e passaram a incentivar um lugar grotesco como o nho caldos.Alias o nho caldos tá conseguindo o que a separação de Jean Claude, a doença de Lurdes, os vizinhos e a Sucom não conseguiram, fechar o Calypso.Se o nho caldos quer fazer o rock gratis dele, que faça num horario que não choque com os outros(Ideario inclusive), mas não ,tem fazer no horario pra fuder com os outros.E isso com o apoio de uma rapaziada iisshperta, que não paga os 5 reais da entrada, mas gasta 20 no carrinho no meio da rua. O que só faz comprovar a tese do Socialismo Baiano. No show de Pitty e Banda ,representantes legitimos do underground local, pude aferir o quanto o sucesso de alguem pode incomodar . Pitty e banda, que só fazem falar bem da cena baiana na midia nacional, abriram mão de propostas financeiras vantajosas de blocos carnavalescos, para bancar do bolso um evento que tinha figuras do rock local no comando. A reação contra o evento foi tão forte que me causou nojo. Tá bom o preço do ingresso deveria ter sido mais barato, mas se neguinho não gosta de determinada banda, não vá ao show, mas não faça campanha contra.Se Pitty tiver juizo, no proximo show em Salvador vem bancada por um bloco, que paga altos cachês e tem publico que PRESTIGIA os eventos a cena a qual estão ligadas. É isso ,em 2004 o tiro de misericordia no rock baiano foi dado pelo nhô caldos(Miguel Cordeiro , de novo).
1-) O sucesso nacional de Pitty com dimensões avassaladoras, e os constantes endossos que ela dava à cena local em diversos programas de audiencia nacional.
2-) A decadência do axé, sua evidente perda do monopolio do publico jovem atual na geração eu chamo de pós-axé.
3-) E o principal , o surgimento de inumeras bandas talentosas, alem da confirmação de bandas mais veteranas, ainda lançando trabalhos relevantes.
Pois bem, voltando ao show, cruzo com o antologico Miguel Cordeiro, pra quem não conhece, vocal dos Coiotes, artista plastico, precussor do grafite(Faustino), parceiro do Camisa de Venus(Simca Shambord) e agitador rocker.Comentei com Miguel que achava que este ano o rock baiano estava em ascenção e tinha tudo pra se firmar.Ao que ceticamente ele retrucou, que o rock baiano estava em ascensão como o vôo da galinha, tenta, tenta , chega a decolar , mas jamais firma vôo.Naquele momento senti que Miguel tinha feito uma especie de profecia, tentei replicar dizendo que ele estava sendo pessimista, e ele encerou a parada dizendo que na Bahia quem é realista é considerado pessimista.Chego ao final do ano, e tenho que dá razão a Miguel, o rock baiano perdeu uma oportunidade pra se firmar um pouco mais. Apesar de iniciativas como o Rock Loco, dos selos Frangote, Estopim e Big Bross com lançamento de discos e realização de eventos com bandas locais e de fora, novos bloggers, maior exposição na midia nacional da cena local ,ect., não houve significativa atração de publico para estas iniciativas, e consequentemente não houve como atrair patrocinadores .Os motivos? A eterna falta de locais adequados para shows(não só de rock), a falta de uma politica cultural voltada para o incentivo da musica alternativa(não só o rock), e talvez principalmente uma incrivel desunião da cena local( do rock mesmo), que em alguns momentos beirou ao grotesco.Não acho que todo mundo do rock tem que ser amiguinho, mas em certos momentos aonde os interesses são comuns, as diferenças tem que ser postas de lado.Aqui neste momento explico a questão do Socialismo Baiano citado acima.Otavio Mangabeira(que dá nome à Fonte Nova), que foi um politico com inclinações socialistas, que uma vez irritado com a mesquinhez das coisas da Bahia disse num discurso:
- Vocês sabem como é o Socialismo Baiano? É o seguinte, o sujeito paga 100 pra ver o vizinho perder 50.
A principal alegação de pessoas da cena é que os shows de rock são caros.Dos 5 reais dos shows do Calypso aos 15/30 cobrados pelo show de Pitty na Concha passando pela consumação no Tapioca, o choro era generalizado, e em alguns momentos segmentos do rock local chegaram a meio que fazer campanha contra a alguns eventos, e passaram a incentivar um lugar grotesco como o nho caldos.Alias o nho caldos tá conseguindo o que a separação de Jean Claude, a doença de Lurdes, os vizinhos e a Sucom não conseguiram, fechar o Calypso.Se o nho caldos quer fazer o rock gratis dele, que faça num horario que não choque com os outros(Ideario inclusive), mas não ,tem fazer no horario pra fuder com os outros.E isso com o apoio de uma rapaziada iisshperta, que não paga os 5 reais da entrada, mas gasta 20 no carrinho no meio da rua. O que só faz comprovar a tese do Socialismo Baiano. No show de Pitty e Banda ,representantes legitimos do underground local, pude aferir o quanto o sucesso de alguem pode incomodar . Pitty e banda, que só fazem falar bem da cena baiana na midia nacional, abriram mão de propostas financeiras vantajosas de blocos carnavalescos, para bancar do bolso um evento que tinha figuras do rock local no comando. A reação contra o evento foi tão forte que me causou nojo. Tá bom o preço do ingresso deveria ter sido mais barato, mas se neguinho não gosta de determinada banda, não vá ao show, mas não faça campanha contra.Se Pitty tiver juizo, no proximo show em Salvador vem bancada por um bloco, que paga altos cachês e tem publico que PRESTIGIA os eventos a cena a qual estão ligadas. É isso ,em 2004 o tiro de misericordia no rock baiano foi dado pelo nhô caldos(Miguel Cordeiro , de novo).
So this is Christmas
Amanhã, como sabemos, é dia de todo mundo cair de boca no peru. Hoje, porém, é dia de todo mundo cair de cabeça na festa Rock Loco Ho Ho Ho. E, diferente das forçadas reuniões familiares natalinas, na nossa festinha não vai faltar animação e muito rock para ouvir, curtir e dançar. E meu nome não é Beto Bahia (que feio, andou até falando mal da nossa celebração no blog de Big), mas prometo botar pra ver tálba lascar com gosto de óleo diesel na minha horinha discotecando pra galera. Então é isso. Até de noite e feliz natal ressacado pra todo mundo. Só não vomitem na hora da ceia, por favor...
The London bridge is burning down, is burning down...
Saiu a relação de finalistas ao Prêmio London Burning de Música Independente. O site / selo do chefe indiegena Luciano Vianna é um dos mais tradicionais e antigos veículos alternativos de divulgação para artistas que estão pouco se fudendo para o mainstream. (Pelo menos no discurso.) Esse ano, infelizmente, internautas, fãs e amigos das bandas estão impedidos de votar, já que a eleição será feita de modo, digamos, indireto. Pelo menos, no colégio eleitoral London Burning constam várias pessoas que realmente entendem do riscado, como o venerando Lúcio Ribeiro, Marcos Bragato, Luiz César Pimentel, Abonico Smith e Pedro de Luna, entre outros. Ficou faltando um Luciano Matos aí para representar a Bahia. Mas tudo bem, quem sabe ano que vem. Até por que estamos razoavelmente bem representados pelos concorrentes baianos em três categorias:
MELHOR ÁLBUM:
NERVOSO - Saudade das minhas lembranças (Midsummer Madness)
BRINDE - Histórias sem meio, começo e fim (Monstro Discos)
GRAM - Gram (Deck)
OS POETAS ELÉTRICOS - Poemas Eletri-ficados e outros que foram embora (Mudernage) RÉU & CONDENADO - Um compêndio lírico de escárnio e dor (L&C)
Prognóstico Franchiscano > Sinceramente, acho difícil nosso trio power pop preferido, Brinde, derrotar o hypado Gram nessa disputa. Como se sabe, o povo do sul maravilha dificilmente puxa a brasa para a sardinha que não seja pescada em sua própria praia, se é que vcs me entendem. Correndo por fora com chances de levar, tem ainda Réu e Condenado, de Gôiania, do qual não achei a menor graça, e Nervoso, veterano baterista da cena carioca e brother de um monte de jurado. Tá difícil, mas vamos fazer fé.
REVELAÇÃO BRASIL
VÁLVULA
MOMBOJÓ
SUZANA FLAG
SUPEROUTRO
BUGS
LBFS
DUPLODECK
GONGSHOW
OS POETAS ELÉTRICOS
DEUS E O DIABO
Prognóstico Franchiscano > Mombojó na cabeça, sem sequer um fiapo de dúvida. Considero parcas, muito parcas as chances do elogiado (pelo London Burning) LBFS, ou Little Bell for Sing (que nome péssimo), ainda que tenha ficado bem curioso em ouvi-los pelas referências citadas pelo chefe indie no texto de apresentação dos concorrentes. Quem sabe?...
MELHOR DEMO / EP / CD-R
COLUMBIA - A soma das horas
STELLABELLA - Stellabella
SOM DA RUA - Demo 2003
JIMI JAMES - Não feche os olhos
ASTRONAUTA PINGUIM - Petiscos: sabor churrasco
THE MEDINA BROTHERS ORTESKRA - Presents 29 * 30
RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA - A dois
STUART - Releitura do tributo ao cotidiano chulo
RADIO 77 - Radio 77
BLANCHED - Blanched toca Angelopoulos
Prognóstico Franchiscano > Né por que Roney é brother (e também faz parte da família / equipe Rock Loco) não, mas seu EP A dois é o que tem mais chance de trazer um caneco London Burning pra casa, entre todos os outros concorrentes baianos ao prêmio. Praticamente uma unanimidade (que não seja burra, pelamordedeus), Roney só recebe elogios, tanto do público quanto da imprensa, aonde quer que vá com sua mistura esperta de rock com mpb maldita. Boa sorte, Roninho.
Não que esse prêmio seja grande coisa, mesmo. Ganha-lo não muda a vida de ninguém, não é o Oscar. Mas um pouco de reconhecimento não faz mal nenhum, correto? E depois, quem sabe ano que vem o Rock Loco não concorre na categoria Melhor Veículo de Comunicação? Vamo trabalhar. Ah: o resultado do Prêmio London Burning sai no início de janeiro. Assim que saírem os resultados, a gente faz uma avaliação aqui pra galera.
MELHOR ÁLBUM:
NERVOSO - Saudade das minhas lembranças (Midsummer Madness)
BRINDE - Histórias sem meio, começo e fim (Monstro Discos)
GRAM - Gram (Deck)
OS POETAS ELÉTRICOS - Poemas Eletri-ficados e outros que foram embora (Mudernage) RÉU & CONDENADO - Um compêndio lírico de escárnio e dor (L&C)
Prognóstico Franchiscano > Sinceramente, acho difícil nosso trio power pop preferido, Brinde, derrotar o hypado Gram nessa disputa. Como se sabe, o povo do sul maravilha dificilmente puxa a brasa para a sardinha que não seja pescada em sua própria praia, se é que vcs me entendem. Correndo por fora com chances de levar, tem ainda Réu e Condenado, de Gôiania, do qual não achei a menor graça, e Nervoso, veterano baterista da cena carioca e brother de um monte de jurado. Tá difícil, mas vamos fazer fé.
REVELAÇÃO BRASIL
VÁLVULA
MOMBOJÓ
SUZANA FLAG
SUPEROUTRO
BUGS
LBFS
DUPLODECK
GONGSHOW
OS POETAS ELÉTRICOS
DEUS E O DIABO
Prognóstico Franchiscano > Mombojó na cabeça, sem sequer um fiapo de dúvida. Considero parcas, muito parcas as chances do elogiado (pelo London Burning) LBFS, ou Little Bell for Sing (que nome péssimo), ainda que tenha ficado bem curioso em ouvi-los pelas referências citadas pelo chefe indie no texto de apresentação dos concorrentes. Quem sabe?...
MELHOR DEMO / EP / CD-R
COLUMBIA - A soma das horas
STELLABELLA - Stellabella
SOM DA RUA - Demo 2003
JIMI JAMES - Não feche os olhos
ASTRONAUTA PINGUIM - Petiscos: sabor churrasco
THE MEDINA BROTHERS ORTESKRA - Presents 29 * 30
RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA - A dois
STUART - Releitura do tributo ao cotidiano chulo
RADIO 77 - Radio 77
BLANCHED - Blanched toca Angelopoulos
Prognóstico Franchiscano > Né por que Roney é brother (e também faz parte da família / equipe Rock Loco) não, mas seu EP A dois é o que tem mais chance de trazer um caneco London Burning pra casa, entre todos os outros concorrentes baianos ao prêmio. Praticamente uma unanimidade (que não seja burra, pelamordedeus), Roney só recebe elogios, tanto do público quanto da imprensa, aonde quer que vá com sua mistura esperta de rock com mpb maldita. Boa sorte, Roninho.
Não que esse prêmio seja grande coisa, mesmo. Ganha-lo não muda a vida de ninguém, não é o Oscar. Mas um pouco de reconhecimento não faz mal nenhum, correto? E depois, quem sabe ano que vem o Rock Loco não concorre na categoria Melhor Veículo de Comunicação? Vamo trabalhar. Ah: o resultado do Prêmio London Burning sai no início de janeiro. Assim que saírem os resultados, a gente faz uma avaliação aqui pra galera.
quarta-feira, dezembro 22, 2004
We invented the zero, but we mean nothing to you
O verso esperto aí em cima é da música Radio Baghdad, faixa de Trampin, último disco da sacerdotisa punk Patti Smith, e foi considerado por Rob Fleming, do blog chapa CHAMPIONSHIP VINYL, o verso mais brilhante do ano. Essas e outras sacadas da equipe da loja (Rob, Barry Town e Dick Conda), vcs podem ver nas tradicionais listas de melhores de 2004. Clica lá que é sempre legal. Quaquer hora dessas eu posto uma listinha minha aqui tb.
terça-feira, dezembro 21, 2004
Watching the watchmen
Observatório da imprensa rocker - No site da revista Dynamite essa semana tem duas colunas no mínimo imperdíveis. O conhecido doidão Humberto Finatti apresenta uma Zap n roll vitaminada (a maior em tamanho, segundo o próprio), contando tudo do Goiânia Noise Festival. Mas tudo mesmo, inclusive detalhes escabrosos, como quem cheirou o quê, quem bebeu, fumou, comeu (tá, isso ele não chega a abrir) etc. Mais adiante, palavras elogiosas ao cd do Retrofoguetes. Por sinal, quando é que chega por aqui, hein? Idem para o Cascadura. Cadê? Por falar no Cascadura, a expectativa é total pro show deles dia 9 de janeiro no Tapioca com os pernambucanos do Astronautas, cujo show no Goiânia Noise foi elogiadíssimo pelo Zap n roll. Promete. Mas voltando à Dynamite, engraçado mesmo nessa coluna do Finatti é a putaria que virou a comunidade da figura no Orkut. Eu nunca gostei mesmo dessa merda. Caguei pro orkut.
Mais centrada, a coluna do articulista Marcos Bragatto, a Rock é rock mesmo, faz sérias considerações sobre a capacidade (e principalmente, a falta da mesma) de algumas bandas e artistas do rock brasileiro em dizer NÃO à toda e qualquer oportunidade de exposição na mídia. Sobra inclusive para nossa representante Pitty. E, na boa, ele não deixa de ter razão em vários pontos. Abre o olho, menina. E deixa eu terminar por aqui antes que digam que eu faço resenha de resenhas. Se bem que eu também caguei pra isso. Papel higiênico, alguém?
CINE COMICS - Entre as últimas adaptações dos quadrinhos para o cinema, Hellboy, de Guillermo del Toro, foi, certamente, uma das melhores surpresas do ano. Adaptado dos quadrinhos do desenhista / argumentista Mike Mignola, publicados pela editora Dark Horse, o filme ficou super fiel à fonte original em todos os sentidos: no climão gótico, nos figurinos, nas origens e personalidades dos personagens etc. O espanhol Del Toro, que já havia dirigido o terror bacana A espinha do diabo e Blade II (outro personagem de quadrinhos, esse da Marvel) se revelou um nerd de responsa ao produzir o filme em parceria com o criador para deixa-lo o mais fiel possível, ao contrário do que foi feito em algumas lamentáveis adpatações dos quadrinhos para o cinema, vide o lixo atômico Mulher-gato, com a bombshell Hale Berry. Hellboy, felizmente, é um puta espetáculo para nerds e não iniciados também, contando a história do exótico personagem desde sua origem. A trama, já vista em parte na minissérie Sementes da destruição, publicada no Brasil pela Editora Mythos, alucina total, misturando nazistas ocultistas, demônios ancestrais, uma pirocinética (quem se lembra da Incendiária, de Stephen King?), um tritão sensitivo, o insano russo Rasputin, o fim do mundo e, porque não, um amor não-correspondido. Roteiro primoroso (não deixa a peteca cair em nenhum momento), elenco afiado (incluindo aí o monstro inglês John Hurt), maquiagem e efeitos perfeitos: Hellboy é o máximo. Puta vacilo ter perdido esse filme no cinema. E parece que o segundo já está sendo roteirizado, para ser produzido pela mesma equipe técnica. Que venha, pois eu estarei lá na estréia. Enquanto o segundo não vem, aproveite a dica do velho Franchico e corra para a locadora mais próxima para alugar o filme. Vale cada centavo.
Mais centrada, a coluna do articulista Marcos Bragatto, a Rock é rock mesmo, faz sérias considerações sobre a capacidade (e principalmente, a falta da mesma) de algumas bandas e artistas do rock brasileiro em dizer NÃO à toda e qualquer oportunidade de exposição na mídia. Sobra inclusive para nossa representante Pitty. E, na boa, ele não deixa de ter razão em vários pontos. Abre o olho, menina. E deixa eu terminar por aqui antes que digam que eu faço resenha de resenhas. Se bem que eu também caguei pra isso. Papel higiênico, alguém?
CINE COMICS - Entre as últimas adaptações dos quadrinhos para o cinema, Hellboy, de Guillermo del Toro, foi, certamente, uma das melhores surpresas do ano. Adaptado dos quadrinhos do desenhista / argumentista Mike Mignola, publicados pela editora Dark Horse, o filme ficou super fiel à fonte original em todos os sentidos: no climão gótico, nos figurinos, nas origens e personalidades dos personagens etc. O espanhol Del Toro, que já havia dirigido o terror bacana A espinha do diabo e Blade II (outro personagem de quadrinhos, esse da Marvel) se revelou um nerd de responsa ao produzir o filme em parceria com o criador para deixa-lo o mais fiel possível, ao contrário do que foi feito em algumas lamentáveis adpatações dos quadrinhos para o cinema, vide o lixo atômico Mulher-gato, com a bombshell Hale Berry. Hellboy, felizmente, é um puta espetáculo para nerds e não iniciados também, contando a história do exótico personagem desde sua origem. A trama, já vista em parte na minissérie Sementes da destruição, publicada no Brasil pela Editora Mythos, alucina total, misturando nazistas ocultistas, demônios ancestrais, uma pirocinética (quem se lembra da Incendiária, de Stephen King?), um tritão sensitivo, o insano russo Rasputin, o fim do mundo e, porque não, um amor não-correspondido. Roteiro primoroso (não deixa a peteca cair em nenhum momento), elenco afiado (incluindo aí o monstro inglês John Hurt), maquiagem e efeitos perfeitos: Hellboy é o máximo. Puta vacilo ter perdido esse filme no cinema. E parece que o segundo já está sendo roteirizado, para ser produzido pela mesma equipe técnica. Que venha, pois eu estarei lá na estréia. Enquanto o segundo não vem, aproveite a dica do velho Franchico e corra para a locadora mais próxima para alugar o filme. Vale cada centavo.
segunda-feira, dezembro 20, 2004
NEM PAPAI NOEL, NEM MAMÃE NOEL, NEM NOEL GALLAGHER.
2004 vai acabar. E o grande lance do Natal é se jogar no RockLoco Ho Ho Ho. Na noite de 23 de dezembro, no Miss Modular, Praia da Paciência, Rio Vermelho, vai rolar a festa de Natal mais obviamente rock n? roll que a terra do psirico já viu em toda a sua caspenta existência. Contando com a decoração, sonorização e encheção do programa de rádio mais tresloucado da cidade, a equipe da 103.5 (terça a sexta-20 às 22) entra no clima natalino e avisa: se Papai Noel vier, que venha armado.
De presentes e docinhos. O Rock Loco é da paz. E ama seus amigos, que desta vez contarão com o bacanérrimo e climatizado e aconchegante Miss Modular para celebrar e apressar a chegada de mais uma vez, um ano novinho em folha. Na quinta-feira, véspera da véspera de Natal, esqueça as renas, sininhos e gorros. Vai pro Miss Modular curtir a festa do RockLoco. Até porque, uma festa que tem Rogério Big Brother na produção e discotecagem não precisa de Papai Noel...
SELVIÇIO:
ROCK LOCO HO HO HO HO
DIA 23 DE DEZEMBRO (quinta-feira) A PARTIR DAS 23H
NO MISS MODULAR (MORRO DA PACIÊNCIA, RIO VERMELHO)
INGRESSO: 5 REAIS
CONSUMAÇÃO: 10 REAIS.
CONVITES VÁLIDOS SOMENTE ATÉ 01H.
De presentes e docinhos. O Rock Loco é da paz. E ama seus amigos, que desta vez contarão com o bacanérrimo e climatizado e aconchegante Miss Modular para celebrar e apressar a chegada de mais uma vez, um ano novinho em folha. Na quinta-feira, véspera da véspera de Natal, esqueça as renas, sininhos e gorros. Vai pro Miss Modular curtir a festa do RockLoco. Até porque, uma festa que tem Rogério Big Brother na produção e discotecagem não precisa de Papai Noel...
SELVIÇIO:
ROCK LOCO HO HO HO HO
DIA 23 DE DEZEMBRO (quinta-feira) A PARTIR DAS 23H
NO MISS MODULAR (MORRO DA PACIÊNCIA, RIO VERMELHO)
INGRESSO: 5 REAIS
CONSUMAÇÃO: 10 REAIS.
CONVITES VÁLIDOS SOMENTE ATÉ 01H.
Once there was this friend of mine who died a thousand deaths
Aqui no Brasil, a grande mídia não gosta de rock. Ela o tolera, finje que gosta e até mesmo o acolhe em momentos de entressafra. Mas a verdade é que os grandes meios de comunicação não gostam do rock de verdade. O rock de verdade é barulhento, estridente. É sujo. É perigoso. Para essa turma, os principais representantes do rock costumam ser imprevisíveis, loucos furiosos cujo combustível é a confusão, a desordem, a contestação do status quo vigente e, principalmente, as drogas.
E é essa faceta da mídia que fica bem evidente quando uma tragédia como o assassinato de Dimebag Darrel, o guitarrista do Pantera, ocorre. E é sobre essa cobertura tendenciosa e preconceituosa, especialmente da Rede Globo, que o cozinheiro do Omelete Rodrigo "Piolho" Monteiro escreveu um belo manifesto em sua coluna Piolhices e afins. Dá um clique aí que tá bala o texto.
Ainda a propósito do tema, quem não se lembra da mesma Rede Globo deplorando o estado (e o comportamento escroto) de Kurt Cobain no inesquecível Hollywood Rock de 1993? E algum tempo depois, quando o pobre coitado estourou os miolos? No Jornal Nacional eles até reprisaram os melhores momentos do show do Nirvana no Rio. Ainda me lembro da voz solene de Pedro Bial sobre as imagens de Kurt de vestido, engatinhando no palco: "sofrendo os efeitos da síndrome de abstinência, Kurt Cobain proporcionou um triste espetáculo aos seus fãs no Brasil", ou algo assim. Pesquisando, dava para escrever um livro inteiro sobre o assunto.
E na terra do Psirico, então? Ah, deixa pra lá...
MAS QUE COINCIDÊNCIA - Hoje é segunda. E o Vitória também. Bem-vindos, companheiros.
ENTÃO É NATAL - Tudo pronto pra festa Rock Loco Ho Ho Ho (adorei esse nome). Para ver o flyer da puteira vá no novo blog do companheiro Rogério Big Brother, que fica aqui. Ainda não sei se já conseguiram convencer Big a envergar o manto do bom velhinho, mas com Papai Noel ou não, essa é grande pedida da semana. Eu quero é mais.
SOTERO CITY CALLING - O movimento de músicos e jornalistas soteropolitanos em prol do rock (seja ele daqui, de lá ou de qualquer lugar) ganha mais um importante instrumento de divulgação e por que não, mais uma trincheira de batalha. O jornalista Cláudio (Esc) Moreira (foi mal, Ana Cláudia, não dá para evitar) e o músico Marcos Rodrigues (Theatro de Seraphin), veteranos roqueiros e frequentadores da cena underground local acabaram de colocar no ar seu Clash City Rockers, blog que promete ser um dos mais inteligentes e ativos centros de divulgação e discussão das cenas local, nacional, internacional e por que não, intergalácticas. Além de Claúdio e Marcos, o Clash City Rockers ainda conta com colaboradores do quilate de Miguel Cordeiro,
Fernando Ribeiro e Sérgio 'Cebola' Martinez. É visitar, adicionar aos favoritos e acompanhar. Força, seus malucos.
POR FALAR EM CEBOLA - Comigo é assim: Cebola pediu, eu faço. Menos beijo na boca, claro. Bom: ó o recado que o veterano rocker, baixista e vocalista da Tequilers, mandou pras nossas centenas de quaquilhões de leitores:
Irmãos. Haverá amanhã, a partir das 7:00, uma congregação ecumênica reunindo fãs ou desafetos dos Beatles na companhia da pizza no rio vermelho. É grátis ( os shows, não as pizzas ), e teremos diversas
atrações divertidas para animar a festa. Entre elas estará a Tequilers, banda que conta com o midiático Eduardo Bastos, o tecladista misterioso Fernando, o Vocal e baixo narigudo cebola (cebola, não o baixo ) e o fabuloso baterista e gatinho Dantas. Tocaremos três fantásticas canções do repertório da supracitada banda ( Beatles, não tequilers ) e tentaremos ao máximo não ofender o público e os transeuntes ( é na calçada ). Compareçam, comprem uma pizza, e guardem as bordas para os Tequilers.
inté, cebola.
E é essa faceta da mídia que fica bem evidente quando uma tragédia como o assassinato de Dimebag Darrel, o guitarrista do Pantera, ocorre. E é sobre essa cobertura tendenciosa e preconceituosa, especialmente da Rede Globo, que o cozinheiro do Omelete Rodrigo "Piolho" Monteiro escreveu um belo manifesto em sua coluna Piolhices e afins. Dá um clique aí que tá bala o texto.
Ainda a propósito do tema, quem não se lembra da mesma Rede Globo deplorando o estado (e o comportamento escroto) de Kurt Cobain no inesquecível Hollywood Rock de 1993? E algum tempo depois, quando o pobre coitado estourou os miolos? No Jornal Nacional eles até reprisaram os melhores momentos do show do Nirvana no Rio. Ainda me lembro da voz solene de Pedro Bial sobre as imagens de Kurt de vestido, engatinhando no palco: "sofrendo os efeitos da síndrome de abstinência, Kurt Cobain proporcionou um triste espetáculo aos seus fãs no Brasil", ou algo assim. Pesquisando, dava para escrever um livro inteiro sobre o assunto.
E na terra do Psirico, então? Ah, deixa pra lá...
MAS QUE COINCIDÊNCIA - Hoje é segunda. E o Vitória também. Bem-vindos, companheiros.
ENTÃO É NATAL - Tudo pronto pra festa Rock Loco Ho Ho Ho (adorei esse nome). Para ver o flyer da puteira vá no novo blog do companheiro Rogério Big Brother, que fica aqui. Ainda não sei se já conseguiram convencer Big a envergar o manto do bom velhinho, mas com Papai Noel ou não, essa é grande pedida da semana. Eu quero é mais.
SOTERO CITY CALLING - O movimento de músicos e jornalistas soteropolitanos em prol do rock (seja ele daqui, de lá ou de qualquer lugar) ganha mais um importante instrumento de divulgação e por que não, mais uma trincheira de batalha. O jornalista Cláudio (Esc) Moreira (foi mal, Ana Cláudia, não dá para evitar) e o músico Marcos Rodrigues (Theatro de Seraphin), veteranos roqueiros e frequentadores da cena underground local acabaram de colocar no ar seu Clash City Rockers, blog que promete ser um dos mais inteligentes e ativos centros de divulgação e discussão das cenas local, nacional, internacional e por que não, intergalácticas. Além de Claúdio e Marcos, o Clash City Rockers ainda conta com colaboradores do quilate de Miguel Cordeiro,
Fernando Ribeiro e Sérgio 'Cebola' Martinez. É visitar, adicionar aos favoritos e acompanhar. Força, seus malucos.
POR FALAR EM CEBOLA - Comigo é assim: Cebola pediu, eu faço. Menos beijo na boca, claro. Bom: ó o recado que o veterano rocker, baixista e vocalista da Tequilers, mandou pras nossas centenas de quaquilhões de leitores:
Irmãos. Haverá amanhã, a partir das 7:00, uma congregação ecumênica reunindo fãs ou desafetos dos Beatles na companhia da pizza no rio vermelho. É grátis ( os shows, não as pizzas ), e teremos diversas
atrações divertidas para animar a festa. Entre elas estará a Tequilers, banda que conta com o midiático Eduardo Bastos, o tecladista misterioso Fernando, o Vocal e baixo narigudo cebola (cebola, não o baixo ) e o fabuloso baterista e gatinho Dantas. Tocaremos três fantásticas canções do repertório da supracitada banda ( Beatles, não tequilers ) e tentaremos ao máximo não ofender o público e os transeuntes ( é na calçada ). Compareçam, comprem uma pizza, e guardem as bordas para os Tequilers.
inté, cebola.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Wired, Creative Commons e o Ministro Gil
Com um pouco de atraso comento aqui a entrevista na Wired de Novembro com o nosso midiatico ministro da cultura.A Wired, revista/biblia dos nerds e geeks ligados em tecnologia, tem se notabilizado por estar na vanguarda da discussão da troca de arquivos musicais via net, e nesta edição de nov., com os Beasties Boys na capa, o prato principal é a utilização do Creative Commons( um tipo de regulamento que libera o conteudo das obras) como forma de manter algum tipo de direito autoral, já que a revista concluiu pelo obvio há muito tempo, a troca de arquivos musicais não pode ser brecada, apenas neste momento pode se organizar um pouco o caos preservando alguns direitos basicos dos autores intelectuais das obras via a Creative Commons(vão na net, tão lá os principios).A Wired encarta um cd na edição, que tem a peculiaridade de tornar disponivel o seu conteudo de 16 musicas para difusão na net, troca de arquivos e em alguns casos, como a musica dos Beasties Boys, podem ser sampleados a gosto, tudo com autorização legal via Creative Commons! Alguns artistas que disponibilizaram as musicas foram :Beasties Boys, David Byrne, My Morning Jacket, Spoon, Le Tigre, Chuck D, Paul Westerberg, Rapture, Dj Dolores e Gilberto Gil. O nosso filososo do acarajé é brindado pela Wired com uma extensa reportagem na qual, entre muitos elogios e poucas criticas, Gil é considerado um exemplo na condução da politica publica cultural e em casos como a da troca de arquivos como o que de mais vanguardistico.Alias a postura do governo brasileira em peitar a Microsoft utilizando o Linux( o maior indice governamental do mundo) é apontada pela Wired como um dos caminhos que podem( eu disse podem) vir a se tornar parametro no mundo.Uau.. E o nosso ministro nessa? Se sai muito bem, impressionando a revista não só por sua postura zen/afro- sincretica, como por sua brilhante carreira artistica, alem de ter realmente disponibilizado musica pro lance todo.Mas, sempre tem um mas, porque a gente aqui na terra que o gerou, não sente os fluidos desta modernidade nagô? Apesar das iniciativas louvaveis da preservação de terreiros, do samba de roda, e do acarajé, não vemos na Bahia iniciativa nenhuma, pelo menos de forma visivel, de incentivo as vanguardas musicais, que foi o berço artistico de Gil.Pelo contrario, as coisas por quem invereda por estas vertentes estão mais pretas que nunca.E não é só no rock, responda rapido ,diga o nome de alguem que faça jazz( o genero musical) na Bahia?Não vale os caras do grupo Garagem, que tocam jazz há 30 anos na Bahia, e só foram encontrar sobrevivencia no axé.Nunca é demais repetir, na Salvador de hoje propostas artisticas como as de Gil e Caetano não teriam espaço nenhum, e não iriam surgir artisticamente sob hipotese nenhuma.Nada de musica de vanguarda, pouco de mpb, nada musica experimental, não ia ter Tropicalia mesmo, nem entrevista na Wired.Pra ler escuttando Carangueijo do Alaska do finado Saci Tric.
terça-feira, dezembro 14, 2004
FELIZ NATAL SUCK MY DICK
A festa de Natal do Rock Loco está confirmada: dia 23 no Miss Modular. É uma quinta feira, véspera da véspera de Natal. Ou seja: ninguém trabalha no dia seguinte, então dá pra todo mundo ir, ok? Mais detalhes nos próximos dias. Tenho q ir agora q a patroa tá chamando. Té.
O mundo ainda vai acabar por falta de verba.
FÉCHION - Qualquer pessoa cujo crânio contenha uma quantidade mínima de massa cinzenta sabe que essa coisa chamada moda pode ser uma das instituições mais nefastas já surgidas na história da humanidade. Vitimiza brancos, pretos, amarelos, pardos, ricos, pobres, dentistas, jornalistas, músicos, arquitetos, publicitários (especialmente), apresentadores de tv, professores universitários, agitadores culturais e joselitos-sem-noção em geral, sem qualquer forma de distinção. Por outro lado, é preciso dar o devido crédito que essa coisa chamada moda teve na divulgação do rock e suas tendências ao longo das décadas. Claro, meros dois segundos após os Sex Pistols estourarem no Reino Unido e mandarem o entrevistador da BBC se fuder, o mainstream, na forma dos estilistas oportunistas da ocasião (e qual não é?), já havia absorvido e diluído toda a estética punk em roupinhas inofensivas para as madames e seus cachorrinhos poodle desfilarem em Picadilly Circus. E na época do grunge, então? Quer coisa mais constrangedora do que ver na Caras aquelas senhoras de alta sociedade travestidas de Kurt Cobain? Constrangedora e irritante para quem realmente era do movimento. Bom, todo esse falatório é para dar uma refletida antes de dar uma olhada nessa matéria aqui, da BBC em Português, sobre o lançamento do livro Fashion Forever: 30 Years of Subculture, do fotógrafo inglês Iain McKell, que passou os últimos 30 anos registrando os variados movimentos que entraram na moda na Grã-Bretanha. Muitíssimo bem posicionado, do epicentro lançador da maioria das tendências dominantes do rock, McKell registrou em belas fotos os punks, os new romantics, os góticos, new wavers, rockers, mods, clubbers etc. Vendo as imagens, dá até para olhar com mais simpatia para essa coisa chamada moda, já que, de um modo ou de outro, o rock sempre esteve ligado à ela. Pro bem ou pro mal. Mas que, no geral, essa coisa é uma instituição terrivelmente nefasta à dignidade, ao bolso e à cabeça das pessoas (especialmente àquelas não tão privilegiadas por uma inteligência mais acurada), ah, isso é. É meeeesmo.
CRUMB & THOMPSON - A Conrad Editora, dos jornalistas André (kill Regina Casé) Forastieri e Rogério de Campos é hoje, o que a Brasiliense era nos anos 80: a editora mais antenada em contracultura do Brasil. Além da Coleção Baderna, quadrinhos europeus e japoneses (pilhas e pilhas), romances alternativos e que tais, a Conrad está preenchendo uma importante lacuna no mercado editorial brasileiro ao lançar, aos poucos, as obras completas de Robert Crumb e Hunter S. Thompson, dois dos maiores pilares da contracultura americana de todos os tempos.
Crumb é o pai de personagens essenciais do movimento comix underground como Fritz The Cat e Mr. Natural (o pai do Ralah Rikota, do Angeli, certamente seu maior seguidor em terras brazucas). Dele, a Conrad já lançou as mais completas coletâneas de histórias de ambos os personagens. Além dessas duas, tem também América, maravilhoso álbum com sua visão destruidora da Terra de Marlboro e Blues, álbum em que conta diversas histórias sobre o ritmo pai do rock, uma de suas paixões. Edições primorosas, traduções decentíssimas (cortesia do Alexandre Matias), imperdível é apelido. Essencial. Tudo bem, é meio caro, não dá pra comprar tudo de vez, mas vai aos pouquinhos que compensa, e como. Além desses álbuns, a Conrad lançou ainda uma coletânea da Zap Comix, principal revista do movimento e outra coletânea só dos maravilhosos, extraordinários e ultracool Freak Brothers, imortal criação de Gilbert Shelton. Quem já tinha os dois volumes lançados pela LP&M na década de 80 vai ficar coçando na dúvida se compra esse ou não, com medo de ter histórias repetidas. Mas acho que vai acabar comprando.
Já Hunter S. Thompson é o pai do chamado jornalismo gonzo, estilo que manda às favas a objetividade e o tom sério do jornalismo convencional em favor da visão única dos doidões empapuçados de drogas e carregado de críticas e palavrões. De Thompson a Conrad já lançou seu primeiro livro, Hell`s Angels - Medo e Delírio Sobre Duas Rodas, obra em que disseca, ainda em meados dos anos 60, a famosa gang de motoqueiros barra-pesada do oeste dos EUA. Para isso, o maluco passou um ano convivendo com a gang. Terminou a reportagem no hospital, depois de tomar uma surra. Tô lendo esses dias, e me divertindo muito. Ano que vem a editora já prometeu lançar A Grande Caçada aos Tubarões, este uma coletânea de reportagens, desde já constando na minha wish list para 2005. Mais adiante eles devem lançar uma nova edição de sua obra mais famosa, Fear and loathing in Las Vegas, lançado há uns 15 anos atrás no Brasil com o título Las Vegas na cabeça por uma editora que não lembro no momento. Para quem não tá ligando o título ao filme, é aquele dirigido por Terry Gillian com Johnny Depp e Benicio Del Toro, chamado Medo e delírio em Las Vegas, legal pracas. Clica aí nos links que cê fica sabendo mais, vai.
FESTIVAL DE VERÃO - Foi divulgada a lista de atrações do já tradicional festival que inferniza o verão soteropolitano com sua divulgação maciça. Além de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e a musa adolescente Pitty (tocando pelo segundo ano consecutivo no palco principal), só se salva a Noite Deckdisc, com Ludov, Matanza, Dead Fish, Gram e Black Alien, todos tocando pela primeira vez na terra do Rapazola. Só contem comigo nessa noite, por favor. Inclusive, essa programação foi acaloradamente discutida por mim e Marcos com o companheiro Luciano El Cabong em seu blog. É sempre bom discutir com gente que tem argumento. Vai lá e dê seu pitaco também. Ah, tem uma tal de noite rock Bahia que é algo de inacreditível, totalmente lamentável, fora da realidade e sem noção. Onde é que essa organização pega essas referências, hein? No site de Lícia Fábio? Michele Marie? Me poupem.
CRUMB & THOMPSON - A Conrad Editora, dos jornalistas André (kill Regina Casé) Forastieri e Rogério de Campos é hoje, o que a Brasiliense era nos anos 80: a editora mais antenada em contracultura do Brasil. Além da Coleção Baderna, quadrinhos europeus e japoneses (pilhas e pilhas), romances alternativos e que tais, a Conrad está preenchendo uma importante lacuna no mercado editorial brasileiro ao lançar, aos poucos, as obras completas de Robert Crumb e Hunter S. Thompson, dois dos maiores pilares da contracultura americana de todos os tempos.
Crumb é o pai de personagens essenciais do movimento comix underground como Fritz The Cat e Mr. Natural (o pai do Ralah Rikota, do Angeli, certamente seu maior seguidor em terras brazucas). Dele, a Conrad já lançou as mais completas coletâneas de histórias de ambos os personagens. Além dessas duas, tem também América, maravilhoso álbum com sua visão destruidora da Terra de Marlboro e Blues, álbum em que conta diversas histórias sobre o ritmo pai do rock, uma de suas paixões. Edições primorosas, traduções decentíssimas (cortesia do Alexandre Matias), imperdível é apelido. Essencial. Tudo bem, é meio caro, não dá pra comprar tudo de vez, mas vai aos pouquinhos que compensa, e como. Além desses álbuns, a Conrad lançou ainda uma coletânea da Zap Comix, principal revista do movimento e outra coletânea só dos maravilhosos, extraordinários e ultracool Freak Brothers, imortal criação de Gilbert Shelton. Quem já tinha os dois volumes lançados pela LP&M na década de 80 vai ficar coçando na dúvida se compra esse ou não, com medo de ter histórias repetidas. Mas acho que vai acabar comprando.
Já Hunter S. Thompson é o pai do chamado jornalismo gonzo, estilo que manda às favas a objetividade e o tom sério do jornalismo convencional em favor da visão única dos doidões empapuçados de drogas e carregado de críticas e palavrões. De Thompson a Conrad já lançou seu primeiro livro, Hell`s Angels - Medo e Delírio Sobre Duas Rodas, obra em que disseca, ainda em meados dos anos 60, a famosa gang de motoqueiros barra-pesada do oeste dos EUA. Para isso, o maluco passou um ano convivendo com a gang. Terminou a reportagem no hospital, depois de tomar uma surra. Tô lendo esses dias, e me divertindo muito. Ano que vem a editora já prometeu lançar A Grande Caçada aos Tubarões, este uma coletânea de reportagens, desde já constando na minha wish list para 2005. Mais adiante eles devem lançar uma nova edição de sua obra mais famosa, Fear and loathing in Las Vegas, lançado há uns 15 anos atrás no Brasil com o título Las Vegas na cabeça por uma editora que não lembro no momento. Para quem não tá ligando o título ao filme, é aquele dirigido por Terry Gillian com Johnny Depp e Benicio Del Toro, chamado Medo e delírio em Las Vegas, legal pracas. Clica aí nos links que cê fica sabendo mais, vai.
FESTIVAL DE VERÃO - Foi divulgada a lista de atrações do já tradicional festival que inferniza o verão soteropolitano com sua divulgação maciça. Além de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e a musa adolescente Pitty (tocando pelo segundo ano consecutivo no palco principal), só se salva a Noite Deckdisc, com Ludov, Matanza, Dead Fish, Gram e Black Alien, todos tocando pela primeira vez na terra do Rapazola. Só contem comigo nessa noite, por favor. Inclusive, essa programação foi acaloradamente discutida por mim e Marcos com o companheiro Luciano El Cabong em seu blog. É sempre bom discutir com gente que tem argumento. Vai lá e dê seu pitaco também. Ah, tem uma tal de noite rock Bahia que é algo de inacreditível, totalmente lamentável, fora da realidade e sem noção. Onde é que essa organização pega essas referências, hein? No site de Lícia Fábio? Michele Marie? Me poupem.
domingo, dezembro 12, 2004
Lista da Uncut
Todo fim de ano começam a pipocar as listas de melhores do ano.A da Uncut, veneranda publicação inglesa sobre musica , cinema e cultura pop em geral é a seguinte(melhores discos do ano):
1- Brian Wilson - Smile
2-Wilco- A Ghost is Born
3-Loretta Lynn- Van Lear Rose
4- Richmond Fontaine- Post To Wire
5- Bob Dylan- Bootleg Series Vol.6
6- Mark Lanegan- Bubblegum
7- The Streets- A Grand Don´t Come For Free
8- Elliott Smith- From A Basement On The Hill
9- Amerrican Music Club- Love Songs For Patriots
10- Franz Ferdinand- Franz Ferdinand
A lista vai até o #70 e vale ainda destacar:
13- Nick Cave & The Bad Seeds- Abbatoir Blues/The Lyre Of The Orpheus
15- Junior Boys- Last Exit
16- R.E.M. Around The Sun
17-Leonard Cohen- Dear Heather
20- Lambchop- Aw Cmon/No You Cmon
22- The Libertines- The Libertines
32- The Dears- No Cities Left
39- The Shins- Chutes To Narrow
40- Interpol- Antics
45- Morrissey- You Are The Quarry
59- The Killers- Hot Fuss
69- The Concretes- The Concretes
Tem ainda lista de melhor trilha sonora para Wonderland, melhor relançamento para The Kinks Are The Village Green Preservation Society, com London Calling (edição de 25 anos) em segundo.
Só um rapido comentario sobre os melhores discos do ano, vão gostar assim de country e alt country assim lá na casa do chapeu.
1- Brian Wilson - Smile
2-Wilco- A Ghost is Born
3-Loretta Lynn- Van Lear Rose
4- Richmond Fontaine- Post To Wire
5- Bob Dylan- Bootleg Series Vol.6
6- Mark Lanegan- Bubblegum
7- The Streets- A Grand Don´t Come For Free
8- Elliott Smith- From A Basement On The Hill
9- Amerrican Music Club- Love Songs For Patriots
10- Franz Ferdinand- Franz Ferdinand
A lista vai até o #70 e vale ainda destacar:
13- Nick Cave & The Bad Seeds- Abbatoir Blues/The Lyre Of The Orpheus
15- Junior Boys- Last Exit
16- R.E.M. Around The Sun
17-Leonard Cohen- Dear Heather
20- Lambchop- Aw Cmon/No You Cmon
22- The Libertines- The Libertines
32- The Dears- No Cities Left
39- The Shins- Chutes To Narrow
40- Interpol- Antics
45- Morrissey- You Are The Quarry
59- The Killers- Hot Fuss
69- The Concretes- The Concretes
Tem ainda lista de melhor trilha sonora para Wonderland, melhor relançamento para The Kinks Are The Village Green Preservation Society, com London Calling (edição de 25 anos) em segundo.
Só um rapido comentario sobre os melhores discos do ano, vão gostar assim de country e alt country assim lá na casa do chapeu.
quinta-feira, dezembro 09, 2004
FUCKING HOSTILE
Caralho, apagaram a tiros o guitarrista do Pantera, banda emblemática do metal nos anos 90. Dimebag Darrel levou umas 5 ou 6 azeitonas praticamente à queima-roupa, em pleno palco. O assassino, fora de controle, ainda queimou mais quatro pessoas na platéia. Bizarríssmo. Vade-retro. Leia aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u79093.shtml.
GOD GAVE ROCK N ROLL TO YOU
A discografia de Neil Young selecionada e comentada para neófitos e velhos fãs. Mais um serviço Rock Loco aos seus ouvintes e amigos.
Antes de mais nada, quero deixar claro que considero uma ousadia de minha parte ficar escrevendo sobre a sagrada obra do Deus Neil Young aqui neste conceituado espaço. Não me considero competente para tanto. Humildemente, porém, atendo à sugestão do chapa Barry, da loja / blog Championship Vinyl, no sentido de, repito, humildemente, ajudar a divulgar a obra do mestre. Separei logo abaixo, em ordem cronológica, os LPs mais significativos (segundo minha concepção) de sua extensa e prolífica obra, adicionando um breve comentário com minha impressão pessoal sobre a mesma. A discografia completa está aqui, pescada no site Allmusic. Todos os lançamentos aqui relacionados estão linkados à sua página no mesmo site, onde vc pode ver a capa, dar uma ouvida nas faixas, etc. Ah, aproveite e também faça uma visitinha à casa do homem. Ou melhor, à sua garagem oficial. Vamos nessa?
Everybody Knows This Is Nowhere (1969) - Este aqui é segundo lp solo de Neil Young e saiu paralelamente à sua carreira com o Crosby, Stills, Nash and Young, superbanda na qual entrou meio que de última hora, em busca de fama e fortuna. Com eles, lançou o magnífico Deja vu, básico. Mas aqui, livre para fazer as coisas à sua própria maneira, como é de seu feitio, Young criou pérolas eternas como Cinnamon girl, Cowgirl in the sand e a maravilhosa faixa título. (Suspiro.) Emoção, melodias que parecem arrancadas à faca do coração despedaçado de um solitário incorrigível. Eu quero esse disco pra mim. Alguém aí pode me arranjar uma cópia?
Harvest (1972) - Esse eu tenho em vinil e é um dos meus preferidos. A faixa de abertura, Out on the weekend, é uma punhalada. ?Think I?ll pack it in and buy a pick-up, take it down to LA?. Tristeza em estado bruto. Tem ainda The needle and the damage done, um belíssimo grito de alerta contra os perigos da brown sugar; Alabama, um bem aplicado esporro no estado redneck por natureza (respondido depois pelo Lynyrd Skynyrd em Sweet home Alabama) e também Old man, pungente homenagem ao seu pai (curiosamente, colunista esportivo no Canadá) que faz qualquer homem pensar em suas semelhanças com o próprio genitor (Old man, look at my life / I?m a lot like you / I need someone to love me / the whole day through). Ah, não esqueçamos também o machismo descarado de Every man needs a maid. Clássico.
On the Beach (1974) - Aqui temos um Neil Young mais rocker (menos folk) e mais irônico. Pelo menos, esse é o sentimento que perpassa Revolution blues, uma das melhores faixas desse LP. Destaque ainda para a faixa de abertura, o rock Walk on, Vampire blues, e a balada tristonha See the sky about to rain, faixa que depois ganhou uma belíssima versão dos Byrds. Muito bom.
Tonight's the Night (1975) - Esse eu confesso que não ouvi, mas incluí aqui por que sei de sua importância. O álbum inteiro é uma homenagem à Danny Whitten, guitarrista do Crazy Horse (sua principal e mais fiel banda de acompanhamento) morto em uma overdose de heroína. Cópia, alguém?
Zuma (1975) - Esse é o meu preferido. Para mim, Zuma é o disco mais representativo do seu som sujo, folk e rock ao mesmo tempo, triste, irônico, melodioso. Guitarras em chamas, uma banda em estado de graça, um som que conquista o ouvinte logo à primeira audição. Não tem nada do Neil Young? Compre primeiro esse aqui. Inspirado na lenda do deus asteca Montezuma, Young destila uma série de canções faiscantes, cheias da agressividade contida que parece ser um dos traços mais marcantes de sua personalidade. Destaque para Don?t cry no tears, Barstool blues, Stupid girl, Lookin for a love (cuja letra Frejat descaradamente chupou para a sua Procuro um amor) e o épico Cortez the killer. Ó: o disco todo é bom. Sem esse aqui não tinha Seattle, grunge, Pearl Jam, meleca nenhuma. Necessário.
American Stars 'N Bars (1977) - A capa hilária e sujona já dá uma idéia do que espera o ouvinte aqui. Guitarras altas, muito altas, influências do country (Saddle up the palomino, maravilhosa), mais ironias (a porrada Like a hurrycane é uma 'homenagem' à sua ex-mulher, uma atriz esquecida de Hollywood), farpas ao governo americano etc. Bem legal, valer a pena buscar esse aqui.
Comes a Time (1978) - Gosto muito desse aqui também. Contém clássicos como a faixa título, Look out for my love e Lotta love, que já ouvi de passagem na Globo FM em versão bem radiofônica, com uma mulher, que não sei quem é, cantando. Disco regular e gostoso de ouvir, do tipo que se ouve do início ao fim sem pular nenhuma faixa.
Rust Never Sleeps (1979) - Se Zuma é o meu preferido, esse aqui vem logo em segundo lugar. O lado A é totalmente acústico e o B, elétrico pracaralho, se é que você me entende. Rust never sleeps era um mega projeto de show que virou filme (o DVD já saiu por aqui) com uma super produção, gigantescos objetos de cena, anões figurantes no palco e o escambau. Só mesmo ele para fazer um negócio desse, nessa época e a bagaça ainda dar certo. A faixa título é uma homenagem à Sid Vicious e sua letra foi citada por Kurt Cobain na carta que ele escreveu pouco antes de estourar os miolos: 'É melhor queimar de vez do que desaparecer lentamente', dizia. E como. Compre, copie, roube (ontem).
Everybody's Rockin' (1983) - Esse é mais um que, infelizmente, não ouvi. Esse é o segundo ou terceiro disco de sua fase temática. Ou seja, é mais um exercício de gênero, do que um álbum de carreira. Se um pouco antes, em Trans (82), Young escolheu a música eletrônica para brincar um pouco, com resultados pífios, aqui, eu soube que ele se saiu melhor ao escolher o rockabilly. Se alguém por aí tiver e puder me arranjar uma cópia, agradeço.
Old Ways (1985) - Mais um exercício de estilo, desta vez com a country music, gênero que sempre esteve presente em sua obra, de um jeito ou de outro. É bem agradável de ouvir, mas você tem, necessariamente, que gostar de country para gostar desse aqui. Participação da lenda Willie Nelson cantando em dueto com Young em Are there any real cowboys? Na época desse disco, o selo Geffen Records processou o homem por gravar álbuns descaracterizados, ou melhor: por não soar como ele mesmo! Que porre.
This Note's for You (1988) - Mais um na linha exercício de gênero. Aqui, Young chamou a banda The Blue Notes para gravar um suingado disco de soul cheio de metais faiscantes. É aquela coisa: gosto pra caralho, mas eu sou suspeito. Destaques para a faixa título e Ten men working, ótimas para animar aquela festinha esperta.
Freedom (1989) - Esse disco meio que marcou o fim da fase temática e um renascimento criativo de Young ao implementar um retorno ao rock mais básico e apresentar a faixa Keep on rockin in the free world, hino instantâneo no mundo inteiro. Gosto muito da faixa, ainda que a ache meio superestimada em relação à outros clássicos tão poderosos quanto, porém menos conhecidos.
Ragged Glory (1990) - Pedrada gravada no estúdio do rancho de Young com um Crazy Horse inspirado, descendo a madeira no melhor estilo onetwothreefour, sem muito tempo pra respirar entre uma música e outra. Destaques: Farmer John, Mansion on the Hill, Fuckin up. Ótimo para quem prefere a faceta elétrica do homem.
Harvest Moon (1992) - Aqui é o outro lado da coisa. Disco essencialmente acústico, meio que uma continuação (retomada talvez seja o termo mais apropriado) do clássico Harvest, comentado mais acima. Lindo, registra Young ainda bastante inspirado cometendo clássicos instantâneos como a faixa título, Unknown legend (minha preferida) e From Hank to Hendrix. Esse é um dos que tem que ter.
Unplugged (1993) - Um dos melhores Unplugged MTV desde sempre, esse disco serve como uma ótima introdução (ops) à obra de Young para neófitos. Pelo menos, serviu para mim, quando ganhei esse vinilzão do brother Márcio BA (irmão de Cebola), naquele mesmo ano. Grande banda, produção nos trinques, repertório extenso, com umas 13 faixas escolhidas a dedo. Destaques para Transformer man (originalmente eletrônica, reabilitada aqui) e faixas do Buffalo Springfield, sua primeira banda de sucesso nos anos 60.
Sleeps With Angels (1994) - Disco homenagem à Kurt Cobain. Não tão inspirado quanto os lançamentos anteriores, mas dá um caldo. Eu tinha uma fita com esse disco gravado, mas não lembro direito das faixas. Cópia, alguém?
Mirror Ball (1995) - Neil Young tira é onda. Aqui ele se deu ao luxo de utilizar o Pearl Jam como banda de apoio. Não ouvi, mas me disseram que é bacana. Eddie Vedder canta umas duas faixas em dueto com o homem. Cópia, alguém?
Dead Man (1996) - Trilha sonora para o filme Dead Man, western psicodélico em p&b dirigido pelo chapa / fã Jim Jarmusch. Já vi o filme, do qual gosto muito (disponível em VHS em algumas grandes locadoras de Salvador) e a trilha de Young tem grande papel nisso, creiam. O CD nunca saiu por aqui. É mais instrumental, mesmo. Para completistas.
Greendale (2003) - Seu lançamento mais recente é um disco conceitual, contando a história de uma cidadezinha americana e seus estranhos habitantes. Faixas longas, muito longas, vocais mais falados do que cantados. Bom disco, ainda que ligeiramente burocrático. Disponível em versão dupla, com um DVD apresentando um show voz e violão na Irlanda com o mesmo repertório do CD. É bom, mas não é essencial.
E aí, valeu?
Antes de mais nada, quero deixar claro que considero uma ousadia de minha parte ficar escrevendo sobre a sagrada obra do Deus Neil Young aqui neste conceituado espaço. Não me considero competente para tanto. Humildemente, porém, atendo à sugestão do chapa Barry, da loja / blog Championship Vinyl, no sentido de, repito, humildemente, ajudar a divulgar a obra do mestre. Separei logo abaixo, em ordem cronológica, os LPs mais significativos (segundo minha concepção) de sua extensa e prolífica obra, adicionando um breve comentário com minha impressão pessoal sobre a mesma. A discografia completa está aqui, pescada no site Allmusic. Todos os lançamentos aqui relacionados estão linkados à sua página no mesmo site, onde vc pode ver a capa, dar uma ouvida nas faixas, etc. Ah, aproveite e também faça uma visitinha à casa do homem. Ou melhor, à sua garagem oficial. Vamos nessa?
Everybody Knows This Is Nowhere (1969) - Este aqui é segundo lp solo de Neil Young e saiu paralelamente à sua carreira com o Crosby, Stills, Nash and Young, superbanda na qual entrou meio que de última hora, em busca de fama e fortuna. Com eles, lançou o magnífico Deja vu, básico. Mas aqui, livre para fazer as coisas à sua própria maneira, como é de seu feitio, Young criou pérolas eternas como Cinnamon girl, Cowgirl in the sand e a maravilhosa faixa título. (Suspiro.) Emoção, melodias que parecem arrancadas à faca do coração despedaçado de um solitário incorrigível. Eu quero esse disco pra mim. Alguém aí pode me arranjar uma cópia?
Harvest (1972) - Esse eu tenho em vinil e é um dos meus preferidos. A faixa de abertura, Out on the weekend, é uma punhalada. ?Think I?ll pack it in and buy a pick-up, take it down to LA?. Tristeza em estado bruto. Tem ainda The needle and the damage done, um belíssimo grito de alerta contra os perigos da brown sugar; Alabama, um bem aplicado esporro no estado redneck por natureza (respondido depois pelo Lynyrd Skynyrd em Sweet home Alabama) e também Old man, pungente homenagem ao seu pai (curiosamente, colunista esportivo no Canadá) que faz qualquer homem pensar em suas semelhanças com o próprio genitor (Old man, look at my life / I?m a lot like you / I need someone to love me / the whole day through). Ah, não esqueçamos também o machismo descarado de Every man needs a maid. Clássico.
On the Beach (1974) - Aqui temos um Neil Young mais rocker (menos folk) e mais irônico. Pelo menos, esse é o sentimento que perpassa Revolution blues, uma das melhores faixas desse LP. Destaque ainda para a faixa de abertura, o rock Walk on, Vampire blues, e a balada tristonha See the sky about to rain, faixa que depois ganhou uma belíssima versão dos Byrds. Muito bom.
Tonight's the Night (1975) - Esse eu confesso que não ouvi, mas incluí aqui por que sei de sua importância. O álbum inteiro é uma homenagem à Danny Whitten, guitarrista do Crazy Horse (sua principal e mais fiel banda de acompanhamento) morto em uma overdose de heroína. Cópia, alguém?
Zuma (1975) - Esse é o meu preferido. Para mim, Zuma é o disco mais representativo do seu som sujo, folk e rock ao mesmo tempo, triste, irônico, melodioso. Guitarras em chamas, uma banda em estado de graça, um som que conquista o ouvinte logo à primeira audição. Não tem nada do Neil Young? Compre primeiro esse aqui. Inspirado na lenda do deus asteca Montezuma, Young destila uma série de canções faiscantes, cheias da agressividade contida que parece ser um dos traços mais marcantes de sua personalidade. Destaque para Don?t cry no tears, Barstool blues, Stupid girl, Lookin for a love (cuja letra Frejat descaradamente chupou para a sua Procuro um amor) e o épico Cortez the killer. Ó: o disco todo é bom. Sem esse aqui não tinha Seattle, grunge, Pearl Jam, meleca nenhuma. Necessário.
American Stars 'N Bars (1977) - A capa hilária e sujona já dá uma idéia do que espera o ouvinte aqui. Guitarras altas, muito altas, influências do country (Saddle up the palomino, maravilhosa), mais ironias (a porrada Like a hurrycane é uma 'homenagem' à sua ex-mulher, uma atriz esquecida de Hollywood), farpas ao governo americano etc. Bem legal, valer a pena buscar esse aqui.
Comes a Time (1978) - Gosto muito desse aqui também. Contém clássicos como a faixa título, Look out for my love e Lotta love, que já ouvi de passagem na Globo FM em versão bem radiofônica, com uma mulher, que não sei quem é, cantando. Disco regular e gostoso de ouvir, do tipo que se ouve do início ao fim sem pular nenhuma faixa.
Rust Never Sleeps (1979) - Se Zuma é o meu preferido, esse aqui vem logo em segundo lugar. O lado A é totalmente acústico e o B, elétrico pracaralho, se é que você me entende. Rust never sleeps era um mega projeto de show que virou filme (o DVD já saiu por aqui) com uma super produção, gigantescos objetos de cena, anões figurantes no palco e o escambau. Só mesmo ele para fazer um negócio desse, nessa época e a bagaça ainda dar certo. A faixa título é uma homenagem à Sid Vicious e sua letra foi citada por Kurt Cobain na carta que ele escreveu pouco antes de estourar os miolos: 'É melhor queimar de vez do que desaparecer lentamente', dizia. E como. Compre, copie, roube (ontem).
Everybody's Rockin' (1983) - Esse é mais um que, infelizmente, não ouvi. Esse é o segundo ou terceiro disco de sua fase temática. Ou seja, é mais um exercício de gênero, do que um álbum de carreira. Se um pouco antes, em Trans (82), Young escolheu a música eletrônica para brincar um pouco, com resultados pífios, aqui, eu soube que ele se saiu melhor ao escolher o rockabilly. Se alguém por aí tiver e puder me arranjar uma cópia, agradeço.
Old Ways (1985) - Mais um exercício de estilo, desta vez com a country music, gênero que sempre esteve presente em sua obra, de um jeito ou de outro. É bem agradável de ouvir, mas você tem, necessariamente, que gostar de country para gostar desse aqui. Participação da lenda Willie Nelson cantando em dueto com Young em Are there any real cowboys? Na época desse disco, o selo Geffen Records processou o homem por gravar álbuns descaracterizados, ou melhor: por não soar como ele mesmo! Que porre.
This Note's for You (1988) - Mais um na linha exercício de gênero. Aqui, Young chamou a banda The Blue Notes para gravar um suingado disco de soul cheio de metais faiscantes. É aquela coisa: gosto pra caralho, mas eu sou suspeito. Destaques para a faixa título e Ten men working, ótimas para animar aquela festinha esperta.
Freedom (1989) - Esse disco meio que marcou o fim da fase temática e um renascimento criativo de Young ao implementar um retorno ao rock mais básico e apresentar a faixa Keep on rockin in the free world, hino instantâneo no mundo inteiro. Gosto muito da faixa, ainda que a ache meio superestimada em relação à outros clássicos tão poderosos quanto, porém menos conhecidos.
Ragged Glory (1990) - Pedrada gravada no estúdio do rancho de Young com um Crazy Horse inspirado, descendo a madeira no melhor estilo onetwothreefour, sem muito tempo pra respirar entre uma música e outra. Destaques: Farmer John, Mansion on the Hill, Fuckin up. Ótimo para quem prefere a faceta elétrica do homem.
Harvest Moon (1992) - Aqui é o outro lado da coisa. Disco essencialmente acústico, meio que uma continuação (retomada talvez seja o termo mais apropriado) do clássico Harvest, comentado mais acima. Lindo, registra Young ainda bastante inspirado cometendo clássicos instantâneos como a faixa título, Unknown legend (minha preferida) e From Hank to Hendrix. Esse é um dos que tem que ter.
Unplugged (1993) - Um dos melhores Unplugged MTV desde sempre, esse disco serve como uma ótima introdução (ops) à obra de Young para neófitos. Pelo menos, serviu para mim, quando ganhei esse vinilzão do brother Márcio BA (irmão de Cebola), naquele mesmo ano. Grande banda, produção nos trinques, repertório extenso, com umas 13 faixas escolhidas a dedo. Destaques para Transformer man (originalmente eletrônica, reabilitada aqui) e faixas do Buffalo Springfield, sua primeira banda de sucesso nos anos 60.
Sleeps With Angels (1994) - Disco homenagem à Kurt Cobain. Não tão inspirado quanto os lançamentos anteriores, mas dá um caldo. Eu tinha uma fita com esse disco gravado, mas não lembro direito das faixas. Cópia, alguém?
Mirror Ball (1995) - Neil Young tira é onda. Aqui ele se deu ao luxo de utilizar o Pearl Jam como banda de apoio. Não ouvi, mas me disseram que é bacana. Eddie Vedder canta umas duas faixas em dueto com o homem. Cópia, alguém?
Dead Man (1996) - Trilha sonora para o filme Dead Man, western psicodélico em p&b dirigido pelo chapa / fã Jim Jarmusch. Já vi o filme, do qual gosto muito (disponível em VHS em algumas grandes locadoras de Salvador) e a trilha de Young tem grande papel nisso, creiam. O CD nunca saiu por aqui. É mais instrumental, mesmo. Para completistas.
Greendale (2003) - Seu lançamento mais recente é um disco conceitual, contando a história de uma cidadezinha americana e seus estranhos habitantes. Faixas longas, muito longas, vocais mais falados do que cantados. Bom disco, ainda que ligeiramente burocrático. Disponível em versão dupla, com um DVD apresentando um show voz e violão na Irlanda com o mesmo repertório do CD. É bom, mas não é essencial.
E aí, valeu?
segunda-feira, dezembro 06, 2004
JINGLE BELL, JINGLE BELL, JINGLE BELL TIME
É Natal, época de jingobéu e de presentear amigos e familiares. Mas se você, assim como eu, anda latindo pra economizar cachorro, como fazer para agradar tanta gente? Ora, nada melhor que simplesmente baixar alguns mp3, queimar alguns cds e casar o útil ao agradável, presenteando os entes queridos com seus legítimos cds piratas. Como o Rock Loco está sempre pensando em seus ouvintes, amigos e colaboradores, segue uma série de links para preciosos mp3 de discos inteiros que podem ser baixados do conforto de seu lar ou trabalho (o que é melhor ainda).
Para começar, que tal a discografia inteirinha do AC/DC para aquele seu primo casca-grossa, ou até mesmo para nosso querido amigo Cláudio Esc? Outra opção de responsa é o Fashion nugget, na minha humirde opinião, o melhor cd do Cake. Agora, se você é leitor(a) assíduo(a) do venerável Lúcio Ribeiro, certamente já ouviu falar do Hot fuss, primeiro cd da melhor banda dos últimos tempos da última semana, The Killers. Ainda na seção novidadeira, eu confesso que gostei mais desse tal de Fountains of Wayne, bem melódico, esbanjando benéficas influências Byrdianas. Ah, já entendi. Na verdade, seu namorado é chegado num hardcore de qualidade, sem viadagens emo. Então tá aqui o disco novo do The Hives, sua nova banda favorita e outras punkadas, diretamente de um site from Russia, with love. Por falar em punkada, nada pode ser melhor que o In utero, com Kurt Cobain no auge da deprê e da genialidade. O melhor do Nirvana, no entender deste maleta aqui. Outro morto famoso do rock também está dando sopa na rede em um de seus melhores momentos: olha aqui o LA Woman do The Doors, procê invocar Mister Mojo rising, enquanto observa sua estúpida árvore de natal arder em chamas. Lindo. Para finalizar, o pai, o mestre, o maior de todos: Neil Young, com Landing on water. Afinal, um disco mediano do mestre é melhor que muita coisa chamada de genial por aí hoje em dia.
Ho, ho, ho!
PS: por falar em Papai Noel, fiquem ligados que o bom velhinho ainda prometeu uma festinha de Natal do Rock Loco. Não está confirmada ainda, mas assim que rolar essa confirmação, vcs vão ficar sabendo. Ou eu não me chamo Santa Claus.
Para começar, que tal a discografia inteirinha do AC/DC para aquele seu primo casca-grossa, ou até mesmo para nosso querido amigo Cláudio Esc? Outra opção de responsa é o Fashion nugget, na minha humirde opinião, o melhor cd do Cake. Agora, se você é leitor(a) assíduo(a) do venerável Lúcio Ribeiro, certamente já ouviu falar do Hot fuss, primeiro cd da melhor banda dos últimos tempos da última semana, The Killers. Ainda na seção novidadeira, eu confesso que gostei mais desse tal de Fountains of Wayne, bem melódico, esbanjando benéficas influências Byrdianas. Ah, já entendi. Na verdade, seu namorado é chegado num hardcore de qualidade, sem viadagens emo. Então tá aqui o disco novo do The Hives, sua nova banda favorita e outras punkadas, diretamente de um site from Russia, with love. Por falar em punkada, nada pode ser melhor que o In utero, com Kurt Cobain no auge da deprê e da genialidade. O melhor do Nirvana, no entender deste maleta aqui. Outro morto famoso do rock também está dando sopa na rede em um de seus melhores momentos: olha aqui o LA Woman do The Doors, procê invocar Mister Mojo rising, enquanto observa sua estúpida árvore de natal arder em chamas. Lindo. Para finalizar, o pai, o mestre, o maior de todos: Neil Young, com Landing on water. Afinal, um disco mediano do mestre é melhor que muita coisa chamada de genial por aí hoje em dia.
Ho, ho, ho!
PS: por falar em Papai Noel, fiquem ligados que o bom velhinho ainda prometeu uma festinha de Natal do Rock Loco. Não está confirmada ainda, mas assim que rolar essa confirmação, vcs vão ficar sabendo. Ou eu não me chamo Santa Claus.
segunda-feira, novembro 29, 2004
ANDEI, OBSERVANDO QUASE TUDO.
OK, minto. Andei observando quase nada. Porra, eu tô mentindo de novo. Observei uma coisa ou outra, vá. Mas ficou legal como título. Né?
Mas depois desse show de Pitty, Ronei Jorge e seus Ladrões de Bicicleta, Sangria e Los Canos na Concha, em pleno domingão, eu cheguei à uma conclusão bem óbvia. Que pena que eu não tenho mais quinze anos. Esmagadora maioria nos presentes ao mini Festival Admirável Rock Novo, a garotada se esbaldou a valer e mantém, pelo menos assim espero, acesa a esperança de que o rock continua na Salvador do Psirico, mesmo quando não estivermos mais por aqui. Nem tudo está perdido, correto? (Pô, que papo mais segunda-feira.) Mas vamos deixar de enrolação e falar da coisa propriamente dita.
Como todo show com várias bandas na Concha, nesse a coisa não foi diferente e as primeiras bandas tocaram para, talvez menos da metade do público total presente. Este, segundo dados fornecidos pelo Instituto Franciel Cruz de Dados Empiricamente Chutados, ?orbitou na faixa etária de uns três, 3,5 mil pessoas?. Ou seja: encheu, mas não lotou, como era esperado. Pelo menos, por mim.
Ainda era dia quando a Sangria abriu os trabalhos, ensurdecendo o público presente com seu rock feroz e ruidoso, descontando aí uma pequena ajuda do som embolado nas três primeiras bandas. Esse dado do som embolado foi inclusive confirmado pelo Instituto Mário Jorge Heine de Verificação de Áudio, cujo porta-voz, Mário Jorge Heine, declarou, ainda no show da Sangria: ?tá embolado pracaralho!?. Descontada essa dificuldade, os meninos sangrentos apenas confirmaram a qualidade da banda em mais uma performance pesada, desconcertante e detonante.
Na seqüência, sem muito tempo entre uma banda e outra, a Los Canos também penou com o sonzinho que não ajudava muito. Mas tudo bem. Hits a granel, uma galera animada ali na frente, clima bacana. Peu subiu no palco em uma determinada música e largou um solo monstruoso, dando um colorido que casou legal no som da LC com sua estética punk largadona.
Agora, inegavelmente, das três bandas convidadas, a que se deu melhor ontem foi mesmo Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta. O som já parecia melhor ajustado e a noite já definitivamente estabelecida propiciou o uso da iluminação. Mais do que isso, rolou uma energia diferente no ar e o público respondeu calorosamente ao rock até certo ponto complexo do grupo, à despeito das duas bandas anteriores apresentarem uma música bem mais digerível pela garotada de preto presente ao local. Ou isso, ou eu já tava bebum. Quem entende? Ao final do show a banda foi ruidosamente ovacionada e saiu consagrada pelo público de sua própria terra. Bonito, isso.
Pitty não demorou e aí sim, a casa veio abaixo. Em primeiro lugar, vamos considerar: que banda da porra. Duda é um baterista extremamente profissional, com uma pegada fortíssima. Joe, não menos profissional, esbanja talento pelas cordas de seu baixo. Peu é o filho que Borel não teve, e não consigo imaginar elogio maior que esse. E Pitty é aquilo tudo mesmo: baixinha, furiosa, carismática como uma diaba de dreadlocks e saia esvoaçante.
Não vou ficar aqui dizendo que gosto do som e coisa e tal. Não tenho o disco, nem pretendo compra-lo. Porém, se na MTV, Pitty fica muito bem formatada como ídolo adolescente que ela merecidamente é, ao vivo, a garota punk e sua banda extraordinária transcendem rótulos e direcionamentos mercadológicos, convencendo até o mais cínico roqueiro velho com uma performance irretocável, incendiária. E olha que eles nem tocaram um de seus maiores hits, Máscara (aquela do refrão bizarrô! Bizarrô!) Juro: até em Equalize, balada que, confesso, é sua música que menos me agrada, Pitty empolga, dá o sangue, agita, faz casais de trintões se beijarem longa e desavergonhadamente.
Mas o melhor de tudo, pelo menos para mim, ficou para o finalzinho. Após uma versão deliciosa de Candy, clássico de Iggy Pop, Pitty chamou os Úteros em Fúria remanescentes presentes no recinto (Mauro, Apú, Mário e Vandinho) para uma jam em Be bigger, música (registrada no DVD recentemente lançado) da extinta e saudosa banda, que, como declarou a estrela da noite, ?mudou a história do rock baiano?. Após um início meio desencontrado, onde o microfone de Mauro não funcionou, aquela energia estranha da qual já falei baixou com toda a força na Concha e o público, conscientemente ou não, pôde testemunhar um momento absolutamente emocionante e inesquecível. Eu despiroquei. Não lembro com detalhes, só sei que minha pressão foi pras picas e me faltam palavras pra definir o que aconteceu ali. Espero que alguém tenha filmado tudo aquilo. O mínimo que posso dizer é que foi a homenagem mais adequada possível para a banda e seu saudoso guitarrista solo, citado mais acima como o pai de Peu.
Ele estava lá também, e com um sorriso de orelha a orelha, tenham certeza.
Ah, vai aqui aquele abraço pro companheiro Braminha, que descolou umas cortesias pros rockloquetes e organizou um festão pra Pitty, as bandas e agregados no Miss Modular, na seqüência do show. Astral demais, essa festinha fechou com chave de ouro um domingão atípico que já ficou pra história. Eu quero é mais.
Mas depois desse show de Pitty, Ronei Jorge e seus Ladrões de Bicicleta, Sangria e Los Canos na Concha, em pleno domingão, eu cheguei à uma conclusão bem óbvia. Que pena que eu não tenho mais quinze anos. Esmagadora maioria nos presentes ao mini Festival Admirável Rock Novo, a garotada se esbaldou a valer e mantém, pelo menos assim espero, acesa a esperança de que o rock continua na Salvador do Psirico, mesmo quando não estivermos mais por aqui. Nem tudo está perdido, correto? (Pô, que papo mais segunda-feira.) Mas vamos deixar de enrolação e falar da coisa propriamente dita.
Como todo show com várias bandas na Concha, nesse a coisa não foi diferente e as primeiras bandas tocaram para, talvez menos da metade do público total presente. Este, segundo dados fornecidos pelo Instituto Franciel Cruz de Dados Empiricamente Chutados, ?orbitou na faixa etária de uns três, 3,5 mil pessoas?. Ou seja: encheu, mas não lotou, como era esperado. Pelo menos, por mim.
Ainda era dia quando a Sangria abriu os trabalhos, ensurdecendo o público presente com seu rock feroz e ruidoso, descontando aí uma pequena ajuda do som embolado nas três primeiras bandas. Esse dado do som embolado foi inclusive confirmado pelo Instituto Mário Jorge Heine de Verificação de Áudio, cujo porta-voz, Mário Jorge Heine, declarou, ainda no show da Sangria: ?tá embolado pracaralho!?. Descontada essa dificuldade, os meninos sangrentos apenas confirmaram a qualidade da banda em mais uma performance pesada, desconcertante e detonante.
Na seqüência, sem muito tempo entre uma banda e outra, a Los Canos também penou com o sonzinho que não ajudava muito. Mas tudo bem. Hits a granel, uma galera animada ali na frente, clima bacana. Peu subiu no palco em uma determinada música e largou um solo monstruoso, dando um colorido que casou legal no som da LC com sua estética punk largadona.
Agora, inegavelmente, das três bandas convidadas, a que se deu melhor ontem foi mesmo Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta. O som já parecia melhor ajustado e a noite já definitivamente estabelecida propiciou o uso da iluminação. Mais do que isso, rolou uma energia diferente no ar e o público respondeu calorosamente ao rock até certo ponto complexo do grupo, à despeito das duas bandas anteriores apresentarem uma música bem mais digerível pela garotada de preto presente ao local. Ou isso, ou eu já tava bebum. Quem entende? Ao final do show a banda foi ruidosamente ovacionada e saiu consagrada pelo público de sua própria terra. Bonito, isso.
Pitty não demorou e aí sim, a casa veio abaixo. Em primeiro lugar, vamos considerar: que banda da porra. Duda é um baterista extremamente profissional, com uma pegada fortíssima. Joe, não menos profissional, esbanja talento pelas cordas de seu baixo. Peu é o filho que Borel não teve, e não consigo imaginar elogio maior que esse. E Pitty é aquilo tudo mesmo: baixinha, furiosa, carismática como uma diaba de dreadlocks e saia esvoaçante.
Não vou ficar aqui dizendo que gosto do som e coisa e tal. Não tenho o disco, nem pretendo compra-lo. Porém, se na MTV, Pitty fica muito bem formatada como ídolo adolescente que ela merecidamente é, ao vivo, a garota punk e sua banda extraordinária transcendem rótulos e direcionamentos mercadológicos, convencendo até o mais cínico roqueiro velho com uma performance irretocável, incendiária. E olha que eles nem tocaram um de seus maiores hits, Máscara (aquela do refrão bizarrô! Bizarrô!) Juro: até em Equalize, balada que, confesso, é sua música que menos me agrada, Pitty empolga, dá o sangue, agita, faz casais de trintões se beijarem longa e desavergonhadamente.
Mas o melhor de tudo, pelo menos para mim, ficou para o finalzinho. Após uma versão deliciosa de Candy, clássico de Iggy Pop, Pitty chamou os Úteros em Fúria remanescentes presentes no recinto (Mauro, Apú, Mário e Vandinho) para uma jam em Be bigger, música (registrada no DVD recentemente lançado) da extinta e saudosa banda, que, como declarou a estrela da noite, ?mudou a história do rock baiano?. Após um início meio desencontrado, onde o microfone de Mauro não funcionou, aquela energia estranha da qual já falei baixou com toda a força na Concha e o público, conscientemente ou não, pôde testemunhar um momento absolutamente emocionante e inesquecível. Eu despiroquei. Não lembro com detalhes, só sei que minha pressão foi pras picas e me faltam palavras pra definir o que aconteceu ali. Espero que alguém tenha filmado tudo aquilo. O mínimo que posso dizer é que foi a homenagem mais adequada possível para a banda e seu saudoso guitarrista solo, citado mais acima como o pai de Peu.
Ele estava lá também, e com um sorriso de orelha a orelha, tenham certeza.
Ah, vai aqui aquele abraço pro companheiro Braminha, que descolou umas cortesias pros rockloquetes e organizou um festão pra Pitty, as bandas e agregados no Miss Modular, na seqüência do show. Astral demais, essa festinha fechou com chave de ouro um domingão atípico que já ficou pra história. Eu quero é mais.
sexta-feira, novembro 26, 2004
AS ARANHAS NÃO TECEM SUAS TEIAS POR LOUCURA OU POR PAIXÃO. SE O SANGUE AINDA CORRE NAS VEIAS, É POR PURA FALTA DE OPÇÃO.
Meu problema de falta de assunto estava tão brabo ontem que tive de recorrer à um zero a esquerda como aquele Robbie Wiliams pra postar alguma coisa aqui. Ignorem esse post infeliz logo aí embaixo. Esse merdinha não merece que nossos dedos digitem sequer uma linha mais sobre sua fútil e inútil existência. OK...
Show da Guizzzmo / Retrofoguetes no Teatro do Sesi ontem. Deixa eu ser logo direto, como de costume. Não gosto de show em teatro. Show de rock, bem entendido. É simples. Um show de rock, como todo mundo que os freqüenta deve saber, não é apenas o que se passa no palco. Um show de rock é onde as pessoas se encontram, tomam umas cervejas (ou uns uísques, umas vodcas, umas pingas, deixa eu parar por aqui), gritam para a banda tocar Raul, chamam o vocalista de viado, aplaudem, vaiam, jogam coisas no palco, se jogam dele de volta para a platéia (na saudável prática conhecida como stagediving), soltam os bichos e voltam de alma lavada (e cara cheia) pra casa. Ou para casa dos outros. Em um teatro, esse mecânica é, ao meu ver, ligeiramente comprometida. Você não pode beber. Você não pode fumar. Você não pode ficar de pé. Você não pode ficar entrando e saindo (opa). Enfim: não pode isso, não pode aquilo... Pô, isso é um show de rock, ou um concerto de música erudita? Sem contar que, pelo que eu senti da Guizzzmo ontem no palco, isso não é bom nem para eles. Fica aquele negócio burocrático: a banda toca uma música, a platéia aplaude. A banda toca uma música. A platéia aplaude. A banda toca uma música... e assim por diante. Cadê o imprevisto? Cadê o sangue no palco? Cadê o stagediving (metaforicamente falando)? Cadê a participação, caceta? Tinha um doidão gritando AÊ! AÊ! E só. Cadê o Lázaro Neguim Mala pra gritar TOCA RAUL! nessas horas? (Pô, que desespero tb, não chega a tanto.) AÍ, DODJÕES: PAROU COM ESSE NEGÓCIO DE SHOW DE ROCK EM TEATRO, VALEU?
Sobre o show em si, foi o de sempre, com o agravante da questão já esmiuçada aí em cima. Antes do show foi apresentado o clipe de Spencer para a música Flâmula, uma das primeiras da Guizzzmo, sobre a qual já escrevi alguma coisa, alguns posts abaixo. Dedicado ao velho Borelzinho, o clipe pareceu ter agradado bastante pelas risadas na platéia, ouvidas principalmente nas cenas com aquele monte de guri esquelético dançando na frente da banda. Quase rachei o bico, muito engraçado. SPENGLER: NOTA 10, MEU FILHO! Tomara que role pelas telas por aí. Logo depois do clipe, entra aquela intro da Fábrica de Chocolate e Vandex toma conta do palco com sua performance psicodélica de sempre. Uma das coisas que me incomodam na Guizzzmo é a tendência de Vandinho de ficar burilando muito os arranjos das músicas. ?O sonho?, por exemplo, inicialmente era uma coisa. Hoje é outra, totalmente diferente. E infelizmente, muito mais burocrática. Eu, pelo menos, gostava mais dela no início, com seu arranjo mais cru, mesmo. (Eu sabia que esse negócio de Vandinho passar a adolescência ouvindo Yes e Genesis não ia prestar...) Mas essa é uma exceção. O show em si é bem fluido e divertido. Rolam umas covers como As borboletas, de Zé Ramalho (ótima) e Pelo engarrafamento, do Otto (essa eu já não acho legal). Mas o melhor momento do show é a música título do CD, Macaca! Com a participação de Luizão, (que aliás, acrescentou bastante ao som da banda ao longo de quase todo o show) com sua guitarra só no tremolo e Rex Crotus no cowbell, a música cresce legal ao vivo, empolgando o público. Se o carnaval baiano não fosse o lixo pra turista em que se transformou, acho que essa música faria bem bonito em cima de um trio elétrico na avenida. OK, podem jogar os tomates...
Quanto aos Retrofoguetes, acho que devo desculpas à Morotó, Rex e CH (e também às nossas centenas de milhares de leitores). Fui embora depois da Guizzzmo e não vi. Velhinhos, mil perdões. Ó: fico devendo um post bala sobre os Retros. Quando eu comprar o cdzim deles eu posto aquela resenha descaralhante aqui, valeu?
Preciso ir ao banheiro agora. Té mais, crianças.
Show da Guizzzmo / Retrofoguetes no Teatro do Sesi ontem. Deixa eu ser logo direto, como de costume. Não gosto de show em teatro. Show de rock, bem entendido. É simples. Um show de rock, como todo mundo que os freqüenta deve saber, não é apenas o que se passa no palco. Um show de rock é onde as pessoas se encontram, tomam umas cervejas (ou uns uísques, umas vodcas, umas pingas, deixa eu parar por aqui), gritam para a banda tocar Raul, chamam o vocalista de viado, aplaudem, vaiam, jogam coisas no palco, se jogam dele de volta para a platéia (na saudável prática conhecida como stagediving), soltam os bichos e voltam de alma lavada (e cara cheia) pra casa. Ou para casa dos outros. Em um teatro, esse mecânica é, ao meu ver, ligeiramente comprometida. Você não pode beber. Você não pode fumar. Você não pode ficar de pé. Você não pode ficar entrando e saindo (opa). Enfim: não pode isso, não pode aquilo... Pô, isso é um show de rock, ou um concerto de música erudita? Sem contar que, pelo que eu senti da Guizzzmo ontem no palco, isso não é bom nem para eles. Fica aquele negócio burocrático: a banda toca uma música, a platéia aplaude. A banda toca uma música. A platéia aplaude. A banda toca uma música... e assim por diante. Cadê o imprevisto? Cadê o sangue no palco? Cadê o stagediving (metaforicamente falando)? Cadê a participação, caceta? Tinha um doidão gritando AÊ! AÊ! E só. Cadê o Lázaro Neguim Mala pra gritar TOCA RAUL! nessas horas? (Pô, que desespero tb, não chega a tanto.) AÍ, DODJÕES: PAROU COM ESSE NEGÓCIO DE SHOW DE ROCK EM TEATRO, VALEU?
Sobre o show em si, foi o de sempre, com o agravante da questão já esmiuçada aí em cima. Antes do show foi apresentado o clipe de Spencer para a música Flâmula, uma das primeiras da Guizzzmo, sobre a qual já escrevi alguma coisa, alguns posts abaixo. Dedicado ao velho Borelzinho, o clipe pareceu ter agradado bastante pelas risadas na platéia, ouvidas principalmente nas cenas com aquele monte de guri esquelético dançando na frente da banda. Quase rachei o bico, muito engraçado. SPENGLER: NOTA 10, MEU FILHO! Tomara que role pelas telas por aí. Logo depois do clipe, entra aquela intro da Fábrica de Chocolate e Vandex toma conta do palco com sua performance psicodélica de sempre. Uma das coisas que me incomodam na Guizzzmo é a tendência de Vandinho de ficar burilando muito os arranjos das músicas. ?O sonho?, por exemplo, inicialmente era uma coisa. Hoje é outra, totalmente diferente. E infelizmente, muito mais burocrática. Eu, pelo menos, gostava mais dela no início, com seu arranjo mais cru, mesmo. (Eu sabia que esse negócio de Vandinho passar a adolescência ouvindo Yes e Genesis não ia prestar...) Mas essa é uma exceção. O show em si é bem fluido e divertido. Rolam umas covers como As borboletas, de Zé Ramalho (ótima) e Pelo engarrafamento, do Otto (essa eu já não acho legal). Mas o melhor momento do show é a música título do CD, Macaca! Com a participação de Luizão, (que aliás, acrescentou bastante ao som da banda ao longo de quase todo o show) com sua guitarra só no tremolo e Rex Crotus no cowbell, a música cresce legal ao vivo, empolgando o público. Se o carnaval baiano não fosse o lixo pra turista em que se transformou, acho que essa música faria bem bonito em cima de um trio elétrico na avenida. OK, podem jogar os tomates...
Quanto aos Retrofoguetes, acho que devo desculpas à Morotó, Rex e CH (e também às nossas centenas de milhares de leitores). Fui embora depois da Guizzzmo e não vi. Velhinhos, mil perdões. Ó: fico devendo um post bala sobre os Retros. Quando eu comprar o cdzim deles eu posto aquela resenha descaralhante aqui, valeu?
Preciso ir ao banheiro agora. Té mais, crianças.
quinta-feira, novembro 25, 2004
Robbie Williams, vai à merda, por favor?
Ídolo da playboyzada e de manés em geral (fãs de Phil Collins devem se amarrar), o cantorzinho de quinta categoria Robbie Williams esteve recentemente no Brasil, onde foi cortejado por 10 ente 10 cachorras siliconadas da globo. Aliás, na própria globo, o tampinha metido a galã gravou um pocket show para delírio da gentalha bonita e sarada que compareceu ao evento. Mas o que eu queria mesmo falar neste post é sobre o incidente que aconteceu com esse viadinho de queixo quadrado no Chile. Olha que ridículo, vai lá rapidinho e volta aqui pra gente continuar falando mal do maleta.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u48304.shtml
Voltou? Isso, agora destile seu desprezo nos comments que eu te acompanho.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u48304.shtml
Voltou? Isso, agora destile seu desprezo nos comments que eu te acompanho.
terça-feira, novembro 23, 2004
Leituras e Afins
Uma geral sobre publicações a que tive acesso estas ultimas semanas:
Outra Coisa #7- Com o ministro Gil na capa e o disco dos goianos Réu e Condenado acompanhando. Tem uma entrevista interessante sobre morar em São Paulo com os nossos Fabio Cascadura e Joe , o popular Silvano, alem de Rodrigo do Dead Fish.Todos expatriados, e habitando na cidade onde todos eles reconhecem agora como um pouco deles.Entrevista com nosso verborragico ministro que mais uma vez explica o nada dizendo coisa nenhuma.Destaque para reportagens sobre as cenas rockers potiguar e brasiliense(nova geração). Ah, o Réu e Condenado é meio tirado a engraçadinho, alguns momentos rock outros MPB e meio sem direção, mas com alguns bons comentarios ironicos.
Mojo(Nov)- Com o Man in Black na capa. Extensa reportagem sobre Johnny Cash e seu legado. Destaque tambem para a materia sobre Johnny Ramone, com sua ultima entrevista e seus comentarios acidos sobre a forma como ele é mostrado no documentario recém-lançado sobre a historia da banda, o End of The Century, nome do cd hononimo produzido por Phil Spector no inicio dos 80 e descrito como o trabalho que rachou a banda , alem de uma analise sobre o influente legado da banda, que foi a referencia musical do punk, mas que na minha opinião não criou o punk como eles gostam de afirmar.Destaque tambem para a sessão de lançamentos , onde entre centenas de lançamentos brilha o novo cd dos Manics Street Preachers.
Historia do Rock Brasileiro(vol 2)- Com Raul na capa.Imperdivel.Cobre o rock dos anos 70, tal como era concebido na epoca no Brasil.Novos Baianos, Clube da Esquina,Raul,Tutti-Frutti, Secos e Molhados,Toni Tornado, Terço ,Made in Brazil,Lanny Gordin, ect.Leitura fundamental para quem se interessa por musica.Jornalismo musical de alto nivel por Ricardo Alexandre(Dias de Luta), Okky de Souza, Luiz Carlos Maciel, Luciano Marsiglia e outros.Exceção para o texto equivocado de Samuel Rosa, que faz mais um manifesto de fã para o Clube da Esquina do que jornalismo.Destaque especialissimo para o texto de Ricardo Alexandre sobre o exilio de Caetano e Gil e de como eles sairam do underground e se tornaram o establisment musical tupiniquin, em suma uma analise precisa e de grande felicidade por parte do autor;trabalho de mestre.
Outra Coisa #7- Com o ministro Gil na capa e o disco dos goianos Réu e Condenado acompanhando. Tem uma entrevista interessante sobre morar em São Paulo com os nossos Fabio Cascadura e Joe , o popular Silvano, alem de Rodrigo do Dead Fish.Todos expatriados, e habitando na cidade onde todos eles reconhecem agora como um pouco deles.Entrevista com nosso verborragico ministro que mais uma vez explica o nada dizendo coisa nenhuma.Destaque para reportagens sobre as cenas rockers potiguar e brasiliense(nova geração). Ah, o Réu e Condenado é meio tirado a engraçadinho, alguns momentos rock outros MPB e meio sem direção, mas com alguns bons comentarios ironicos.
Mojo(Nov)- Com o Man in Black na capa. Extensa reportagem sobre Johnny Cash e seu legado. Destaque tambem para a materia sobre Johnny Ramone, com sua ultima entrevista e seus comentarios acidos sobre a forma como ele é mostrado no documentario recém-lançado sobre a historia da banda, o End of The Century, nome do cd hononimo produzido por Phil Spector no inicio dos 80 e descrito como o trabalho que rachou a banda , alem de uma analise sobre o influente legado da banda, que foi a referencia musical do punk, mas que na minha opinião não criou o punk como eles gostam de afirmar.Destaque tambem para a sessão de lançamentos , onde entre centenas de lançamentos brilha o novo cd dos Manics Street Preachers.
Historia do Rock Brasileiro(vol 2)- Com Raul na capa.Imperdivel.Cobre o rock dos anos 70, tal como era concebido na epoca no Brasil.Novos Baianos, Clube da Esquina,Raul,Tutti-Frutti, Secos e Molhados,Toni Tornado, Terço ,Made in Brazil,Lanny Gordin, ect.Leitura fundamental para quem se interessa por musica.Jornalismo musical de alto nivel por Ricardo Alexandre(Dias de Luta), Okky de Souza, Luiz Carlos Maciel, Luciano Marsiglia e outros.Exceção para o texto equivocado de Samuel Rosa, que faz mais um manifesto de fã para o Clube da Esquina do que jornalismo.Destaque especialissimo para o texto de Ricardo Alexandre sobre o exilio de Caetano e Gil e de como eles sairam do underground e se tornaram o establisment musical tupiniquin, em suma uma analise precisa e de grande felicidade por parte do autor;trabalho de mestre.
Master Cebola, seu pedido é uma ordem.
Fala chico. Meu velho, anuncia no rock loco o show da Tequilers com
Koyotes esta sexta dia 26 no calypso, valeu? no blog tb. Convoque o
mundo inteiro q eu preciso sustentar minha esbórnia. Falar nisso, vê
se vai tb, seu merda. No mais, beijinhos no coraçao.
keep on rockin´
cebola
Koyotes esta sexta dia 26 no calypso, valeu? no blog tb. Convoque o
mundo inteiro q eu preciso sustentar minha esbórnia. Falar nisso, vê
se vai tb, seu merda. No mais, beijinhos no coraçao.
keep on rockin´
cebola
sexta-feira, novembro 19, 2004
NA HORA DO ALMOÇO A MINHA FOME É DE LEÃO, ABRO A MARMITA E O QUE VEJO ENTÃO?!?
Mister Potatohead, nosso controverso e querido Batata, está discotecando todas as quintas deste mês (e se não me engano, do próximo tb) no Miss Modular, bar e restaurante agradabilíssimo, que promete ser um dos points do rock nesse verão. O som é aquilo: indie, indie, indie. Eu quero é mais. Deve ter sempre um convidado, na verdade, eu mesmo dei minha discotecada lá ontem e foi bem legal, principalmente quando toquei o hit oitentista Sou boy, do Magazine do mestre Kid Vinil, e Batata quis me pegar pelo pescoço. Pô, que preconceito... DJ Prê (Thales), Júpiter Cebola e Mário Jorge estão entre os convidados pra fazer um som com o velho Potatoes. Eu mesmo devo ir de novo em dezembro. Fiquem ligados para mais detalhes. Para quem quer dar uma animada na quinta-feira, este é O canal.
Quinta, no show da Guizzzmo e Retrofoguetes no Teatro do Sesi, a primeira vai lançar seu clipe da música Flâmula, dirigido pelo popular e brother de todas as horas, Ricardo Spencer. A história desse clipe é engraçada. Ele foi gravado no final de 1999, quando a banda contava com o próprio Spencer no baixo, e Quinho, então baterista da brincando de deus (atualmente morando em Londres), na bateria. O clipe ficou hibernando nas mãos de Spencer durante todos esses anos e só agora verá a luz do dia. Lembro que rolaram umas gravações lá na cidade baixa e me diverti a valer com Vandinho, deliciosamente canastrão em todas as suas cenas. Flâmula, a música, foi uma das primeíras gravações da Guizzzmo, e conta com um empolgante pá-pá-pá e um sampler de bateria idem, retirado da reprise de Sargeant Peppers. A letra, se não me engano, é de Arnaldo Antunes (ou Nando Reis?) e foi parar na mão de Vandinho por acaso, em contato com músicos baianos que já tocaram com o ex-Titã. E não é que essa salada do capeta ficou bala, com uma pegada pop fortíssima? Pena que a música não entrou em Macaca!, o primeiro cd da banda. Por que? Só Vandinho sabe. Ou talvez a outra metade da dupla, Apú. Pergunta pra eles quinta-feira, lá no show.
Mudando de assunto, a revista Rolling Stone publicou mais uma daquelas listinhas. É uma lista com as 500 melhores músicas pop-rock de todos os tempos. Provavelmente, a pior lista de todos os tempos. Porra, nego botou Imagine em terceiro lugar. Hey Jude em oitavo. Isso não é uma lista de melhores músicas. É de piores. Quer saber: cansei dessa coisa de listinha, mas como tem gente que ainda se amarra, olha ela aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u48234.shtml
Não quero nem saber de quem é o enterro, eu quero é chorar.
Quinta, no show da Guizzzmo e Retrofoguetes no Teatro do Sesi, a primeira vai lançar seu clipe da música Flâmula, dirigido pelo popular e brother de todas as horas, Ricardo Spencer. A história desse clipe é engraçada. Ele foi gravado no final de 1999, quando a banda contava com o próprio Spencer no baixo, e Quinho, então baterista da brincando de deus (atualmente morando em Londres), na bateria. O clipe ficou hibernando nas mãos de Spencer durante todos esses anos e só agora verá a luz do dia. Lembro que rolaram umas gravações lá na cidade baixa e me diverti a valer com Vandinho, deliciosamente canastrão em todas as suas cenas. Flâmula, a música, foi uma das primeíras gravações da Guizzzmo, e conta com um empolgante pá-pá-pá e um sampler de bateria idem, retirado da reprise de Sargeant Peppers. A letra, se não me engano, é de Arnaldo Antunes (ou Nando Reis?) e foi parar na mão de Vandinho por acaso, em contato com músicos baianos que já tocaram com o ex-Titã. E não é que essa salada do capeta ficou bala, com uma pegada pop fortíssima? Pena que a música não entrou em Macaca!, o primeiro cd da banda. Por que? Só Vandinho sabe. Ou talvez a outra metade da dupla, Apú. Pergunta pra eles quinta-feira, lá no show.
Mudando de assunto, a revista Rolling Stone publicou mais uma daquelas listinhas. É uma lista com as 500 melhores músicas pop-rock de todos os tempos. Provavelmente, a pior lista de todos os tempos. Porra, nego botou Imagine em terceiro lugar. Hey Jude em oitavo. Isso não é uma lista de melhores músicas. É de piores. Quer saber: cansei dessa coisa de listinha, mas como tem gente que ainda se amarra, olha ela aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u48234.shtml
Não quero nem saber de quem é o enterro, eu quero é chorar.
NÃO OLHE AGORA, MAS TEM UM COELHO BEM ATRÁS DE VOCÊ
DONNIE DARKO (idem) EUA, 2001 Suspense/ficção - 122 min.
Dir.: Richard Kelly. Com: Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Patrick Swayze.
Legítimo representante do melhor cinema independente americano off-hollywood, Donnie Darko conta uma história passada no longínquo ano de 1988, onde um rapaz inteligente e sarcástico é perturbado com visões inquietantes de um coelho humano bizarro com o crânio aberto por uma ferida horrorosa. Fatos estranhos começam a acontecer, tipo uma turbina de avião que cai do céu, bem no meio do seu quarto. O detalhe é que nenhum avião passou por ali, visto que a casa se encontra em local fora das rotas aéreas. A história vai se desenrolando numa bem sacada atmosfera onírica, ora pendendo para o pesadelo, ora para o sonho psicodélico. O filme fez bastante sucesso em Sundance e outros festivais por aí. Na verdade, o burburinho e o culto em torno do filme foi tanto, que que esse ano, ele foi relançado nos cinemas americanos em nova versão, tipo director's cut. Aqui, na terra de Ivete Sangalo, os multiplexes nem tomaram conhecimento da fita. A trilha sonora é de primeira, contando com a maravilhosa Killing Moon do Echo and The Bunnymen, logo na cena de abertura, além de Joy Division, Duran Duran e Tears for Fears. Viagens no tempo, hiper-espaço, música pop dos anos 80 e climas estranhos se entrelaçam, produzindo um dos cult movies mais intrigantes e instigantes dos últimos tempos. E o melhor: no fim, tudo se explica. Se a receita vos agrada ou vos intriga, procure nas melhores locadoras, em DVD e VHS. Depois dele, você nunca mais olhará para um inocente coelhinho da mesma maneira.
Ah, igualmente intrigante é o site do filme. http://www.donniedarko.com/
Dir.: Richard Kelly. Com: Jake Gyllenhaal, Drew Barrymore, Patrick Swayze.
Legítimo representante do melhor cinema independente americano off-hollywood, Donnie Darko conta uma história passada no longínquo ano de 1988, onde um rapaz inteligente e sarcástico é perturbado com visões inquietantes de um coelho humano bizarro com o crânio aberto por uma ferida horrorosa. Fatos estranhos começam a acontecer, tipo uma turbina de avião que cai do céu, bem no meio do seu quarto. O detalhe é que nenhum avião passou por ali, visto que a casa se encontra em local fora das rotas aéreas. A história vai se desenrolando numa bem sacada atmosfera onírica, ora pendendo para o pesadelo, ora para o sonho psicodélico. O filme fez bastante sucesso em Sundance e outros festivais por aí. Na verdade, o burburinho e o culto em torno do filme foi tanto, que que esse ano, ele foi relançado nos cinemas americanos em nova versão, tipo director's cut. Aqui, na terra de Ivete Sangalo, os multiplexes nem tomaram conhecimento da fita. A trilha sonora é de primeira, contando com a maravilhosa Killing Moon do Echo and The Bunnymen, logo na cena de abertura, além de Joy Division, Duran Duran e Tears for Fears. Viagens no tempo, hiper-espaço, música pop dos anos 80 e climas estranhos se entrelaçam, produzindo um dos cult movies mais intrigantes e instigantes dos últimos tempos. E o melhor: no fim, tudo se explica. Se a receita vos agrada ou vos intriga, procure nas melhores locadoras, em DVD e VHS. Depois dele, você nunca mais olhará para um inocente coelhinho da mesma maneira.
Ah, igualmente intrigante é o site do filme. http://www.donniedarko.com/
quarta-feira, novembro 17, 2004
É PRECISO DAR VAZÃO AOS SENTIMENTOS
Deve ser uma pegadinha. Tava eu ontem, naquela de bobeira total, assistindo o jornal na TV. Apresentador: ?Cai o presidente do Banco do Brasil. Cássio Casseb será substituído pelo funcionário de carreira Rossano Maranhão Pinto?. Sim, meu caro rockloquete, vc leu direito. O NOME DO CARA É ROSSANO PINTO. Deve ser uma pegadinha (opa). Tem que ser. Depois nego fica se perguntando por que o Brasil não é um país sério. Porra, tem um cara Rossano Pinto lá na banana (epa) do BB. Esse país não precisa de mais humoristas. A concorrência de Brasília é muito pesada.
Rock, agora. Pra quem ainda agüenta o White Stripes, existe uma séria possibilidade da dupla Jack e Meg se tornarem um trio no próximo álbum. Brendan Benson, cantor e compositor americano bacana que já teve um belo clip circulando pela MTV local deve produzir e tocar o aguardado (por quem, mesmo?) quinto CD dos Stripes. Benson tb é de Detroit, e segundo o Omelete, Jack disse à The Observer Music Monthly que "nós provavelmente vamos trabalhar com Brendan Benson e gravar na casa dele. Ele mora bem perto e eu gosto de gravar com ele. Eu não tenho mais nada a dizer sobre o disco." Bom, certo é que nada está certo ainda. Aguardemos, pra ver se eles fazem alguma coisa diferente. Ou igual, porém melhor. Sei lá, enjoei do White Stripes. Muito hype, muita frescura. Dei uma enjoada tb do Franz Ferdinand. A banda é boa, mas nem um décimo tão boa quanto tentaram nos convencer. Esse negócio de ficar hypando banda é o primeiro passo para joga-la na lama depois. Vamo parar com isso?
Perguntar não ofende: quem precisa de um disco (pigarro) novo do U2? Alguém? Alguém? Ferris? Na boa, a essa altura, um disco novo do U2 me parece tão relevante quanto... um filme novo do Eddie Murphy. É sempre a mesma coisa. Ou eu estou errado? (Como sempre, aliás...)
Shows, shows, shows:
Theatro de Seraphin, Mr. Grieves, DJ Júpiter Cebola e DJ Prê no Colapso, sexta, 19.
brincando de deus e Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta no Tangolomango, domingo, 21.
Retrofoguetes e Guizzzmo no Teatro do Sesi, quinta, 25.
O Canto dos Malditos, No Comply e Declinium no Bar Astrolábio (Camaça City), sábado, 27.
Pitty, Sangria, Roney Jorge e Los Canos, na Concha Acústica, domingo, 28.
Ah, meus parabéns ao companheiro Luciano Matos pela coluna no site da MTV. Se tem um cara que merece e faz por onde, é o menino El Cabong. Força, velhinho.
Rock, agora. Pra quem ainda agüenta o White Stripes, existe uma séria possibilidade da dupla Jack e Meg se tornarem um trio no próximo álbum. Brendan Benson, cantor e compositor americano bacana que já teve um belo clip circulando pela MTV local deve produzir e tocar o aguardado (por quem, mesmo?) quinto CD dos Stripes. Benson tb é de Detroit, e segundo o Omelete, Jack disse à The Observer Music Monthly que "nós provavelmente vamos trabalhar com Brendan Benson e gravar na casa dele. Ele mora bem perto e eu gosto de gravar com ele. Eu não tenho mais nada a dizer sobre o disco." Bom, certo é que nada está certo ainda. Aguardemos, pra ver se eles fazem alguma coisa diferente. Ou igual, porém melhor. Sei lá, enjoei do White Stripes. Muito hype, muita frescura. Dei uma enjoada tb do Franz Ferdinand. A banda é boa, mas nem um décimo tão boa quanto tentaram nos convencer. Esse negócio de ficar hypando banda é o primeiro passo para joga-la na lama depois. Vamo parar com isso?
Perguntar não ofende: quem precisa de um disco (pigarro) novo do U2? Alguém? Alguém? Ferris? Na boa, a essa altura, um disco novo do U2 me parece tão relevante quanto... um filme novo do Eddie Murphy. É sempre a mesma coisa. Ou eu estou errado? (Como sempre, aliás...)
Shows, shows, shows:
Theatro de Seraphin, Mr. Grieves, DJ Júpiter Cebola e DJ Prê no Colapso, sexta, 19.
brincando de deus e Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta no Tangolomango, domingo, 21.
Retrofoguetes e Guizzzmo no Teatro do Sesi, quinta, 25.
O Canto dos Malditos, No Comply e Declinium no Bar Astrolábio (Camaça City), sábado, 27.
Pitty, Sangria, Roney Jorge e Los Canos, na Concha Acústica, domingo, 28.
Ah, meus parabéns ao companheiro Luciano Matos pela coluna no site da MTV. Se tem um cara que merece e faz por onde, é o menino El Cabong. Força, velhinho.
terça-feira, novembro 16, 2004
Lado Norte
O brother Luciano Matos entrou para o time de colunistas do site da Mtv Brasil, com a coluna intitulada Lado Norte, cobrindo a cena norte/nordeste,alem de comentários, e criticas de discos.Ele já vinha escrevendo para a seção Drops da Mtv Brasil ,e na estreia da agora batizada Lado Norte uma excelente cobertura do Punka em Aracaju.No final em meio aos creditos, Luciano cita sua atividade no Rock Loco.Para acessar www.mtv.com.br, seção colunas.
segunda-feira, novembro 15, 2004
Qualé a sua Tim Festival?
A esta altura do campeonato todas as pessoas que acompanham a musica pop já devem ter lido e até visto na Globo sobre o Tim Festival.Bandas da hora , muita badalation, e ingressos esgotados há tempos para atrações como o Libertines e Kraftwerk. Isto em São Paulo, porque no Rio de Janeiro, a estória foi outra. Conforme relato de Lucio Ribeiro na Folha de São Paulo, a mini-edição do Tim, com atrações do porte do Primal Scream e os Libertines, apesar de terem feitos grandes shows, a plateia era reduzidissima. fato tambem constatado com ironia por Marcos Bragatto no Dynamite online. Segundo soube por um brother carioca, que não mais de 250 pessoas foram em pleno Rio, assistir a duas das mais quentes atrações em qualquer festival pop do mundo. Este mesmo brother, que não foi ao show, disse que o dia (uma segunda-feira) e falta de badalation afastaram os cariocas do evento, e os cariocas adoram um hype.Adiciono mais dois motivos, ao contrario do ano passado, os paulistas não foram em massa para ao evento, e a produção do festival pura e simplesmente não pôs ingressos do evento no Rio a venda. Eu tentei me informar sobre disponibilidade de ingressos para o Libertines, P.J. Harvey e Mars Volta e recebi a informação que TUDO tava vendido.Porra , se a Tim, uma multinacional com todos os recursos, não tem competencia para divulgar o evento corretamente tamos fudidos. Alem do que para varios estados do Brasil é mais barato e mais rapido ir pro Rio que para Sampa, como é o caso para nós baianos. Agora, que vexame este publico no Rio, tá parecendo até a Bahia...
terça-feira, novembro 09, 2004
SE JOGUEM
PRORROGADAS AS INSCRIÇÕES PARA O PRÊMIO LONDON BURNING DE MÚSICA INDEPENDENTE 2004
Por conta do grande número de material chegando diariamente ao QG do London Burning, foram prorrogadas até o dia 20 de novembro as inscrições para o Prêmio London Burning de Música Independente 2004, uma das mais importantes premiações independentes do Brasil. Duas das revelações descobertas pelo London Burning no ano passado assinaram com grandes gravadoras esse ano, Brava (Universal) e Gram (Deck). Será esse o ano da sua banda? Podem concorrer discos lançados entre setembro de 2003 a setembro de 2004, apenas de gravadoras independentes brasileiras.
As categorias são: MELHOR BANDA, ÁLBUM DO ANO, MÚSICA DO ANO, REVELAÇÃO RJ, REVELAÇÃO BRASIL, MELHOR VÍDEO, MELHOR DEMO-EP-CDR, MELHOR COLETÂNEA, MELHOR SELO OU GRAVADORA INDEPENDENTE, MELHOR VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO.
Para participar, é preciso mandar 2 cópias do seu material com relase e foto para Rua Jardim Botânico 236/ 604 - CEP 22461-000 Rio de Janeiro - RJ. Cada categoria terá entre 5 a 10 indicados, que serão escolhidos nessa fase final por um júri de 10 dos mais importantes jornalistas/donos de gravadora/produtores indies/formadores de opinião do país. Boa sorte. www.londonburning.com.br
Por conta do grande número de material chegando diariamente ao QG do London Burning, foram prorrogadas até o dia 20 de novembro as inscrições para o Prêmio London Burning de Música Independente 2004, uma das mais importantes premiações independentes do Brasil. Duas das revelações descobertas pelo London Burning no ano passado assinaram com grandes gravadoras esse ano, Brava (Universal) e Gram (Deck). Será esse o ano da sua banda? Podem concorrer discos lançados entre setembro de 2003 a setembro de 2004, apenas de gravadoras independentes brasileiras.
As categorias são: MELHOR BANDA, ÁLBUM DO ANO, MÚSICA DO ANO, REVELAÇÃO RJ, REVELAÇÃO BRASIL, MELHOR VÍDEO, MELHOR DEMO-EP-CDR, MELHOR COLETÂNEA, MELHOR SELO OU GRAVADORA INDEPENDENTE, MELHOR VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO.
Para participar, é preciso mandar 2 cópias do seu material com relase e foto para Rua Jardim Botânico 236/ 604 - CEP 22461-000 Rio de Janeiro - RJ. Cada categoria terá entre 5 a 10 indicados, que serão escolhidos nessa fase final por um júri de 10 dos mais importantes jornalistas/donos de gravadora/produtores indies/formadores de opinião do país. Boa sorte. www.londonburning.com.br
segunda-feira, novembro 08, 2004
TROCA RAUL! OU: DROGA, RAUL!
Fim de semana agitado (pfuah!), com vários shows aqui e lá no Brasil. Vamos separar por dias para não dar um nó no juízo.
SEXTA: depois que eu saí espalhando por tudo quanto é site, blog, flog e o caralho a quatro anunciando que os Autoramas iam para o programa de sexta, a boa e velha de Lei de Murphy funcionou e aconteceu o mais provável de acontecer: ELES NÃO VIERAM. Claro. Se eu não tivesse anunciado zorra nenhuma, eles provavelmente estariam lá desde o início. E quase ninguém teria ouvido. Bom, a razão é a mais simples possível: a passagem de som no Tapioca só começou por volta das 20h, por acaso, mesmo horário em que começa o programa. Mas tudo bem, o programa foi o bicho, eu e Mário Jorge seguramos a peteca legal e foi beleza. Nossas sinceras desculpas às centenas de milhares de ouvintes fiéis que formularam seus questionamentos, dúvidas e inquietações para perguntar ao vivo a galera da banda. Fica pra próxima. Já no Tapioca, um público razoável compareceu ao show que contou com uma ótima abertura da Los Canos, que, à vontade, fez um show redondinho e animou o povo com hits como Bandinha de rock e Ela não gosta de mim, entre outros. Faltou Mercadologia, mas foi o bicho. No fim da apresentação, Gabriel do Autoramas subiu no palco, fez um discurso jogando merecidos confetes sobre a banda e cantou uma música bem legal, mas que não lembro qual foi agora.
Público aquecido, em pouco tempo os Autoramas sobem no palco e mandam ver seu som acelerado, sem medo de errar. A galera gosta, e suando, nego pedia mais. Como não sou familiarizado com o repertório da banda (fora os hits), me abstenho de ficar citando nome de música aqui. Notável o entrosamento do trio Gabriel / Simone / Bacalhau. Por vezes, baixo, guitarra e bateria parecia tudo um instrumento só, ia tudo pro mesmo lado, pra logo depois se espalharem de novo em bela e furiosa harmonia. Bom show. A surpresa ficou pro final. Uma batida meio tribal, um som meio familiar... Ting! Bateu. Comentei com o doidão do Tales, que tava do meu lado: ?Porra, é Blue monday do New Order!? Tales: ?Caralho, é mesmo! Vou lá cantar!? Ri e me distraí por uns dois segundos. Quando olhei para o palco de novo, Tales já tava lá em cima, cantando num inglês embromation de deixar aquela menina do Big Brother (o programa da Globo) envergonhada. Mas não é que a galera se amarrou, mesmo ele mandando todo mundo pra?quele lugar no embromation lá dele? Loucura perde.
SÁBADO: A ressaca horripilante que se abateu sobre minha pessoa no sábado (acrescida de uma forte indisposição intestinal, mas acho que isso não interessa a ninguém aqui) não me impediu de comparecer ao show de lançamento do cd demo da Sangria no Berinjela, de grátis, com participação da Tequilers e Tritor. Som bala, do companheiro Salomão, como já está virando tradição nessas ocasiões. Sabe como é: não basta ser de grátis. Tem que ser audível, correto? O fim de tarde foi aberto pela Tequilers, banda do meu mestre Cebola e do companheiro Eduardo Bastos, este último demonstrando uma insuspeita habilidade com a guitarra, me surpreendeu com belos riffs e solos sucintos, no quilo. Bacana. O som, a primeira vista e salvo engano, me pareceu meio na veia do Deep Purple, com a utilização de teclados e letras em português. Cebola, no baixo e vocal, é carismático pra cacete e divide bem as atenções no palco com Eduardo e seu promissor batera, Dantas. O climão meio 70 do som é quebrado pela participação da companheira Simone, que canta uma música que, pelo menos aos meus ouvidos, remeteu aos sons mais tristonhos dos anos 80, com uma pegada mais pop. Promete. Vamos ver os próximos shows.
Na seqüência, a Sangria quebrou tudo. Esquizofrenia já é hit. Sangria, a canção, promete se tornar um hino com seu refrão simples e raivoso. Os covers de Lay, lady lay, de Dylan, e da Dinky Dau e da Úteros levantam a galera. Uma rodinha de pogo ainda tímida, com poucos moleques punks, se forma convidativa, prometendo aumentar nos próximos shows. Já disse isso aqui e repito: não dou um ano para a Sangria se tornar uma das mais queridas e requisitadas bandas de rock da cidade. Ponto.
Depois da Sangria foi a vez da Tritor, projeto hip hop de Edbrás, Nego Play e Caveira, mais um brother que não sei o nome, foi mal aê. Não sou chegado em rap e hip hop, mas devo dizer que fiquei bem impressionado com o pouco que vi da apresentação deles. Todo mundo de capa de chuva amarela com capuz e a inscrição Tritor Tecnologia nas costas, dois djs e dois mcs se revezando, Edbrás soprando seu trompete vez ou outra, Tiaguinho Nego Play costurando instigantes linhas de baixo com sua habitual competência e samplers muito bem escolhidos. Bom: se eu falar mais aqui, vou deixar de ser honesto e partir pro chute, coisa que não é muito a minha onda. Fui pra casa, que a seqüela da noite de sexta ainda tava pegando.
DOMINGO: e não é que o merchandising da TIM falou mais alto e dona Rede Bahia deixou passar a transmissão ao vivo do show do Libertines? Como já se sabia, Pete Doherty não veio e sobrou pro Carl Barat ser o frontman. É foda comentar show pela tv, mas que inveja daquele povo lá! Apesar da ausência do pé na jaca Doherty, os Libertines, com o auxílio de um louquíssimo guitarrista substituto, mandaram ver bonito uma seqüência de hits na primeira meia hora do show que a Globo transmitiu. Time for heroes, Cant stand me now e Up the bracket levaram o povo ao delírio. Barat, ainda meio contido, parecia oscilar entre o profissionalismo e a vontade de quebrar tudo, coisa que deve ter feito mais pro fim do show. À essa altura, nossos ressacados colunistas do rock já devem estar digitando seus testemunhos sobre essa apresentação histórica. Enquanto isso, aqui na terrinha, malucos de rua ainda gritam a plenos pulmões para tocar Raul. Já eu, peço encarecidamente: Troca Raul!
SEXTA: depois que eu saí espalhando por tudo quanto é site, blog, flog e o caralho a quatro anunciando que os Autoramas iam para o programa de sexta, a boa e velha de Lei de Murphy funcionou e aconteceu o mais provável de acontecer: ELES NÃO VIERAM. Claro. Se eu não tivesse anunciado zorra nenhuma, eles provavelmente estariam lá desde o início. E quase ninguém teria ouvido. Bom, a razão é a mais simples possível: a passagem de som no Tapioca só começou por volta das 20h, por acaso, mesmo horário em que começa o programa. Mas tudo bem, o programa foi o bicho, eu e Mário Jorge seguramos a peteca legal e foi beleza. Nossas sinceras desculpas às centenas de milhares de ouvintes fiéis que formularam seus questionamentos, dúvidas e inquietações para perguntar ao vivo a galera da banda. Fica pra próxima. Já no Tapioca, um público razoável compareceu ao show que contou com uma ótima abertura da Los Canos, que, à vontade, fez um show redondinho e animou o povo com hits como Bandinha de rock e Ela não gosta de mim, entre outros. Faltou Mercadologia, mas foi o bicho. No fim da apresentação, Gabriel do Autoramas subiu no palco, fez um discurso jogando merecidos confetes sobre a banda e cantou uma música bem legal, mas que não lembro qual foi agora.
Público aquecido, em pouco tempo os Autoramas sobem no palco e mandam ver seu som acelerado, sem medo de errar. A galera gosta, e suando, nego pedia mais. Como não sou familiarizado com o repertório da banda (fora os hits), me abstenho de ficar citando nome de música aqui. Notável o entrosamento do trio Gabriel / Simone / Bacalhau. Por vezes, baixo, guitarra e bateria parecia tudo um instrumento só, ia tudo pro mesmo lado, pra logo depois se espalharem de novo em bela e furiosa harmonia. Bom show. A surpresa ficou pro final. Uma batida meio tribal, um som meio familiar... Ting! Bateu. Comentei com o doidão do Tales, que tava do meu lado: ?Porra, é Blue monday do New Order!? Tales: ?Caralho, é mesmo! Vou lá cantar!? Ri e me distraí por uns dois segundos. Quando olhei para o palco de novo, Tales já tava lá em cima, cantando num inglês embromation de deixar aquela menina do Big Brother (o programa da Globo) envergonhada. Mas não é que a galera se amarrou, mesmo ele mandando todo mundo pra?quele lugar no embromation lá dele? Loucura perde.
SÁBADO: A ressaca horripilante que se abateu sobre minha pessoa no sábado (acrescida de uma forte indisposição intestinal, mas acho que isso não interessa a ninguém aqui) não me impediu de comparecer ao show de lançamento do cd demo da Sangria no Berinjela, de grátis, com participação da Tequilers e Tritor. Som bala, do companheiro Salomão, como já está virando tradição nessas ocasiões. Sabe como é: não basta ser de grátis. Tem que ser audível, correto? O fim de tarde foi aberto pela Tequilers, banda do meu mestre Cebola e do companheiro Eduardo Bastos, este último demonstrando uma insuspeita habilidade com a guitarra, me surpreendeu com belos riffs e solos sucintos, no quilo. Bacana. O som, a primeira vista e salvo engano, me pareceu meio na veia do Deep Purple, com a utilização de teclados e letras em português. Cebola, no baixo e vocal, é carismático pra cacete e divide bem as atenções no palco com Eduardo e seu promissor batera, Dantas. O climão meio 70 do som é quebrado pela participação da companheira Simone, que canta uma música que, pelo menos aos meus ouvidos, remeteu aos sons mais tristonhos dos anos 80, com uma pegada mais pop. Promete. Vamos ver os próximos shows.
Na seqüência, a Sangria quebrou tudo. Esquizofrenia já é hit. Sangria, a canção, promete se tornar um hino com seu refrão simples e raivoso. Os covers de Lay, lady lay, de Dylan, e da Dinky Dau e da Úteros levantam a galera. Uma rodinha de pogo ainda tímida, com poucos moleques punks, se forma convidativa, prometendo aumentar nos próximos shows. Já disse isso aqui e repito: não dou um ano para a Sangria se tornar uma das mais queridas e requisitadas bandas de rock da cidade. Ponto.
Depois da Sangria foi a vez da Tritor, projeto hip hop de Edbrás, Nego Play e Caveira, mais um brother que não sei o nome, foi mal aê. Não sou chegado em rap e hip hop, mas devo dizer que fiquei bem impressionado com o pouco que vi da apresentação deles. Todo mundo de capa de chuva amarela com capuz e a inscrição Tritor Tecnologia nas costas, dois djs e dois mcs se revezando, Edbrás soprando seu trompete vez ou outra, Tiaguinho Nego Play costurando instigantes linhas de baixo com sua habitual competência e samplers muito bem escolhidos. Bom: se eu falar mais aqui, vou deixar de ser honesto e partir pro chute, coisa que não é muito a minha onda. Fui pra casa, que a seqüela da noite de sexta ainda tava pegando.
DOMINGO: e não é que o merchandising da TIM falou mais alto e dona Rede Bahia deixou passar a transmissão ao vivo do show do Libertines? Como já se sabia, Pete Doherty não veio e sobrou pro Carl Barat ser o frontman. É foda comentar show pela tv, mas que inveja daquele povo lá! Apesar da ausência do pé na jaca Doherty, os Libertines, com o auxílio de um louquíssimo guitarrista substituto, mandaram ver bonito uma seqüência de hits na primeira meia hora do show que a Globo transmitiu. Time for heroes, Cant stand me now e Up the bracket levaram o povo ao delírio. Barat, ainda meio contido, parecia oscilar entre o profissionalismo e a vontade de quebrar tudo, coisa que deve ter feito mais pro fim do show. À essa altura, nossos ressacados colunistas do rock já devem estar digitando seus testemunhos sobre essa apresentação histórica. Enquanto isso, aqui na terrinha, malucos de rua ainda gritam a plenos pulmões para tocar Raul. Já eu, peço encarecidamente: Troca Raul!
sexta-feira, novembro 05, 2004
Se o Rock não fosse Loco, não se amarrava tanto em comédia
Galera, vi esse filme ontem e quase me borrei. Não resisti e fiz aquela resenhazinha procês. Quem assistir, sinta-se livre para partilhar suas impressões nos comments... (pfuah!)
Starsky & Hutch - Justiça em dobro (Starsky & Hutch) EUA, 2004 Comédia - 101 min. Direção: Todd Phillips Roteiro: Steve Long, John O'Brien, Todd Phillips, Scot Armstrong Elenco: Ben Stiller, Owen Wilson, Snoop Dogg, Vince Vaughn, Carmen Electra, Molly Sims, Amy Smart, Juliette Lewis.
Este seria só mais um filme ruim aproveitando a onda de adaptar antigos seriados televisivos para o cinema como SWAT, As Panteras ou Missão: Impossível, não fosse um pequeno detalhe: ao invés de atualizar a série, como nos péssimos filmes acima citados, o diretor e a equipe de roteiristas optaram por trilhar o caminho contrário. Assim, o filme é ambientado ainda nos anos 70, e mostra como a dupla de policiais à paisana Dave Starsky (Stiller, maravilhosamente canastrão) e Ken ?Hutch? Hutchinson (Wilson, ótimo) se conheceu e se tornou parceira. A grande jogada é que o tom do filme, que na série era policialesco, aqui ganha ares de comédia ultraescrachada. E nem poderia ser diferente, com Ben Stiller encabeçando o elenco. Como em todo filme de parceiros na luta contra o crime, a química entre os dois é explosiva: Starsky é um nerd CDF e motivo de riso no departamento de polícia. Já Hutch é o típico malandrão, ligeiramente corrupto, mas não chega a ser maligno. E aí sobram citações e / ou recriações de inúmeras cenas do tipo ?já vi isso antes? dos seriados policiais dos anos 70, aos Embalos de sábado à noite e até mesmo da década anterior, vide a hilária citação à Easy rider ? Sem destino. Ou então a cena onde a dupla se ?disfarça? de mímicos na festa de 15 anos da filha do traficante Reese Feldman (Vince Vaughn, atuando novamente com Stiller depois de Dodgeball ? Com a bola toda) e tenta desmascara-lo no meio da celebração, com resultados desastrosos. E como estamos nos anos 70, a tríade cocaína, discoteca e sexo livre também entram na dança e rendem momentos memoráveis ao longo de todo o filme. Destaque ainda para a ótima atuação do rapper Snoop Dogg como o informante Huggy Bear e para a maluquete Juliette Lewis, linda como nunca. Alugue ontem na locadora mais próxima e morra de rir.
Starsky & Hutch - Justiça em dobro (Starsky & Hutch) EUA, 2004 Comédia - 101 min. Direção: Todd Phillips Roteiro: Steve Long, John O'Brien, Todd Phillips, Scot Armstrong Elenco: Ben Stiller, Owen Wilson, Snoop Dogg, Vince Vaughn, Carmen Electra, Molly Sims, Amy Smart, Juliette Lewis.
Este seria só mais um filme ruim aproveitando a onda de adaptar antigos seriados televisivos para o cinema como SWAT, As Panteras ou Missão: Impossível, não fosse um pequeno detalhe: ao invés de atualizar a série, como nos péssimos filmes acima citados, o diretor e a equipe de roteiristas optaram por trilhar o caminho contrário. Assim, o filme é ambientado ainda nos anos 70, e mostra como a dupla de policiais à paisana Dave Starsky (Stiller, maravilhosamente canastrão) e Ken ?Hutch? Hutchinson (Wilson, ótimo) se conheceu e se tornou parceira. A grande jogada é que o tom do filme, que na série era policialesco, aqui ganha ares de comédia ultraescrachada. E nem poderia ser diferente, com Ben Stiller encabeçando o elenco. Como em todo filme de parceiros na luta contra o crime, a química entre os dois é explosiva: Starsky é um nerd CDF e motivo de riso no departamento de polícia. Já Hutch é o típico malandrão, ligeiramente corrupto, mas não chega a ser maligno. E aí sobram citações e / ou recriações de inúmeras cenas do tipo ?já vi isso antes? dos seriados policiais dos anos 70, aos Embalos de sábado à noite e até mesmo da década anterior, vide a hilária citação à Easy rider ? Sem destino. Ou então a cena onde a dupla se ?disfarça? de mímicos na festa de 15 anos da filha do traficante Reese Feldman (Vince Vaughn, atuando novamente com Stiller depois de Dodgeball ? Com a bola toda) e tenta desmascara-lo no meio da celebração, com resultados desastrosos. E como estamos nos anos 70, a tríade cocaína, discoteca e sexo livre também entram na dança e rendem momentos memoráveis ao longo de todo o filme. Destaque ainda para a ótima atuação do rapper Snoop Dogg como o informante Huggy Bear e para a maluquete Juliette Lewis, linda como nunca. Alugue ontem na locadora mais próxima e morra de rir.
AUTORAMAS A MIL NO ROCK LOCO DE SEXTA
Não sei se irão todos os três ou se vão dois ou apenas um só, mas a banda carioca Autoramas é a atração desta sexta no Rock Loco, comigo e Mário Jorge. Na sequência, showzaço no Tapioca. Se vc é fã da banda, ou não, tanto faz, aproveite e faça sua pergunta no ar: ligue 240-9856 e fale com os Autoramas que eles respondem na hora. Ou não, dependendo do grau de cretinice da pergunta. Como eu e Mário só costumamos fazer perguntas cretinas, formule a sua diretinho e ligue para o programa. Só não vale falar (muito) palavrão, por que a comunidade reclama e / ou pedir ingresso. É aquela velha história, ligue para o Rock Loco e concorra a um milhão de beliscões na bunda. É tudo o que temos para oferecer. Pelo menos por enquanto.
Mudando de assunto, notícia quente e ótima: Vivendo em grande estilo, o excelente e superaguardado terceiro cd da lendária Doutor Cascadura já tem data de lançamento: 15 de novembro. Segundo email enviado pela própria banda ao seu mailing, "na segunda quinzena chega nas lojas lançado pela Rio 8 Fonográfica e distribuído pela Unimar Music". O último a comprar é a concubina do vigário. Para ir dando um gostinho, divirta-se com os diversos endereços virtuais da banda pela internet:
www.fotolog.net/drcascadura
www.drcascadura.com
www.orkut.com (dr. cascadura)
www.tramavirtual.com.br (dr cascadura)
Ah, por falar em concubina do vigário, não percam Meninos de Deus, excelente filme independente americano que conta uma bela história de dois amigos adolescentes coroinhas de igreja e estudantes de uma escola católica que se refugiam da incompreensão adulta na criação de uma revista em quadrinhos. O filme alterna cenas com os (ótimos) atores e um desenho animado, digamos, irado, produzido pelo criador do Spawn, Todd MacFarlane. Em uma palavra: BALA. Tava passando no Cinema do Museu. Dá uma checada no jornal pra saber se ainda tá passando, que vale a pena.
Mudando de assunto, notícia quente e ótima: Vivendo em grande estilo, o excelente e superaguardado terceiro cd da lendária Doutor Cascadura já tem data de lançamento: 15 de novembro. Segundo email enviado pela própria banda ao seu mailing, "na segunda quinzena chega nas lojas lançado pela Rio 8 Fonográfica e distribuído pela Unimar Music". O último a comprar é a concubina do vigário. Para ir dando um gostinho, divirta-se com os diversos endereços virtuais da banda pela internet:
www.fotolog.net/drcascadura
www.drcascadura.com
www.orkut.com (dr. cascadura)
www.tramavirtual.com.br (dr cascadura)
Ah, por falar em concubina do vigário, não percam Meninos de Deus, excelente filme independente americano que conta uma bela história de dois amigos adolescentes coroinhas de igreja e estudantes de uma escola católica que se refugiam da incompreensão adulta na criação de uma revista em quadrinhos. O filme alterna cenas com os (ótimos) atores e um desenho animado, digamos, irado, produzido pelo criador do Spawn, Todd MacFarlane. Em uma palavra: BALA. Tava passando no Cinema do Museu. Dá uma checada no jornal pra saber se ainda tá passando, que vale a pena.
quarta-feira, novembro 03, 2004
The American Idiot
REM protestou, Beastie Boys detonou, Audioslave denunciou, Green Day esperneou, Bruce Springsteen cantou, Marilyn Manson assustou e Michael Moore documentou, mas pelo jeito, não adiantou porra nenhuma, pois o caipirão do Texas continua presidente do mundo. O lamentável instinto redneck desgraçado daquele povo fala mais alto que tudo. Depois ainda reclamam do brasileiro. É como dizia aquela velha camiseta da Casseta Popular: ?Ê povinho bunda!?
sexta-feira, outubro 29, 2004
Guitarra na Fogueira: Rodrigo Sputter Chagas
Bom, todo mundo q já ouviu o Rock Loco às sextas, deve ter percebido q uma das grandes influências (para este q vos escreve, pelo menos) é a sensacional dupla Rock Gol da MTV, Paulo Bonfá e Marco Bianchi. Ora, isto posto, devo admitir q o post q ora vossa senhoria lê é uma homenagem ao mais engraçado quadro do supracitado programa: o Bola na Fogueira, a alegria da família brasileira, como alardeiam seus apresentadores. OK, tá bom, homenagem é o caralho: trata-se de uma imitação descarada, isso sim. Mas tb, dane-se: quero mais é me divertir nessa bagaça (e fazer vcs se divertirem tb, claro). E falando em diversão, ninguém melhor para abrir essa nova série de entrevistas do Rock G, ops, Rock Loco, do que ele: o mais beatnik (e talvez um dos mais letrados) dos roqueiros baianos. Ele, cujas papilas gustativas conhecem como ninguém o sabor de um microfone AKG. Ele, que traz em suas cuecas encardidas a marca da feijoada do último domingo: RODRIGO SPUTTER CHAGAS, o EXTRAORDINÁRIO VOCALISTA DA THE HONKERS! (som da multidão delirando: eeeeeeeeeee!...). Bom, é isso: se vc procura uma entrevista séria, onde Sputter fale sobre suas influências, shows, o próximo disco, well... procurou no lugar errado. Só para terminar: se vcs gostarem, se as manifestações nos comments forem positivas, poderemos fazer outras Guitarras na Fogueira para a alegria da família roqueira baiana. Se não, sei lá. Eu invento outra merda depois. Com vcs, Rodrigo Sputter Chagas em: Guitarra na Fogueira.
Rock Loco: Rodrigo Sputter Chagas, mesmo sendo o frontman extraordinário que o senhor é no palco, é duro de agüentar o peso de uma banda tão bem entrosada como os Honkers por trás?
Sputter Chagas: Rapaz o q é feito com carinho e amor sempre é gostoso e rola fácil... Mas Às vezes as coisas são duras e pesadas e o palco arrebenta, vide nosso último show em Aracaju...
Rock Loco: No caso de dificuldades técnicas prejudicarem a performance irretocável da banda, o senhor fica muito, digamos, Sputter da vida no palco?
Sputter Chagas: Nem, porque quando as coisas ficam difíceis jogo as mãos e microfone para os céus e oro para Jah e tudo fica em suas mãos e dreadlocks...
Rock Loco: E no caso de um show em palco grande, digamos que seu baixista (ou guitarrista, tanto faz) saiu passeando e acabou por desplugar o instrumento. O senhor segura no cabo dele, ou deixa onde está?
Sputter Chagas: Eu seguro com carinho e jeitinho e meto o plug no buraco direito para num fazer barulho... E tb quando não guento + eu tiro do buraco bem rápido, pois quando não acaba logo fico cansado..
Rock Loco: É público e notório que o senhor gosta de brincar com o microfone e introduzi-lo nos mais diversos locais. O povo quer saber: o senhor usa gel lubrificante, ou vai no seco mesmo?
Sputter Chagas: Rapá como eu enfio na boca o velho cuspe faz as coisas deslizarem + rapidamente...
Rock Loco: O senhor costuma ficar de cueca no palco. As manchas marrons detectadas em seus fundilhos nos últimos shows são resultado de a) diarréia b) disenteria ou c) falta de papel higiênico em casa?
Sputter Chagas: É um resultado de uma obra sputtônica, num posso revelar o segredo, mas se quiseres posso te emprestar para vc dar uma conferida, quer?
Rock Loco: Uh, não, obrigado. Fica pra próxima. Pra concluir: para o senhor, o que é um Rock Loco? E por favor, deixe uma última palavra aos nossos leitores, milhares deles, seus fãs.
Sputter Chagas: O rock loco é um negoço suíngado e cheio de ginga, suor, microfones nas ancas e muita microfonia - heheehehehe! Em tempo de mortes repentinas essa frase me veio a cabeça: Quando eu morrer só acreditarei na sinceridade de uma homenagem: o agente funerário não cobrar o enterro.
Rock Loco: Rodrigo Sputter Chagas, mesmo sendo o frontman extraordinário que o senhor é no palco, é duro de agüentar o peso de uma banda tão bem entrosada como os Honkers por trás?
Sputter Chagas: Rapaz o q é feito com carinho e amor sempre é gostoso e rola fácil... Mas Às vezes as coisas são duras e pesadas e o palco arrebenta, vide nosso último show em Aracaju...
Rock Loco: No caso de dificuldades técnicas prejudicarem a performance irretocável da banda, o senhor fica muito, digamos, Sputter da vida no palco?
Sputter Chagas: Nem, porque quando as coisas ficam difíceis jogo as mãos e microfone para os céus e oro para Jah e tudo fica em suas mãos e dreadlocks...
Rock Loco: E no caso de um show em palco grande, digamos que seu baixista (ou guitarrista, tanto faz) saiu passeando e acabou por desplugar o instrumento. O senhor segura no cabo dele, ou deixa onde está?
Sputter Chagas: Eu seguro com carinho e jeitinho e meto o plug no buraco direito para num fazer barulho... E tb quando não guento + eu tiro do buraco bem rápido, pois quando não acaba logo fico cansado..
Rock Loco: É público e notório que o senhor gosta de brincar com o microfone e introduzi-lo nos mais diversos locais. O povo quer saber: o senhor usa gel lubrificante, ou vai no seco mesmo?
Sputter Chagas: Rapá como eu enfio na boca o velho cuspe faz as coisas deslizarem + rapidamente...
Rock Loco: O senhor costuma ficar de cueca no palco. As manchas marrons detectadas em seus fundilhos nos últimos shows são resultado de a) diarréia b) disenteria ou c) falta de papel higiênico em casa?
Sputter Chagas: É um resultado de uma obra sputtônica, num posso revelar o segredo, mas se quiseres posso te emprestar para vc dar uma conferida, quer?
Rock Loco: Uh, não, obrigado. Fica pra próxima. Pra concluir: para o senhor, o que é um Rock Loco? E por favor, deixe uma última palavra aos nossos leitores, milhares deles, seus fãs.
Sputter Chagas: O rock loco é um negoço suíngado e cheio de ginga, suor, microfones nas ancas e muita microfonia - heheehehehe! Em tempo de mortes repentinas essa frase me veio a cabeça: Quando eu morrer só acreditarei na sinceridade de uma homenagem: o agente funerário não cobrar o enterro.
quinta-feira, outubro 28, 2004
Rock 'n' Eclipse
Em noite de eclipse (lunar?) o rock loco desta quarta comprovou a teoria do caos e tumultuou a ordem estelar.Com a participação especialissima de Glauber Guimarães, vulgo Mosca, e de tres Honkers, Dimi, Brust e Bruno, os convidados comandaram sets musicais impecaveis para deleite e descanso de Bigs e Sora(eu cheguei depois).Eu tinha um compromisso,estava na duvida se ia pro rock loco, mas ao ligar a radio e me deparar com o set de Glauber, rumei pra radio.Set composto por blues , soul ,rock'n'roll, unidos por rara sensibilidade e bom gosto. Como disse Bigs, era um rock mais leve que os habituais das quartas, mas era rock.Os Honkers, por sua vez não deixaram a peteca cair, e Dimi e Brust fizeram um set devastador com rock, garage,rockabilly e ainda contaram casos referente ao ataque de estrelismo dos caras dos Los Hermanos no Punka.Coisas do tipo de deixar o finado Freddie Mercury com inveja, com direito a interdição do backstage até Marcelo Camelo sair do camarim até o palco, deixando as outras bandas que a essa altura queriam simplesmente sair dali o quanto antes, retidas nos seus camarins até o Marcelo Mercury,ops, Camelo entrasse no palco, quem diria. Mas voltando ao que interessa , apesar do sinal de radio restrito, o rock loco pouco a pouco esta se transformando na grande referencia rocker da cidade em termos de musica, alem é claro de ponto reunião das bandas locais.Rock'n' eclipse.
terça-feira, outubro 26, 2004
RÁDIOS ROCK DE LUTO: MORRE JOHN PEEL
O homem que botou o Reino Unido (e por tabela, o mundo) para ouvir Sex Pistols, Clash, Smiths, Fall, Jesus and Mary Chain, Pulp, Blur e praticamente tudo o que importa no rock britânico faleceu na cidade de Cuzco, no Peru, onde curtia férias com a esposa. Peel ficou conhecido por ser um DJ q acreditava e dava a maior força às novas bandas e movimentos. Em meados da década de 70, era criticado por seus colegas por dar espaço em sua programação às bandas punk, então consideradas uma moda passageira. Outro grande feito seu foram as famosas Peel Sessions, concertos no estúdio da rádio que acabaram por batizar vários discos de inúmeras bandas que por lá passaram. Peel ainda foi um dos responsáveis pela popularização do reggae e do funk. Bom: ninguém melhor para dar a ficha do homem senão sua própria casa: leiam aqui, no site da BBC em português, o obituário do segundo mais importante radialista do rock. O primeiro, claro, foi o Alan Freed, o homem que na década de 50, batizou a música (e o estilo de vida) que tanto amamos, de rock n roll.
ATUALIZAÇÃO: Conheçam também o site oficial do cara, que é bem recheado de informações. Aproveite e deixe sua própria mensagem de condolências à família, ao povo britânico e ao rock, enfim. Eu, o Jarvis Cocker (Pulp) e o Damon Albarn (Blur) já deixamos as nossas.
ATUALIZAÇÃO: Conheçam também o site oficial do cara, que é bem recheado de informações. Aproveite e deixe sua própria mensagem de condolências à família, ao povo britânico e ao rock, enfim. Eu, o Jarvis Cocker (Pulp) e o Damon Albarn (Blur) já deixamos as nossas.
Leituras interessantes
--Documentário "Mate Seus Ídolos" investiga as contradições do punk
BRUNO YUTAKA SAITO
da Folha de S.Paulo, de hoje, tá la na ilustrada online e é bastante interessante a bordagem do diretor Scott Crary a uma das correntes musicais do punk, a "no wave" novaiorquina.Muito bom quando ele constata que o punk não era exatamente um genero musical e/ou moda e sim
uma larga ideologia sobre rebelião, insatisfação.
--A materia de capa da inglesa Uncut deste mês, sobre os 25 anos de lançamento do "London Calling" do Clash é um primor de jornalismo musical.Perspectiva historica e admiração sem babação, e um relato do trabalho mais significativo da banda punk mais significativa da historia. Ramones e Sex Pistols são mais importantes pelo aspecto do pionerismo, estetica musical e choque cultural, mais o Clash alargou as fronteiras do punk, dando consistencia ao movimento(epa!), garantintindo sua relevancia e sobrevivencia.
BRUNO YUTAKA SAITO
da Folha de S.Paulo, de hoje, tá la na ilustrada online e é bastante interessante a bordagem do diretor Scott Crary a uma das correntes musicais do punk, a "no wave" novaiorquina.Muito bom quando ele constata que o punk não era exatamente um genero musical e/ou moda e sim
uma larga ideologia sobre rebelião, insatisfação.
--A materia de capa da inglesa Uncut deste mês, sobre os 25 anos de lançamento do "London Calling" do Clash é um primor de jornalismo musical.Perspectiva historica e admiração sem babação, e um relato do trabalho mais significativo da banda punk mais significativa da historia. Ramones e Sex Pistols são mais importantes pelo aspecto do pionerismo, estetica musical e choque cultural, mais o Clash alargou as fronteiras do punk, dando consistencia ao movimento(epa!), garantintindo sua relevancia e sobrevivencia.
As apostas continuam
A veterana revista Rolling Stone continua sua busca pelo futuro do rock.Sua ultima edição indicam 10 bandas alternativas para ficarmos de olho. Das ultimas listas de 10 bandas, segundo eles proprios, eles acertaram o Yeah Yeah Yeahs, Damien Rice, G-Unit, e Norah Jones(?) . Vamos a ultima incursão dos caras pela futurologia:
1-) My Chemical Romance - emocore mais gritado ainda
2-) The Bravery- Banda new wave, ja na mira de gravadoras
3-) Citizen Cope- nome real Clarence Greenwood, branquelo que funde blues e hip-hop
4-) Fall Out Boy- banda de punk rock de chicago
5-) Psapp- duo ingles que faz eletronica com brinquedos
6-) Skye Sweetnam- ninfeta de 16 aninhos natural do Canada, fazendo rock com atitude. Cuidado Avril!
7-) Rilo Kiley- banda indie de L.A. com influencias folk e baladas.(Essa eu conheço, minha opinião : nada de mais)
8-) The Game- gente de Dr. Dre, gangsta
9-) The Dears- banda de Montreal , que fazem pop epico, quase sinfonico( conheço duas faixas: bem interessante)
10-) Lacuna Coil- banda de goth metal de Milão! essa é inedita, pela primeira vez vejo os americanos indicaram uma banda italiana. Segundo os caras é um Evanescence mais pesado. Olho na vocalista gostosa Cristina Scabia.
Bem é isso , boa pesquisa na net.
1-) My Chemical Romance - emocore mais gritado ainda
2-) The Bravery- Banda new wave, ja na mira de gravadoras
3-) Citizen Cope- nome real Clarence Greenwood, branquelo que funde blues e hip-hop
4-) Fall Out Boy- banda de punk rock de chicago
5-) Psapp- duo ingles que faz eletronica com brinquedos
6-) Skye Sweetnam- ninfeta de 16 aninhos natural do Canada, fazendo rock com atitude. Cuidado Avril!
7-) Rilo Kiley- banda indie de L.A. com influencias folk e baladas.(Essa eu conheço, minha opinião : nada de mais)
8-) The Game- gente de Dr. Dre, gangsta
9-) The Dears- banda de Montreal , que fazem pop epico, quase sinfonico( conheço duas faixas: bem interessante)
10-) Lacuna Coil- banda de goth metal de Milão! essa é inedita, pela primeira vez vejo os americanos indicaram uma banda italiana. Segundo os caras é um Evanescence mais pesado. Olho na vocalista gostosa Cristina Scabia.
Bem é isso , boa pesquisa na net.