Chiara Bianchini, foto Karol Azevedo |
A ocasião ganha ainda mais brilho com os auxílios luxuosos da violinista e maestrina suíça Chiara Banchini e do maestro Ricardo Castro (diretor geral e artístico do NEOJIBA), desta vez ao piano.
No programa, três peças de Wolfgang Amadeus Mozart (1756 - 1791) e uma de Johann Sebastian Bach (1685 - 1750): ChristLag in Todesbanden, Cantata BWV 4 (do último), Adágio e Fuga em dó menor, K. 546, Concerto para Piano e Orquestra em Mi Bemol maior, K. 271 (também conhecida como Jeunehomme) e Sinfonia 25 em sol menor, K. 183.
Esta última é uma das peças mais marcantes de Mozart, tendo sido bem explorada no clássico filme sobre sua vida, Amadeus (1984, de Milos Forman).
Com a batuta em punho, uma autoridade mundial em música clássica, notadamente a barroca (séculos 17 e 18): a já citada Chiara Bianchini.
Praticamente sócia do NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), Bianchini participa, amanhã, do seu terceiro concerto com os jovens músicos da instituição em Salvador.
Natural de Lugano (maior cidade da chamada Svizzera italiana, região da Suíça que fala italiano), ela tem vasta experiência tanto em concertos quanto em estúdio, tendo gravado registros aclamados por crítica e público, como o Concerti Grossi de Arcangelo Corelli (selo Harmonia Mundi, 1992) e o Stabat Mater, de Antonio Vivaldi (mesmo selo, 1995).
“No início dos anos 80, fiz um curso sobre as obras de Bach, ministrado pelo grande especialista (Nikolaus) Harnoncourt (1929-2016, maestro austríaco)”, conta Chiara.
“Entendi que a música antiga, barroca e clássica que tocávamos de maneira muito romântica, não deveria ter sido tocada assim e me apaixonei pela pesquisa histórica e filológica da interpretação com instrumentos antigos”, conta.
ASANBA
Rapaziada dos sopros (madeiras), foto Karol Azevedo |
“Eu tinha acabado de me aposentar e tinha mais tempo livre e vontade de ajudar um projeto como o NEOJIBA”, relata.
“Eu sabia que eles nunca tinham visto ou tocado com cordas barrocas e pensamos em trazer alguns (instrumentos) da Europa para começar o trabalho de construção na oficina de fabricação de violinos”, acrescenta.
Huwiler é tão apaixonado pelo NEOJIBA que fundou, lá em Genebra, a ASANBA (Association Suisse des Amis de NEOJIBA, Associação Suíça dos Amigos do NEOJIBA), que “quer ajudar e convidar jovens brasileiros do NEOJIBA a virem treinar no Conservatório de Genebra e na Escola Suíça de Fabricação de Violinos”, conta.
No concerto de amanhã, Chiara dá prosseguimento ao seu trabalho com a Orquestra Juvenil, avançando para o período final da música barroca, com a entrada em cena de Mozart: “Mozart está na fronteira entre o barroco e o clássico, e é um grande inovador para o seu tempo e para sua busca por uma nova linguagem, que se estabelecerá no final do século XVIII”, observa a maestrina.
“Com Ricardo Castro, tivemos a ideia de planejar um concerto de piano de Mozart. Acho que Ricardo é um excepcional pianista e estou muito feliz e honrada por poder tocar com ele. Perto do concerto, eu propus uma magnífica sinfonia que Mozart escreveu em 1773, aos 17 anos! Uma alegre sinfonia de um jovem cheio de energia, que é adequada para a Páscoa”, acrescenta.
Por sugestão de Eduardo Torres, diretor musical do NEOJIBA, foi incluído também no programa a cantata BWV4, escrita por Bach para a Páscoa. “Para colocar Bach e Mozart em relação, a peça ideal é Adagio e Fuga, de Mozart. De fato, Mozart admirava muito a música de Bach e escreveu várias fugas usando um tema de Bach”, conta Chiara.
Priscila, a discípula
O maestro / pianista Ricardo Castro e a spalla Priscila, foto Karol Azevedo |
Aluna de Chiara, ela foi admitida para um curso na área de música antiga em Basel, na Suíça, para onde embarca em breve.
“Conheci Priscilla aqui em Salvador e imediatamente senti seu interesse pela música barroca e por uma maneira diferente de realizá-la. Priscilla é uma boa violinista, corajosa, muito séria, e tenho certeza que ela merece estudar em uma grande e boa escola suíça, em Basileia, onde eu ensinei violino barroco por 20 anos”, elogia Chiara.
“Por isso, ajudei-a a apresentar-se no concurso de entrada, que é muito difícil – e ela foi admitida. Estou muito feliz e acho que quando ela voltar, poderá trazer todo seu conhecimento para jovens músicos brasileiros”, afirma.
Como autoridade em barroco, Chiara aprecia muito as igrejas soteropolitanas, construídas naquele período: “Claro! As igrejas do Pelourinho são magníficas e foram construídas no período renascentista e barroco. Certamente o colonialismo e a igreja trouxeram a cultura europeia para cá, mas também prejudicaram muito a cultura brasileira”.
“Ainda me sinto um pouco magoada quando penso que meus ancestrais europeus aproveitaram a riqueza sul- americana para construir seu império, despojando o povo”, conclui.
Concerto de Páscoa / Com a Orquestra Juvenil da Bahia e Coro Juvenil do NEOJIBA / Regência: Chiara Banchini / Piano: Ricardo Castro / Amanhã, 16 horas / Igreja Batista Sião (R. Forte de São Pedro, 68 - Campo Grande) / Entrada franca
https://br.noticias.yahoo.com/decreto-de-bolsonaro-acaba-com-trabalho-de-identificacao-de-ossadas-do-perus-164822289.html
ResponderExcluirisso não me surpreende nada...querem apagar a história...o que me "surpreende" são os comentários defendendo...pqp...de assustar...