Esse é meu último post do ano. Pessoalmente, um ano difícil pra caralho, de poucos avanços profissionais (muito por minha própria culpa, admito) e imensas perdas. É horrível dizer isso, mas termino esse ano sentindo que perdi mais do que ganhei. Contudo, não vou terminar 2004 me lamentando, mas sim, agradecendo.
Afinal, esse foi o ano em que o maravilhoso, extraordinário e fenomenal ROCK LOCO entrou em nossas vidas.
E por isso eu faço questão de mandar aquele abraço e um big THANX para meu amigo irmão Mário Jorge, que começou essa loucura toda ao tirar da cartola, em um belo dia de fevereiro (ou janeiro?) último, um convite inusitado: "Chicão, tô fazendo um programa de rock numa rádio comunitária. Quer ir lá comigo botar um som?" E eu fui. E fui de novo na semana seguinte. E novamente na semana posterior. E não saí mais. Mário, seu maluco, vc praticamente colocou o rock de volta na minha vida e me inventou como disc-jockey. Rapaz, que prazer fazer esse programa, vou te contar.
Obrigado à toda a trupe (velhos conhecidos e novos amigos, todos muito queridos) que veio na sequência e também comprou essa idéia (e essa briga), agregando um valor inestimável ao Rock Loco: Osvaldo Bramz, Sora Maia, Luciano Matos, Rogério Big Brother, Roney Jorge, Don Jorge e Greyce Schneider (fundadora deste blog).
Obrigado à toda galera da Rádio Primavera FM 103.5 (Márcio, Egberto e os outros) e ao nosso coordenador Adenílton Cerqueira (um homem, no mínimo, ousado e de cabeça aberta), às comunidades do Alto de Ondina (primeira base) e do Alto da Santa Cruz (base atual), que recebeu o Rock Loco de braços abertos e nos proporcionou momentos inesquecíveis ao microfone da rádio.
Obrigado à toda a galera ouvinte (de todos os bairros e comunidades) que ouve, opina, reclama, grita, declama poesia, toma cachaça, arrota, peida, coça o saco, deixa o volume da TV baixo, pede música, ri e chora com a gente em todos os programas.
Obrigado aos leitores desse humirde blog, sempre nos incentivando e comentando nossos posts nos, huh, comments. Muitos deles nem conseguem ouvir o programa devido ao alcance limitado de transmissão obrigatório das rádios comunitárias, mas que mesmo assim, sempre prestigiam o Rock Loco aqui e nas festas.
Obrigado a todos os músicos, amigos e jornalistas que abrilhantaram o programa com suas presenças luminosas e frases perspicazes: Cascadura, Forgotten Boys, Vamoz!, Lou, Honkers, Peu Sousa, Emerson Borel, Marco Butcher, Theatro de Seraphin, Tequillers, Leão da Drearylands, Márcio (B.A.) Martinez, Yara Vasku, Neyse Cunha, Tiago Fernandes, Saraucione, Batata, Pedro Bó, Apú, Cake, Seco, Ricardo Cury, Barbapapa e todos os outros que foram e, ou eu nem soube, ou não me lembro no momento.
Obrigado ao Calypso (Lourdes, Jean Claude), ao Miss Modular (Lorena e Melvin), e seus funcionários por abrigarem nossas festas de arromba e aguentarem tanta loucura (nossa e de nossos convidados).
E finalmente, eu agradeço à minha mulher, Carol, por ser tudo o que é e por conseguir me manter nos trilhos da sanidade mental.
E finalmente, muita saúde, rock e grana no bolso pra todos nós dessa comunidade rocker por natureza, que beleza.
Em 2005, stay Loco. Rock Loco.
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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quinta-feira, dezembro 30, 2004
terça-feira, dezembro 28, 2004
COLUNISTAS EM EVOLUÇÃO NA AVENIDA
Essa semana, nas colunas da Dynamite, Marcos Bragatto dá sua palavra final sobre a vergonhosa e altamente preconceituosa cobertura da dona Rede Globo sobre o assassinato do Dimebag Darrel. Já o Finatti fala do disco novo Ben Harper, aventa a possibilidade de termos (lá eles) New Order e The Cure no Curitiba Pop Festival 2005 e revela a possível identidade do seu difamador na comunidade do Orkut que leva seu nome. Cool (lá ele).
Por aqui, Miguel Cordeiro (que tava lá na nossa festinha curtindo a mil, mas quem não estava?), amigo do nosso Bramz e colaborador do blog irmão Clash City Rockers, escreve um texto demolidor, frio e bastante preciso acerca daquele estado de coisas sobre o qual eu rapidamente falei no post anterior, no texto do Glauber Rocha o filme. Desesperador. As vezes é melhor não ficar pensando muito sobre essas coisas para não se deprimir muito (ou enlouquecer de vez). Essa Bahia tem cura? Ou só uma bomba atômica mesmo? Mas temos saídas. O aeroporto, a BR 324 e a Baía de Todos os Santos tão aí pra isso...
Por aqui, Miguel Cordeiro (que tava lá na nossa festinha curtindo a mil, mas quem não estava?), amigo do nosso Bramz e colaborador do blog irmão Clash City Rockers, escreve um texto demolidor, frio e bastante preciso acerca daquele estado de coisas sobre o qual eu rapidamente falei no post anterior, no texto do Glauber Rocha o filme. Desesperador. As vezes é melhor não ficar pensando muito sobre essas coisas para não se deprimir muito (ou enlouquecer de vez). Essa Bahia tem cura? Ou só uma bomba atômica mesmo? Mas temos saídas. O aeroporto, a BR 324 e a Baía de Todos os Santos tão aí pra isso...
Se entrega, Corisco!...
ACABOU O PAPEL - O bicho pegou bonito na festinha de Natal do Rock Loco quinta-feira passada, no Miss Modular. O rock local em peso compareceu para prestigiar. Foi aquela coisa: não deu pra quem quis. Tanto que a cerveja acabou ali pelas duas, duas e meia da manhã. Falha nossa, foi mal aí a galera que depois veio reclamar (Leão & cia). Em todo caso, vamo ver se a gente consegue organizar mais uma pra marcar esse verão 2005, antes que acabe (o verão, não o Rock Loco, claro).
AQUELA COISA GLAUBER - Sei que muita gente vai torcer o nariz, mas não deixem (aqueles que se interessam) de alugar na locadora mais próxima o documentário Glauber o filme, labirinto do Brasil, de Sílvio Tendler. Preciosíssimo registro de nosso mais importante, revolucionário, fodão e tresloucado cineasta, Glauber o filme apresenta imagens até então inéditas do funeral e enterro do ilustre conquistense, além de um porrilhão de depoimentos de gente que entende da obra e conviveu com o homem. Cineastas, escritores, diretores de fotografia, críticos e atores, entre outros, dão sua visão, contam anedotas (João Ubaldo Ribeiro quase se mija de rir e acaba provocando a mesma reação no espectador) teorizam e discutem a vida, a obra e a morte do cineasta que quebrou com a noção de que cinema só serve pra contar historinhas com começo, meio e fim. Para ele, o cinema era uma coisa tão poderosa, que não poderia ser só isso. Ele queria revolucionar, influir, mostrar a cara do povão sem retoques na tela. Barroco como só um baiano poderia ser, preenchia seus filmes com símbolos, discursos, transformava-os em verdadeiras catedrais fílmicas com múltiplos significados, muitos deles pouco (ou nada) entendidos até hoje. Cometeu, no mínimo, duas obras fundamentais para o cinema mundial: Deus e o diabo na terra do sol (1964) e Terra em transe (1967), fimes cujas imagens transbordam de força poética, mas uma poesia muito macha, um verdadeiro soco direto no focinho dos poderosos, da ditadura, das oligarquias, estúdios de cinema e meios de comunicação. Esses, pelo menos, são os que consegui assistir e gostar, ainda na época da faculdade. Não são filmes fáceis (pelo menos para nós, jovens cabeçinhas acostumadas com o feijão com arroz das novelas globais). Mas é fácil se apaixonar por eles depois de conhecer as idéias que estão por trás de suas cenas. Na verdade, o Glauber Rocha pessoa, como personalidade, sempre foi ainda mais interessante que seus filmes. De um carisma irresistível, podemos até traçar um paralelo entre o cineasta e Raulzito, provavelmente sua contraparte musical mais óbvia. (Me acorrejam se eu estiver falando muita besteira, por favor.) Só mesmo caras como esses pra me dar um orgulho retado de ser baiano. Em todo caso, todo baiano que se preze precisa conhecer a vida e a obra desse cara que botava pra fuder, não comia nada de ninguém (esculhambava tanto com a direita quanto com a esquerda em uma época perigosíssima para livres pensadores) e era rock pra caralho. É maravilhoso ve-lo esbravejando para as câmeras já no fim de sua vida (a despeito de seu péssimo estado de saúde), contra o isolamento a que suas contínuas contradições acabaram por conduzi-lo. Me lembra, no jeitão de sincronizar os gestos e a fala, até de pessoas conhecidas, amigos nossos do rock mesmo. Talvez pelo fato de que, como diz um dos slogans do documentário, existe um Glauber em cada um de nós. Glauber era mais do que uma pessoa, um cineasta, um artista, um pensador. Glauber era um arquétipo, um mártir, um beat, quase um santo, morto pela sua própria incapacidade de aceitar o estado de coisas a que chegamos. Dá para imaginar Glauber vivo nos dias de hoje, convivendo com a Bahia terra da alegria de Ivete Sangalo, Carla Perez, Lícia Fábio, Michele Marie, Paulinho Vilhena, Dado Dolabela e Luana Piovani? Não, não dá. Por isso mesmo, ele não está mais entre nós. Sim, mas voltando ao doc do Tendler, o filme em si é meio careta (que ironia), mas vale muito a pena, pois conta a história de Glauber direitinho. Na verdade, esse filme devia era ser adotado de imediato em escolas públicas e particulares pra ver se essa garotada cresce menos abilolada e mais consciente. E como diz o próprio Tendler no final do filme, "como diria Nélson Pereira dos Santos, essa é toda a história. Quem não gostou, que vá pra puta que pariu, escreva outro filme".
AQUELA COISA GLAUBER - Sei que muita gente vai torcer o nariz, mas não deixem (aqueles que se interessam) de alugar na locadora mais próxima o documentário Glauber o filme, labirinto do Brasil, de Sílvio Tendler. Preciosíssimo registro de nosso mais importante, revolucionário, fodão e tresloucado cineasta, Glauber o filme apresenta imagens até então inéditas do funeral e enterro do ilustre conquistense, além de um porrilhão de depoimentos de gente que entende da obra e conviveu com o homem. Cineastas, escritores, diretores de fotografia, críticos e atores, entre outros, dão sua visão, contam anedotas (João Ubaldo Ribeiro quase se mija de rir e acaba provocando a mesma reação no espectador) teorizam e discutem a vida, a obra e a morte do cineasta que quebrou com a noção de que cinema só serve pra contar historinhas com começo, meio e fim. Para ele, o cinema era uma coisa tão poderosa, que não poderia ser só isso. Ele queria revolucionar, influir, mostrar a cara do povão sem retoques na tela. Barroco como só um baiano poderia ser, preenchia seus filmes com símbolos, discursos, transformava-os em verdadeiras catedrais fílmicas com múltiplos significados, muitos deles pouco (ou nada) entendidos até hoje. Cometeu, no mínimo, duas obras fundamentais para o cinema mundial: Deus e o diabo na terra do sol (1964) e Terra em transe (1967), fimes cujas imagens transbordam de força poética, mas uma poesia muito macha, um verdadeiro soco direto no focinho dos poderosos, da ditadura, das oligarquias, estúdios de cinema e meios de comunicação. Esses, pelo menos, são os que consegui assistir e gostar, ainda na época da faculdade. Não são filmes fáceis (pelo menos para nós, jovens cabeçinhas acostumadas com o feijão com arroz das novelas globais). Mas é fácil se apaixonar por eles depois de conhecer as idéias que estão por trás de suas cenas. Na verdade, o Glauber Rocha pessoa, como personalidade, sempre foi ainda mais interessante que seus filmes. De um carisma irresistível, podemos até traçar um paralelo entre o cineasta e Raulzito, provavelmente sua contraparte musical mais óbvia. (Me acorrejam se eu estiver falando muita besteira, por favor.) Só mesmo caras como esses pra me dar um orgulho retado de ser baiano. Em todo caso, todo baiano que se preze precisa conhecer a vida e a obra desse cara que botava pra fuder, não comia nada de ninguém (esculhambava tanto com a direita quanto com a esquerda em uma época perigosíssima para livres pensadores) e era rock pra caralho. É maravilhoso ve-lo esbravejando para as câmeras já no fim de sua vida (a despeito de seu péssimo estado de saúde), contra o isolamento a que suas contínuas contradições acabaram por conduzi-lo. Me lembra, no jeitão de sincronizar os gestos e a fala, até de pessoas conhecidas, amigos nossos do rock mesmo. Talvez pelo fato de que, como diz um dos slogans do documentário, existe um Glauber em cada um de nós. Glauber era mais do que uma pessoa, um cineasta, um artista, um pensador. Glauber era um arquétipo, um mártir, um beat, quase um santo, morto pela sua própria incapacidade de aceitar o estado de coisas a que chegamos. Dá para imaginar Glauber vivo nos dias de hoje, convivendo com a Bahia terra da alegria de Ivete Sangalo, Carla Perez, Lícia Fábio, Michele Marie, Paulinho Vilhena, Dado Dolabela e Luana Piovani? Não, não dá. Por isso mesmo, ele não está mais entre nós. Sim, mas voltando ao doc do Tendler, o filme em si é meio careta (que ironia), mas vale muito a pena, pois conta a história de Glauber direitinho. Na verdade, esse filme devia era ser adotado de imediato em escolas públicas e particulares pra ver se essa garotada cresce menos abilolada e mais consciente. E como diz o próprio Tendler no final do filme, "como diria Nélson Pereira dos Santos, essa é toda a história. Quem não gostou, que vá pra puta que pariu, escreva outro filme".
quinta-feira, dezembro 23, 2004
2004,O Vôo da Galinha e o Socialismo Baiano
Não é uma retrospectiva, ainda bem, mas algumas considerações minhas sobre o ano de 2004, o ano no qual o rock baiano tentou alçar vôo, tentou, tentou, e não conseguiu, tal qual a galinha.Porra, podem pensar alguns, que especie de analogia é esta entre o rock feito na Bahia e o vôo do galinacio?Quem poderia pensar uma coisa destas? Calma que eu conto a origem desta historia . Estava eu numa das matinês que a São Roque promoveu durante o ano , no dia que tocou Theatro de Serafim, Coiotes, e Roney Jorge, e àquela altura do ano eu ainda estava entusiasmado com a possibilidade do rock feito na Bahia neste ano se firmar. Motivos para minha animação não faltavam, senão vejamos;
1-) O sucesso nacional de Pitty com dimensões avassaladoras, e os constantes endossos que ela dava à cena local em diversos programas de audiencia nacional.
2-) A decadência do axé, sua evidente perda do monopolio do publico jovem atual na geração eu chamo de pós-axé.
3-) E o principal , o surgimento de inumeras bandas talentosas, alem da confirmação de bandas mais veteranas, ainda lançando trabalhos relevantes.
Pois bem, voltando ao show, cruzo com o antologico Miguel Cordeiro, pra quem não conhece, vocal dos Coiotes, artista plastico, precussor do grafite(Faustino), parceiro do Camisa de Venus(Simca Shambord) e agitador rocker.Comentei com Miguel que achava que este ano o rock baiano estava em ascenção e tinha tudo pra se firmar.Ao que ceticamente ele retrucou, que o rock baiano estava em ascensão como o vôo da galinha, tenta, tenta , chega a decolar , mas jamais firma vôo.Naquele momento senti que Miguel tinha feito uma especie de profecia, tentei replicar dizendo que ele estava sendo pessimista, e ele encerou a parada dizendo que na Bahia quem é realista é considerado pessimista.Chego ao final do ano, e tenho que dá razão a Miguel, o rock baiano perdeu uma oportunidade pra se firmar um pouco mais. Apesar de iniciativas como o Rock Loco, dos selos Frangote, Estopim e Big Bross com lançamento de discos e realização de eventos com bandas locais e de fora, novos bloggers, maior exposição na midia nacional da cena local ,ect., não houve significativa atração de publico para estas iniciativas, e consequentemente não houve como atrair patrocinadores .Os motivos? A eterna falta de locais adequados para shows(não só de rock), a falta de uma politica cultural voltada para o incentivo da musica alternativa(não só o rock), e talvez principalmente uma incrivel desunião da cena local( do rock mesmo), que em alguns momentos beirou ao grotesco.Não acho que todo mundo do rock tem que ser amiguinho, mas em certos momentos aonde os interesses são comuns, as diferenças tem que ser postas de lado.Aqui neste momento explico a questão do Socialismo Baiano citado acima.Otavio Mangabeira(que dá nome à Fonte Nova), que foi um politico com inclinações socialistas, que uma vez irritado com a mesquinhez das coisas da Bahia disse num discurso:
- Vocês sabem como é o Socialismo Baiano? É o seguinte, o sujeito paga 100 pra ver o vizinho perder 50.
A principal alegação de pessoas da cena é que os shows de rock são caros.Dos 5 reais dos shows do Calypso aos 15/30 cobrados pelo show de Pitty na Concha passando pela consumação no Tapioca, o choro era generalizado, e em alguns momentos segmentos do rock local chegaram a meio que fazer campanha contra a alguns eventos, e passaram a incentivar um lugar grotesco como o nho caldos.Alias o nho caldos tá conseguindo o que a separação de Jean Claude, a doença de Lurdes, os vizinhos e a Sucom não conseguiram, fechar o Calypso.Se o nho caldos quer fazer o rock gratis dele, que faça num horario que não choque com os outros(Ideario inclusive), mas não ,tem fazer no horario pra fuder com os outros.E isso com o apoio de uma rapaziada iisshperta, que não paga os 5 reais da entrada, mas gasta 20 no carrinho no meio da rua. O que só faz comprovar a tese do Socialismo Baiano. No show de Pitty e Banda ,representantes legitimos do underground local, pude aferir o quanto o sucesso de alguem pode incomodar . Pitty e banda, que só fazem falar bem da cena baiana na midia nacional, abriram mão de propostas financeiras vantajosas de blocos carnavalescos, para bancar do bolso um evento que tinha figuras do rock local no comando. A reação contra o evento foi tão forte que me causou nojo. Tá bom o preço do ingresso deveria ter sido mais barato, mas se neguinho não gosta de determinada banda, não vá ao show, mas não faça campanha contra.Se Pitty tiver juizo, no proximo show em Salvador vem bancada por um bloco, que paga altos cachês e tem publico que PRESTIGIA os eventos a cena a qual estão ligadas. É isso ,em 2004 o tiro de misericordia no rock baiano foi dado pelo nhô caldos(Miguel Cordeiro , de novo).
1-) O sucesso nacional de Pitty com dimensões avassaladoras, e os constantes endossos que ela dava à cena local em diversos programas de audiencia nacional.
2-) A decadência do axé, sua evidente perda do monopolio do publico jovem atual na geração eu chamo de pós-axé.
3-) E o principal , o surgimento de inumeras bandas talentosas, alem da confirmação de bandas mais veteranas, ainda lançando trabalhos relevantes.
Pois bem, voltando ao show, cruzo com o antologico Miguel Cordeiro, pra quem não conhece, vocal dos Coiotes, artista plastico, precussor do grafite(Faustino), parceiro do Camisa de Venus(Simca Shambord) e agitador rocker.Comentei com Miguel que achava que este ano o rock baiano estava em ascenção e tinha tudo pra se firmar.Ao que ceticamente ele retrucou, que o rock baiano estava em ascensão como o vôo da galinha, tenta, tenta , chega a decolar , mas jamais firma vôo.Naquele momento senti que Miguel tinha feito uma especie de profecia, tentei replicar dizendo que ele estava sendo pessimista, e ele encerou a parada dizendo que na Bahia quem é realista é considerado pessimista.Chego ao final do ano, e tenho que dá razão a Miguel, o rock baiano perdeu uma oportunidade pra se firmar um pouco mais. Apesar de iniciativas como o Rock Loco, dos selos Frangote, Estopim e Big Bross com lançamento de discos e realização de eventos com bandas locais e de fora, novos bloggers, maior exposição na midia nacional da cena local ,ect., não houve significativa atração de publico para estas iniciativas, e consequentemente não houve como atrair patrocinadores .Os motivos? A eterna falta de locais adequados para shows(não só de rock), a falta de uma politica cultural voltada para o incentivo da musica alternativa(não só o rock), e talvez principalmente uma incrivel desunião da cena local( do rock mesmo), que em alguns momentos beirou ao grotesco.Não acho que todo mundo do rock tem que ser amiguinho, mas em certos momentos aonde os interesses são comuns, as diferenças tem que ser postas de lado.Aqui neste momento explico a questão do Socialismo Baiano citado acima.Otavio Mangabeira(que dá nome à Fonte Nova), que foi um politico com inclinações socialistas, que uma vez irritado com a mesquinhez das coisas da Bahia disse num discurso:
- Vocês sabem como é o Socialismo Baiano? É o seguinte, o sujeito paga 100 pra ver o vizinho perder 50.
A principal alegação de pessoas da cena é que os shows de rock são caros.Dos 5 reais dos shows do Calypso aos 15/30 cobrados pelo show de Pitty na Concha passando pela consumação no Tapioca, o choro era generalizado, e em alguns momentos segmentos do rock local chegaram a meio que fazer campanha contra a alguns eventos, e passaram a incentivar um lugar grotesco como o nho caldos.Alias o nho caldos tá conseguindo o que a separação de Jean Claude, a doença de Lurdes, os vizinhos e a Sucom não conseguiram, fechar o Calypso.Se o nho caldos quer fazer o rock gratis dele, que faça num horario que não choque com os outros(Ideario inclusive), mas não ,tem fazer no horario pra fuder com os outros.E isso com o apoio de uma rapaziada iisshperta, que não paga os 5 reais da entrada, mas gasta 20 no carrinho no meio da rua. O que só faz comprovar a tese do Socialismo Baiano. No show de Pitty e Banda ,representantes legitimos do underground local, pude aferir o quanto o sucesso de alguem pode incomodar . Pitty e banda, que só fazem falar bem da cena baiana na midia nacional, abriram mão de propostas financeiras vantajosas de blocos carnavalescos, para bancar do bolso um evento que tinha figuras do rock local no comando. A reação contra o evento foi tão forte que me causou nojo. Tá bom o preço do ingresso deveria ter sido mais barato, mas se neguinho não gosta de determinada banda, não vá ao show, mas não faça campanha contra.Se Pitty tiver juizo, no proximo show em Salvador vem bancada por um bloco, que paga altos cachês e tem publico que PRESTIGIA os eventos a cena a qual estão ligadas. É isso ,em 2004 o tiro de misericordia no rock baiano foi dado pelo nhô caldos(Miguel Cordeiro , de novo).
So this is Christmas
Amanhã, como sabemos, é dia de todo mundo cair de boca no peru. Hoje, porém, é dia de todo mundo cair de cabeça na festa Rock Loco Ho Ho Ho. E, diferente das forçadas reuniões familiares natalinas, na nossa festinha não vai faltar animação e muito rock para ouvir, curtir e dançar. E meu nome não é Beto Bahia (que feio, andou até falando mal da nossa celebração no blog de Big), mas prometo botar pra ver tálba lascar com gosto de óleo diesel na minha horinha discotecando pra galera. Então é isso. Até de noite e feliz natal ressacado pra todo mundo. Só não vomitem na hora da ceia, por favor...
The London bridge is burning down, is burning down...
Saiu a relação de finalistas ao Prêmio London Burning de Música Independente. O site / selo do chefe indiegena Luciano Vianna é um dos mais tradicionais e antigos veículos alternativos de divulgação para artistas que estão pouco se fudendo para o mainstream. (Pelo menos no discurso.) Esse ano, infelizmente, internautas, fãs e amigos das bandas estão impedidos de votar, já que a eleição será feita de modo, digamos, indireto. Pelo menos, no colégio eleitoral London Burning constam várias pessoas que realmente entendem do riscado, como o venerando Lúcio Ribeiro, Marcos Bragato, Luiz César Pimentel, Abonico Smith e Pedro de Luna, entre outros. Ficou faltando um Luciano Matos aí para representar a Bahia. Mas tudo bem, quem sabe ano que vem. Até por que estamos razoavelmente bem representados pelos concorrentes baianos em três categorias:
MELHOR ÁLBUM:
NERVOSO - Saudade das minhas lembranças (Midsummer Madness)
BRINDE - Histórias sem meio, começo e fim (Monstro Discos)
GRAM - Gram (Deck)
OS POETAS ELÉTRICOS - Poemas Eletri-ficados e outros que foram embora (Mudernage) RÉU & CONDENADO - Um compêndio lírico de escárnio e dor (L&C)
Prognóstico Franchiscano > Sinceramente, acho difícil nosso trio power pop preferido, Brinde, derrotar o hypado Gram nessa disputa. Como se sabe, o povo do sul maravilha dificilmente puxa a brasa para a sardinha que não seja pescada em sua própria praia, se é que vcs me entendem. Correndo por fora com chances de levar, tem ainda Réu e Condenado, de Gôiania, do qual não achei a menor graça, e Nervoso, veterano baterista da cena carioca e brother de um monte de jurado. Tá difícil, mas vamos fazer fé.
REVELAÇÃO BRASIL
VÁLVULA
MOMBOJÓ
SUZANA FLAG
SUPEROUTRO
BUGS
LBFS
DUPLODECK
GONGSHOW
OS POETAS ELÉTRICOS
DEUS E O DIABO
Prognóstico Franchiscano > Mombojó na cabeça, sem sequer um fiapo de dúvida. Considero parcas, muito parcas as chances do elogiado (pelo London Burning) LBFS, ou Little Bell for Sing (que nome péssimo), ainda que tenha ficado bem curioso em ouvi-los pelas referências citadas pelo chefe indie no texto de apresentação dos concorrentes. Quem sabe?...
MELHOR DEMO / EP / CD-R
COLUMBIA - A soma das horas
STELLABELLA - Stellabella
SOM DA RUA - Demo 2003
JIMI JAMES - Não feche os olhos
ASTRONAUTA PINGUIM - Petiscos: sabor churrasco
THE MEDINA BROTHERS ORTESKRA - Presents 29 * 30
RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA - A dois
STUART - Releitura do tributo ao cotidiano chulo
RADIO 77 - Radio 77
BLANCHED - Blanched toca Angelopoulos
Prognóstico Franchiscano > Né por que Roney é brother (e também faz parte da família / equipe Rock Loco) não, mas seu EP A dois é o que tem mais chance de trazer um caneco London Burning pra casa, entre todos os outros concorrentes baianos ao prêmio. Praticamente uma unanimidade (que não seja burra, pelamordedeus), Roney só recebe elogios, tanto do público quanto da imprensa, aonde quer que vá com sua mistura esperta de rock com mpb maldita. Boa sorte, Roninho.
Não que esse prêmio seja grande coisa, mesmo. Ganha-lo não muda a vida de ninguém, não é o Oscar. Mas um pouco de reconhecimento não faz mal nenhum, correto? E depois, quem sabe ano que vem o Rock Loco não concorre na categoria Melhor Veículo de Comunicação? Vamo trabalhar. Ah: o resultado do Prêmio London Burning sai no início de janeiro. Assim que saírem os resultados, a gente faz uma avaliação aqui pra galera.
MELHOR ÁLBUM:
NERVOSO - Saudade das minhas lembranças (Midsummer Madness)
BRINDE - Histórias sem meio, começo e fim (Monstro Discos)
GRAM - Gram (Deck)
OS POETAS ELÉTRICOS - Poemas Eletri-ficados e outros que foram embora (Mudernage) RÉU & CONDENADO - Um compêndio lírico de escárnio e dor (L&C)
Prognóstico Franchiscano > Sinceramente, acho difícil nosso trio power pop preferido, Brinde, derrotar o hypado Gram nessa disputa. Como se sabe, o povo do sul maravilha dificilmente puxa a brasa para a sardinha que não seja pescada em sua própria praia, se é que vcs me entendem. Correndo por fora com chances de levar, tem ainda Réu e Condenado, de Gôiania, do qual não achei a menor graça, e Nervoso, veterano baterista da cena carioca e brother de um monte de jurado. Tá difícil, mas vamos fazer fé.
REVELAÇÃO BRASIL
VÁLVULA
MOMBOJÓ
SUZANA FLAG
SUPEROUTRO
BUGS
LBFS
DUPLODECK
GONGSHOW
OS POETAS ELÉTRICOS
DEUS E O DIABO
Prognóstico Franchiscano > Mombojó na cabeça, sem sequer um fiapo de dúvida. Considero parcas, muito parcas as chances do elogiado (pelo London Burning) LBFS, ou Little Bell for Sing (que nome péssimo), ainda que tenha ficado bem curioso em ouvi-los pelas referências citadas pelo chefe indie no texto de apresentação dos concorrentes. Quem sabe?...
MELHOR DEMO / EP / CD-R
COLUMBIA - A soma das horas
STELLABELLA - Stellabella
SOM DA RUA - Demo 2003
JIMI JAMES - Não feche os olhos
ASTRONAUTA PINGUIM - Petiscos: sabor churrasco
THE MEDINA BROTHERS ORTESKRA - Presents 29 * 30
RONEI JORGE E OS LADRÕES DE BICICLETA - A dois
STUART - Releitura do tributo ao cotidiano chulo
RADIO 77 - Radio 77
BLANCHED - Blanched toca Angelopoulos
Prognóstico Franchiscano > Né por que Roney é brother (e também faz parte da família / equipe Rock Loco) não, mas seu EP A dois é o que tem mais chance de trazer um caneco London Burning pra casa, entre todos os outros concorrentes baianos ao prêmio. Praticamente uma unanimidade (que não seja burra, pelamordedeus), Roney só recebe elogios, tanto do público quanto da imprensa, aonde quer que vá com sua mistura esperta de rock com mpb maldita. Boa sorte, Roninho.
Não que esse prêmio seja grande coisa, mesmo. Ganha-lo não muda a vida de ninguém, não é o Oscar. Mas um pouco de reconhecimento não faz mal nenhum, correto? E depois, quem sabe ano que vem o Rock Loco não concorre na categoria Melhor Veículo de Comunicação? Vamo trabalhar. Ah: o resultado do Prêmio London Burning sai no início de janeiro. Assim que saírem os resultados, a gente faz uma avaliação aqui pra galera.
quarta-feira, dezembro 22, 2004
We invented the zero, but we mean nothing to you
O verso esperto aí em cima é da música Radio Baghdad, faixa de Trampin, último disco da sacerdotisa punk Patti Smith, e foi considerado por Rob Fleming, do blog chapa CHAMPIONSHIP VINYL, o verso mais brilhante do ano. Essas e outras sacadas da equipe da loja (Rob, Barry Town e Dick Conda), vcs podem ver nas tradicionais listas de melhores de 2004. Clica lá que é sempre legal. Quaquer hora dessas eu posto uma listinha minha aqui tb.
terça-feira, dezembro 21, 2004
Watching the watchmen
Observatório da imprensa rocker - No site da revista Dynamite essa semana tem duas colunas no mínimo imperdíveis. O conhecido doidão Humberto Finatti apresenta uma Zap n roll vitaminada (a maior em tamanho, segundo o próprio), contando tudo do Goiânia Noise Festival. Mas tudo mesmo, inclusive detalhes escabrosos, como quem cheirou o quê, quem bebeu, fumou, comeu (tá, isso ele não chega a abrir) etc. Mais adiante, palavras elogiosas ao cd do Retrofoguetes. Por sinal, quando é que chega por aqui, hein? Idem para o Cascadura. Cadê? Por falar no Cascadura, a expectativa é total pro show deles dia 9 de janeiro no Tapioca com os pernambucanos do Astronautas, cujo show no Goiânia Noise foi elogiadíssimo pelo Zap n roll. Promete. Mas voltando à Dynamite, engraçado mesmo nessa coluna do Finatti é a putaria que virou a comunidade da figura no Orkut. Eu nunca gostei mesmo dessa merda. Caguei pro orkut.
Mais centrada, a coluna do articulista Marcos Bragatto, a Rock é rock mesmo, faz sérias considerações sobre a capacidade (e principalmente, a falta da mesma) de algumas bandas e artistas do rock brasileiro em dizer NÃO à toda e qualquer oportunidade de exposição na mídia. Sobra inclusive para nossa representante Pitty. E, na boa, ele não deixa de ter razão em vários pontos. Abre o olho, menina. E deixa eu terminar por aqui antes que digam que eu faço resenha de resenhas. Se bem que eu também caguei pra isso. Papel higiênico, alguém?
CINE COMICS - Entre as últimas adaptações dos quadrinhos para o cinema, Hellboy, de Guillermo del Toro, foi, certamente, uma das melhores surpresas do ano. Adaptado dos quadrinhos do desenhista / argumentista Mike Mignola, publicados pela editora Dark Horse, o filme ficou super fiel à fonte original em todos os sentidos: no climão gótico, nos figurinos, nas origens e personalidades dos personagens etc. O espanhol Del Toro, que já havia dirigido o terror bacana A espinha do diabo e Blade II (outro personagem de quadrinhos, esse da Marvel) se revelou um nerd de responsa ao produzir o filme em parceria com o criador para deixa-lo o mais fiel possível, ao contrário do que foi feito em algumas lamentáveis adpatações dos quadrinhos para o cinema, vide o lixo atômico Mulher-gato, com a bombshell Hale Berry. Hellboy, felizmente, é um puta espetáculo para nerds e não iniciados também, contando a história do exótico personagem desde sua origem. A trama, já vista em parte na minissérie Sementes da destruição, publicada no Brasil pela Editora Mythos, alucina total, misturando nazistas ocultistas, demônios ancestrais, uma pirocinética (quem se lembra da Incendiária, de Stephen King?), um tritão sensitivo, o insano russo Rasputin, o fim do mundo e, porque não, um amor não-correspondido. Roteiro primoroso (não deixa a peteca cair em nenhum momento), elenco afiado (incluindo aí o monstro inglês John Hurt), maquiagem e efeitos perfeitos: Hellboy é o máximo. Puta vacilo ter perdido esse filme no cinema. E parece que o segundo já está sendo roteirizado, para ser produzido pela mesma equipe técnica. Que venha, pois eu estarei lá na estréia. Enquanto o segundo não vem, aproveite a dica do velho Franchico e corra para a locadora mais próxima para alugar o filme. Vale cada centavo.
Mais centrada, a coluna do articulista Marcos Bragatto, a Rock é rock mesmo, faz sérias considerações sobre a capacidade (e principalmente, a falta da mesma) de algumas bandas e artistas do rock brasileiro em dizer NÃO à toda e qualquer oportunidade de exposição na mídia. Sobra inclusive para nossa representante Pitty. E, na boa, ele não deixa de ter razão em vários pontos. Abre o olho, menina. E deixa eu terminar por aqui antes que digam que eu faço resenha de resenhas. Se bem que eu também caguei pra isso. Papel higiênico, alguém?
CINE COMICS - Entre as últimas adaptações dos quadrinhos para o cinema, Hellboy, de Guillermo del Toro, foi, certamente, uma das melhores surpresas do ano. Adaptado dos quadrinhos do desenhista / argumentista Mike Mignola, publicados pela editora Dark Horse, o filme ficou super fiel à fonte original em todos os sentidos: no climão gótico, nos figurinos, nas origens e personalidades dos personagens etc. O espanhol Del Toro, que já havia dirigido o terror bacana A espinha do diabo e Blade II (outro personagem de quadrinhos, esse da Marvel) se revelou um nerd de responsa ao produzir o filme em parceria com o criador para deixa-lo o mais fiel possível, ao contrário do que foi feito em algumas lamentáveis adpatações dos quadrinhos para o cinema, vide o lixo atômico Mulher-gato, com a bombshell Hale Berry. Hellboy, felizmente, é um puta espetáculo para nerds e não iniciados também, contando a história do exótico personagem desde sua origem. A trama, já vista em parte na minissérie Sementes da destruição, publicada no Brasil pela Editora Mythos, alucina total, misturando nazistas ocultistas, demônios ancestrais, uma pirocinética (quem se lembra da Incendiária, de Stephen King?), um tritão sensitivo, o insano russo Rasputin, o fim do mundo e, porque não, um amor não-correspondido. Roteiro primoroso (não deixa a peteca cair em nenhum momento), elenco afiado (incluindo aí o monstro inglês John Hurt), maquiagem e efeitos perfeitos: Hellboy é o máximo. Puta vacilo ter perdido esse filme no cinema. E parece que o segundo já está sendo roteirizado, para ser produzido pela mesma equipe técnica. Que venha, pois eu estarei lá na estréia. Enquanto o segundo não vem, aproveite a dica do velho Franchico e corra para a locadora mais próxima para alugar o filme. Vale cada centavo.
segunda-feira, dezembro 20, 2004
NEM PAPAI NOEL, NEM MAMÃE NOEL, NEM NOEL GALLAGHER.
2004 vai acabar. E o grande lance do Natal é se jogar no RockLoco Ho Ho Ho. Na noite de 23 de dezembro, no Miss Modular, Praia da Paciência, Rio Vermelho, vai rolar a festa de Natal mais obviamente rock n? roll que a terra do psirico já viu em toda a sua caspenta existência. Contando com a decoração, sonorização e encheção do programa de rádio mais tresloucado da cidade, a equipe da 103.5 (terça a sexta-20 às 22) entra no clima natalino e avisa: se Papai Noel vier, que venha armado.
De presentes e docinhos. O Rock Loco é da paz. E ama seus amigos, que desta vez contarão com o bacanérrimo e climatizado e aconchegante Miss Modular para celebrar e apressar a chegada de mais uma vez, um ano novinho em folha. Na quinta-feira, véspera da véspera de Natal, esqueça as renas, sininhos e gorros. Vai pro Miss Modular curtir a festa do RockLoco. Até porque, uma festa que tem Rogério Big Brother na produção e discotecagem não precisa de Papai Noel...
SELVIÇIO:
ROCK LOCO HO HO HO HO
DIA 23 DE DEZEMBRO (quinta-feira) A PARTIR DAS 23H
NO MISS MODULAR (MORRO DA PACIÊNCIA, RIO VERMELHO)
INGRESSO: 5 REAIS
CONSUMAÇÃO: 10 REAIS.
CONVITES VÁLIDOS SOMENTE ATÉ 01H.
De presentes e docinhos. O Rock Loco é da paz. E ama seus amigos, que desta vez contarão com o bacanérrimo e climatizado e aconchegante Miss Modular para celebrar e apressar a chegada de mais uma vez, um ano novinho em folha. Na quinta-feira, véspera da véspera de Natal, esqueça as renas, sininhos e gorros. Vai pro Miss Modular curtir a festa do RockLoco. Até porque, uma festa que tem Rogério Big Brother na produção e discotecagem não precisa de Papai Noel...
SELVIÇIO:
ROCK LOCO HO HO HO HO
DIA 23 DE DEZEMBRO (quinta-feira) A PARTIR DAS 23H
NO MISS MODULAR (MORRO DA PACIÊNCIA, RIO VERMELHO)
INGRESSO: 5 REAIS
CONSUMAÇÃO: 10 REAIS.
CONVITES VÁLIDOS SOMENTE ATÉ 01H.
Once there was this friend of mine who died a thousand deaths
Aqui no Brasil, a grande mídia não gosta de rock. Ela o tolera, finje que gosta e até mesmo o acolhe em momentos de entressafra. Mas a verdade é que os grandes meios de comunicação não gostam do rock de verdade. O rock de verdade é barulhento, estridente. É sujo. É perigoso. Para essa turma, os principais representantes do rock costumam ser imprevisíveis, loucos furiosos cujo combustível é a confusão, a desordem, a contestação do status quo vigente e, principalmente, as drogas.
E é essa faceta da mídia que fica bem evidente quando uma tragédia como o assassinato de Dimebag Darrel, o guitarrista do Pantera, ocorre. E é sobre essa cobertura tendenciosa e preconceituosa, especialmente da Rede Globo, que o cozinheiro do Omelete Rodrigo "Piolho" Monteiro escreveu um belo manifesto em sua coluna Piolhices e afins. Dá um clique aí que tá bala o texto.
Ainda a propósito do tema, quem não se lembra da mesma Rede Globo deplorando o estado (e o comportamento escroto) de Kurt Cobain no inesquecível Hollywood Rock de 1993? E algum tempo depois, quando o pobre coitado estourou os miolos? No Jornal Nacional eles até reprisaram os melhores momentos do show do Nirvana no Rio. Ainda me lembro da voz solene de Pedro Bial sobre as imagens de Kurt de vestido, engatinhando no palco: "sofrendo os efeitos da síndrome de abstinência, Kurt Cobain proporcionou um triste espetáculo aos seus fãs no Brasil", ou algo assim. Pesquisando, dava para escrever um livro inteiro sobre o assunto.
E na terra do Psirico, então? Ah, deixa pra lá...
MAS QUE COINCIDÊNCIA - Hoje é segunda. E o Vitória também. Bem-vindos, companheiros.
ENTÃO É NATAL - Tudo pronto pra festa Rock Loco Ho Ho Ho (adorei esse nome). Para ver o flyer da puteira vá no novo blog do companheiro Rogério Big Brother, que fica aqui. Ainda não sei se já conseguiram convencer Big a envergar o manto do bom velhinho, mas com Papai Noel ou não, essa é grande pedida da semana. Eu quero é mais.
SOTERO CITY CALLING - O movimento de músicos e jornalistas soteropolitanos em prol do rock (seja ele daqui, de lá ou de qualquer lugar) ganha mais um importante instrumento de divulgação e por que não, mais uma trincheira de batalha. O jornalista Cláudio (Esc) Moreira (foi mal, Ana Cláudia, não dá para evitar) e o músico Marcos Rodrigues (Theatro de Seraphin), veteranos roqueiros e frequentadores da cena underground local acabaram de colocar no ar seu Clash City Rockers, blog que promete ser um dos mais inteligentes e ativos centros de divulgação e discussão das cenas local, nacional, internacional e por que não, intergalácticas. Além de Claúdio e Marcos, o Clash City Rockers ainda conta com colaboradores do quilate de Miguel Cordeiro,
Fernando Ribeiro e Sérgio 'Cebola' Martinez. É visitar, adicionar aos favoritos e acompanhar. Força, seus malucos.
POR FALAR EM CEBOLA - Comigo é assim: Cebola pediu, eu faço. Menos beijo na boca, claro. Bom: ó o recado que o veterano rocker, baixista e vocalista da Tequilers, mandou pras nossas centenas de quaquilhões de leitores:
Irmãos. Haverá amanhã, a partir das 7:00, uma congregação ecumênica reunindo fãs ou desafetos dos Beatles na companhia da pizza no rio vermelho. É grátis ( os shows, não as pizzas ), e teremos diversas
atrações divertidas para animar a festa. Entre elas estará a Tequilers, banda que conta com o midiático Eduardo Bastos, o tecladista misterioso Fernando, o Vocal e baixo narigudo cebola (cebola, não o baixo ) e o fabuloso baterista e gatinho Dantas. Tocaremos três fantásticas canções do repertório da supracitada banda ( Beatles, não tequilers ) e tentaremos ao máximo não ofender o público e os transeuntes ( é na calçada ). Compareçam, comprem uma pizza, e guardem as bordas para os Tequilers.
inté, cebola.
E é essa faceta da mídia que fica bem evidente quando uma tragédia como o assassinato de Dimebag Darrel, o guitarrista do Pantera, ocorre. E é sobre essa cobertura tendenciosa e preconceituosa, especialmente da Rede Globo, que o cozinheiro do Omelete Rodrigo "Piolho" Monteiro escreveu um belo manifesto em sua coluna Piolhices e afins. Dá um clique aí que tá bala o texto.
Ainda a propósito do tema, quem não se lembra da mesma Rede Globo deplorando o estado (e o comportamento escroto) de Kurt Cobain no inesquecível Hollywood Rock de 1993? E algum tempo depois, quando o pobre coitado estourou os miolos? No Jornal Nacional eles até reprisaram os melhores momentos do show do Nirvana no Rio. Ainda me lembro da voz solene de Pedro Bial sobre as imagens de Kurt de vestido, engatinhando no palco: "sofrendo os efeitos da síndrome de abstinência, Kurt Cobain proporcionou um triste espetáculo aos seus fãs no Brasil", ou algo assim. Pesquisando, dava para escrever um livro inteiro sobre o assunto.
E na terra do Psirico, então? Ah, deixa pra lá...
MAS QUE COINCIDÊNCIA - Hoje é segunda. E o Vitória também. Bem-vindos, companheiros.
ENTÃO É NATAL - Tudo pronto pra festa Rock Loco Ho Ho Ho (adorei esse nome). Para ver o flyer da puteira vá no novo blog do companheiro Rogério Big Brother, que fica aqui. Ainda não sei se já conseguiram convencer Big a envergar o manto do bom velhinho, mas com Papai Noel ou não, essa é grande pedida da semana. Eu quero é mais.
SOTERO CITY CALLING - O movimento de músicos e jornalistas soteropolitanos em prol do rock (seja ele daqui, de lá ou de qualquer lugar) ganha mais um importante instrumento de divulgação e por que não, mais uma trincheira de batalha. O jornalista Cláudio (Esc) Moreira (foi mal, Ana Cláudia, não dá para evitar) e o músico Marcos Rodrigues (Theatro de Seraphin), veteranos roqueiros e frequentadores da cena underground local acabaram de colocar no ar seu Clash City Rockers, blog que promete ser um dos mais inteligentes e ativos centros de divulgação e discussão das cenas local, nacional, internacional e por que não, intergalácticas. Além de Claúdio e Marcos, o Clash City Rockers ainda conta com colaboradores do quilate de Miguel Cordeiro,
Fernando Ribeiro e Sérgio 'Cebola' Martinez. É visitar, adicionar aos favoritos e acompanhar. Força, seus malucos.
POR FALAR EM CEBOLA - Comigo é assim: Cebola pediu, eu faço. Menos beijo na boca, claro. Bom: ó o recado que o veterano rocker, baixista e vocalista da Tequilers, mandou pras nossas centenas de quaquilhões de leitores:
Irmãos. Haverá amanhã, a partir das 7:00, uma congregação ecumênica reunindo fãs ou desafetos dos Beatles na companhia da pizza no rio vermelho. É grátis ( os shows, não as pizzas ), e teremos diversas
atrações divertidas para animar a festa. Entre elas estará a Tequilers, banda que conta com o midiático Eduardo Bastos, o tecladista misterioso Fernando, o Vocal e baixo narigudo cebola (cebola, não o baixo ) e o fabuloso baterista e gatinho Dantas. Tocaremos três fantásticas canções do repertório da supracitada banda ( Beatles, não tequilers ) e tentaremos ao máximo não ofender o público e os transeuntes ( é na calçada ). Compareçam, comprem uma pizza, e guardem as bordas para os Tequilers.
inté, cebola.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Wired, Creative Commons e o Ministro Gil
Com um pouco de atraso comento aqui a entrevista na Wired de Novembro com o nosso midiatico ministro da cultura.A Wired, revista/biblia dos nerds e geeks ligados em tecnologia, tem se notabilizado por estar na vanguarda da discussão da troca de arquivos musicais via net, e nesta edição de nov., com os Beasties Boys na capa, o prato principal é a utilização do Creative Commons( um tipo de regulamento que libera o conteudo das obras) como forma de manter algum tipo de direito autoral, já que a revista concluiu pelo obvio há muito tempo, a troca de arquivos musicais não pode ser brecada, apenas neste momento pode se organizar um pouco o caos preservando alguns direitos basicos dos autores intelectuais das obras via a Creative Commons(vão na net, tão lá os principios).A Wired encarta um cd na edição, que tem a peculiaridade de tornar disponivel o seu conteudo de 16 musicas para difusão na net, troca de arquivos e em alguns casos, como a musica dos Beasties Boys, podem ser sampleados a gosto, tudo com autorização legal via Creative Commons! Alguns artistas que disponibilizaram as musicas foram :Beasties Boys, David Byrne, My Morning Jacket, Spoon, Le Tigre, Chuck D, Paul Westerberg, Rapture, Dj Dolores e Gilberto Gil. O nosso filososo do acarajé é brindado pela Wired com uma extensa reportagem na qual, entre muitos elogios e poucas criticas, Gil é considerado um exemplo na condução da politica publica cultural e em casos como a da troca de arquivos como o que de mais vanguardistico.Alias a postura do governo brasileira em peitar a Microsoft utilizando o Linux( o maior indice governamental do mundo) é apontada pela Wired como um dos caminhos que podem( eu disse podem) vir a se tornar parametro no mundo.Uau.. E o nosso ministro nessa? Se sai muito bem, impressionando a revista não só por sua postura zen/afro- sincretica, como por sua brilhante carreira artistica, alem de ter realmente disponibilizado musica pro lance todo.Mas, sempre tem um mas, porque a gente aqui na terra que o gerou, não sente os fluidos desta modernidade nagô? Apesar das iniciativas louvaveis da preservação de terreiros, do samba de roda, e do acarajé, não vemos na Bahia iniciativa nenhuma, pelo menos de forma visivel, de incentivo as vanguardas musicais, que foi o berço artistico de Gil.Pelo contrario, as coisas por quem invereda por estas vertentes estão mais pretas que nunca.E não é só no rock, responda rapido ,diga o nome de alguem que faça jazz( o genero musical) na Bahia?Não vale os caras do grupo Garagem, que tocam jazz há 30 anos na Bahia, e só foram encontrar sobrevivencia no axé.Nunca é demais repetir, na Salvador de hoje propostas artisticas como as de Gil e Caetano não teriam espaço nenhum, e não iriam surgir artisticamente sob hipotese nenhuma.Nada de musica de vanguarda, pouco de mpb, nada musica experimental, não ia ter Tropicalia mesmo, nem entrevista na Wired.Pra ler escuttando Carangueijo do Alaska do finado Saci Tric.
terça-feira, dezembro 14, 2004
FELIZ NATAL SUCK MY DICK
A festa de Natal do Rock Loco está confirmada: dia 23 no Miss Modular. É uma quinta feira, véspera da véspera de Natal. Ou seja: ninguém trabalha no dia seguinte, então dá pra todo mundo ir, ok? Mais detalhes nos próximos dias. Tenho q ir agora q a patroa tá chamando. Té.
O mundo ainda vai acabar por falta de verba.
FÉCHION - Qualquer pessoa cujo crânio contenha uma quantidade mínima de massa cinzenta sabe que essa coisa chamada moda pode ser uma das instituições mais nefastas já surgidas na história da humanidade. Vitimiza brancos, pretos, amarelos, pardos, ricos, pobres, dentistas, jornalistas, músicos, arquitetos, publicitários (especialmente), apresentadores de tv, professores universitários, agitadores culturais e joselitos-sem-noção em geral, sem qualquer forma de distinção. Por outro lado, é preciso dar o devido crédito que essa coisa chamada moda teve na divulgação do rock e suas tendências ao longo das décadas. Claro, meros dois segundos após os Sex Pistols estourarem no Reino Unido e mandarem o entrevistador da BBC se fuder, o mainstream, na forma dos estilistas oportunistas da ocasião (e qual não é?), já havia absorvido e diluído toda a estética punk em roupinhas inofensivas para as madames e seus cachorrinhos poodle desfilarem em Picadilly Circus. E na época do grunge, então? Quer coisa mais constrangedora do que ver na Caras aquelas senhoras de alta sociedade travestidas de Kurt Cobain? Constrangedora e irritante para quem realmente era do movimento. Bom, todo esse falatório é para dar uma refletida antes de dar uma olhada nessa matéria aqui, da BBC em Português, sobre o lançamento do livro Fashion Forever: 30 Years of Subculture, do fotógrafo inglês Iain McKell, que passou os últimos 30 anos registrando os variados movimentos que entraram na moda na Grã-Bretanha. Muitíssimo bem posicionado, do epicentro lançador da maioria das tendências dominantes do rock, McKell registrou em belas fotos os punks, os new romantics, os góticos, new wavers, rockers, mods, clubbers etc. Vendo as imagens, dá até para olhar com mais simpatia para essa coisa chamada moda, já que, de um modo ou de outro, o rock sempre esteve ligado à ela. Pro bem ou pro mal. Mas que, no geral, essa coisa é uma instituição terrivelmente nefasta à dignidade, ao bolso e à cabeça das pessoas (especialmente àquelas não tão privilegiadas por uma inteligência mais acurada), ah, isso é. É meeeesmo.
CRUMB & THOMPSON - A Conrad Editora, dos jornalistas André (kill Regina Casé) Forastieri e Rogério de Campos é hoje, o que a Brasiliense era nos anos 80: a editora mais antenada em contracultura do Brasil. Além da Coleção Baderna, quadrinhos europeus e japoneses (pilhas e pilhas), romances alternativos e que tais, a Conrad está preenchendo uma importante lacuna no mercado editorial brasileiro ao lançar, aos poucos, as obras completas de Robert Crumb e Hunter S. Thompson, dois dos maiores pilares da contracultura americana de todos os tempos.
Crumb é o pai de personagens essenciais do movimento comix underground como Fritz The Cat e Mr. Natural (o pai do Ralah Rikota, do Angeli, certamente seu maior seguidor em terras brazucas). Dele, a Conrad já lançou as mais completas coletâneas de histórias de ambos os personagens. Além dessas duas, tem também América, maravilhoso álbum com sua visão destruidora da Terra de Marlboro e Blues, álbum em que conta diversas histórias sobre o ritmo pai do rock, uma de suas paixões. Edições primorosas, traduções decentíssimas (cortesia do Alexandre Matias), imperdível é apelido. Essencial. Tudo bem, é meio caro, não dá pra comprar tudo de vez, mas vai aos pouquinhos que compensa, e como. Além desses álbuns, a Conrad lançou ainda uma coletânea da Zap Comix, principal revista do movimento e outra coletânea só dos maravilhosos, extraordinários e ultracool Freak Brothers, imortal criação de Gilbert Shelton. Quem já tinha os dois volumes lançados pela LP&M na década de 80 vai ficar coçando na dúvida se compra esse ou não, com medo de ter histórias repetidas. Mas acho que vai acabar comprando.
Já Hunter S. Thompson é o pai do chamado jornalismo gonzo, estilo que manda às favas a objetividade e o tom sério do jornalismo convencional em favor da visão única dos doidões empapuçados de drogas e carregado de críticas e palavrões. De Thompson a Conrad já lançou seu primeiro livro, Hell`s Angels - Medo e Delírio Sobre Duas Rodas, obra em que disseca, ainda em meados dos anos 60, a famosa gang de motoqueiros barra-pesada do oeste dos EUA. Para isso, o maluco passou um ano convivendo com a gang. Terminou a reportagem no hospital, depois de tomar uma surra. Tô lendo esses dias, e me divertindo muito. Ano que vem a editora já prometeu lançar A Grande Caçada aos Tubarões, este uma coletânea de reportagens, desde já constando na minha wish list para 2005. Mais adiante eles devem lançar uma nova edição de sua obra mais famosa, Fear and loathing in Las Vegas, lançado há uns 15 anos atrás no Brasil com o título Las Vegas na cabeça por uma editora que não lembro no momento. Para quem não tá ligando o título ao filme, é aquele dirigido por Terry Gillian com Johnny Depp e Benicio Del Toro, chamado Medo e delírio em Las Vegas, legal pracas. Clica aí nos links que cê fica sabendo mais, vai.
FESTIVAL DE VERÃO - Foi divulgada a lista de atrações do já tradicional festival que inferniza o verão soteropolitano com sua divulgação maciça. Além de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e a musa adolescente Pitty (tocando pelo segundo ano consecutivo no palco principal), só se salva a Noite Deckdisc, com Ludov, Matanza, Dead Fish, Gram e Black Alien, todos tocando pela primeira vez na terra do Rapazola. Só contem comigo nessa noite, por favor. Inclusive, essa programação foi acaloradamente discutida por mim e Marcos com o companheiro Luciano El Cabong em seu blog. É sempre bom discutir com gente que tem argumento. Vai lá e dê seu pitaco também. Ah, tem uma tal de noite rock Bahia que é algo de inacreditível, totalmente lamentável, fora da realidade e sem noção. Onde é que essa organização pega essas referências, hein? No site de Lícia Fábio? Michele Marie? Me poupem.
CRUMB & THOMPSON - A Conrad Editora, dos jornalistas André (kill Regina Casé) Forastieri e Rogério de Campos é hoje, o que a Brasiliense era nos anos 80: a editora mais antenada em contracultura do Brasil. Além da Coleção Baderna, quadrinhos europeus e japoneses (pilhas e pilhas), romances alternativos e que tais, a Conrad está preenchendo uma importante lacuna no mercado editorial brasileiro ao lançar, aos poucos, as obras completas de Robert Crumb e Hunter S. Thompson, dois dos maiores pilares da contracultura americana de todos os tempos.
Crumb é o pai de personagens essenciais do movimento comix underground como Fritz The Cat e Mr. Natural (o pai do Ralah Rikota, do Angeli, certamente seu maior seguidor em terras brazucas). Dele, a Conrad já lançou as mais completas coletâneas de histórias de ambos os personagens. Além dessas duas, tem também América, maravilhoso álbum com sua visão destruidora da Terra de Marlboro e Blues, álbum em que conta diversas histórias sobre o ritmo pai do rock, uma de suas paixões. Edições primorosas, traduções decentíssimas (cortesia do Alexandre Matias), imperdível é apelido. Essencial. Tudo bem, é meio caro, não dá pra comprar tudo de vez, mas vai aos pouquinhos que compensa, e como. Além desses álbuns, a Conrad lançou ainda uma coletânea da Zap Comix, principal revista do movimento e outra coletânea só dos maravilhosos, extraordinários e ultracool Freak Brothers, imortal criação de Gilbert Shelton. Quem já tinha os dois volumes lançados pela LP&M na década de 80 vai ficar coçando na dúvida se compra esse ou não, com medo de ter histórias repetidas. Mas acho que vai acabar comprando.
Já Hunter S. Thompson é o pai do chamado jornalismo gonzo, estilo que manda às favas a objetividade e o tom sério do jornalismo convencional em favor da visão única dos doidões empapuçados de drogas e carregado de críticas e palavrões. De Thompson a Conrad já lançou seu primeiro livro, Hell`s Angels - Medo e Delírio Sobre Duas Rodas, obra em que disseca, ainda em meados dos anos 60, a famosa gang de motoqueiros barra-pesada do oeste dos EUA. Para isso, o maluco passou um ano convivendo com a gang. Terminou a reportagem no hospital, depois de tomar uma surra. Tô lendo esses dias, e me divertindo muito. Ano que vem a editora já prometeu lançar A Grande Caçada aos Tubarões, este uma coletânea de reportagens, desde já constando na minha wish list para 2005. Mais adiante eles devem lançar uma nova edição de sua obra mais famosa, Fear and loathing in Las Vegas, lançado há uns 15 anos atrás no Brasil com o título Las Vegas na cabeça por uma editora que não lembro no momento. Para quem não tá ligando o título ao filme, é aquele dirigido por Terry Gillian com Johnny Depp e Benicio Del Toro, chamado Medo e delírio em Las Vegas, legal pracas. Clica aí nos links que cê fica sabendo mais, vai.
FESTIVAL DE VERÃO - Foi divulgada a lista de atrações do já tradicional festival que inferniza o verão soteropolitano com sua divulgação maciça. Além de Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta e a musa adolescente Pitty (tocando pelo segundo ano consecutivo no palco principal), só se salva a Noite Deckdisc, com Ludov, Matanza, Dead Fish, Gram e Black Alien, todos tocando pela primeira vez na terra do Rapazola. Só contem comigo nessa noite, por favor. Inclusive, essa programação foi acaloradamente discutida por mim e Marcos com o companheiro Luciano El Cabong em seu blog. É sempre bom discutir com gente que tem argumento. Vai lá e dê seu pitaco também. Ah, tem uma tal de noite rock Bahia que é algo de inacreditível, totalmente lamentável, fora da realidade e sem noção. Onde é que essa organização pega essas referências, hein? No site de Lícia Fábio? Michele Marie? Me poupem.
domingo, dezembro 12, 2004
Lista da Uncut
Todo fim de ano começam a pipocar as listas de melhores do ano.A da Uncut, veneranda publicação inglesa sobre musica , cinema e cultura pop em geral é a seguinte(melhores discos do ano):
1- Brian Wilson - Smile
2-Wilco- A Ghost is Born
3-Loretta Lynn- Van Lear Rose
4- Richmond Fontaine- Post To Wire
5- Bob Dylan- Bootleg Series Vol.6
6- Mark Lanegan- Bubblegum
7- The Streets- A Grand Don´t Come For Free
8- Elliott Smith- From A Basement On The Hill
9- Amerrican Music Club- Love Songs For Patriots
10- Franz Ferdinand- Franz Ferdinand
A lista vai até o #70 e vale ainda destacar:
13- Nick Cave & The Bad Seeds- Abbatoir Blues/The Lyre Of The Orpheus
15- Junior Boys- Last Exit
16- R.E.M. Around The Sun
17-Leonard Cohen- Dear Heather
20- Lambchop- Aw Cmon/No You Cmon
22- The Libertines- The Libertines
32- The Dears- No Cities Left
39- The Shins- Chutes To Narrow
40- Interpol- Antics
45- Morrissey- You Are The Quarry
59- The Killers- Hot Fuss
69- The Concretes- The Concretes
Tem ainda lista de melhor trilha sonora para Wonderland, melhor relançamento para The Kinks Are The Village Green Preservation Society, com London Calling (edição de 25 anos) em segundo.
Só um rapido comentario sobre os melhores discos do ano, vão gostar assim de country e alt country assim lá na casa do chapeu.
1- Brian Wilson - Smile
2-Wilco- A Ghost is Born
3-Loretta Lynn- Van Lear Rose
4- Richmond Fontaine- Post To Wire
5- Bob Dylan- Bootleg Series Vol.6
6- Mark Lanegan- Bubblegum
7- The Streets- A Grand Don´t Come For Free
8- Elliott Smith- From A Basement On The Hill
9- Amerrican Music Club- Love Songs For Patriots
10- Franz Ferdinand- Franz Ferdinand
A lista vai até o #70 e vale ainda destacar:
13- Nick Cave & The Bad Seeds- Abbatoir Blues/The Lyre Of The Orpheus
15- Junior Boys- Last Exit
16- R.E.M. Around The Sun
17-Leonard Cohen- Dear Heather
20- Lambchop- Aw Cmon/No You Cmon
22- The Libertines- The Libertines
32- The Dears- No Cities Left
39- The Shins- Chutes To Narrow
40- Interpol- Antics
45- Morrissey- You Are The Quarry
59- The Killers- Hot Fuss
69- The Concretes- The Concretes
Tem ainda lista de melhor trilha sonora para Wonderland, melhor relançamento para The Kinks Are The Village Green Preservation Society, com London Calling (edição de 25 anos) em segundo.
Só um rapido comentario sobre os melhores discos do ano, vão gostar assim de country e alt country assim lá na casa do chapeu.
quinta-feira, dezembro 09, 2004
FUCKING HOSTILE
Caralho, apagaram a tiros o guitarrista do Pantera, banda emblemática do metal nos anos 90. Dimebag Darrel levou umas 5 ou 6 azeitonas praticamente à queima-roupa, em pleno palco. O assassino, fora de controle, ainda queimou mais quatro pessoas na platéia. Bizarríssmo. Vade-retro. Leia aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u79093.shtml.
GOD GAVE ROCK N ROLL TO YOU
A discografia de Neil Young selecionada e comentada para neófitos e velhos fãs. Mais um serviço Rock Loco aos seus ouvintes e amigos.
Antes de mais nada, quero deixar claro que considero uma ousadia de minha parte ficar escrevendo sobre a sagrada obra do Deus Neil Young aqui neste conceituado espaço. Não me considero competente para tanto. Humildemente, porém, atendo à sugestão do chapa Barry, da loja / blog Championship Vinyl, no sentido de, repito, humildemente, ajudar a divulgar a obra do mestre. Separei logo abaixo, em ordem cronológica, os LPs mais significativos (segundo minha concepção) de sua extensa e prolífica obra, adicionando um breve comentário com minha impressão pessoal sobre a mesma. A discografia completa está aqui, pescada no site Allmusic. Todos os lançamentos aqui relacionados estão linkados à sua página no mesmo site, onde vc pode ver a capa, dar uma ouvida nas faixas, etc. Ah, aproveite e também faça uma visitinha à casa do homem. Ou melhor, à sua garagem oficial. Vamos nessa?
Everybody Knows This Is Nowhere (1969) - Este aqui é segundo lp solo de Neil Young e saiu paralelamente à sua carreira com o Crosby, Stills, Nash and Young, superbanda na qual entrou meio que de última hora, em busca de fama e fortuna. Com eles, lançou o magnífico Deja vu, básico. Mas aqui, livre para fazer as coisas à sua própria maneira, como é de seu feitio, Young criou pérolas eternas como Cinnamon girl, Cowgirl in the sand e a maravilhosa faixa título. (Suspiro.) Emoção, melodias que parecem arrancadas à faca do coração despedaçado de um solitário incorrigível. Eu quero esse disco pra mim. Alguém aí pode me arranjar uma cópia?
Harvest (1972) - Esse eu tenho em vinil e é um dos meus preferidos. A faixa de abertura, Out on the weekend, é uma punhalada. ?Think I?ll pack it in and buy a pick-up, take it down to LA?. Tristeza em estado bruto. Tem ainda The needle and the damage done, um belíssimo grito de alerta contra os perigos da brown sugar; Alabama, um bem aplicado esporro no estado redneck por natureza (respondido depois pelo Lynyrd Skynyrd em Sweet home Alabama) e também Old man, pungente homenagem ao seu pai (curiosamente, colunista esportivo no Canadá) que faz qualquer homem pensar em suas semelhanças com o próprio genitor (Old man, look at my life / I?m a lot like you / I need someone to love me / the whole day through). Ah, não esqueçamos também o machismo descarado de Every man needs a maid. Clássico.
On the Beach (1974) - Aqui temos um Neil Young mais rocker (menos folk) e mais irônico. Pelo menos, esse é o sentimento que perpassa Revolution blues, uma das melhores faixas desse LP. Destaque ainda para a faixa de abertura, o rock Walk on, Vampire blues, e a balada tristonha See the sky about to rain, faixa que depois ganhou uma belíssima versão dos Byrds. Muito bom.
Tonight's the Night (1975) - Esse eu confesso que não ouvi, mas incluí aqui por que sei de sua importância. O álbum inteiro é uma homenagem à Danny Whitten, guitarrista do Crazy Horse (sua principal e mais fiel banda de acompanhamento) morto em uma overdose de heroína. Cópia, alguém?
Zuma (1975) - Esse é o meu preferido. Para mim, Zuma é o disco mais representativo do seu som sujo, folk e rock ao mesmo tempo, triste, irônico, melodioso. Guitarras em chamas, uma banda em estado de graça, um som que conquista o ouvinte logo à primeira audição. Não tem nada do Neil Young? Compre primeiro esse aqui. Inspirado na lenda do deus asteca Montezuma, Young destila uma série de canções faiscantes, cheias da agressividade contida que parece ser um dos traços mais marcantes de sua personalidade. Destaque para Don?t cry no tears, Barstool blues, Stupid girl, Lookin for a love (cuja letra Frejat descaradamente chupou para a sua Procuro um amor) e o épico Cortez the killer. Ó: o disco todo é bom. Sem esse aqui não tinha Seattle, grunge, Pearl Jam, meleca nenhuma. Necessário.
American Stars 'N Bars (1977) - A capa hilária e sujona já dá uma idéia do que espera o ouvinte aqui. Guitarras altas, muito altas, influências do country (Saddle up the palomino, maravilhosa), mais ironias (a porrada Like a hurrycane é uma 'homenagem' à sua ex-mulher, uma atriz esquecida de Hollywood), farpas ao governo americano etc. Bem legal, valer a pena buscar esse aqui.
Comes a Time (1978) - Gosto muito desse aqui também. Contém clássicos como a faixa título, Look out for my love e Lotta love, que já ouvi de passagem na Globo FM em versão bem radiofônica, com uma mulher, que não sei quem é, cantando. Disco regular e gostoso de ouvir, do tipo que se ouve do início ao fim sem pular nenhuma faixa.
Rust Never Sleeps (1979) - Se Zuma é o meu preferido, esse aqui vem logo em segundo lugar. O lado A é totalmente acústico e o B, elétrico pracaralho, se é que você me entende. Rust never sleeps era um mega projeto de show que virou filme (o DVD já saiu por aqui) com uma super produção, gigantescos objetos de cena, anões figurantes no palco e o escambau. Só mesmo ele para fazer um negócio desse, nessa época e a bagaça ainda dar certo. A faixa título é uma homenagem à Sid Vicious e sua letra foi citada por Kurt Cobain na carta que ele escreveu pouco antes de estourar os miolos: 'É melhor queimar de vez do que desaparecer lentamente', dizia. E como. Compre, copie, roube (ontem).
Everybody's Rockin' (1983) - Esse é mais um que, infelizmente, não ouvi. Esse é o segundo ou terceiro disco de sua fase temática. Ou seja, é mais um exercício de gênero, do que um álbum de carreira. Se um pouco antes, em Trans (82), Young escolheu a música eletrônica para brincar um pouco, com resultados pífios, aqui, eu soube que ele se saiu melhor ao escolher o rockabilly. Se alguém por aí tiver e puder me arranjar uma cópia, agradeço.
Old Ways (1985) - Mais um exercício de estilo, desta vez com a country music, gênero que sempre esteve presente em sua obra, de um jeito ou de outro. É bem agradável de ouvir, mas você tem, necessariamente, que gostar de country para gostar desse aqui. Participação da lenda Willie Nelson cantando em dueto com Young em Are there any real cowboys? Na época desse disco, o selo Geffen Records processou o homem por gravar álbuns descaracterizados, ou melhor: por não soar como ele mesmo! Que porre.
This Note's for You (1988) - Mais um na linha exercício de gênero. Aqui, Young chamou a banda The Blue Notes para gravar um suingado disco de soul cheio de metais faiscantes. É aquela coisa: gosto pra caralho, mas eu sou suspeito. Destaques para a faixa título e Ten men working, ótimas para animar aquela festinha esperta.
Freedom (1989) - Esse disco meio que marcou o fim da fase temática e um renascimento criativo de Young ao implementar um retorno ao rock mais básico e apresentar a faixa Keep on rockin in the free world, hino instantâneo no mundo inteiro. Gosto muito da faixa, ainda que a ache meio superestimada em relação à outros clássicos tão poderosos quanto, porém menos conhecidos.
Ragged Glory (1990) - Pedrada gravada no estúdio do rancho de Young com um Crazy Horse inspirado, descendo a madeira no melhor estilo onetwothreefour, sem muito tempo pra respirar entre uma música e outra. Destaques: Farmer John, Mansion on the Hill, Fuckin up. Ótimo para quem prefere a faceta elétrica do homem.
Harvest Moon (1992) - Aqui é o outro lado da coisa. Disco essencialmente acústico, meio que uma continuação (retomada talvez seja o termo mais apropriado) do clássico Harvest, comentado mais acima. Lindo, registra Young ainda bastante inspirado cometendo clássicos instantâneos como a faixa título, Unknown legend (minha preferida) e From Hank to Hendrix. Esse é um dos que tem que ter.
Unplugged (1993) - Um dos melhores Unplugged MTV desde sempre, esse disco serve como uma ótima introdução (ops) à obra de Young para neófitos. Pelo menos, serviu para mim, quando ganhei esse vinilzão do brother Márcio BA (irmão de Cebola), naquele mesmo ano. Grande banda, produção nos trinques, repertório extenso, com umas 13 faixas escolhidas a dedo. Destaques para Transformer man (originalmente eletrônica, reabilitada aqui) e faixas do Buffalo Springfield, sua primeira banda de sucesso nos anos 60.
Sleeps With Angels (1994) - Disco homenagem à Kurt Cobain. Não tão inspirado quanto os lançamentos anteriores, mas dá um caldo. Eu tinha uma fita com esse disco gravado, mas não lembro direito das faixas. Cópia, alguém?
Mirror Ball (1995) - Neil Young tira é onda. Aqui ele se deu ao luxo de utilizar o Pearl Jam como banda de apoio. Não ouvi, mas me disseram que é bacana. Eddie Vedder canta umas duas faixas em dueto com o homem. Cópia, alguém?
Dead Man (1996) - Trilha sonora para o filme Dead Man, western psicodélico em p&b dirigido pelo chapa / fã Jim Jarmusch. Já vi o filme, do qual gosto muito (disponível em VHS em algumas grandes locadoras de Salvador) e a trilha de Young tem grande papel nisso, creiam. O CD nunca saiu por aqui. É mais instrumental, mesmo. Para completistas.
Greendale (2003) - Seu lançamento mais recente é um disco conceitual, contando a história de uma cidadezinha americana e seus estranhos habitantes. Faixas longas, muito longas, vocais mais falados do que cantados. Bom disco, ainda que ligeiramente burocrático. Disponível em versão dupla, com um DVD apresentando um show voz e violão na Irlanda com o mesmo repertório do CD. É bom, mas não é essencial.
E aí, valeu?
Antes de mais nada, quero deixar claro que considero uma ousadia de minha parte ficar escrevendo sobre a sagrada obra do Deus Neil Young aqui neste conceituado espaço. Não me considero competente para tanto. Humildemente, porém, atendo à sugestão do chapa Barry, da loja / blog Championship Vinyl, no sentido de, repito, humildemente, ajudar a divulgar a obra do mestre. Separei logo abaixo, em ordem cronológica, os LPs mais significativos (segundo minha concepção) de sua extensa e prolífica obra, adicionando um breve comentário com minha impressão pessoal sobre a mesma. A discografia completa está aqui, pescada no site Allmusic. Todos os lançamentos aqui relacionados estão linkados à sua página no mesmo site, onde vc pode ver a capa, dar uma ouvida nas faixas, etc. Ah, aproveite e também faça uma visitinha à casa do homem. Ou melhor, à sua garagem oficial. Vamos nessa?
Everybody Knows This Is Nowhere (1969) - Este aqui é segundo lp solo de Neil Young e saiu paralelamente à sua carreira com o Crosby, Stills, Nash and Young, superbanda na qual entrou meio que de última hora, em busca de fama e fortuna. Com eles, lançou o magnífico Deja vu, básico. Mas aqui, livre para fazer as coisas à sua própria maneira, como é de seu feitio, Young criou pérolas eternas como Cinnamon girl, Cowgirl in the sand e a maravilhosa faixa título. (Suspiro.) Emoção, melodias que parecem arrancadas à faca do coração despedaçado de um solitário incorrigível. Eu quero esse disco pra mim. Alguém aí pode me arranjar uma cópia?
Harvest (1972) - Esse eu tenho em vinil e é um dos meus preferidos. A faixa de abertura, Out on the weekend, é uma punhalada. ?Think I?ll pack it in and buy a pick-up, take it down to LA?. Tristeza em estado bruto. Tem ainda The needle and the damage done, um belíssimo grito de alerta contra os perigos da brown sugar; Alabama, um bem aplicado esporro no estado redneck por natureza (respondido depois pelo Lynyrd Skynyrd em Sweet home Alabama) e também Old man, pungente homenagem ao seu pai (curiosamente, colunista esportivo no Canadá) que faz qualquer homem pensar em suas semelhanças com o próprio genitor (Old man, look at my life / I?m a lot like you / I need someone to love me / the whole day through). Ah, não esqueçamos também o machismo descarado de Every man needs a maid. Clássico.
On the Beach (1974) - Aqui temos um Neil Young mais rocker (menos folk) e mais irônico. Pelo menos, esse é o sentimento que perpassa Revolution blues, uma das melhores faixas desse LP. Destaque ainda para a faixa de abertura, o rock Walk on, Vampire blues, e a balada tristonha See the sky about to rain, faixa que depois ganhou uma belíssima versão dos Byrds. Muito bom.
Tonight's the Night (1975) - Esse eu confesso que não ouvi, mas incluí aqui por que sei de sua importância. O álbum inteiro é uma homenagem à Danny Whitten, guitarrista do Crazy Horse (sua principal e mais fiel banda de acompanhamento) morto em uma overdose de heroína. Cópia, alguém?
Zuma (1975) - Esse é o meu preferido. Para mim, Zuma é o disco mais representativo do seu som sujo, folk e rock ao mesmo tempo, triste, irônico, melodioso. Guitarras em chamas, uma banda em estado de graça, um som que conquista o ouvinte logo à primeira audição. Não tem nada do Neil Young? Compre primeiro esse aqui. Inspirado na lenda do deus asteca Montezuma, Young destila uma série de canções faiscantes, cheias da agressividade contida que parece ser um dos traços mais marcantes de sua personalidade. Destaque para Don?t cry no tears, Barstool blues, Stupid girl, Lookin for a love (cuja letra Frejat descaradamente chupou para a sua Procuro um amor) e o épico Cortez the killer. Ó: o disco todo é bom. Sem esse aqui não tinha Seattle, grunge, Pearl Jam, meleca nenhuma. Necessário.
American Stars 'N Bars (1977) - A capa hilária e sujona já dá uma idéia do que espera o ouvinte aqui. Guitarras altas, muito altas, influências do country (Saddle up the palomino, maravilhosa), mais ironias (a porrada Like a hurrycane é uma 'homenagem' à sua ex-mulher, uma atriz esquecida de Hollywood), farpas ao governo americano etc. Bem legal, valer a pena buscar esse aqui.
Comes a Time (1978) - Gosto muito desse aqui também. Contém clássicos como a faixa título, Look out for my love e Lotta love, que já ouvi de passagem na Globo FM em versão bem radiofônica, com uma mulher, que não sei quem é, cantando. Disco regular e gostoso de ouvir, do tipo que se ouve do início ao fim sem pular nenhuma faixa.
Rust Never Sleeps (1979) - Se Zuma é o meu preferido, esse aqui vem logo em segundo lugar. O lado A é totalmente acústico e o B, elétrico pracaralho, se é que você me entende. Rust never sleeps era um mega projeto de show que virou filme (o DVD já saiu por aqui) com uma super produção, gigantescos objetos de cena, anões figurantes no palco e o escambau. Só mesmo ele para fazer um negócio desse, nessa época e a bagaça ainda dar certo. A faixa título é uma homenagem à Sid Vicious e sua letra foi citada por Kurt Cobain na carta que ele escreveu pouco antes de estourar os miolos: 'É melhor queimar de vez do que desaparecer lentamente', dizia. E como. Compre, copie, roube (ontem).
Everybody's Rockin' (1983) - Esse é mais um que, infelizmente, não ouvi. Esse é o segundo ou terceiro disco de sua fase temática. Ou seja, é mais um exercício de gênero, do que um álbum de carreira. Se um pouco antes, em Trans (82), Young escolheu a música eletrônica para brincar um pouco, com resultados pífios, aqui, eu soube que ele se saiu melhor ao escolher o rockabilly. Se alguém por aí tiver e puder me arranjar uma cópia, agradeço.
Old Ways (1985) - Mais um exercício de estilo, desta vez com a country music, gênero que sempre esteve presente em sua obra, de um jeito ou de outro. É bem agradável de ouvir, mas você tem, necessariamente, que gostar de country para gostar desse aqui. Participação da lenda Willie Nelson cantando em dueto com Young em Are there any real cowboys? Na época desse disco, o selo Geffen Records processou o homem por gravar álbuns descaracterizados, ou melhor: por não soar como ele mesmo! Que porre.
This Note's for You (1988) - Mais um na linha exercício de gênero. Aqui, Young chamou a banda The Blue Notes para gravar um suingado disco de soul cheio de metais faiscantes. É aquela coisa: gosto pra caralho, mas eu sou suspeito. Destaques para a faixa título e Ten men working, ótimas para animar aquela festinha esperta.
Freedom (1989) - Esse disco meio que marcou o fim da fase temática e um renascimento criativo de Young ao implementar um retorno ao rock mais básico e apresentar a faixa Keep on rockin in the free world, hino instantâneo no mundo inteiro. Gosto muito da faixa, ainda que a ache meio superestimada em relação à outros clássicos tão poderosos quanto, porém menos conhecidos.
Ragged Glory (1990) - Pedrada gravada no estúdio do rancho de Young com um Crazy Horse inspirado, descendo a madeira no melhor estilo onetwothreefour, sem muito tempo pra respirar entre uma música e outra. Destaques: Farmer John, Mansion on the Hill, Fuckin up. Ótimo para quem prefere a faceta elétrica do homem.
Harvest Moon (1992) - Aqui é o outro lado da coisa. Disco essencialmente acústico, meio que uma continuação (retomada talvez seja o termo mais apropriado) do clássico Harvest, comentado mais acima. Lindo, registra Young ainda bastante inspirado cometendo clássicos instantâneos como a faixa título, Unknown legend (minha preferida) e From Hank to Hendrix. Esse é um dos que tem que ter.
Unplugged (1993) - Um dos melhores Unplugged MTV desde sempre, esse disco serve como uma ótima introdução (ops) à obra de Young para neófitos. Pelo menos, serviu para mim, quando ganhei esse vinilzão do brother Márcio BA (irmão de Cebola), naquele mesmo ano. Grande banda, produção nos trinques, repertório extenso, com umas 13 faixas escolhidas a dedo. Destaques para Transformer man (originalmente eletrônica, reabilitada aqui) e faixas do Buffalo Springfield, sua primeira banda de sucesso nos anos 60.
Sleeps With Angels (1994) - Disco homenagem à Kurt Cobain. Não tão inspirado quanto os lançamentos anteriores, mas dá um caldo. Eu tinha uma fita com esse disco gravado, mas não lembro direito das faixas. Cópia, alguém?
Mirror Ball (1995) - Neil Young tira é onda. Aqui ele se deu ao luxo de utilizar o Pearl Jam como banda de apoio. Não ouvi, mas me disseram que é bacana. Eddie Vedder canta umas duas faixas em dueto com o homem. Cópia, alguém?
Dead Man (1996) - Trilha sonora para o filme Dead Man, western psicodélico em p&b dirigido pelo chapa / fã Jim Jarmusch. Já vi o filme, do qual gosto muito (disponível em VHS em algumas grandes locadoras de Salvador) e a trilha de Young tem grande papel nisso, creiam. O CD nunca saiu por aqui. É mais instrumental, mesmo. Para completistas.
Greendale (2003) - Seu lançamento mais recente é um disco conceitual, contando a história de uma cidadezinha americana e seus estranhos habitantes. Faixas longas, muito longas, vocais mais falados do que cantados. Bom disco, ainda que ligeiramente burocrático. Disponível em versão dupla, com um DVD apresentando um show voz e violão na Irlanda com o mesmo repertório do CD. É bom, mas não é essencial.
E aí, valeu?
segunda-feira, dezembro 06, 2004
JINGLE BELL, JINGLE BELL, JINGLE BELL TIME
É Natal, época de jingobéu e de presentear amigos e familiares. Mas se você, assim como eu, anda latindo pra economizar cachorro, como fazer para agradar tanta gente? Ora, nada melhor que simplesmente baixar alguns mp3, queimar alguns cds e casar o útil ao agradável, presenteando os entes queridos com seus legítimos cds piratas. Como o Rock Loco está sempre pensando em seus ouvintes, amigos e colaboradores, segue uma série de links para preciosos mp3 de discos inteiros que podem ser baixados do conforto de seu lar ou trabalho (o que é melhor ainda).
Para começar, que tal a discografia inteirinha do AC/DC para aquele seu primo casca-grossa, ou até mesmo para nosso querido amigo Cláudio Esc? Outra opção de responsa é o Fashion nugget, na minha humirde opinião, o melhor cd do Cake. Agora, se você é leitor(a) assíduo(a) do venerável Lúcio Ribeiro, certamente já ouviu falar do Hot fuss, primeiro cd da melhor banda dos últimos tempos da última semana, The Killers. Ainda na seção novidadeira, eu confesso que gostei mais desse tal de Fountains of Wayne, bem melódico, esbanjando benéficas influências Byrdianas. Ah, já entendi. Na verdade, seu namorado é chegado num hardcore de qualidade, sem viadagens emo. Então tá aqui o disco novo do The Hives, sua nova banda favorita e outras punkadas, diretamente de um site from Russia, with love. Por falar em punkada, nada pode ser melhor que o In utero, com Kurt Cobain no auge da deprê e da genialidade. O melhor do Nirvana, no entender deste maleta aqui. Outro morto famoso do rock também está dando sopa na rede em um de seus melhores momentos: olha aqui o LA Woman do The Doors, procê invocar Mister Mojo rising, enquanto observa sua estúpida árvore de natal arder em chamas. Lindo. Para finalizar, o pai, o mestre, o maior de todos: Neil Young, com Landing on water. Afinal, um disco mediano do mestre é melhor que muita coisa chamada de genial por aí hoje em dia.
Ho, ho, ho!
PS: por falar em Papai Noel, fiquem ligados que o bom velhinho ainda prometeu uma festinha de Natal do Rock Loco. Não está confirmada ainda, mas assim que rolar essa confirmação, vcs vão ficar sabendo. Ou eu não me chamo Santa Claus.
Para começar, que tal a discografia inteirinha do AC/DC para aquele seu primo casca-grossa, ou até mesmo para nosso querido amigo Cláudio Esc? Outra opção de responsa é o Fashion nugget, na minha humirde opinião, o melhor cd do Cake. Agora, se você é leitor(a) assíduo(a) do venerável Lúcio Ribeiro, certamente já ouviu falar do Hot fuss, primeiro cd da melhor banda dos últimos tempos da última semana, The Killers. Ainda na seção novidadeira, eu confesso que gostei mais desse tal de Fountains of Wayne, bem melódico, esbanjando benéficas influências Byrdianas. Ah, já entendi. Na verdade, seu namorado é chegado num hardcore de qualidade, sem viadagens emo. Então tá aqui o disco novo do The Hives, sua nova banda favorita e outras punkadas, diretamente de um site from Russia, with love. Por falar em punkada, nada pode ser melhor que o In utero, com Kurt Cobain no auge da deprê e da genialidade. O melhor do Nirvana, no entender deste maleta aqui. Outro morto famoso do rock também está dando sopa na rede em um de seus melhores momentos: olha aqui o LA Woman do The Doors, procê invocar Mister Mojo rising, enquanto observa sua estúpida árvore de natal arder em chamas. Lindo. Para finalizar, o pai, o mestre, o maior de todos: Neil Young, com Landing on water. Afinal, um disco mediano do mestre é melhor que muita coisa chamada de genial por aí hoje em dia.
Ho, ho, ho!
PS: por falar em Papai Noel, fiquem ligados que o bom velhinho ainda prometeu uma festinha de Natal do Rock Loco. Não está confirmada ainda, mas assim que rolar essa confirmação, vcs vão ficar sabendo. Ou eu não me chamo Santa Claus.