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terça-feira, abril 23, 2019

INDIE POP GAÚCHO INICIA TURNÊ PELO NE NA CAPITAL BAIANA

Quinta-feira: Tagua Tagua, do gaúcho Felipe Puperi, e a banda paraibana Glue Trip estreiam em Salvador no Bahnhof

Felipe Puperi AKA Tagua Tagua, foto Rafael Rocha
Rapaziada que gosta de novidade nos palcos locais tem destino certo na quinta-feira: o show que rola no Club Bahnhof com o gaúcho Tagua Tagua, a banda paraibana Glue Trip e a local Tangolo Mangos.

Tagua Tagua é o projeto solo do músico Felipe Puperi, um indie pop de tons experimentais e bem cosmopolita (mesmo cantado em português), ao gosto dos apreciadores de Beach House e afins.

Curiosamente, ele já passou pela Bahia  ano passado, tendo feito shows em Feira de Santana (no Fervura Feira Noise) e Vitória da Conquista (no Suíça Baiana), mas só agora chega a Salvador, primeira parada de uma turnê nordestina que ainda passa por Aracaju, Maceió, Recife e João Pessoa.

“Pra mim é muito incrível estar levando esse show pro Nordeste. O povo nordestino é maravilhoso, extremamente aberto a coisas novas, muito acolhedor e receptivo. Tenho ótimas lembranças da primeira vez e tenho certeza que dessa vez não será diferente, ainda mais tendo na rota várias cidades em que nunca estivemos”, derrete-se Felipe.

No palco, Felipe se apresenta acompanhado de três músicos: “O show é com a banda que está comigo desde o primeiro show do Tagua Tagua, ainda em 2017. São dois aracajuanos (Leo Mattos na bateria, percussão e programações e Rafael Findas no baixo) e um gaúcho (Jojô, na guitarra e sintetizadores)”, conta.

Escritores e produtores

A banda paraibana Glue Trip: 100 mil audições no Spotify. Foto Dani L.
No repertório, canções de seus dois trabalhos já lançados: Tombamento Inevitável (2017) e Pedaço Vivo (2018).

Pedaço Vivo foi gravado no Brasil, mas masterizado na gringa, pelo norte-americano Brian Lucey, com longa folha de serviços prestados para grandes nomes do rock e do pop.

"A masterização é a última fase do processo ao gravar um disco. É o toque final, o que equilibra a sonoridade do todo, ajuda a unir o trabalho e dá uma pressão no som. Também é importante para corrigir algumas frequências que estejam sobrando ou acrescentar algo que falte, como graves, médios e agudos. Estou acostumado a trabalhar com o Brian, ele é ótimo no que faz e tem um ouvido muito aguçado, dificilmente ele me manda uma manter e peço alteração, temos um gosto parecido", detalha Felipe.

Artista gaúcho e independente, Felipe / Tagua Tagua está feliz por iniciar uma turnê em, uma região distante da sua. Algo que pode ficar mais difícil nos próximos anos, com a economia e a política indo para o saco, como vemos. Ainda assim, ele não perde a esperança: "É uma tendência que as coisas fiquem mais difíceis pra cultura num geral nos próximos anos, mas pra artistas independentes sempre tem e sempre terá espaço, pois esses artistas estão acostumados a 'criar' esses espaços, a inventar as próprias oportunidades. E, mais do que nunca, é o momento de se movimentar pra fazer as coisas acontecerem, pra ocupar, pra se reinventar, criar festas, festivais independentes, mesmo sem saber onde isso vai chegar. Demanda existe, o público não sumiu, as pessoas seguem precisando de artistas novos, de novas ideias, de pessoas que as representem também".

Tagua Tagua, foto Rafael Rocha
Perguntado sobre suas influências, Felipe elenca escritores antes de outros músicos e bandas, o que não deixa de ser interessante: “Muitos artistas me inspiram e não  somente músicos. Gosto muito de filmes e livros, minhas composições muitas vezes nascem disso. A poesia sempre me ajuda a encontrar caminhos, gosto muito da Hilda Hilst. Me encanta também a romancista catalã Mercé Rodoreda”, conta.

De  som mesmo, ele cita uma gama de artistas black: do afrobeat de Tony Allen e Fela Kuti ao soul clássico de Marvin Gaye e Bill Withers, passando por Tim Maia e Cassiano.

Mas o que decifra mesmo seu som são seus gostos atuais: “Estou sempre atento a coisas novas também, mas daí minha busca é mais por sonoridade e produção. Atualmente, gosto muito dos produtores Danger Mouse (de álbuns como Rome, com Daniele Luppi, e Lux Prima, com a deusa indie Karen O), Gabriel Roth (selo Dap-Tone), Dan Auerbach (da banda The Black Keys) e Mark Ronson (Back in Black, de Amy Winehouse)”, conclui.

Tagua Tagua + Glue Trip e Tangolo Mangos / Quinta-feira, 19 horas / Club Bahnhof (antigo Idearium) / R$ 20 (Sympla) / R$ 30 na porta



NUETAS

Surrmenage sexta

O power trio Surrmenage (do ex-Dead Easy Arthur Caria) é a atração de sexta-feira no Bardos Bardos. 19 horas, pague quanto quiser. Sabadão é a vez de Tryxx Bomb e Malgrada, no mesmo esquema.

Mantra Sounds sex.

O Festival Mantra Sounds bota Van der Vous, Soft Porn, Orelha Seca, Favna e Kazenin Mafia no Buk Porão (Pelourinho), Sexta, 19 horas, R$ 15.

Rock Esmeril sábado

O mesmo Buk Porão abriga o show Poesia Rock Esmeril, com Modus Operandi, Jato Invisível e Organoclorados, com participação de Beatriz Biscarde. Sábado, 19 horas, R$ 10 + 1 kg de alimento.

Rock, Rua, domingo

As bandas Dom Sá e Jato Invisível fazem Rock na Rua. Domingo,  10 horas, na Av. Magalhães Neto, Pituba. Free.

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