Galera, sinto informar, mas acho que meu ritmo de posts neste conceituado blog vai cair um pouquinho. Não, não é preguiça, antes fosse. Fui saído do meu último emprego quarta passada e não tenho acesso a net de casa, modos que só vou poder preencher este espaço com minhas maltraçadas uma ou duas vezes por semana, da casa de minha sogra. Pelo menos por enquanto.
Então é o seguinte: se alguém souber de alguma oportunidade de trabalho pra jornalista e / ou redator publicitário por aí, please, entre em contato, valeu? Como diria o empresário do axé, fazemos qualquer negócio, menos dar beijo na boca.
Deixando as agruras da vida um tantinho de lado, o companheiro rockloquista Franciel Cruz me escreveu um email agradecendo o convite para ser efetivado no blog do Rock Loco, mas ele prefere ficar só de butuca, colaborando esporadicamente com um ou outro texto para abrilhantar ainda mais nosso informativo institucional do programa mais retado da rádio baiana. Reproduzo logo abaixo dois trechos de seu email para deleite de seus milhares de fãs.
Ao colocar no blog as mal traçadas sobre Glauber, você citou o bruxo aragonês (Buñuel?), cabra que, assim como o conquistense, bota pra ver tauba lascá ni banda, como diz meu amigo e ídolo Carlos Alberto Bahia. Por falar na fera, acabei de repassar a ele a seguinte ilação feita por um amigo que tem a manha da língua de Goethe: "Também gosto de usar a palavra "tauba" em vez de tábua. Por quê? porque penso que a palavra "tauba" tenha a mesma raiz etimológica da palavra alemã "Daube" = tábua". Isto é a verdadeira cultura inútil: a origem da tauba lascada, né não?
Agradeça por mim a Osvaldo pelos generosos elogios. Não alivia as dores de minha maltratada conta bancária, mas faz um bem danado a este bicho esquisito chamado ego, oraite?
Blog (que, nos seus primórdios, entre 2004-05, foi de um programa de rádio) sobre rock e cultura pop. Hoje é o blog de Chico Castro Jr., jornalista formado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, é repórter do Caderno 2+ do jornal A Tarde, no qual algumas das matérias vistas aqui foram anteriormente publicadas. Assina a coluna Coletânea, dedicada à música independente baiana. Nossa base é Salvador, Bahia, a cidade do axé, a cidade do terror.
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segunda-feira, janeiro 31, 2005
sexta-feira, janeiro 28, 2005
NÃO VOTE NO ROCK LOCO!
O Rock Loco está concorrendo em duas categorias no Prêmio Rock Independente BA 2004: Imprensa Escrita (jornal e internet) e Veículo de Comunicação (rádio e TV). Por favor, não votem no Rock Loco. Sabe como é, vai que a gente ganha, vamos ter que subir no palco (?) pra receber o prêmio, fazer aqueles estúpidos discursos de agradecimento (eu queria agradecer a minha mãe, e coisas do tipo...), nãããããão. Isso sem contar que eu fico parecendo um garçom de botequim vestindo smoking. Não. Nos poupem dessa espinhosa tarefa. Por favor, não votem no Rock Loco, valeu? Nããããããããõ façam isso, ok? Não mesmo. Nein. Non. Nyet. Please, no.
Em todo caso, vcs podem clicar nesse link e votar nos seus preferidos em cada categoria, desde que, mais uma vez, não votem no Rock Loco: Prêmio Rock Independente BA 2004.
Obrigado.
(Pronto, agora é só esperar que minha psicologia infantil funcione...)
Em todo caso, vcs podem clicar nesse link e votar nos seus preferidos em cada categoria, desde que, mais uma vez, não votem no Rock Loco: Prêmio Rock Independente BA 2004.
Obrigado.
(Pronto, agora é só esperar que minha psicologia infantil funcione...)
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Quem é do rock já sabe disso faz tempo
Amor à arte torna vida mais saudável, diz estudo.
Leiam aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u39079.shtml.
Leiam aqui: http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u39079.shtml.
There must be some way outta here...
...disse o tolo para o ladrão.
CEBOLA manda avisar: Apesar do inferno da última sexta, provocado pela Sucom e nossa briosa polícia, o Calypso vai, heroicamente, abrigar a Tequilers e Koyotes para uma noite Rock no dia 28, às 23 hs. Vamos mostrar a esse bando de filhos da puta com quantas guitarras se faz uma resistência. KICK OUT THE JAMS MOTHERFUCKERRRSSSS!!!!!!!!!!!!!
E a despeito de já estarmos praticamente na porcaria do carnaval, tem mais shows bacanas na cidade, veja só: RETROFOGUETES amanhã (quinta), no XIII Festival de Música Instrumental da Bahia, no TCA, 19h40 (R$10, inteira).
NAÇÃO ZUMBI e uma banda de reggae (que saco, por que nunca colocam uma banda de rock, caralho?) domingo, na Concha Acústica do TCA, no Projeto MPB Petrobras (R$14, inteira). Imperdível, como sempre.
KATIA DOTTO, ex-guitarrista da Leela (RJ), toca nesta sexta, no Pega. O companheiro Mario Jorge (bateria) e outra ex-Penélope, Erica Nande (baixo) acompanham a cantora. Dei uma ouvida na casa de Mário no EP Do lado de dentro, e achei um tanto similar ao trabalho da própria Penélope. No bom sentido. A conferir.
QUEM DIRIA: BEZ, aquele largado que tocava maracas e dançava que nem um doente no Happy Mondays, venceu o Celebrity Big Brother na Inglaterra (é, lá tb tem Casa dos Autistas), e ganhou 72 mil euros. Vejam aqui a notícia em inglês no site da BBC e aqui a página do programa que anuncia seu vencedor.
ESSA É PRA COMEMORAR: quer dizer, quase. O Universo HQ, um dos melhores e mais confiáveis sites do gênero do Brasil ventilou um boato lançado pela Folha de SP dando conta que a Conrad, a editora que é hj o que a Brasiliense foi nos anos 80 (talvez até melhor), está para relançar a série Sandman, de Neil Gaiman, no Brasil. Melhor ainda: a série voltaria em forma de encadernados reunindo todas as sagas que povoaram seus 75 números. Para mim, que nunca consegui completar a coleção, vai ser uma mão na roda. Outra editora, a Brainstore, vinha republicando a série (bem como várias outras séries da Vertigo/DC), mas parece que esse barco já afundou (como costuma acontecer no Brasil), abrindo caminho para a Conrad, que por enquanto, não confirmou nada. Vamos torcer, inclusive para que a Brainstore tenha mesmo perdido os direitos de publicação também sobre Preacher e Os Invisíveis, duas das melhores séries em quadrinhos de todos os tempos, mas que nunca chegavam às bancas baianas por não termos nenhuma afiliada à um tal de HQ Club. Eu quero encontrar Sandman, Preacher e Os Invisíveis na banca da esquina, como deve ser, caralho! É pedir demais?
CEBOLA manda avisar: Apesar do inferno da última sexta, provocado pela Sucom e nossa briosa polícia, o Calypso vai, heroicamente, abrigar a Tequilers e Koyotes para uma noite Rock no dia 28, às 23 hs. Vamos mostrar a esse bando de filhos da puta com quantas guitarras se faz uma resistência. KICK OUT THE JAMS MOTHERFUCKERRRSSSS!!!!!!!!!!!!!
E a despeito de já estarmos praticamente na porcaria do carnaval, tem mais shows bacanas na cidade, veja só: RETROFOGUETES amanhã (quinta), no XIII Festival de Música Instrumental da Bahia, no TCA, 19h40 (R$10, inteira).
NAÇÃO ZUMBI e uma banda de reggae (que saco, por que nunca colocam uma banda de rock, caralho?) domingo, na Concha Acústica do TCA, no Projeto MPB Petrobras (R$14, inteira). Imperdível, como sempre.
KATIA DOTTO, ex-guitarrista da Leela (RJ), toca nesta sexta, no Pega. O companheiro Mario Jorge (bateria) e outra ex-Penélope, Erica Nande (baixo) acompanham a cantora. Dei uma ouvida na casa de Mário no EP Do lado de dentro, e achei um tanto similar ao trabalho da própria Penélope. No bom sentido. A conferir.
QUEM DIRIA: BEZ, aquele largado que tocava maracas e dançava que nem um doente no Happy Mondays, venceu o Celebrity Big Brother na Inglaterra (é, lá tb tem Casa dos Autistas), e ganhou 72 mil euros. Vejam aqui a notícia em inglês no site da BBC e aqui a página do programa que anuncia seu vencedor.
ESSA É PRA COMEMORAR: quer dizer, quase. O Universo HQ, um dos melhores e mais confiáveis sites do gênero do Brasil ventilou um boato lançado pela Folha de SP dando conta que a Conrad, a editora que é hj o que a Brasiliense foi nos anos 80 (talvez até melhor), está para relançar a série Sandman, de Neil Gaiman, no Brasil. Melhor ainda: a série voltaria em forma de encadernados reunindo todas as sagas que povoaram seus 75 números. Para mim, que nunca consegui completar a coleção, vai ser uma mão na roda. Outra editora, a Brainstore, vinha republicando a série (bem como várias outras séries da Vertigo/DC), mas parece que esse barco já afundou (como costuma acontecer no Brasil), abrindo caminho para a Conrad, que por enquanto, não confirmou nada. Vamos torcer, inclusive para que a Brainstore tenha mesmo perdido os direitos de publicação também sobre Preacher e Os Invisíveis, duas das melhores séries em quadrinhos de todos os tempos, mas que nunca chegavam às bancas baianas por não termos nenhuma afiliada à um tal de HQ Club. Eu quero encontrar Sandman, Preacher e Os Invisíveis na banca da esquina, como deve ser, caralho! É pedir demais?
CANALHAS E FANTASMAS
Da primeira vez em que colaborou com este blog, o companheiro Franciel Cruz não gostou da denominação rockloquete honorário, por acha-la um tanto... efeminada. Sugeriu, desta forma, que utilizássemos o termo rockloquista. De minha parte, nada tenho contra a primeira, cunhada, senão me engano, pela companheira rockloquete efetiva Sora Maia. Rockloquete ou rockloquista, o importante é que Franciel, cabeça pensante do jornalismo baiano, nos brinda com mais um belo texto de sua autoria, a propósito de um fantasma que assombra a inteligentzia nacional: Glauber Rocha. (Me lembrei até de um texto, o autor eu não lembro, que comparava Glauber e Buñuel, o estrago que ambos haviam involuntariamente causado à intelectualidade de seus países após suas mortes.) Leiam e vcs vão entender.
CANALHAS E FANTASMAS
Um espectro ronda de forma indelével a inteligentzia tropical - o espectro de Glauber Rocha. Desde que Dona Lúcia o pariu em Vitória da Conquista há pouco mais de 65 anos, no 14 de março de 1939, ele não pára de assombrar. Mas, sua figura fantasmagórica tornou-se mesmo insuportável depois de 22 de agosto de 1981, quando ele bateu as botas em um hospital do Rio de Janeiro. Definitivamente, este é um dia que nunca termina. A partir de então, é só choro e ranger de dentes. Viúvas verdadeiras, falsas e outras maizomenos protagonizam uma ladainha sem fim. Agora mesmo o cineasta entrou novamente na roda pelas mãos de Silvio Tendler com Glauber O Filme, Labirinto do Brasil.
Tento até ser compreensivo, mas meu maltratado saco transborda quando se descamba para o inevitável: "O que Glauber faria se estivesse vivo diante de...?". Caralho! Mandaria às favas os problemas de consciência, os culhões de Cristo, estas indagações impertinentes e continuaria com sua trajetória de loucas profecias e incoerências, ora... ou não? Como diria a vedete santamarense. Por falar nela, outro dia, em uma de suas chatas, inúteis e intermináveis polêmicas, contou que Glauber lhe confessara: "Meu candidato a presidente é ACM". Eta carai de asa. Viva a macumba transcendental! Aliás, nos apaixonados debates sobre arte, polititica, revolução e outros bichos afins, tão comuns em sua época, o conquistense guiava-se pela máxima do lírico Mário Quintana: "Que fique mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é o soldado".
E já que estamos no campo dos devaneios, Terra em Transe. O filme é, com perdão da má palavra, um oxímoro. Nele, Glauber expõe todas as suas dores, contradições e esperanças a partir de uma representação atemporal dos desmantelos e (im) possibilidades de grandezas de Pindorama. À parte eu apreciar muito os gritos lancinantes das óperas místicas de literatura de cordel e faroeste que são Deus e o Diabo e o Santo Guerreiro, acho Terra em Transe superior. E nem vou entrar nesta polêmica específica. É apenas minha mísera opinião.
Aliás, nem era só de Glauber que eu queria tratar quando comecei a digitar estas mal traçadas. Desejava também falar sobre o retrato do artista quando (se transforma em) canalha. Não, cambada, não é Glauber, mas sim Fagner. E onde é que a Bahia faz fronteira com o Ceará? Seguinte. Outro dia um amigo me contou que o Raimundo, nome que serviria para a rima drumondiana, transava nas escadarias do hospital em que o filho de Dona Lúcia padecia. Pensei: taí um cabra que era, novamente com o perdão da má palavra, tão iconoclasta quanto o Dragão da Maldade. Um homem que botava pra fuder, literalmente. Estreou em LP já furtando Cecília Meireles.
Porém, para além do amor ao alheio, Manera Fru Fru, Manera ou o Último Pau-de-Arara é uma pequena obra-prima. Entre outras malcriações, cometeu Orós, um disco absurdamente inquietante, com o auxílio luxuoso do bruxo Hermeto; no intermezzo, ainda gravou o bolachão que contém o biscoito finíssimo Sinal Fechado; produziu e incentivou artistas novos; apoiou talentos; jogou bola com Chico Buarque e... comeu gente na escada de hospital. Enfim, fez misera. Depois, todo o mundo já sabe o processo de vergonhosa patifaria a que este se submeteu. Abstenho-me de comentar. Só uma surra de cansanção e urtiga neste moleque, que hoje é filiado ao PSDB do Ceará e faz canções mela-cueca.
Tá tudo bem, tudo muito certo, mas cadê a moral da história? Sim, porque toda a fábula tem que ter uma. Se todos assim o fazem, não seria eu que desta lei da natureza deveria ter isenção. Vamos lá.
FANTASMAS: Gênios que morrem antes do tempo, como convém aos de boa cepa, e ficam perturbando mentes, corações e provocando desmantelos nos intestinos.
CANALHAS: Nós outros, gênios ou imbecis, que permanecemos vivos.
Franciel Cruz, o canalhinha-camarada.
CANALHAS E FANTASMAS
Um espectro ronda de forma indelével a inteligentzia tropical - o espectro de Glauber Rocha. Desde que Dona Lúcia o pariu em Vitória da Conquista há pouco mais de 65 anos, no 14 de março de 1939, ele não pára de assombrar. Mas, sua figura fantasmagórica tornou-se mesmo insuportável depois de 22 de agosto de 1981, quando ele bateu as botas em um hospital do Rio de Janeiro. Definitivamente, este é um dia que nunca termina. A partir de então, é só choro e ranger de dentes. Viúvas verdadeiras, falsas e outras maizomenos protagonizam uma ladainha sem fim. Agora mesmo o cineasta entrou novamente na roda pelas mãos de Silvio Tendler com Glauber O Filme, Labirinto do Brasil.
Tento até ser compreensivo, mas meu maltratado saco transborda quando se descamba para o inevitável: "O que Glauber faria se estivesse vivo diante de...?". Caralho! Mandaria às favas os problemas de consciência, os culhões de Cristo, estas indagações impertinentes e continuaria com sua trajetória de loucas profecias e incoerências, ora... ou não? Como diria a vedete santamarense. Por falar nela, outro dia, em uma de suas chatas, inúteis e intermináveis polêmicas, contou que Glauber lhe confessara: "Meu candidato a presidente é ACM". Eta carai de asa. Viva a macumba transcendental! Aliás, nos apaixonados debates sobre arte, polititica, revolução e outros bichos afins, tão comuns em sua época, o conquistense guiava-se pela máxima do lírico Mário Quintana: "Que fique mal explicado. Não faço força para ser entendido. Quem faz sentido é o soldado".
E já que estamos no campo dos devaneios, Terra em Transe. O filme é, com perdão da má palavra, um oxímoro. Nele, Glauber expõe todas as suas dores, contradições e esperanças a partir de uma representação atemporal dos desmantelos e (im) possibilidades de grandezas de Pindorama. À parte eu apreciar muito os gritos lancinantes das óperas místicas de literatura de cordel e faroeste que são Deus e o Diabo e o Santo Guerreiro, acho Terra em Transe superior. E nem vou entrar nesta polêmica específica. É apenas minha mísera opinião.
Aliás, nem era só de Glauber que eu queria tratar quando comecei a digitar estas mal traçadas. Desejava também falar sobre o retrato do artista quando (se transforma em) canalha. Não, cambada, não é Glauber, mas sim Fagner. E onde é que a Bahia faz fronteira com o Ceará? Seguinte. Outro dia um amigo me contou que o Raimundo, nome que serviria para a rima drumondiana, transava nas escadarias do hospital em que o filho de Dona Lúcia padecia. Pensei: taí um cabra que era, novamente com o perdão da má palavra, tão iconoclasta quanto o Dragão da Maldade. Um homem que botava pra fuder, literalmente. Estreou em LP já furtando Cecília Meireles.
Porém, para além do amor ao alheio, Manera Fru Fru, Manera ou o Último Pau-de-Arara é uma pequena obra-prima. Entre outras malcriações, cometeu Orós, um disco absurdamente inquietante, com o auxílio luxuoso do bruxo Hermeto; no intermezzo, ainda gravou o bolachão que contém o biscoito finíssimo Sinal Fechado; produziu e incentivou artistas novos; apoiou talentos; jogou bola com Chico Buarque e... comeu gente na escada de hospital. Enfim, fez misera. Depois, todo o mundo já sabe o processo de vergonhosa patifaria a que este se submeteu. Abstenho-me de comentar. Só uma surra de cansanção e urtiga neste moleque, que hoje é filiado ao PSDB do Ceará e faz canções mela-cueca.
Tá tudo bem, tudo muito certo, mas cadê a moral da história? Sim, porque toda a fábula tem que ter uma. Se todos assim o fazem, não seria eu que desta lei da natureza deveria ter isenção. Vamos lá.
FANTASMAS: Gênios que morrem antes do tempo, como convém aos de boa cepa, e ficam perturbando mentes, corações e provocando desmantelos nos intestinos.
CANALHAS: Nós outros, gênios ou imbecis, que permanecemos vivos.
Franciel Cruz, o canalhinha-camarada.
O Exilio Europeu dos Walkabouts
Uma banda de Seattle, contratada da Sub-Pop no final dos 80-inicio dos 90, faz que tipo de som, grunge, né? No caso dos Walkabouts(Andarilhos) a resposta é um redondo não. O som da banda é de dificil qualificação,uma "pallete" musical de Folk, Country, Rock, fortemente imersa no conceito de "Americana"(mitos da "America Profunda"), com tons e sonoridades soturnas e sombrias(quase gotico), mas vez por outra capazes de nos alegrar. Mas isso é apenas o inicio das idiossincrasias que conferem aos Walkabouts uma trajetoria peculiar. A banda foi formada em 1984, pelos irmãos Chris, Curt, e Grant Eckman que juntamente com a veterana da cena folk de Seattle, Carla Torgerson, gravaram uma fita k-7(auto-intitulado), um ep (22 Disasters de 85) até serem contratados pelo emergente selo local Sub-Pop, que relança(tinha sido lançado por conta propria), o fraco "See Beautiful Rattlesnake Garden" em 1988 . A banda passa com o tempo a girar em torno do nucleo Chris Eckman(compositor e cantor de voz grave) e Carla Torgerson(simplesmente uma das maiores cantoras do cenario), com musicos diversos variando de projeto a projeto, com alguma estabilidade em meados dos 90.Lançam mais 3 discos pela Sub-Pop-- Cataract(89), Rag & Bone(90), Scavenger(91) e são dispensados pela Sub-Pop. Aí o Sobrenatural de Almeida entra em campo, ao mesmo tempo que não fazem sucesso nos U.S.A. , o braço associado da Sub-Pop na Europa, o fantastico selo alemão Glitterhouse contrata os caras para suprir um crescente culto ao grupo na Europa como um todo, em particular na Alemanha, Tcheco-Eslovaquia e Polonia!!!?!!
A partir de 1993 os Walkabouts lançam, na Europa, uma sucessão de 5 discos antologicos, com poucos paralelos artisticos: o climatico New Motel West(1993) , o só covers (para muitos uma obra-prima) Satisfied Mind(1993), Setting the Woods on Fire(1994), o cultuado Devil's Road, e a obra-prima(para mim) Nighttown(1997). Pequeno grande detalhe, os titulos foram lançados só na Europa, e até hoje só são disponiveis nos U.S. como importados, com os Andarilhos cumprindo de forma torta e inesperada a promessa contida em seu nome . O mais estranho é que o culto a banda na Europa, principalmente na Alemanha, torna-se em adoração por seus produtores e fãs e depois do pico artistico de Satisfied Mind, uma seleção de covers tortos puxados pro country de artistas como Charlie Rich, Patti Smith, John Cale, Nick Cave e Carter Family, e do country-rock consistente do Setting the Woods..., a Virgin Schallplatten(Virgin alemã) contrata os caras e grava em Berlim o luxuoso Devil´s Road com a participação de nada mais nada menos que da Orquestra Filarmonica de Varsovia. O disco dá aos Walkabouts um hit alemão(quarto maior mercado do mundo), a belissima "The Lights Will Stay On", uma das canções mais belas já gravadas, do nivel de "Killing Moon". O resto do disco apesar do altissimo padrão artistico, ainda não é o disco dos caras.Isto aconteceria com Nighttown, gravado em Seattle, com a Nightown Orchestra, com musicos americanos, e uma obra-prima pela emoção das interpretações, apuro tecnico, letras entre o soturno e esperançoso(ali no "twilight"), e um equilibrio e dinamica que deixa o disco com o clima menos pesado que Devil´s Road.
Pra não alongar muito, são lançados ainda : Trail of Stars (2000), Train Leaves at Eight(2001),
Ended up a Stranger(2002), e a fantastica coletanea Drunken Soundtracks(2002). Tambem disponivel a coletanea Death Valley Days(19996), mais não me pergunte a gravadora.E tambem alguns projetos paralelos lançados por Eckman e Torgerson, com tiragens limitadas pelas gravadoras Cargo e Glitterhouse.Ano passado Eckman lançou o solo "The Black Field" pela ...Glitterhouse , e Carla(Great Dame) Torgerson o solo "Saint Stranger" pela.....Glitterhouse!!!! Mais info no site não oficial da banda-The Stopping-Off Place(www.thewalkabouts.com), que inclusive linka com a fundamental Glitterhouse.
A partir de 1993 os Walkabouts lançam, na Europa, uma sucessão de 5 discos antologicos, com poucos paralelos artisticos: o climatico New Motel West(1993) , o só covers (para muitos uma obra-prima) Satisfied Mind(1993), Setting the Woods on Fire(1994), o cultuado Devil's Road, e a obra-prima(para mim) Nighttown(1997). Pequeno grande detalhe, os titulos foram lançados só na Europa, e até hoje só são disponiveis nos U.S. como importados, com os Andarilhos cumprindo de forma torta e inesperada a promessa contida em seu nome . O mais estranho é que o culto a banda na Europa, principalmente na Alemanha, torna-se em adoração por seus produtores e fãs e depois do pico artistico de Satisfied Mind, uma seleção de covers tortos puxados pro country de artistas como Charlie Rich, Patti Smith, John Cale, Nick Cave e Carter Family, e do country-rock consistente do Setting the Woods..., a Virgin Schallplatten(Virgin alemã) contrata os caras e grava em Berlim o luxuoso Devil´s Road com a participação de nada mais nada menos que da Orquestra Filarmonica de Varsovia. O disco dá aos Walkabouts um hit alemão(quarto maior mercado do mundo), a belissima "The Lights Will Stay On", uma das canções mais belas já gravadas, do nivel de "Killing Moon". O resto do disco apesar do altissimo padrão artistico, ainda não é o disco dos caras.Isto aconteceria com Nighttown, gravado em Seattle, com a Nightown Orchestra, com musicos americanos, e uma obra-prima pela emoção das interpretações, apuro tecnico, letras entre o soturno e esperançoso(ali no "twilight"), e um equilibrio e dinamica que deixa o disco com o clima menos pesado que Devil´s Road.
Pra não alongar muito, são lançados ainda : Trail of Stars (2000), Train Leaves at Eight(2001),
Ended up a Stranger(2002), e a fantastica coletanea Drunken Soundtracks(2002). Tambem disponivel a coletanea Death Valley Days(19996), mais não me pergunte a gravadora.E tambem alguns projetos paralelos lançados por Eckman e Torgerson, com tiragens limitadas pelas gravadoras Cargo e Glitterhouse.Ano passado Eckman lançou o solo "The Black Field" pela ...Glitterhouse , e Carla(Great Dame) Torgerson o solo "Saint Stranger" pela.....Glitterhouse!!!! Mais info no site não oficial da banda-The Stopping-Off Place(www.thewalkabouts.com), que inclusive linka com a fundamental Glitterhouse.
terça-feira, janeiro 25, 2005
Vai Que Dia?
Olha só o email que os cara me mandam, e ai vai encarar?
----- Original Message -----
From: bigbross
To: Messias Guimarães Bandeira
Sent: Tuesday, January 25, 2005 2:52 AM
Subject: vai que dia??
Palco do Rock 2005Por Sandra de Cássia e Gabriel Amorim (Presidência ACCR)
Sábado ? 05/02
Domingo ? 06/02
Segunda ? 07/02
Terça ? 08/02
Lollyta
Anacê
Paladinos
Linha de Fogo Groove
Demoiselle
Pã
Canto dos Malditos na Terra do Nunca
Os Caverna
Mundo Tosco
Cobalto
Movidos a Álcool
Kbrunco (Serrinha)
Plexus
(Mut) Mutação (AL)
Ulo Selvagem
Slow
Malcom
Portal
Chipset Zero (SP)
Temporal
Animus Necandi
Haze
Cruzadas
Nação Alien
Os Algas
Desrroche
General Zorg (AL)
Lenora (Feira de Santana)
Custo Zero
Nebória
The Hughes
Who Am ?I (AL)
Modus Operandi
Os Nóides
Insantification
Charcot (Serrinha)
Blessed in Fire
Exórdia
Morbidreams
Keter
----- Original Message -----
From: bigbross
To: Messias Guimarães Bandeira
Sent: Tuesday, January 25, 2005 2:52 AM
Subject: vai que dia??
Palco do Rock 2005Por Sandra de Cássia e Gabriel Amorim (Presidência ACCR)
Sábado ? 05/02
Domingo ? 06/02
Segunda ? 07/02
Terça ? 08/02
Lollyta
Anacê
Paladinos
Linha de Fogo Groove
Demoiselle
Pã
Canto dos Malditos na Terra do Nunca
Os Caverna
Mundo Tosco
Cobalto
Movidos a Álcool
Kbrunco (Serrinha)
Plexus
(Mut) Mutação (AL)
Ulo Selvagem
Slow
Malcom
Portal
Chipset Zero (SP)
Temporal
Animus Necandi
Haze
Cruzadas
Nação Alien
Os Algas
Desrroche
General Zorg (AL)
Lenora (Feira de Santana)
Custo Zero
Nebória
The Hughes
Who Am ?I (AL)
Modus Operandi
Os Nóides
Insantification
Charcot (Serrinha)
Blessed in Fire
Exórdia
Morbidreams
Keter
segunda-feira, janeiro 24, 2005
NIGHT DECK DISC: VALEU?
Sim, eu fui naquele festivalzinho mala no sábado e valeu a night. Negócio seguinte: acabei de sair de um tratamento de canal e tô me sentindo tão bem, que não reparem não, mas vou passar logo para uma breve resenha de cada apresentação da Noite Deck Disc.
LUDOV: A despeito dos esforços da carismática vocalista Vanessa Krongold, que corria para lá e para cá e se esgoelava para se fazer ouvir (o som estava bem baixo para as três primeiras atrações, ou foi impressão minha?) o Ludov só ensaiou levantar a galera com o hit da MTV, Princesa. O desconhecimento do repertório da banda pela imensa maioria do público, o som baixo e a enormidade do palco Arena Motomix prejudicaram o Ludov, que não empolgou nem aqueles que a vêem com bons olhos, como o papai aqui. Talvez eu esteja falando merda, mas acho que Vanessa e sua gangue fariam mais bonito tocando em um palco menor (como o Tapioca, daqui de SSa), e para o seu próprio público, não aquela coisa pulverizada de festival. Mas valeu para um primeiro contato. Esperemos o cd novo que sairá pela Deck e os próximos shows.
GRAM: Como já disse o bróder Luciano, o melhor show do festival. Com um repertório claramente superior ao da banda anterior, o Gram se mostrou uma banda afiadíssima e encantou até os incrédulos. Levantou a galera com Você pode ir na janela, e fez um show de gente grande, com execuções irrepreensíveis, no quilo, das músicas do seu primeiro disco. Teve até Across the universe, dos Beatles, linda. Nesse caso, deu vontade de vê-los na Concha. Danem-se os Los Hermanos. Esses meninos têm personalidade própria e ainda vão longe.
BLACK ALIEN: Respeito o trabalho desse cara, mas não tenho mais saco pra rap e hip hop. Pausa para ir ao banheiro, tomar (mais) umas cervas e para aquelas rodinhas amigas em locais mais tranqüilos.
MATANZA: grande show, multidão enlouquecida, seqüência de porradas na orelha. É uma banda de metal. Ao vivo, quase todas as músicas se resumem àquela batida páco-páco-páco-páco acelerada que a gente acha o máximo quando tem 16 anos. Isso, para mim, entedia um pouco. Mas curti uma boa parte do show, até por que já tava bebão, mesmo. Pé na porta, soco na cara foi ducaralho, assim como Bom é quando faz mal e uma ou outra que fugia daquela batida repetitiva. Agora, por que diabos eles não tocaram Maldito hippie sujo, uma das melhores músicas do seu repertório?
DEAD FISH: só prestei atenção na hora do hit Você, que de tanto ouvir na Brasil 2000, acabei gostando. O povão se amarrou o tempo todo e abriu enormes rodas de pogo (a exemplo do que já havia ocorrido no show do Matanza). Não gosto de hardcore melódico, apesar de admitir que essa banda é bem melhor que a insuportável CPM22. Mas àquela hora da night e bêbado que nem um gambá, não há quem agüente aquela choradeira. Desta forma, cedi aos apelos de minha paciente e esgotada companheira e se mandamos daquele hospício.
Saldo da noite: empatado em 2,5 a 2,5. Gram e Matanza marcando a favor, Ludov marcando meio ponto pra lá e pra cá e Black Alien e Dead Fish como bolas fora. Entenderam? Senão eu posso repetir.
LUDOV: A despeito dos esforços da carismática vocalista Vanessa Krongold, que corria para lá e para cá e se esgoelava para se fazer ouvir (o som estava bem baixo para as três primeiras atrações, ou foi impressão minha?) o Ludov só ensaiou levantar a galera com o hit da MTV, Princesa. O desconhecimento do repertório da banda pela imensa maioria do público, o som baixo e a enormidade do palco Arena Motomix prejudicaram o Ludov, que não empolgou nem aqueles que a vêem com bons olhos, como o papai aqui. Talvez eu esteja falando merda, mas acho que Vanessa e sua gangue fariam mais bonito tocando em um palco menor (como o Tapioca, daqui de SSa), e para o seu próprio público, não aquela coisa pulverizada de festival. Mas valeu para um primeiro contato. Esperemos o cd novo que sairá pela Deck e os próximos shows.
GRAM: Como já disse o bróder Luciano, o melhor show do festival. Com um repertório claramente superior ao da banda anterior, o Gram se mostrou uma banda afiadíssima e encantou até os incrédulos. Levantou a galera com Você pode ir na janela, e fez um show de gente grande, com execuções irrepreensíveis, no quilo, das músicas do seu primeiro disco. Teve até Across the universe, dos Beatles, linda. Nesse caso, deu vontade de vê-los na Concha. Danem-se os Los Hermanos. Esses meninos têm personalidade própria e ainda vão longe.
BLACK ALIEN: Respeito o trabalho desse cara, mas não tenho mais saco pra rap e hip hop. Pausa para ir ao banheiro, tomar (mais) umas cervas e para aquelas rodinhas amigas em locais mais tranqüilos.
MATANZA: grande show, multidão enlouquecida, seqüência de porradas na orelha. É uma banda de metal. Ao vivo, quase todas as músicas se resumem àquela batida páco-páco-páco-páco acelerada que a gente acha o máximo quando tem 16 anos. Isso, para mim, entedia um pouco. Mas curti uma boa parte do show, até por que já tava bebão, mesmo. Pé na porta, soco na cara foi ducaralho, assim como Bom é quando faz mal e uma ou outra que fugia daquela batida repetitiva. Agora, por que diabos eles não tocaram Maldito hippie sujo, uma das melhores músicas do seu repertório?
DEAD FISH: só prestei atenção na hora do hit Você, que de tanto ouvir na Brasil 2000, acabei gostando. O povão se amarrou o tempo todo e abriu enormes rodas de pogo (a exemplo do que já havia ocorrido no show do Matanza). Não gosto de hardcore melódico, apesar de admitir que essa banda é bem melhor que a insuportável CPM22. Mas àquela hora da night e bêbado que nem um gambá, não há quem agüente aquela choradeira. Desta forma, cedi aos apelos de minha paciente e esgotada companheira e se mandamos daquele hospício.
Saldo da noite: empatado em 2,5 a 2,5. Gram e Matanza marcando a favor, Ludov marcando meio ponto pra lá e pra cá e Black Alien e Dead Fish como bolas fora. Entenderam? Senão eu posso repetir.
sexta-feira, janeiro 21, 2005
THERE AIN'T NO CURE FOR THE SUMMERTIME BLUES
FODA-SE O VERÃO. Sim, foda-se mesmo. Caguei para o festivalzinho da rede dona do pedaço, caguei para o skol spirit, para a ilha de caras, camarotes de carnaval que prometem o paraíso na terra e essa gentalha feliz que parece viver num desses comerciais de telefonia celular: todo mundo é lindo, sarado e só falta sair flutuando de tanta felicidade (e tudo por causa de um celular). Fala sério, é tudo muito nojento, fake até o cú fazer bico.
Por conta disso, resolvi fazer finalmente um post sobre uma das minhas bandas preferidas desde... desde sempre mesmo.
Se você, assim como eu, está cagando e andando para o verão e toda a sua forçada alegria, uma boa dica é se trancar em um quarto (de preferência com ar-condicionado, ou no mínimo um ventilador) para ouvir os Cowboy Junkies, a melancólica banda canadense que, pelo que sei, nunca gozou de muita popularidade na terra da alegria.
Também, pudera: seus discos costumam ser verdadeiros tratados sobre a tristeza, a solidão e os desencontros amorosos dos personagens de suas letras. O som, ouso arriscar, seria um feliz (opa) cruzamento de Velvet Underground com Neil Young. Um híbrido de rock alternativo com country rock e uma pitada de blues. Peraí! Mas isso não é o tal do alt-country, Franchico?
É, né? Fazer o quê? Os Vaqueiros Viciados já estavam em cima do lance desde 1984, quando o guitarrista Michael Timmins e o baixista Alan Anton fundaram a banda. Em 1985 entram em cena os irmãos de Michael, Peter e Margo Timmins, na bateria e vocais, respectivamente, fechando a formação que perdura até hoje, um caso raro no cenário do rock, tão afeito a vontades, chiliques e ataques de estrelismo.
Ah, quantos devaneios noturnos (e diurnos tb) a maravilhosa voz etérea da musa Margo já não embalaram, quantas vezes o som quase sempre limpo da guitarra perfeita de Michael já não nos transportou para a paisagem gelada das florestas de pinheiros canadenses, aquela imensidão, aquela solidão reconfortante, longe de toda essa podridão que nos cerca? Pois é, o som do Cowboy Junkies é capaz de tudo isso e muito mais. Por isso é que eu digo: Cowboy Junkies é O som do verão, pra mim.
Feita esta breve introdução, passemos agora a uma rápida discografia comentada, com links para a página de cada disco no site All Music, para quem quiser conferir.
Whites Off Earth Now!! (1986) - O primeiro disco do CJ é quase uma coletânea de covers (só uma faixa, Take me, é de autoria própria) muito bem escolhidos entre standards do blues e country rock. John Lee Hooker, Robert Johnson, Bruce Springsteen e Lightnin Hopkins dizem presente nessa coleção de canções que já mostrava a quê os Junkies vieram. Nunca lançado no Brasil, esse disco, um lançamento independente gravado com um único microfone, é um dos poucos que eu nunca ouvi, mas diz que Margo já canta maravilhosamente aqui.
The Trinity Session (1988) - Como definir a perfeição? Como tentar descrever o indescritível? Como passar para a tela do computador toda a extraordinária sensação narcótica provocada pela simples audição dessa obra de arte? Com The Trinity Session, o CJ atingiu um patamar de qualidade tão alto, que muita gente até hoje acha este o melhor disco do grupo. Eu gosto tanto da banda em sua plenitude que hesito muito em concordar com a tese de insuperabilidade (essa palavra existe?) desse álbum, mas se tivesse que escolher UM só na discografia para levar comigo para uma ilha deserta, muito provavelmente, seria esse mesmo. Gravado em uma única noite (e que noite mágica deve ter sido) em uma igreja abandonada em Toronto, a The Holy Trinity Church, e novamente com apenas um microfone e um gravador DAT, esse disco catapultou os Cowboys para a fama no circuito das college radios no Canadá e EUA. Lembro que na época, foi até lançado em vinil no Brasil, para gozo dos críticos da Bizz e um ou outro gato pingado que teve a felicidade de adquiri-lo na época, como o verme-mór Sérgio Cebola (exímio conhecedor da obra dos irmãos Timmins). É desse disco seu maior hit, ironicamente, um cover do Velvet, Sweet Jane, posteriormente popularizado pela trilha sonora do filme Assassinos por natureza, de Oliver Stone, que ainda teve a pachorra de incluir diálogos dos personagens no meio da música. Mala. Outra cover bem legal constante desse álbum é Blue Moon Revisited (Song for Elvis), a melhor e mais tocante homenagem ao Rei que eu já ouvi na vida. Voltando o disco em si, não tem essa de melhor ou pior faixa: trata-se de um álbum coeso, para ser ouvido em sua totalidade, do início ao fim sem pular uma faixinha sequer. Se vc nunca ouviu a banda e quer conhece-la, comece por este aqui, que não tem erro: é paixão na certa.
The Caution Horses (1990) - É natural: depois de um disco amplamente celebrado tanto pela crítica quanto pelo público, qualquer banda treme nas bases na hora de gravar seu sucessor. The Caution Horses se ressente exatamente dessa tensão: não é maravilhoso como seu antecessor, mas analisado isoladamente, revela-se uma bela coleção de canções delicadas, etéreas, perfeitas para serem ouvidas em uma tarde fria e cinzenta. Destaque para a cover da clássica Powderfinger, do pai Neil Young e as belíssimas Sun comes up its tueday morning e Escape is so simple.
Black Eyed Man (1992) - Esse foi o disco dos Junkies que me ganhou. Até então, já tinha ouvido falar da banda, mas nunca havia dado muita atenção, confesso. Até que, por volta de 1993, 94, me caiu nas mãos uma fita cassete com esse álbum gravado. E foi amor a primeira mordida. Os vocais por vezes narrados, por vezes cantados de Margo são um deleite para qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade, rocker ou não. Os arranjos, com uma roupagem ligeiramente (mesmo) mais pop deram o upgrade necessário no som da banda, para que não soassem tão sonolentos quanto no cd anterior. As primeiras seis músicas são perfeitas, devem ser sorvidas de uma talagada só, sem parar. O resto do disco mantém o nível, claro, mas com um tantinho menos de coesão quanto esse lado A. O dueto com o cantor John Prine (who?) na valsa If you were the woman and I was the man permanece ainda hoje como uma das mais românticas e sofisticadas canções de amor já registradas em vinil, coisa de fazer Cole Porter corar (ou chorar). Tudo o que o 10.000 Maniacs sempre quis fazer na vida, mas nunca teve talento bastante.
Pale Sun, Crescent Moon (1993) - Lançado ano seguinte, esse cd certamente não é tão brilhante quanto o Black eyed man, mas continua a trilha aberta por ele ao atualizar ainda mais o som do grupo, sem descaracteriza-lo. Ótimo de ouvir do início ao fim, Pale sun marca o fim do contrato do CJ com a gravadora RCA e traz ainda um cover do Dinosaur Jr, a faixa The post. A voz de Margo continua absolutamente sedutora e a execução instrumental, certamente inequívoca. Pode comprar de olhos fechados, que o meu eu já ganhei no meu aniversário em 1998, de quem? De quem? Ora, do reverendo Cebola, claro. Quem mais? Valeu, dodjão!
Lay It Down (1996) - Considerado o álbum mais rock dos Junkies, Lay it down foi o primeiro lançamento deles pela Geffen e mostrou como é que se muda o som de uma banda sem deixar que se perca o seu sabor característico e seu clima intimista. Aqui os acordes de guitarra estão mais sujos e mais altos e as levadas de bateria mais velozes e dinâmicas. Mas ainda assim, são os Junkies fazendo o que sabem fazer melhor: country rock melodioso, com claras influências do conterrâneo Neil Young.
Miles from Our Home (1998) - Ah, esse é um dos meus preferidos, junto com o Trinity session e o Black eyed man. Por que? Na época em que saiu (e eu comprei logo em seguida), eu não sabia, mas hoje, olhando em retrospecto, dá para arriscar que esse disco é um feliz cruzamento (onde foi que eu já li isso hoje?) entre as guitarras altas do Lay it down com as melodias matadoras do já citado Black eyed man. Diz que o crédito desse fato se deve à produção puta velha de John Leckie (que já havia a polido as gemas The Stone Roses, o primeiro da banda e The Bends do Radiohead). Mas na boa: pérolas como New dawn coming, The Summer of discontent e Darkling days, entre outras (o álbum é todo bom, sem brincadeira) já devem nascer prontas, lindas que só. Necessário, fundamental para quem quer conhecer o que essa banda fez de melhor.
Waltz Across América (2000) - Chutados da Geffen, o Junkies soltam de forma independente (pelo seu próprio selo, Latent Records) esse CD ao vivo, infelizmente nunca lançado no Brasil. Deve ser uma boa porta de entrada para neófitos, vide a feliz seleção de clássicos Junkies escolhida para entrar no álbum. Do lado de cá, só dá para imaginar que delícia que deve ser testemunhar um show dessa turma.
Open (2001) - Esse foi lançado aqui (uns dois anos depois) pela Sum. Trata-se de um álbum um tanto mais urbano dos Junkies, onde a faceta Velvet Underground sobressai mais claramente que a Neil Young. Beleza, não é brilhante, mas ainda contém seus momentos como Upon still waters (a curly blonde disaster...), I?m so open e algumas outras. Michael Timmins continua em excelente forma guitarrística.
One Soul Now (2004) - Recém-lançado lá fora, diz que é mais um bom disco da gangue dos Junkies. Esperemos que alguma boa alma se dê ao trabalho de lança-lo por aqui.
Além desses álbuns de carreira, o CJ têm algumas boas coletâneas que servem como introdução aos neófitos que preferem ouvir o som da banda em sua plenitude antes de mergulhar em suas obras mais específicas. Recomendados: Studio: Selected Studio Recordings 1986-1995 e Rarities, B-Sides and Slow, Sad Waltzes.
Por hoje é só. Stay Junky.
Por conta disso, resolvi fazer finalmente um post sobre uma das minhas bandas preferidas desde... desde sempre mesmo.
Se você, assim como eu, está cagando e andando para o verão e toda a sua forçada alegria, uma boa dica é se trancar em um quarto (de preferência com ar-condicionado, ou no mínimo um ventilador) para ouvir os Cowboy Junkies, a melancólica banda canadense que, pelo que sei, nunca gozou de muita popularidade na terra da alegria.
Também, pudera: seus discos costumam ser verdadeiros tratados sobre a tristeza, a solidão e os desencontros amorosos dos personagens de suas letras. O som, ouso arriscar, seria um feliz (opa) cruzamento de Velvet Underground com Neil Young. Um híbrido de rock alternativo com country rock e uma pitada de blues. Peraí! Mas isso não é o tal do alt-country, Franchico?
É, né? Fazer o quê? Os Vaqueiros Viciados já estavam em cima do lance desde 1984, quando o guitarrista Michael Timmins e o baixista Alan Anton fundaram a banda. Em 1985 entram em cena os irmãos de Michael, Peter e Margo Timmins, na bateria e vocais, respectivamente, fechando a formação que perdura até hoje, um caso raro no cenário do rock, tão afeito a vontades, chiliques e ataques de estrelismo.
Ah, quantos devaneios noturnos (e diurnos tb) a maravilhosa voz etérea da musa Margo já não embalaram, quantas vezes o som quase sempre limpo da guitarra perfeita de Michael já não nos transportou para a paisagem gelada das florestas de pinheiros canadenses, aquela imensidão, aquela solidão reconfortante, longe de toda essa podridão que nos cerca? Pois é, o som do Cowboy Junkies é capaz de tudo isso e muito mais. Por isso é que eu digo: Cowboy Junkies é O som do verão, pra mim.
Feita esta breve introdução, passemos agora a uma rápida discografia comentada, com links para a página de cada disco no site All Music, para quem quiser conferir.
Whites Off Earth Now!! (1986) - O primeiro disco do CJ é quase uma coletânea de covers (só uma faixa, Take me, é de autoria própria) muito bem escolhidos entre standards do blues e country rock. John Lee Hooker, Robert Johnson, Bruce Springsteen e Lightnin Hopkins dizem presente nessa coleção de canções que já mostrava a quê os Junkies vieram. Nunca lançado no Brasil, esse disco, um lançamento independente gravado com um único microfone, é um dos poucos que eu nunca ouvi, mas diz que Margo já canta maravilhosamente aqui.
The Trinity Session (1988) - Como definir a perfeição? Como tentar descrever o indescritível? Como passar para a tela do computador toda a extraordinária sensação narcótica provocada pela simples audição dessa obra de arte? Com The Trinity Session, o CJ atingiu um patamar de qualidade tão alto, que muita gente até hoje acha este o melhor disco do grupo. Eu gosto tanto da banda em sua plenitude que hesito muito em concordar com a tese de insuperabilidade (essa palavra existe?) desse álbum, mas se tivesse que escolher UM só na discografia para levar comigo para uma ilha deserta, muito provavelmente, seria esse mesmo. Gravado em uma única noite (e que noite mágica deve ter sido) em uma igreja abandonada em Toronto, a The Holy Trinity Church, e novamente com apenas um microfone e um gravador DAT, esse disco catapultou os Cowboys para a fama no circuito das college radios no Canadá e EUA. Lembro que na época, foi até lançado em vinil no Brasil, para gozo dos críticos da Bizz e um ou outro gato pingado que teve a felicidade de adquiri-lo na época, como o verme-mór Sérgio Cebola (exímio conhecedor da obra dos irmãos Timmins). É desse disco seu maior hit, ironicamente, um cover do Velvet, Sweet Jane, posteriormente popularizado pela trilha sonora do filme Assassinos por natureza, de Oliver Stone, que ainda teve a pachorra de incluir diálogos dos personagens no meio da música. Mala. Outra cover bem legal constante desse álbum é Blue Moon Revisited (Song for Elvis), a melhor e mais tocante homenagem ao Rei que eu já ouvi na vida. Voltando o disco em si, não tem essa de melhor ou pior faixa: trata-se de um álbum coeso, para ser ouvido em sua totalidade, do início ao fim sem pular uma faixinha sequer. Se vc nunca ouviu a banda e quer conhece-la, comece por este aqui, que não tem erro: é paixão na certa.
The Caution Horses (1990) - É natural: depois de um disco amplamente celebrado tanto pela crítica quanto pelo público, qualquer banda treme nas bases na hora de gravar seu sucessor. The Caution Horses se ressente exatamente dessa tensão: não é maravilhoso como seu antecessor, mas analisado isoladamente, revela-se uma bela coleção de canções delicadas, etéreas, perfeitas para serem ouvidas em uma tarde fria e cinzenta. Destaque para a cover da clássica Powderfinger, do pai Neil Young e as belíssimas Sun comes up its tueday morning e Escape is so simple.
Black Eyed Man (1992) - Esse foi o disco dos Junkies que me ganhou. Até então, já tinha ouvido falar da banda, mas nunca havia dado muita atenção, confesso. Até que, por volta de 1993, 94, me caiu nas mãos uma fita cassete com esse álbum gravado. E foi amor a primeira mordida. Os vocais por vezes narrados, por vezes cantados de Margo são um deleite para qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade, rocker ou não. Os arranjos, com uma roupagem ligeiramente (mesmo) mais pop deram o upgrade necessário no som da banda, para que não soassem tão sonolentos quanto no cd anterior. As primeiras seis músicas são perfeitas, devem ser sorvidas de uma talagada só, sem parar. O resto do disco mantém o nível, claro, mas com um tantinho menos de coesão quanto esse lado A. O dueto com o cantor John Prine (who?) na valsa If you were the woman and I was the man permanece ainda hoje como uma das mais românticas e sofisticadas canções de amor já registradas em vinil, coisa de fazer Cole Porter corar (ou chorar). Tudo o que o 10.000 Maniacs sempre quis fazer na vida, mas nunca teve talento bastante.
Pale Sun, Crescent Moon (1993) - Lançado ano seguinte, esse cd certamente não é tão brilhante quanto o Black eyed man, mas continua a trilha aberta por ele ao atualizar ainda mais o som do grupo, sem descaracteriza-lo. Ótimo de ouvir do início ao fim, Pale sun marca o fim do contrato do CJ com a gravadora RCA e traz ainda um cover do Dinosaur Jr, a faixa The post. A voz de Margo continua absolutamente sedutora e a execução instrumental, certamente inequívoca. Pode comprar de olhos fechados, que o meu eu já ganhei no meu aniversário em 1998, de quem? De quem? Ora, do reverendo Cebola, claro. Quem mais? Valeu, dodjão!
Lay It Down (1996) - Considerado o álbum mais rock dos Junkies, Lay it down foi o primeiro lançamento deles pela Geffen e mostrou como é que se muda o som de uma banda sem deixar que se perca o seu sabor característico e seu clima intimista. Aqui os acordes de guitarra estão mais sujos e mais altos e as levadas de bateria mais velozes e dinâmicas. Mas ainda assim, são os Junkies fazendo o que sabem fazer melhor: country rock melodioso, com claras influências do conterrâneo Neil Young.
Miles from Our Home (1998) - Ah, esse é um dos meus preferidos, junto com o Trinity session e o Black eyed man. Por que? Na época em que saiu (e eu comprei logo em seguida), eu não sabia, mas hoje, olhando em retrospecto, dá para arriscar que esse disco é um feliz cruzamento (onde foi que eu já li isso hoje?) entre as guitarras altas do Lay it down com as melodias matadoras do já citado Black eyed man. Diz que o crédito desse fato se deve à produção puta velha de John Leckie (que já havia a polido as gemas The Stone Roses, o primeiro da banda e The Bends do Radiohead). Mas na boa: pérolas como New dawn coming, The Summer of discontent e Darkling days, entre outras (o álbum é todo bom, sem brincadeira) já devem nascer prontas, lindas que só. Necessário, fundamental para quem quer conhecer o que essa banda fez de melhor.
Waltz Across América (2000) - Chutados da Geffen, o Junkies soltam de forma independente (pelo seu próprio selo, Latent Records) esse CD ao vivo, infelizmente nunca lançado no Brasil. Deve ser uma boa porta de entrada para neófitos, vide a feliz seleção de clássicos Junkies escolhida para entrar no álbum. Do lado de cá, só dá para imaginar que delícia que deve ser testemunhar um show dessa turma.
Open (2001) - Esse foi lançado aqui (uns dois anos depois) pela Sum. Trata-se de um álbum um tanto mais urbano dos Junkies, onde a faceta Velvet Underground sobressai mais claramente que a Neil Young. Beleza, não é brilhante, mas ainda contém seus momentos como Upon still waters (a curly blonde disaster...), I?m so open e algumas outras. Michael Timmins continua em excelente forma guitarrística.
One Soul Now (2004) - Recém-lançado lá fora, diz que é mais um bom disco da gangue dos Junkies. Esperemos que alguma boa alma se dê ao trabalho de lança-lo por aqui.
Além desses álbuns de carreira, o CJ têm algumas boas coletâneas que servem como introdução aos neófitos que preferem ouvir o som da banda em sua plenitude antes de mergulhar em suas obras mais específicas. Recomendados: Studio: Selected Studio Recordings 1986-1995 e Rarities, B-Sides and Slow, Sad Waltzes.
Por hoje é só. Stay Junky.
OKAY, MY GAY!
O cara achou legal Ivete na capa da Capricho usando uma camiseta Rock n' Roll High School dos Ramones (não esqueçamos o detalhe que o cara é editor da tal revista). Alguém aí gostou também? Se achou, faça o favor de se retirar do recinto agora e NÃÃÃÃÃO ME APAREÇA MAAAAAIS POR AQUI!! TÁ COMPREENDIDO?
Ah, puta que pariu!
O que é que tem a ver o cú com as calças? Por que ela não estava com uma camisa do Chiclete com Banana? Ou do genial Carlinhos Brown? Por que essa gentalha tem que querer posar de descolada pra cima da gente? Por que essa gentalha insiste em querer parecer cool, quando TODO MUNDO sabe que o trabalho delas não passa de um CÚ (sujo), mesmo?
Por que? Por que? Por que?
Eu realmente preciso de uma passagem (só de ida) para Glasgow.
Ah, puta que pariu!
O que é que tem a ver o cú com as calças? Por que ela não estava com uma camisa do Chiclete com Banana? Ou do genial Carlinhos Brown? Por que essa gentalha tem que querer posar de descolada pra cima da gente? Por que essa gentalha insiste em querer parecer cool, quando TODO MUNDO sabe que o trabalho delas não passa de um CÚ (sujo), mesmo?
Por que? Por que? Por que?
Eu realmente preciso de uma passagem (só de ida) para Glasgow.
quinta-feira, janeiro 20, 2005
GOOD DAY, SUNSHINE
Em nome da equipe ROCK LOCO, desejamos toda a felicidade do mundo ao companheiro irmão Cláudio Esc Moreira e sua mulher Ana Cláudia pelo nascimento de Beatriz, a mais nova rocker soteropolitana, que chegou ao mundo por volta do meio dia de ontem. Muita saúde, amor e rock n roll pra quem for dessa família que mora em nossos corações. E Cláudio: não corra, papai, não corra!
terça-feira, janeiro 18, 2005
BALA JUQUINHA E SUPRA SUMO
OU: NOTAS ALEATÓRIAS E LIGEIRAS DE INTERESSE MÍNIMO
Vai um acústicuzinho aí? - Mês que vem, cinco bandas do prolífico (e sempre vale lembrar, auto-suficiente) cenário do rock gaúcho vão gravar um programa / cd / dvd acústico para a MTV. Pelo jeito, ainda não se sabe o nome do projeto (Acústico MTV Gauchada Insana?), mas é importante notar que o nosso herói Wander Wildner está incluído na empreitada. Além dele, participam tb as bandas Ultramen, Cachorro Grande e Bidê ou Balde. Bom, pelo menos ¾ do programa deverá ser assistível, por que esse Ultramen aí, pra mim não cheira nem fede (minto: qualquer banda que ainda recorra à surrada fórmula rap + rock pesado fede pra caralho). As gravações acontecerão em São Paulo, nos dias 26 e 27 de fevereiro. E com fé, não impedirão a já anunciada vinda de Wander à Salvador nesse mesmo mês. E tomara que seja bom pra carreira do bardo punk brega participar desse programa. Mais conhecido, pelo menos ele deve ficar, já que esses acústicos costumam vender que nem água. A pergunta que não quer calar, porém, é uma só: ALGUÉM AÍ PRECISA DE MAIS UM DISCO ACÚSTICO?
Vai um vinhozinho aí? - Quem se lembra do hit bacana No rain, do Blind Melon, banda cujo vocalista gostava de se apresentar de vestido e morreu de overdose de herô em meados da década de 90? A música, que fez bastante sucesso em 1993 (disputando as paradas com a insuportável Whats going on do 4Non Blondes), está na trilha do filme Sideways - Entre umas e outras, que devido ao enorme sucesso nos EUA teve sua estréia antecipada aqui no Brasil, para 4 de fevereiro. O filme é do diretor Alexander Payne, o mesmo dos ótimos As confissões de Schmidt e Eleição (essa pérola foi solenemente ignorada no Brasil e junta poeira nas prateleiras das locadoras), e conta a história de dois amigos que partem em uma viagem de degustação de vinhos (nada mal...). Diz que o filme é tão bacana que ganhou os Globos de Ouro de Melhor Filme Comédia ou Musical e Melhor Roteiro. Quer dizer, eu estou supondo que o filme é mesmo bom, a partir do antecedentes de seu diretor. A conferir, depois da folia momesca.
Vai um fumettizinho aí? - A gigante editora italiana de quadrinhos (fumetti, ma che!) Bonelli Editore sempre teve ótima penetração (opa) no Brasil. Tex, o corajoso ranger do velho oeste, era a leitura número um dos porteiros de edifício e vigias noturnos quando eu era menino pequeno (lá em Barbacena). Hoje, o preço dessas revistinhas já não é tão convidativo para essa parcela da população, mas a difusão da indústria dos quadrinhos italianos no Brasil continua de vento em popa com o monopólio da Mythos Editora, que publica vários títulos mensais daquela casa editorial. Para quem, assim como eu, não acompanha esse universo específico do mundo das hqs, mas nutre uma certa simpatia pela sua forma simples e eficiente de entretenimento, vale a pena esperar para conferir o almanaque Seleção Tex e os Aventureiros, que reúne em uma só revista, várias historinhas curtas de diversos personagens da editora, como o já citado Tex, Nathan Never, Zagor, Mister No, Martin Mystère, Dylan Dog e Nick Raider. Em fevereiro nas bancas, no formato original italiano (16 x 21 cm).
Vai um cadáverzinho aí? - Essa é demais. Rita Marley, viúva (ela e a torcida do Flamengo) do Bob, vai exumar o corpo do ídolo para enterrar de novo na Etiópia. Saca só a justificativa (pescada do Omelete) da senhora Marley (que não deve ter muito o que fazer no seu dia a dia): "toda a vida de Bob foi voltada à Africa, não à Jamaica. Como alguém pode trocar um continente por uma ilha? Ele tem o direito de ter seus restos mortais em um lugar onde gostaria. Essa foi sua missão e a Etiópia será seu local de descanso espiritual", afirmou. Hum, humm. Certo. Agora morda aqui o meu dedo pra ver se sai coca-cola, morda. É óbvio que deve ter algum interesse escuso na jogada. Só não sabemos ainda qual é. Fiquemos ligados.
Vai uma camisa preta aí? - Bandas decadentes de metal da década de 80 são sempre bem-vindas ao Terceiro Mundo. Vamos todos então ao show do Sodom e Nuclear Assault, que tocarão em fevereiro em Porto Alegre, BH, Brasília e SP. Só faltou o Rock in Rio Café Salvador. Ainda dá tempo, não duvide.
Vai uma balinha aí? - A bala Supra Sumo, um verdadeiro clássico das bombonieres brasileiras voltou ao mercado em grande estilo e nova versão, novos sabores e campanha milionária com astros de novela chupando (opa) e achando gostoso (tb com o cachê que eles devem ganhar pra um quase nada de trabalho, até eu). Agora só faltam as balas Juquinha e Apache. PS: Lembro inclusive que essas balas foram eternizadas pelo Casseta & Planeta em seu primeiro disco, o clássico Preto com um buraco no meio, em um punk rock que dizia assim (com sotaque de punk paulista): "sou um jovem adolescente / na sociedade de consumo / bala juquinha / e supra sumo". Isso era o que havia em 1988.
Vai um acústicuzinho aí? - Mês que vem, cinco bandas do prolífico (e sempre vale lembrar, auto-suficiente) cenário do rock gaúcho vão gravar um programa / cd / dvd acústico para a MTV. Pelo jeito, ainda não se sabe o nome do projeto (Acústico MTV Gauchada Insana?), mas é importante notar que o nosso herói Wander Wildner está incluído na empreitada. Além dele, participam tb as bandas Ultramen, Cachorro Grande e Bidê ou Balde. Bom, pelo menos ¾ do programa deverá ser assistível, por que esse Ultramen aí, pra mim não cheira nem fede (minto: qualquer banda que ainda recorra à surrada fórmula rap + rock pesado fede pra caralho). As gravações acontecerão em São Paulo, nos dias 26 e 27 de fevereiro. E com fé, não impedirão a já anunciada vinda de Wander à Salvador nesse mesmo mês. E tomara que seja bom pra carreira do bardo punk brega participar desse programa. Mais conhecido, pelo menos ele deve ficar, já que esses acústicos costumam vender que nem água. A pergunta que não quer calar, porém, é uma só: ALGUÉM AÍ PRECISA DE MAIS UM DISCO ACÚSTICO?
Vai um vinhozinho aí? - Quem se lembra do hit bacana No rain, do Blind Melon, banda cujo vocalista gostava de se apresentar de vestido e morreu de overdose de herô em meados da década de 90? A música, que fez bastante sucesso em 1993 (disputando as paradas com a insuportável Whats going on do 4Non Blondes), está na trilha do filme Sideways - Entre umas e outras, que devido ao enorme sucesso nos EUA teve sua estréia antecipada aqui no Brasil, para 4 de fevereiro. O filme é do diretor Alexander Payne, o mesmo dos ótimos As confissões de Schmidt e Eleição (essa pérola foi solenemente ignorada no Brasil e junta poeira nas prateleiras das locadoras), e conta a história de dois amigos que partem em uma viagem de degustação de vinhos (nada mal...). Diz que o filme é tão bacana que ganhou os Globos de Ouro de Melhor Filme Comédia ou Musical e Melhor Roteiro. Quer dizer, eu estou supondo que o filme é mesmo bom, a partir do antecedentes de seu diretor. A conferir, depois da folia momesca.
Vai um fumettizinho aí? - A gigante editora italiana de quadrinhos (fumetti, ma che!) Bonelli Editore sempre teve ótima penetração (opa) no Brasil. Tex, o corajoso ranger do velho oeste, era a leitura número um dos porteiros de edifício e vigias noturnos quando eu era menino pequeno (lá em Barbacena). Hoje, o preço dessas revistinhas já não é tão convidativo para essa parcela da população, mas a difusão da indústria dos quadrinhos italianos no Brasil continua de vento em popa com o monopólio da Mythos Editora, que publica vários títulos mensais daquela casa editorial. Para quem, assim como eu, não acompanha esse universo específico do mundo das hqs, mas nutre uma certa simpatia pela sua forma simples e eficiente de entretenimento, vale a pena esperar para conferir o almanaque Seleção Tex e os Aventureiros, que reúne em uma só revista, várias historinhas curtas de diversos personagens da editora, como o já citado Tex, Nathan Never, Zagor, Mister No, Martin Mystère, Dylan Dog e Nick Raider. Em fevereiro nas bancas, no formato original italiano (16 x 21 cm).
Vai um cadáverzinho aí? - Essa é demais. Rita Marley, viúva (ela e a torcida do Flamengo) do Bob, vai exumar o corpo do ídolo para enterrar de novo na Etiópia. Saca só a justificativa (pescada do Omelete) da senhora Marley (que não deve ter muito o que fazer no seu dia a dia): "toda a vida de Bob foi voltada à Africa, não à Jamaica. Como alguém pode trocar um continente por uma ilha? Ele tem o direito de ter seus restos mortais em um lugar onde gostaria. Essa foi sua missão e a Etiópia será seu local de descanso espiritual", afirmou. Hum, humm. Certo. Agora morda aqui o meu dedo pra ver se sai coca-cola, morda. É óbvio que deve ter algum interesse escuso na jogada. Só não sabemos ainda qual é. Fiquemos ligados.
Vai uma camisa preta aí? - Bandas decadentes de metal da década de 80 são sempre bem-vindas ao Terceiro Mundo. Vamos todos então ao show do Sodom e Nuclear Assault, que tocarão em fevereiro em Porto Alegre, BH, Brasília e SP. Só faltou o Rock in Rio Café Salvador. Ainda dá tempo, não duvide.
Vai uma balinha aí? - A bala Supra Sumo, um verdadeiro clássico das bombonieres brasileiras voltou ao mercado em grande estilo e nova versão, novos sabores e campanha milionária com astros de novela chupando (opa) e achando gostoso (tb com o cachê que eles devem ganhar pra um quase nada de trabalho, até eu). Agora só faltam as balas Juquinha e Apache. PS: Lembro inclusive que essas balas foram eternizadas pelo Casseta & Planeta em seu primeiro disco, o clássico Preto com um buraco no meio, em um punk rock que dizia assim (com sotaque de punk paulista): "sou um jovem adolescente / na sociedade de consumo / bala juquinha / e supra sumo". Isso era o que havia em 1988.
segunda-feira, janeiro 17, 2005
Ainda sobre Armando Oliveira
Nosso companheiro e rockloquete honorário Franciel Cruz, jornalista de fina cepa e grande amigo, me enviou um sensível e belo obituário sobre Armando (que não, não era do rock, mas e daí?) que reproduzo sem cortes a seguir:
Ar-man-do Oliveeeira!
Logo após esta chamada acima, quem gostava de futebol costumava se ajeitar na poltrona para ouvir "o comentário abalizado do número 1 do Brasil", que começava sempre com o indefectível "meus amigos". A partir de então (desculpem-me, mas o chavão é inevitável), iniciava-se mais uma aula sobre a arte futebolística.Apesar de extremamente lúcido, quase cartesiano, o heptacampeão da Bola de Ouro guiava-se pela sábia e emocional sentença de Peter Shankley, técnico e escritor escocês: "O futebol não é uma questão de vida ou morte; é muito mais importante que isso". Armando falava sempre com difícil simplicidade, como só o fazem os grandes conhecedores.
Nunca houve na história do rádio da Bahia, e quiçá do Brasil, alguém com tanta intimidade para tratar dos acontecimentos nas quatro linhas. Possuia os segredos da clarividência. Em pouco menos de 15 minutos, era capaz de elaborar raciocínios cristalinos e convicentes sobre este algo tão inexato que é uma peleja de futebol. Sabia ver o jogo como ninguém, pois conhecia as manhas e tretas dos jogadores e técnicos. E dava pitos com uma elegância incomum, principalmente nesta raça de gente ruim, que é a cartolagem.
Ao contrário dos cientistas da bola que, a cada quatro anos, em época de Copa do Mundo, escrevem tratados antropológicos sobre a paixão nacional, Armando gostava de se ater à dramática batalha dos 90 minutos e das prorrogações diariamente. Mesmo extremamente inteligente, não era dado a estas firulas pseudo-intelectuais. Assim, para além de filosofices, fazia-se entender por qualquer um que verdadeiramente gostasse do esporte bretão.Em que pese trabalhar neste mar de lama que é o futebol brasileiro, jamais deixou-se cooptar pelo vil metal. Por tratar o futebol sem mistérios ou firulas, nunca se envolveu nos negócios enigmáticos, que tanto encantam os coleguinhas de profissão. O único mistério do qual se aproximava, e desvendava, era aquele relativo à disputa em campo.
O ex-torcedor do Colo-Colo também escrevia com correção. É uma pena, porém, que não conseguisse traduzir para o papel sua verve do rádio. Paciência. Cada um é para o que nasce. E elenasceu para ensinar futebol através das ondas radiofônicas ou da televisão. Era um homem da palavra falada.
E de palavra. Vítima de um câncer, decidiu, depois de ser destroçado por sessões de quimioterapia, que não mais faria o tratamento. "Vai morrer com a mesma dignidade com que viveu", confidenciou-me uma amiga, que privava da intimidade de Armando.E assim foi. Armando Oliveira, que não deixou sucessores, saiu de cena dignamente. Partiu um tanto quanto constrangido e indignado com a patifaria reinante no futebol baiano.
Fim de jogo.
P.S Em meados do último Campeonato Brasileiro, o atacante Obina deu uma entrevista reclamando que não balançava mais as redes "por encosto, trabalho da vizinhança". Sílvio Mendes perguntou a Armando se não seria um caso para o "departamento psicológico do Vitória". O comentarista, com sua habitual sabedoria e sarcasmo, sentenciou: "Nada de psicólogo, Sílvio. Vai confundir ainda mais a cabeça do rapaz. Deixa do jeito que tá".
Amém.
Ar-man-do Oliveeeira!
Logo após esta chamada acima, quem gostava de futebol costumava se ajeitar na poltrona para ouvir "o comentário abalizado do número 1 do Brasil", que começava sempre com o indefectível "meus amigos". A partir de então (desculpem-me, mas o chavão é inevitável), iniciava-se mais uma aula sobre a arte futebolística.Apesar de extremamente lúcido, quase cartesiano, o heptacampeão da Bola de Ouro guiava-se pela sábia e emocional sentença de Peter Shankley, técnico e escritor escocês: "O futebol não é uma questão de vida ou morte; é muito mais importante que isso". Armando falava sempre com difícil simplicidade, como só o fazem os grandes conhecedores.
Nunca houve na história do rádio da Bahia, e quiçá do Brasil, alguém com tanta intimidade para tratar dos acontecimentos nas quatro linhas. Possuia os segredos da clarividência. Em pouco menos de 15 minutos, era capaz de elaborar raciocínios cristalinos e convicentes sobre este algo tão inexato que é uma peleja de futebol. Sabia ver o jogo como ninguém, pois conhecia as manhas e tretas dos jogadores e técnicos. E dava pitos com uma elegância incomum, principalmente nesta raça de gente ruim, que é a cartolagem.
Ao contrário dos cientistas da bola que, a cada quatro anos, em época de Copa do Mundo, escrevem tratados antropológicos sobre a paixão nacional, Armando gostava de se ater à dramática batalha dos 90 minutos e das prorrogações diariamente. Mesmo extremamente inteligente, não era dado a estas firulas pseudo-intelectuais. Assim, para além de filosofices, fazia-se entender por qualquer um que verdadeiramente gostasse do esporte bretão.Em que pese trabalhar neste mar de lama que é o futebol brasileiro, jamais deixou-se cooptar pelo vil metal. Por tratar o futebol sem mistérios ou firulas, nunca se envolveu nos negócios enigmáticos, que tanto encantam os coleguinhas de profissão. O único mistério do qual se aproximava, e desvendava, era aquele relativo à disputa em campo.
O ex-torcedor do Colo-Colo também escrevia com correção. É uma pena, porém, que não conseguisse traduzir para o papel sua verve do rádio. Paciência. Cada um é para o que nasce. E elenasceu para ensinar futebol através das ondas radiofônicas ou da televisão. Era um homem da palavra falada.
E de palavra. Vítima de um câncer, decidiu, depois de ser destroçado por sessões de quimioterapia, que não mais faria o tratamento. "Vai morrer com a mesma dignidade com que viveu", confidenciou-me uma amiga, que privava da intimidade de Armando.E assim foi. Armando Oliveira, que não deixou sucessores, saiu de cena dignamente. Partiu um tanto quanto constrangido e indignado com a patifaria reinante no futebol baiano.
Fim de jogo.
P.S Em meados do último Campeonato Brasileiro, o atacante Obina deu uma entrevista reclamando que não balançava mais as redes "por encosto, trabalho da vizinhança". Sílvio Mendes perguntou a Armando se não seria um caso para o "departamento psicológico do Vitória". O comentarista, com sua habitual sabedoria e sarcasmo, sentenciou: "Nada de psicólogo, Sílvio. Vai confundir ainda mais a cabeça do rapaz. Deixa do jeito que tá".
Amém.
ADEUS, ARMANDO
O velho jornalista, um dos últimos bastiões de integridade e ética na profissão, deu adeus ao futebol e seu uísquezinho ao cair da tarde. Ficam suas preciosas lições, espalhadas em inúmeras crônicas impressas em todos os jornais de Salvador e transmitidas pela Rádio Sociedade AM e pelo Cartão Verde Bahia da TVE (Oscar: aquele abraço, amigo).
Em um lugar e época de jornalista big bosta Brasil (que coisa podre, ridícula e lamentável), o exemplo de Armando Oliveira, com sua inteligência aguda, fala mansa, texto limpo e objetivo, servirá somente para aqueles que tem olhos para ler, ouvidos para ouvir e cérebro para pensar.
E aos estagiários que hj lotam as redações, um conselho: procurem saber quem foi Armando Oliveira pra ver se vcs tiram o pé da lama. (Ainda que eu duvide, visto que até a diferença óbvia e gritante entre hardcore melódico e rock de gente grande passa batida hj em dia).
Esse roqueloquete aqui lamenta muito o falecimento de Armando Oliveira, um amigo pessoal de minha família e tb meu. Lamenta ainda mais ter perdido contato com o mestre após o desaparecimento de sua mãe e avó (a quem ele visitava regularmente, para o já citado uísquinho no happy hour), e dessa forma, não ter podido absorver um pouco mais de sua presença agradabilíssima e lições inesquecíveis.
A Bahia fica menos inteligente e íntegra a partir de hoje.
Em um lugar e época de jornalista big bosta Brasil (que coisa podre, ridícula e lamentável), o exemplo de Armando Oliveira, com sua inteligência aguda, fala mansa, texto limpo e objetivo, servirá somente para aqueles que tem olhos para ler, ouvidos para ouvir e cérebro para pensar.
E aos estagiários que hj lotam as redações, um conselho: procurem saber quem foi Armando Oliveira pra ver se vcs tiram o pé da lama. (Ainda que eu duvide, visto que até a diferença óbvia e gritante entre hardcore melódico e rock de gente grande passa batida hj em dia).
Esse roqueloquete aqui lamenta muito o falecimento de Armando Oliveira, um amigo pessoal de minha família e tb meu. Lamenta ainda mais ter perdido contato com o mestre após o desaparecimento de sua mãe e avó (a quem ele visitava regularmente, para o já citado uísquinho no happy hour), e dessa forma, não ter podido absorver um pouco mais de sua presença agradabilíssima e lições inesquecíveis.
A Bahia fica menos inteligente e íntegra a partir de hoje.
domingo, janeiro 16, 2005
Coração Envenenado, Brian Jones e The Rev
Tem varios assuntos, já estamos em 2005 e o rock já tá rolando, mais pra alguns, menos pra outros , como sempre.Mas continua rolando.
- Terminei de ler Coração Envenenado, bio de Dee Dee(dDD, foi mal) Ramone, e o tragico relato da sua vida , não só como Ramone, mas principalmente, só faz confirmar convicções minhas sobre a genesis do punk-rock. O livro, um confuso relato da sua origem alemã(filho de militar americano) e o pessimo clima familiar no qual foi criado, a infancia e adolescencia disfuncional, o vicio em heroina desde muito cedo, e a vida sem perspectiva já em Queens,N.Y., faz ficar muito claro ele não tinha muitas opções a não ser se juntar com os outros vagabundos(punks) do bairro numa banda de rock que não sabia tocar. Era isso ou morrer muito cedo. Tá(quase) tudo ali , as eternas andanças no submundo atras de H com personagens do mais baixo nivel; dealers, putas, junkies, gays e musicos da cena glam/pre-punk de N.Y., uma cena nojenta com Sid Vicious, enfim o supra-sumo da lama e do esgoto. Tudo muito glamuroso em paginas de revistas musicais, mas deprimente quanto relatado pelo cara que viveu isto na real. Faltam seus relatos como rent-boy(puto), mas isso não é fundamental, já tem lama mais que suficiente. Mas o que me interessa mais são seus relatos da claustrofobica vida com os Brudders, os caras se agarravam uns aos outros pra não afundarem na lama, ao mesmo tempo se odiavam intensamente. Johnny- o control freak facista, e Dee Dee- o porra-louca, se enfrentam o tempo todo , e Joey, Tommy,e depois Marky não são menos escrotos. E fica claro, pra mim, que se os elementos que forjaram os punk rock estavam dispersos na cena nova-iorquina,tais como o estilo de vida decadente( Warhol, Reed e toda cena Factory), elementos glam(Ney York Dolls, fortemente influenciados pela cena londrina) o art -rock minimalista( Velvets, depois Pattti Smith, Television), a exclusão social(Ramones), o visual pre-fashion punk(Richard Hell), o back to basics musical, em punkês Do It Yourself (Ramones) , o fato é que todos esses elementos só foram catalizados no punk-rock inglês, até por que o movimento inglês tinha o discurso politico e a densidade social para dar razão de existir aos elementos citados acima. E estava tudo disperso em N.Y., não me venham com aquele relato bairrista do "Mate-me Por Favor", o punk rock só se tornou punk-rock a partir do movimento inglês, e ponto final.
-A teoria conspiratoria do momento envolve Brian Jones, e segundos relatos e reconstituições serias da cena da morte, varias incorreções no laudo de morte foram cometidas(não é piada), levantando a suspeita que ele pode ter sido assassinado e não cometido suicidio. Tem até filme saindo sobre o assunto(titulo provisorio-The Wild and Wicked World of Brian Jones), dirigido pelo debutante Stephen Wooley .E capa da Uncut de Fevereiro é sobre o assunto. O assunto vai dar muito o que falar. Como fala o cara da cerveja, será?
-Falando em filme e Ramones, "End of The Century" doc. sobre os Ramones, segundo relato de quem viu é absolutamente fantastico.
-Morrisey foi convidado pela T.V. inglesa para participar da Casa dos Artistas inglês, o Celebrity Big Brother, mas o notorio recluso recusou, mas em compensação autorizou a utilização de 20 musicas dos Smiths num musical londrino intitulado "Some Girls Are Bigger Than Others", que abre em Julho em Londres.
-E tem disco novo do Mercury Rev na praça, The Secret Migration, dizem que sem tantas cordas, mas com muitos teclados e igualmente climatico.
- Terminei de ler Coração Envenenado, bio de Dee Dee(dDD, foi mal) Ramone, e o tragico relato da sua vida , não só como Ramone, mas principalmente, só faz confirmar convicções minhas sobre a genesis do punk-rock. O livro, um confuso relato da sua origem alemã(filho de militar americano) e o pessimo clima familiar no qual foi criado, a infancia e adolescencia disfuncional, o vicio em heroina desde muito cedo, e a vida sem perspectiva já em Queens,N.Y., faz ficar muito claro ele não tinha muitas opções a não ser se juntar com os outros vagabundos(punks) do bairro numa banda de rock que não sabia tocar. Era isso ou morrer muito cedo. Tá(quase) tudo ali , as eternas andanças no submundo atras de H com personagens do mais baixo nivel; dealers, putas, junkies, gays e musicos da cena glam/pre-punk de N.Y., uma cena nojenta com Sid Vicious, enfim o supra-sumo da lama e do esgoto. Tudo muito glamuroso em paginas de revistas musicais, mas deprimente quanto relatado pelo cara que viveu isto na real. Faltam seus relatos como rent-boy(puto), mas isso não é fundamental, já tem lama mais que suficiente. Mas o que me interessa mais são seus relatos da claustrofobica vida com os Brudders, os caras se agarravam uns aos outros pra não afundarem na lama, ao mesmo tempo se odiavam intensamente. Johnny- o control freak facista, e Dee Dee- o porra-louca, se enfrentam o tempo todo , e Joey, Tommy,e depois Marky não são menos escrotos. E fica claro, pra mim, que se os elementos que forjaram os punk rock estavam dispersos na cena nova-iorquina,tais como o estilo de vida decadente( Warhol, Reed e toda cena Factory), elementos glam(Ney York Dolls, fortemente influenciados pela cena londrina) o art -rock minimalista( Velvets, depois Pattti Smith, Television), a exclusão social(Ramones), o visual pre-fashion punk(Richard Hell), o back to basics musical, em punkês Do It Yourself (Ramones) , o fato é que todos esses elementos só foram catalizados no punk-rock inglês, até por que o movimento inglês tinha o discurso politico e a densidade social para dar razão de existir aos elementos citados acima. E estava tudo disperso em N.Y., não me venham com aquele relato bairrista do "Mate-me Por Favor", o punk rock só se tornou punk-rock a partir do movimento inglês, e ponto final.
-A teoria conspiratoria do momento envolve Brian Jones, e segundos relatos e reconstituições serias da cena da morte, varias incorreções no laudo de morte foram cometidas(não é piada), levantando a suspeita que ele pode ter sido assassinado e não cometido suicidio. Tem até filme saindo sobre o assunto(titulo provisorio-The Wild and Wicked World of Brian Jones), dirigido pelo debutante Stephen Wooley .E capa da Uncut de Fevereiro é sobre o assunto. O assunto vai dar muito o que falar. Como fala o cara da cerveja, será?
-Falando em filme e Ramones, "End of The Century" doc. sobre os Ramones, segundo relato de quem viu é absolutamente fantastico.
-Morrisey foi convidado pela T.V. inglesa para participar da Casa dos Artistas inglês, o Celebrity Big Brother, mas o notorio recluso recusou, mas em compensação autorizou a utilização de 20 musicas dos Smiths num musical londrino intitulado "Some Girls Are Bigger Than Others", que abre em Julho em Londres.
-E tem disco novo do Mercury Rev na praça, The Secret Migration, dizem que sem tantas cordas, mas com muitos teclados e igualmente climatico.
sexta-feira, janeiro 14, 2005
O DIA EM QUE ROUBARAM O CORPO DO GRAM PARSONS
"He is the patron saint of alternative country, a role model for a nation of Ryan Adamses"
Neil Strauss, the New York Times.
http://www.grandtheftmovie.com/
http://us.imdb.com/title/tt0338075/
Chegou na surdina, essa semana mesmo, em algumas locadoras de Salvador, o filme Parceiros até o fim. Mas que título ridículo, Franchico, que porra de filme é esse, catzo? Bom, se o título nacional não diz nada, o título original diz tudo: Grand theft Parsons, dirigido por David Caffrey (???), conta a história real do roubo do corpo do astro do country-rock Gram Parsons, morto aos 26 anos em 1973. Parsons, como diz o cara do NY Times aí em cima, foi um dos responsáveis pelo surgimento do estilo contry alternativo, antes mesmo que os malditos críticos e jornalistas inventassem mais esse rótulo.
Confesso que não conheço sua obra, mas já ouvi falar bastante da figura. Influenciou os Stones na fase Exile on Main Street, participou da fase Sweetheart of the rodeo dos Byrds e lançou alguns discos com sua banda The Flying Burrito Brothers, antes de se lançar em carreira solo.
O filme começa com o jovem astro morrendo de overdose de tequila e barbitúricos na cama. Entra em cena Johnny Knoxville (o Jackass himself) como Phil Kaufman, road manager e melhor amigo do músico. Cerca de dois meses antes, no enterro de um outro doidão, amigo comum, Phil e Gram fizeram um pacto: quando um de nós morrer, o outro vai levar o corpo para o deserto de Joshua Tree e crema-lo, para, desta forma, libertar o seu espírito.
E o filme é isso: Johnny Knoxville (em atuação bastante razoável), rouba o corpo do amigo no aeroporto de L.A. (de onde seria trasladado para Nova Orleans), e foge em um rabecão psicodélico, pintado de amarelo com flores na lataria, dirigido por um relutante hippie chapadão.
Na sua cola, o pai de Gram Parsons, a polícia, e ainda a amante de Gram e a esposa de Phil, temporariamente associadas. Curto (tem menos de 90 minutos), o filme é um road movie leve, que se assiste com prazer. Alternando momentos hilários com outros mais tocantes, é uma linda homenagem ao músico, praticamente desconhecido do grande público.
A trilha sonora, claro, é um primor e nos brinda ao longo do filme com maravilhosas canções de Bruce Springsteen, Primal Scream (a clássica Movin on up), Starsailor e, óbvio, Gram Parsons, entre outros.
Disponível nas menos piores locadoras da cidade.
Só é chato chegar na locadora e perguntar: tem aí Parceiros até o fim? Que título xarope da pega...
Neil Strauss, the New York Times.
http://www.grandtheftmovie.com/
http://us.imdb.com/title/tt0338075/
Chegou na surdina, essa semana mesmo, em algumas locadoras de Salvador, o filme Parceiros até o fim. Mas que título ridículo, Franchico, que porra de filme é esse, catzo? Bom, se o título nacional não diz nada, o título original diz tudo: Grand theft Parsons, dirigido por David Caffrey (???), conta a história real do roubo do corpo do astro do country-rock Gram Parsons, morto aos 26 anos em 1973. Parsons, como diz o cara do NY Times aí em cima, foi um dos responsáveis pelo surgimento do estilo contry alternativo, antes mesmo que os malditos críticos e jornalistas inventassem mais esse rótulo.
Confesso que não conheço sua obra, mas já ouvi falar bastante da figura. Influenciou os Stones na fase Exile on Main Street, participou da fase Sweetheart of the rodeo dos Byrds e lançou alguns discos com sua banda The Flying Burrito Brothers, antes de se lançar em carreira solo.
O filme começa com o jovem astro morrendo de overdose de tequila e barbitúricos na cama. Entra em cena Johnny Knoxville (o Jackass himself) como Phil Kaufman, road manager e melhor amigo do músico. Cerca de dois meses antes, no enterro de um outro doidão, amigo comum, Phil e Gram fizeram um pacto: quando um de nós morrer, o outro vai levar o corpo para o deserto de Joshua Tree e crema-lo, para, desta forma, libertar o seu espírito.
E o filme é isso: Johnny Knoxville (em atuação bastante razoável), rouba o corpo do amigo no aeroporto de L.A. (de onde seria trasladado para Nova Orleans), e foge em um rabecão psicodélico, pintado de amarelo com flores na lataria, dirigido por um relutante hippie chapadão.
Na sua cola, o pai de Gram Parsons, a polícia, e ainda a amante de Gram e a esposa de Phil, temporariamente associadas. Curto (tem menos de 90 minutos), o filme é um road movie leve, que se assiste com prazer. Alternando momentos hilários com outros mais tocantes, é uma linda homenagem ao músico, praticamente desconhecido do grande público.
A trilha sonora, claro, é um primor e nos brinda ao longo do filme com maravilhosas canções de Bruce Springsteen, Primal Scream (a clássica Movin on up), Starsailor e, óbvio, Gram Parsons, entre outros.
Disponível nas menos piores locadoras da cidade.
Só é chato chegar na locadora e perguntar: tem aí Parceiros até o fim? Que título xarope da pega...
quinta-feira, janeiro 13, 2005
DESSA SAGRADA COLINA: LEMBRANÇAS DO BONFIM HARD
Vou começar logo com a melhor lembrança que guardo da nossa celebração roqueira na maior e mais tradicional festa de largo da Bahia, a festa do Senhor do Bonfim:
fim de tarde, aquele solzão, aquele calor, a cerveja gelada na mão, as luzes começando a se acender na igreja no alto da colina e Rogério Morotó Slim (Retrofoguetes), mais guitar hero do que nunca, debulhando (com todo o fervor de um fiel torcedor do Bahia) o hino do Senhor do Bonfim (eternizado na voz do mano Caê) da varanda de sua casa.
Passantes pasmos, velhos roqueiros com lágrimas nos olhos, todos maravilhados. Nunca me senti tão baiano. Armandinho (caso estivesse lá) certamente teria orgulho desse discípulo assumido. Só não lembro que ano foi isso. Mas ele toca o Hino todos os anos. Já é um momento tradicional da festa.
O Bonfim Hard, como hoje é conhecido, começou em 1997 (o mítico verão do Vicious,
Lembro que, Jandyra (mulher de Joe Tromondo, ex-Dead, ex-Retro, atual Pitty) e Dóris (mulher de Morotó), encheram um tonel de gelo e cerveja pra vender pra galera e, obviamente, no final, acabou faltando loura gelada pra quem queria.
Lembro dos Dead Billies executando sua lendária versão de Careless whispers, clássico mela cueca do George Michael (fase Wham!) para o povo que delirava em volta da banda.
Lembro da Inkoma de Pitty executando seu hit Pirigulino Babilake, aquele do refrão vote em galvããããão / e leve um morrão / vote em Galvão!. Lembro inclusive que eu, bebum, bebum, ainda achei um microfone (que não lembro se estava ligado ou mesmo plugado) pra fazer backing vocals (com uma galera, Apú, Mauro, sei lá) a plenos pulmões nessa hora.
Lembro de Joe, Morotó, Rex e Mosca (os Dead), mais os já citados Apú, Mauro, Pitty, Josane (então guitarrista da Penélope) e sei lá mais quem detonando o clássico uterino You just follow all the rules em uma jam histórica, todo mundo pulando, cerveja voando sobre nossas cabeças, aquela loucura.
Lembro de palhetar pra caralho, tanto para ir, quanto para voltar. Do Bonfim até o Comércio a pé é fodinha, companheiro. Mas como o trajeto já era feito meio bebum e trocando idéia com a galera, até que passava rápido.
A Dois Sapos e Meio, do doidivanas Peu Sousa, tocando seu histórico hit Segura meu caralho.
Bandas a dar com pau subindo e descendo do palco varanda: Lisergia, Dr. Cascadura, Dinky Dau, as já citadas Dead Billies, Inkoma, Dois Sapos e ainda músicos avulsos de diversas outras, como Ùteros em Fúria, brincando de deus, Penélope e sabe-se lá quem mais.
Churrasquinho de gato.
Pausa para aquelas rodinhas amigas na praia.
Um canto para mijar o excesso de cerveja.
O sol inclemente do verão baiano cozinhando nossos cérebros já imersos em banho-maria de cerveja quente.
Enfim, o Bonfim Hard (uma feroz contraposição ao asséptico e deprimente Bonfim Light dos lamentáveis colunáveis, playboys e wannabes) é uma experiência única, data já tradicional no calendário roqueiro baiano. Tomara que Morotó (e sua família) continuem essa tradição por muitos anos ainda, por que só quem foi lá é que sabe como é bom.
Dai-nos a graça divina, da justiça e da concórdia. Amém, Morotó.
(Eu não vou poder ir hj, mas quem for, please, conta pra gente como foi aqui nos comments, valeu?)
(Na foto acima, Leonardo "Lionman" Leão em show dos Mizeravão, no Bonfim Hard de 2007, clicado pelo companheiro Tiago Fernandes.)
quarta-feira, janeiro 12, 2005
A propósito do STEELY DAN, pegando uma carona no Clash City Rockers
Já vi que com o Clash City Rockers na praça, vou ter que correr para postar meus textículos aqui antes de vcs. :-) Tô brincando, é q, meses atrás, prometi no Rock Loco um texto sobre essa dupla genial e até hj, nada. Mas o de Marcos tá valendo.
Pode crer Marcão: em um dia de sol, com um dry martini na mão, nada melhor que a classe jazzística do pop sofisticado de Becker n Fagen para transformar o ambiente. Pena q tanta gente crie resistência ao Steely Dan exatamente por conta dessa herança jazzy. o q eles não entendem é que, aqui, o que impera é o bom gosto, a melodia, a harmonia. Nunca, jamais a árida punheta instrumental (até por que eles praticamente não têm faixas instrumentais), típica dos músicos de fusion (provavelmente o mais desprezível dos gêneros musicais. Prefiro ouvir arrocha).
Em um dia iluminado de 1996, entrei no sebo de livros do Tomás, na Rua Amazonas (Pituba) e vi que ele tinha acomodado alguns vinis avulsos em um canto. Prontamente, me pus a fuçar os empoeirados bolachões quando me deparei com uma cópia americana zerada de Pretzel logic. Eu nunca tinha ouvido aquele disco. Na verdade, tinha dado uma ouvida rápida na casa do velho Borel no Cant buy a thrill (o qual algum tempo depois, ele trocou comigo pelo Check your head do Beastie Boys, qdo enchi o saco de hip hop), que algum tempo antes fora dissecado na antológica sessão Discoteca Básica, da saudosa Bizz.
Para encurtar a história: por alguns trocados (4, 5 ou 6 reales), levei o dito Pretzel logic para o meu lar. E foi uma das compras no escuro mais felizes da minha vida. O disco já abre maravilhosamente bem com o hit Rikki dont lose that number (que solo de guitarra é aquele, me diz?), engata uma segunda acelerada com o funk de branco Night by night e enterra de vez uma faca no coração do ouvinte com Any major dude will tell you, linda balada country-soul, tudo o que o Lambchop queria fazer nessa vida. Aliás, essa mesma música foi regravada pelo fan-fave Wilco (já toquei no prog, inclusive) para a trilha sonora do hilário filme Eu, eu mesmo e Irene, dos Irmãos Farrely (que devem ser grandes fãs da dupla, já que o referido filme está recheado de músicas do Steely Dan).
A essa altura, o ouvinte (sim, ieu mess) já jazia no chão da sala, extasiado pela (detesto essa palavra, mas preciso usa-la) excelência sonora que enchia o ambiente. Barrytown (um abraço, velhinho!) abria caminho para um cover de East St Louis Toodle-oo, de Duke Ellington e fechava com chave do ouro o lado A.
No lado B, o nível continua nas alturas com pérolas imorredouras do quilate de Charlie Freak, Through with Buzz, a faixa título e mais outras que não lembro o nome agora, mas que perfazem um conjunto de canções irrepreensíveis, inequívocas, imprescindíveis para todos que querem saber como é que se faz música pop com sofisticação, classe e talento pra cacete, puta que pariu (desculpem a minha falta de classe)! Se quiserem conhecer o Steely Dan, meu conselho é: comecem pelo Pretzel Logic. Comigo deu certíssimo.
(E pensar que hj em dia, quando se fala em música pop, nego pensa em Detonautas, Britney Spears e Sandy Júnior. Deus! Não admira que a molecada de hoje só falta tirar as calças pela cabeça, de tão estúpida.)
Pode crer Marcão: em um dia de sol, com um dry martini na mão, nada melhor que a classe jazzística do pop sofisticado de Becker n Fagen para transformar o ambiente. Pena q tanta gente crie resistência ao Steely Dan exatamente por conta dessa herança jazzy. o q eles não entendem é que, aqui, o que impera é o bom gosto, a melodia, a harmonia. Nunca, jamais a árida punheta instrumental (até por que eles praticamente não têm faixas instrumentais), típica dos músicos de fusion (provavelmente o mais desprezível dos gêneros musicais. Prefiro ouvir arrocha).
Em um dia iluminado de 1996, entrei no sebo de livros do Tomás, na Rua Amazonas (Pituba) e vi que ele tinha acomodado alguns vinis avulsos em um canto. Prontamente, me pus a fuçar os empoeirados bolachões quando me deparei com uma cópia americana zerada de Pretzel logic. Eu nunca tinha ouvido aquele disco. Na verdade, tinha dado uma ouvida rápida na casa do velho Borel no Cant buy a thrill (o qual algum tempo depois, ele trocou comigo pelo Check your head do Beastie Boys, qdo enchi o saco de hip hop), que algum tempo antes fora dissecado na antológica sessão Discoteca Básica, da saudosa Bizz.
Para encurtar a história: por alguns trocados (4, 5 ou 6 reales), levei o dito Pretzel logic para o meu lar. E foi uma das compras no escuro mais felizes da minha vida. O disco já abre maravilhosamente bem com o hit Rikki dont lose that number (que solo de guitarra é aquele, me diz?), engata uma segunda acelerada com o funk de branco Night by night e enterra de vez uma faca no coração do ouvinte com Any major dude will tell you, linda balada country-soul, tudo o que o Lambchop queria fazer nessa vida. Aliás, essa mesma música foi regravada pelo fan-fave Wilco (já toquei no prog, inclusive) para a trilha sonora do hilário filme Eu, eu mesmo e Irene, dos Irmãos Farrely (que devem ser grandes fãs da dupla, já que o referido filme está recheado de músicas do Steely Dan).
A essa altura, o ouvinte (sim, ieu mess) já jazia no chão da sala, extasiado pela (detesto essa palavra, mas preciso usa-la) excelência sonora que enchia o ambiente. Barrytown (um abraço, velhinho!) abria caminho para um cover de East St Louis Toodle-oo, de Duke Ellington e fechava com chave do ouro o lado A.
No lado B, o nível continua nas alturas com pérolas imorredouras do quilate de Charlie Freak, Through with Buzz, a faixa título e mais outras que não lembro o nome agora, mas que perfazem um conjunto de canções irrepreensíveis, inequívocas, imprescindíveis para todos que querem saber como é que se faz música pop com sofisticação, classe e talento pra cacete, puta que pariu (desculpem a minha falta de classe)! Se quiserem conhecer o Steely Dan, meu conselho é: comecem pelo Pretzel Logic. Comigo deu certíssimo.
(E pensar que hj em dia, quando se fala em música pop, nego pensa em Detonautas, Britney Spears e Sandy Júnior. Deus! Não admira que a molecada de hoje só falta tirar as calças pela cabeça, de tão estúpida.)
segunda-feira, janeiro 10, 2005
HEIN?!?
Por falar em Cascadura, me deixou muito chateado ler no conceituado Caderno Dez! do jornal A Tarde de quinta-feira passada, um artigo assinado por um rapaz que, pelo jeito, começou a ouvir rock ontem. Na matéria, o jovem repórter associa o Cascadura ao hardcore melódico (!) e a bandas como Jota Quest (!!!!!!!), entre outras pedradas. Cair de páraquedas é isso aí. A despeito do apoio que o citado Caderno presta ao rock (baiano e de fora, inclusive com matéria e citações ao nosso Rock Loco, justiça seja feita) eu só acho muita desconsideração com uma banda como o velho Casca (e com Fábio, especificamente), que tá aí há mais de dez anos fazendo quase que exclusivamente o rock n roll setentista, lutando contra moinhos de vento e gritando contra o vendaval. Mas pelo jeito, ninguém ouviu. E se a gafe fosse com alguém como Daniela Mercury ou Ivete Sangalo? A cabeça de alguém ia rolar?
Por falar em gafe, a minha (de não ir pro show ontem) foi imperdoável. Mal aê. Domingão sucks.
Por falar em gafe, a minha (de não ir pro show ontem) foi imperdoável. Mal aê. Domingão sucks.
sábado, janeiro 08, 2005
Peu sai
O plantão do Rock Loco informa: Conforme o site Dynamite Online, confirmou-se o que se falava a boca miuda ( viu, o rock loco não é só dado a anglicismos), Peu, guitarrista extraordinaire, e um dos mentores do som de Pitty, está fora da banda. Especula-se que o substituto seria Martin, do Cascadura... Se não chega a ser surpresa, já que Peu já tinha pulado do barco uma vez, lamento profundamente que as diferenças entre Peu e Pitty não puderam ser contornadas, já que Pitty(cantora e banda) se tornou, queiram ou não, uma especie de estrela guia do rock baiano e de bandas alternativas em geral, já que alcançou o sucesso, ao meu ver, de forma digna. Tambem a conferir os reflexos desta historia toda no emergente ( em termos nacionais) Cascadura, que após anos e anos de batalha acabou de lançar disco por gravadora e começa a chamar atenção da midia brazuca. A saida de Martin neste momento , não seria uma boa pra banda.
quinta-feira, janeiro 06, 2005
Plagio do Libertines
Fuçando coleções antigas(Nuggets 2) deu de cara ou melhor de ouvidos com uma musica de uma obscura banda australiana dos anos 60 chamada The Masters Apprentices, cujo single "War or The Hands of Time" chegou a ser Top 10 na Australia em 1967. A musica em questão , um libelo anti-belico, tem a melodia dos seus versos, alem da divisão das frases destes versos descaradamente surrupiados pelos hypados Libertines no seu(lá deles!) hit "Last Post in The Bugle". O coro e os lyrics são diferentes, mas o resto é igual, eu disse igual , descontando as obvias diferenças de andamento e produção entre uma banda das 60 e outra dos 00(he he, vi isso em algum lugar). Botei Bigs pra ouvir no Rock Loco de ontem e ele balançando a cabeça disse "é igual é igual". Não me lembro de ter lido sobre isto na imprensa musical, de nenhum lugar, mas a coisa é tão obvia que alguem já deve ter notado. Se alguem souber de algo que diga.
BATATA, VC ESTÁ FRITO: UM AVISO ABSOLUTAMENTE DESAGRADÁVEL
É com pesar e muito desgosto que comunico a todos que, hoje, quinta-feira, 6 de janeiro de 2005, minha caspenta pessoa estará discotecando a partir dumas 22:30, 23 horas no Miss Modular. Prometo proporcionar momentos absolutamente desagradáveis e constrangedores a todos os presentes com minha seleção musical totalmente desprezível e detestável. Como sempre, os pobres diabos presentes poderão pelo menos se divertir um pouco com minha óbvia inaptidão para lidar com aquela geringonça que toca música. Por favor, todos aqueles sem tendências ao masoquismo, mantenham distância daquela casa esta noite. Na verdade, se passarem por lá, meu conselho é: atravessem a rua para sequer pisar em sua calçada. A casa é um ótimo lugar, muito respeitável, mas precisa selecionar melhor os seus DJs.
Na sequência, o disc-jockey residente das quintas, o terrível e temível Batata, dará prosseguimento à sua sessão de tortura semanal aos ouvidos dos frequentadores daquele conceituado bar e restaurante.
A propósito, na próxima Quinta-feira (13 de janeiro) Sem Noção (que é um nome incrivelmente apropriado), o desagradável Mário Jorge tb fará um set de músicas horríveis, para absoluto desgosto dos incautos que por lá se aventurarem.
Vocês foram avisados, depois não reclamem. E NÃÃÃO ME APAREÇAM MAIS POR AQUI! TÁ COMPREENDIDO?
Na sequência, o disc-jockey residente das quintas, o terrível e temível Batata, dará prosseguimento à sua sessão de tortura semanal aos ouvidos dos frequentadores daquele conceituado bar e restaurante.
A propósito, na próxima Quinta-feira (13 de janeiro) Sem Noção (que é um nome incrivelmente apropriado), o desagradável Mário Jorge tb fará um set de músicas horríveis, para absoluto desgosto dos incautos que por lá se aventurarem.
Vocês foram avisados, depois não reclamem. E NÃÃÃO ME APAREÇAM MAIS POR AQUI! TÁ COMPREENDIDO?
quarta-feira, janeiro 05, 2005
PARA LER WILL EISNER (1917-2005)
http://www.willeisner.com/
Sim, o mestre se foi e isso, como diria Lobão, não tem nada demais. Afinal, foram 87 (!) anos de vida dedicados à arte, nos quais ele não apenas a produziu incessantemente e de forma inigualável, mas também estabeleceu parâmetros, criou formatos e mais importante, extrapolou seus limites, influenciando, além de outros quadrinistas, cineastas, músicos, dramaturgos, atores, designers e o que mais viesse. Isso é ser mais que um mero artista. E sinceramente, faltam-me até palavras para definir a importância do velho Eisner na cultura ocidental.
E como eu não tô aqui pra ensinar o Padre Nosso ao vigário, vamo deixar de punhetagem teórica e partir logo para uma listinha rapidamente comentada de alguns dos trabalhos mais significativos do homem que introduziu o termo graphic novel na literatura contemporânea e ajudou a levar os quadrinhos para dentro do (até então) sagrado território das livrarias e bibliotecas.
SPIRIT - Seu herói mais famoso não foi picado por um inseto radioativo nem era um alienígena que caiu do céu. Danny Colt, o Spirit, contava tão somente com seus punhos e sua esperteza para combate o crime em Central City. Criado ainda nos anos 30, o Spirit foi, por assim dizer, o laboratório de ensaio onde Eisner criou e testou todas as suas inovações gráficas e narrativas ao longo de duas décadas. Em sua última aventura, The outer space Spirit, Eisner o mandou para a Lua. Diversas edições do Spirit, de variados formatos, saíram no Brasil desde a década de 80, por editoras como LP&M, Abril Jovem e Sampa. E não é difícil encontra-las nos sebos.
O EDIFÍCIO - Em torno de um prédio de esquina, cuja arquitetura até lembra o nosso combalido e decadente Palace Hotel, na Rua Chile, diversos personagens circulam e vivem seus dramas cotidianos. Alguns trágicos, outros apenas melancólicos, outros ainda tristes de verdade, todos extremamente tocantes e belos, muito belos. É daqueles álbuns que se lê de uma sentada (como de resto, era praticamente toda a sua obra), para depois voltar ao início e começar de novo. Foi publicado em 1989 o Brasil pela Abril Jovem na coleção Graphic Novel. Se tiver em algum sebo, deve estar custando os olhos da cara. A menos que o dono do lugar não tenha idéia do valor artístico da obra, e aí, sorte sua.
O ÚLTIMO DIA NO VIETNAM - Seqüência de pequenos contos sobre essa guerra que eu não aguento mais ver em filmes idiotas, mas que nas suas mãos, rendem um punhado de testemunhos sinceros e desglamourizados sobre a estupidez humana, elemento em alta naqueles dias (e não apenas neles). Publicado pela Editora Devir, ainda é facilmente encontrável por aí.
UM CONTRATO COM DEUS - Ed Motta (sim, o sobrinho do Tim) gostou tanto dessa graphic que batizou seu segundo álbum de carreira, lançado em 1989, com esse mesmo nome. Considerado um de seus melhores trabalhos de todos os tempos, Um contrato(...) conta diversas histórias interligadas de vários personagens miseráveis dos guetos novaiorquinos. Se não me engano, foi aqui que ele criou o termo (e o formato editorial) graphic novel (romance gráfico), ao escrever um romance que não cabia em meras palavras, mas que dividia sua carga dramática com ilustrações primorosas. Um marco. Foi publicado ainda na década de 80 pela LP&M, e está fora de catálogo há muitos anos para desespero dos que nunca tiveram a oportunidade de lê-lo, como eu. Chuif.
O NOME DO JOGO - Lançado recentemente pela Devir, conta a saga de uma família judia nos EUA através das gerações, contando quase um século de história. Essa eu tb ainda não li, mas pretendo. Facilmente encontrável nas melhores casas do ramo.
SUNDIATA - Quadrinização de uma lenda africana, também recentemente lançado pela Devir.
NO CORAÇÃO DA TEMPESTADE - Outro de seus melhores trabalhos, em No coração (...) Eisner relembra sua juventude pobre na época da Segunda Guerra Mundial (na qual posteriormente serviu ao exército). Destaque para a denúncia de anti-semitismo que assolava também os EUA naquela época. Foi publicada em dois volumes pela Editora Abril em 1996. Se achar em algum sebo, não vacile: compre.
Muitos outros trabalhos do velho Eisner (que emprestou seu nome para a mais importante premiação dos quadrinhos americanos) foram lançados no Brasil, como Avenida Dropsie, Nova Iorque A Grande Cidade e Um sinal do espaço, mas se vc está realmente interessado(a), clica lá em cima no link para o site do homem, que tá tudo lá. Qualquer dúvida, deixe-a nos comments, que se eu puder, eu tiro. Senão, Cebola ou Márcio B.A. Martinez (os caras que me apresentaram Will Eisner em 1988) do blog Clash City Rockers, certamente saberão faze-lo.
Sim, o mestre se foi e isso, como diria Lobão, não tem nada demais. Afinal, foram 87 (!) anos de vida dedicados à arte, nos quais ele não apenas a produziu incessantemente e de forma inigualável, mas também estabeleceu parâmetros, criou formatos e mais importante, extrapolou seus limites, influenciando, além de outros quadrinistas, cineastas, músicos, dramaturgos, atores, designers e o que mais viesse. Isso é ser mais que um mero artista. E sinceramente, faltam-me até palavras para definir a importância do velho Eisner na cultura ocidental.
E como eu não tô aqui pra ensinar o Padre Nosso ao vigário, vamo deixar de punhetagem teórica e partir logo para uma listinha rapidamente comentada de alguns dos trabalhos mais significativos do homem que introduziu o termo graphic novel na literatura contemporânea e ajudou a levar os quadrinhos para dentro do (até então) sagrado território das livrarias e bibliotecas.
SPIRIT - Seu herói mais famoso não foi picado por um inseto radioativo nem era um alienígena que caiu do céu. Danny Colt, o Spirit, contava tão somente com seus punhos e sua esperteza para combate o crime em Central City. Criado ainda nos anos 30, o Spirit foi, por assim dizer, o laboratório de ensaio onde Eisner criou e testou todas as suas inovações gráficas e narrativas ao longo de duas décadas. Em sua última aventura, The outer space Spirit, Eisner o mandou para a Lua. Diversas edições do Spirit, de variados formatos, saíram no Brasil desde a década de 80, por editoras como LP&M, Abril Jovem e Sampa. E não é difícil encontra-las nos sebos.
O EDIFÍCIO - Em torno de um prédio de esquina, cuja arquitetura até lembra o nosso combalido e decadente Palace Hotel, na Rua Chile, diversos personagens circulam e vivem seus dramas cotidianos. Alguns trágicos, outros apenas melancólicos, outros ainda tristes de verdade, todos extremamente tocantes e belos, muito belos. É daqueles álbuns que se lê de uma sentada (como de resto, era praticamente toda a sua obra), para depois voltar ao início e começar de novo. Foi publicado em 1989 o Brasil pela Abril Jovem na coleção Graphic Novel. Se tiver em algum sebo, deve estar custando os olhos da cara. A menos que o dono do lugar não tenha idéia do valor artístico da obra, e aí, sorte sua.
O ÚLTIMO DIA NO VIETNAM - Seqüência de pequenos contos sobre essa guerra que eu não aguento mais ver em filmes idiotas, mas que nas suas mãos, rendem um punhado de testemunhos sinceros e desglamourizados sobre a estupidez humana, elemento em alta naqueles dias (e não apenas neles). Publicado pela Editora Devir, ainda é facilmente encontrável por aí.
UM CONTRATO COM DEUS - Ed Motta (sim, o sobrinho do Tim) gostou tanto dessa graphic que batizou seu segundo álbum de carreira, lançado em 1989, com esse mesmo nome. Considerado um de seus melhores trabalhos de todos os tempos, Um contrato(...) conta diversas histórias interligadas de vários personagens miseráveis dos guetos novaiorquinos. Se não me engano, foi aqui que ele criou o termo (e o formato editorial) graphic novel (romance gráfico), ao escrever um romance que não cabia em meras palavras, mas que dividia sua carga dramática com ilustrações primorosas. Um marco. Foi publicado ainda na década de 80 pela LP&M, e está fora de catálogo há muitos anos para desespero dos que nunca tiveram a oportunidade de lê-lo, como eu. Chuif.
O NOME DO JOGO - Lançado recentemente pela Devir, conta a saga de uma família judia nos EUA através das gerações, contando quase um século de história. Essa eu tb ainda não li, mas pretendo. Facilmente encontrável nas melhores casas do ramo.
SUNDIATA - Quadrinização de uma lenda africana, também recentemente lançado pela Devir.
NO CORAÇÃO DA TEMPESTADE - Outro de seus melhores trabalhos, em No coração (...) Eisner relembra sua juventude pobre na época da Segunda Guerra Mundial (na qual posteriormente serviu ao exército). Destaque para a denúncia de anti-semitismo que assolava também os EUA naquela época. Foi publicada em dois volumes pela Editora Abril em 1996. Se achar em algum sebo, não vacile: compre.
Muitos outros trabalhos do velho Eisner (que emprestou seu nome para a mais importante premiação dos quadrinhos americanos) foram lançados no Brasil, como Avenida Dropsie, Nova Iorque A Grande Cidade e Um sinal do espaço, mas se vc está realmente interessado(a), clica lá em cima no link para o site do homem, que tá tudo lá. Qualquer dúvida, deixe-a nos comments, que se eu puder, eu tiro. Senão, Cebola ou Márcio B.A. Martinez (os caras que me apresentaram Will Eisner em 1988) do blog Clash City Rockers, certamente saberão faze-lo.
terça-feira, janeiro 04, 2005
Tequilers e Lobo Guará no Calypso
A puteira do fim de semana começa no Calypso e termina no show do Cascadura e Astronautas no Tapioca, domingo. A seguir, o release q Cebola me mandou do show de sábado.
O Calypso entra 2005 em ritmo de rock'n'roll. No próximo sábado, 8 de janeiro, às 23h, tem show reunindo as bandas Tequilers e Lobo Guará. A idéia é comemorar os natalícios de Cebola e Simone, respectivamente, baixista/vocalista e cantora bissexta da Tequilers, ao som de duas bandas que têm em comum a tendência para o rock clássico, com raízes nos anos
60 e 70. Uma das novidades do rock baiano em 2004, a Tequilers apresenta repertório próprio, com influências de nomes como Deep Purple, Led Zeppelin, Rolling Stones, Lou Reed e Pixies, entre outros, além de covers dos Beatles. Com mais quilômetros rodados, a Lobo Guará possui repertório formado basicamente de covers de grupos como Creedence Clearwater Revival, Lynyrd Skynyrd e Rolling Stones, entre outros. Além da apresentação das duas bandas, vai rolar som mecânico nos intervalos. O couvert custa R$ 5. O Calypso fica na Travessa Prudente de Moraes, 59, Rio Vermelho, tel. 334-6030.
O Calypso entra 2005 em ritmo de rock'n'roll. No próximo sábado, 8 de janeiro, às 23h, tem show reunindo as bandas Tequilers e Lobo Guará. A idéia é comemorar os natalícios de Cebola e Simone, respectivamente, baixista/vocalista e cantora bissexta da Tequilers, ao som de duas bandas que têm em comum a tendência para o rock clássico, com raízes nos anos
60 e 70. Uma das novidades do rock baiano em 2004, a Tequilers apresenta repertório próprio, com influências de nomes como Deep Purple, Led Zeppelin, Rolling Stones, Lou Reed e Pixies, entre outros, além de covers dos Beatles. Com mais quilômetros rodados, a Lobo Guará possui repertório formado basicamente de covers de grupos como Creedence Clearwater Revival, Lynyrd Skynyrd e Rolling Stones, entre outros. Além da apresentação das duas bandas, vai rolar som mecânico nos intervalos. O couvert custa R$ 5. O Calypso fica na Travessa Prudente de Moraes, 59, Rio Vermelho, tel. 334-6030.
segunda-feira, janeiro 03, 2005
WHAT DO I CARE? e MARVEL MAX, THE BEST DO ÂNUS
Pra começar, hj em dia, acho um porre esse negócio de lista. Se todo mundo tem suas listas, que sentido tem em simplesmente fazer mais uma? Quem se importa? Who fookin cares? Com todo o respeito aos nossos amigos partidários de Nick Hornby que gostam, ainda se importam e se dão ao trabalho de elaborar listas sérias e sinceras, mas... na boa: esse ano eu num vi nada de Melhor em relação aos anos anteriores, não. Pra mim, continua tudo a lesma lerda. Então.
Filme do ano: Bob Esponja - O Filme. O senhor Calça Quadrada se supera (em relação aos episódios na TV) e nos oferece uma hora e meia de puro delírio - meio ingênuo, meio sacana -, para rachar o bico de tanto rir. Quando estréia o 2?
CD do ano: eu sei lá. Num ouvi quase nada dessas coisas que andam elegendo por aí, não. E tb num vou pagar o mico de dizer que o disco novo do Libertines é maravilhoso, por que NÃO É. Aqueles meninos tem que comer muito feijão, ainda.
The Killers, então?
Ah, tá.
Olha, eu sou de um tempo em que banda de rock que se dizia influenciada por Duran Duran tomava era MUQUETA NAS FUÇA. E Franz Ferdinand tb é chato pra caralho, tenha a santa paciência. Então, anota aí: disco do ano: Feitiço do Rio, de Agnaldo Timóteo. Quem sabe qdo eu ouvir esses tais Arcade Fire, The Shins e coisa e tal eu mudo de opinião.
Show: Teenage Fanclub em Recife. Agora eu tô falando sério. Tanto, que nem quero falar mais nada.
HQ do ano: América, de Robert Crumb. Desse aqui eu já falei. Clica aí do lado em Dezembro e dá uma fuçada nos meus posts.
HQ mensal do ano: Marvel Max, em qualquer banca por meros R$5,50. Agora eu cheguei aonde eu queria. A Marvel Max (da Panini Comics) é a revista que publica aqui no Brasil os títulos da atual divisão de hqs adultas da Marvel (nos anos 80 era a Epic Marvel, quem lembra do Dreadstar?), com palavrões, insinuações de sexo (hetero e homossexual) e drogas liberadas. A revista tem 76 páginas (o que comporta três títulos de 24 páginas por mês), e atualmente publica as séries Alias, Poder Supremo e Thor: Vikings.
A primeira, do ultra-hypado (no mundo dos quadrinhos) Brian Michael Bendis, apresenta as aventuras de Jessica Jones, uma detetive (com uma certa predileção por sexo anal) que já foi super, mas que abandonou as roupas colantes por que decidiu crescer. O destaque aqui são os diálogos ultra realistas e irônicos que Bendis coloca na boca dos personagens. Impossível não se identificar com os dramas vividos pela detetive e seus clientes em um mundo cheio de gente que, quando não é mutante, adquiriu super poderes por que foi picado por algum inseto radioativo. A série tem ritmo de seriado de TV, tipo um CSI da vida. Infelizmente, no caso de Alias, algum conhecimento prévio da mitologia dos personagens Marvel ajuda na compreensão das histórias, mas a série tb não chega a deixar o neófito boiando, não. Essa série é fixa, sendo encontrada todo mês na revista. O Bendis também anda botando pra fuder na atual série do Demolidor, considerada por muitos (eu aí incluído) o melhor momento do herói desde sua emblemática fase com Frank Miller.
Poder Supremo é escrita pelo roteirista de televisão Joseph Michael Straczinsky (Babylon 5) e apresenta uma nova versão para um antigo grupo de heróis da Marvel, o Esquadrão Supremo. O Esquadrão nada mais era que um plágio marveliano da Liga da Justiça (da DC Comics) para contracenar com os Vingadores (o super grupo da Marvel) em algumas histórias. Abandonados há mais de uma década, eles voltaram com um novo enfoque, ultra-realista. O que aconteceria se o Super Homem realmente caísse na terra? Será que o governo dos EUA passaria batido e deixaria o ser mais poderoso que já existiu ser criado por um casal de caipiras do Kansas, como aconteceu com o Super convencional? Pode apostar que não. Poder Supremo apresenta versões perversas (e ainda muito misteriosas) dos seus heróis preferidos da DC no traço extraordinário do artista Gary Frank. Essa série é o maior sucesso do selo e está deixando a comunidade nerd (americana e brasileira) de cabelos em pé com seu ritmo lento, porém enervante e constante, e a personalidade sinistra apresentada pelos seus personagens inspirados no Azulão, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash e Aquaman. Se Alias tem ritmo de série de TV, essa aqui tem dava um puta blockbuster super produzido com milhares de efeitos especiais. Com a vantagem de ter um texto realmente bom e personagens igualmente bem desenvolvidos.
Já Thor: Vikings é uma mini-série em quatro edições escrita pelo irlandês mais porra louca do mundo dos quadrinhos, Garth Ennis, o homem que botou Deus pra correr em Preacher, uma das melhores séries dos anos 90 (fácil-fácil ao lado de Sandman de Neil Gaiman e Os Invisíveis de Grant Morrison. E olha que eu nem li até o fim, no número 65). Em Vikings, vemos Nova Iorque invadida por um bando feroz de bárbaros vikings mortos-vivos. Desculpa perfeita para o senhor Ennis e seu desenhista Glenn Fabry (o monstro capista de Preacher) nos brindarem com uma infinidade de crânios rachados por machadadas, corpos fatiados a golpes de espada e maxilares arrancados na base da maça. Lindo. Somente Thor, o Deus do Trovão (ai, santa!) poderá nos salvar. Esse cara (Ennis) odeia super-heróis. Uma vez, em uma história do Justiceiro, ele fez o baixo-astral do Frank Castle usar o Homem-Aranha de escudo e saco de pancada contra um mercenário russo vítima de experiências que o fizeram ficar super forte. O detalhe é que a experiência teve o efeito colateral de fazer crescerem seios enormes no tal mercenário. Já imaginou? O Homem Aranha apanhando que nem mala velha de um russo com seios maiores que os da Fafá de Belém? Com Garth Ennis, as coisas sempre descambam pro bizarro.
O único ponto negativo dessa revista é que, por ser tão boa, vc acaba de ler em 10, 15 minutos. Mas quando a coisa é boa, é assim mesmo.
Para felicidade dos nerds chegados em bizarria e violência gratuita, o selo Marvel Max já publicou e continua publicando diversas outras séries, ainda que a maioria nem chegue aqui no Brasil, infelizmente. Confira aqui ótima matéria do site Fanboy sobre a linha de hqs adultas da Marvel com uma descrição série a série.
É isso, toda essa diversão está logo ali na banca da esquina. E isso, pra mim, foi a melhor coisa do ano. Corre lá e depois me diz o que vc achou.
Filme do ano: Bob Esponja - O Filme. O senhor Calça Quadrada se supera (em relação aos episódios na TV) e nos oferece uma hora e meia de puro delírio - meio ingênuo, meio sacana -, para rachar o bico de tanto rir. Quando estréia o 2?
CD do ano: eu sei lá. Num ouvi quase nada dessas coisas que andam elegendo por aí, não. E tb num vou pagar o mico de dizer que o disco novo do Libertines é maravilhoso, por que NÃO É. Aqueles meninos tem que comer muito feijão, ainda.
The Killers, então?
Ah, tá.
Olha, eu sou de um tempo em que banda de rock que se dizia influenciada por Duran Duran tomava era MUQUETA NAS FUÇA. E Franz Ferdinand tb é chato pra caralho, tenha a santa paciência. Então, anota aí: disco do ano: Feitiço do Rio, de Agnaldo Timóteo. Quem sabe qdo eu ouvir esses tais Arcade Fire, The Shins e coisa e tal eu mudo de opinião.
Show: Teenage Fanclub em Recife. Agora eu tô falando sério. Tanto, que nem quero falar mais nada.
HQ do ano: América, de Robert Crumb. Desse aqui eu já falei. Clica aí do lado em Dezembro e dá uma fuçada nos meus posts.
HQ mensal do ano: Marvel Max, em qualquer banca por meros R$5,50. Agora eu cheguei aonde eu queria. A Marvel Max (da Panini Comics) é a revista que publica aqui no Brasil os títulos da atual divisão de hqs adultas da Marvel (nos anos 80 era a Epic Marvel, quem lembra do Dreadstar?), com palavrões, insinuações de sexo (hetero e homossexual) e drogas liberadas. A revista tem 76 páginas (o que comporta três títulos de 24 páginas por mês), e atualmente publica as séries Alias, Poder Supremo e Thor: Vikings.
A primeira, do ultra-hypado (no mundo dos quadrinhos) Brian Michael Bendis, apresenta as aventuras de Jessica Jones, uma detetive (com uma certa predileção por sexo anal) que já foi super, mas que abandonou as roupas colantes por que decidiu crescer. O destaque aqui são os diálogos ultra realistas e irônicos que Bendis coloca na boca dos personagens. Impossível não se identificar com os dramas vividos pela detetive e seus clientes em um mundo cheio de gente que, quando não é mutante, adquiriu super poderes por que foi picado por algum inseto radioativo. A série tem ritmo de seriado de TV, tipo um CSI da vida. Infelizmente, no caso de Alias, algum conhecimento prévio da mitologia dos personagens Marvel ajuda na compreensão das histórias, mas a série tb não chega a deixar o neófito boiando, não. Essa série é fixa, sendo encontrada todo mês na revista. O Bendis também anda botando pra fuder na atual série do Demolidor, considerada por muitos (eu aí incluído) o melhor momento do herói desde sua emblemática fase com Frank Miller.
Poder Supremo é escrita pelo roteirista de televisão Joseph Michael Straczinsky (Babylon 5) e apresenta uma nova versão para um antigo grupo de heróis da Marvel, o Esquadrão Supremo. O Esquadrão nada mais era que um plágio marveliano da Liga da Justiça (da DC Comics) para contracenar com os Vingadores (o super grupo da Marvel) em algumas histórias. Abandonados há mais de uma década, eles voltaram com um novo enfoque, ultra-realista. O que aconteceria se o Super Homem realmente caísse na terra? Será que o governo dos EUA passaria batido e deixaria o ser mais poderoso que já existiu ser criado por um casal de caipiras do Kansas, como aconteceu com o Super convencional? Pode apostar que não. Poder Supremo apresenta versões perversas (e ainda muito misteriosas) dos seus heróis preferidos da DC no traço extraordinário do artista Gary Frank. Essa série é o maior sucesso do selo e está deixando a comunidade nerd (americana e brasileira) de cabelos em pé com seu ritmo lento, porém enervante e constante, e a personalidade sinistra apresentada pelos seus personagens inspirados no Azulão, Batman, Mulher Maravilha, Lanterna Verde, Flash e Aquaman. Se Alias tem ritmo de série de TV, essa aqui tem dava um puta blockbuster super produzido com milhares de efeitos especiais. Com a vantagem de ter um texto realmente bom e personagens igualmente bem desenvolvidos.
Já Thor: Vikings é uma mini-série em quatro edições escrita pelo irlandês mais porra louca do mundo dos quadrinhos, Garth Ennis, o homem que botou Deus pra correr em Preacher, uma das melhores séries dos anos 90 (fácil-fácil ao lado de Sandman de Neil Gaiman e Os Invisíveis de Grant Morrison. E olha que eu nem li até o fim, no número 65). Em Vikings, vemos Nova Iorque invadida por um bando feroz de bárbaros vikings mortos-vivos. Desculpa perfeita para o senhor Ennis e seu desenhista Glenn Fabry (o monstro capista de Preacher) nos brindarem com uma infinidade de crânios rachados por machadadas, corpos fatiados a golpes de espada e maxilares arrancados na base da maça. Lindo. Somente Thor, o Deus do Trovão (ai, santa!) poderá nos salvar. Esse cara (Ennis) odeia super-heróis. Uma vez, em uma história do Justiceiro, ele fez o baixo-astral do Frank Castle usar o Homem-Aranha de escudo e saco de pancada contra um mercenário russo vítima de experiências que o fizeram ficar super forte. O detalhe é que a experiência teve o efeito colateral de fazer crescerem seios enormes no tal mercenário. Já imaginou? O Homem Aranha apanhando que nem mala velha de um russo com seios maiores que os da Fafá de Belém? Com Garth Ennis, as coisas sempre descambam pro bizarro.
O único ponto negativo dessa revista é que, por ser tão boa, vc acaba de ler em 10, 15 minutos. Mas quando a coisa é boa, é assim mesmo.
Para felicidade dos nerds chegados em bizarria e violência gratuita, o selo Marvel Max já publicou e continua publicando diversas outras séries, ainda que a maioria nem chegue aqui no Brasil, infelizmente. Confira aqui ótima matéria do site Fanboy sobre a linha de hqs adultas da Marvel com uma descrição série a série.
É isso, toda essa diversão está logo ali na banca da esquina. E isso, pra mim, foi a melhor coisa do ano. Corre lá e depois me diz o que vc achou.
A BAIANIDADE NAGÔ FAZ MAIS UMA VÍTIMA
Em entrevista publicada na edição de ontem do jornal A Tarde, o cineasta baiano Edgard Navarro afirmou estar "despongando do cinema". O lendário agitador cultural, autor do histórico média-metragem O Superoutro (1988), se diz cansado de dar murro em ponta de faca para conseguir fazer cinema na Bahia, e por isso, está se retirando aos 50 e poucos anos de idade para "fazer coisas mais produtivas".
Atualmente tentando finalizar seu primeiro (e garante, único) longa, intitulado Eu me lembro, cujas filmagens se deram ainda em 2002, um desiludido Navarro diz não fazer parte de (estou citando de memória, é mais ou menos isso aí) "uma plêiade, uma elite dominante global que tem acesso ao meios de produção e que decide quem pode trabalhar ou não". "Essas pessoas não me convidam para suas festas, pois sabem que eu vou soltar um peido, um palavrão", completou. Ainda não há previsão de lançamento para Eu me lembro. Quem quiser ler essa entrevista para maiores detalhes, ela foi publicada ontem (domingo, 2 de janeiro) no Caderno 2 d'A Tarde.
Enquanto isso, uma campanha milionária (filmada em película) estrelada pelos nossos mais populares cantores das multidões (só faltou o Beto Bahia) convida todo o Brasil em alto e bom som: "vem pra Bahia, que a Bahia é uma boa". Pra quem, cara-pálida? Vai uma lobotomiazinha, aí?
O ROCK LOCO se solidariza com o desbocado cineasta e lhe deseja melhor sorte em futuros empreendimentos. E que Eu me lembro seja lançado logo pra gente poder ver e aplaudir.
E o Rock continua.
Atualmente tentando finalizar seu primeiro (e garante, único) longa, intitulado Eu me lembro, cujas filmagens se deram ainda em 2002, um desiludido Navarro diz não fazer parte de (estou citando de memória, é mais ou menos isso aí) "uma plêiade, uma elite dominante global que tem acesso ao meios de produção e que decide quem pode trabalhar ou não". "Essas pessoas não me convidam para suas festas, pois sabem que eu vou soltar um peido, um palavrão", completou. Ainda não há previsão de lançamento para Eu me lembro. Quem quiser ler essa entrevista para maiores detalhes, ela foi publicada ontem (domingo, 2 de janeiro) no Caderno 2 d'A Tarde.
Enquanto isso, uma campanha milionária (filmada em película) estrelada pelos nossos mais populares cantores das multidões (só faltou o Beto Bahia) convida todo o Brasil em alto e bom som: "vem pra Bahia, que a Bahia é uma boa". Pra quem, cara-pálida? Vai uma lobotomiazinha, aí?
O ROCK LOCO se solidariza com o desbocado cineasta e lhe deseja melhor sorte em futuros empreendimentos. E que Eu me lembro seja lançado logo pra gente poder ver e aplaudir.
E o Rock continua.