Quinteto Astor Piazzolla, foto Christian Welcomme |
Hoje, o Quinteto Astor Piazzolla traz à Sala Principal do TCA um pouco dessa alta arte, no show justamente intitulado Revolucionario.
Fundado pelo próprio Astor (1921 - 1992) ainda em vida, o Quinteto foi refundado após sua morte pela viúva do Maestro, Laura Escalada Piazzolla, como uma forma de manter vivos seu nome e sua arte.
Atualmente formado por Lautaro Greco (bandoneon), Sergio Rivas (contrabaixo), Germán Martínez (guitarra), Sebastián Prusak (violão) e Cristian Zàrate (piano), o Quinteto mostra em Salvador o show da turnê Revolucionario, que já passou pelo Uruguai, Colômbia, Equador, Peru, Panamá e México. Depois da temporada brasileira, segue para Ásia e Europa.
Curiosamente, o Brasil teve um papel importante em seu reconhecimento mundo afora: “Piazzolla é hoje um músico de renome mundial, seus diferentes artistas (intérpretes) e sua riqueza musical fazem com que diferentes públicos do mundo se sintam identificados e ligados ao seu trabalho”, afirma o saxofonista e flautista Julián Vat, diretor musical do QAP.
“No entanto, como eu disse nos shows do Rio e São Paulo, o Brasil ajudou muito. O professor acreditava em seu próprio trabalho, e aqui ele foi valorizado desde o começo. Isso é sempre apreciado”, diz.
Cidadão do mundo, Piazzolla também não teve dificuldade em atrair feras do jazz, o que lhe garantiu um bom público no cobiçado mercado norte-americano: “Finalmente, suas colaborações com grandes músicos de jazz, como Gerry Mulligan e Gary Burton, além de planos com artistas da estatura de Miles Davis, que infelizmente não puderam ser concretizados, fazem do público americano uma plateia ansiosa para ouvir sua música”, afirma Julián.
O tango A.P. e D.P.
Para não-iniciados, a importância de Piazzolla pode ser resumida no fato de que o tango era uma coisa antes dele e se tornou outra depois.
“Piazzolla incorpora novas harmonias e critérios rítmicos ausentes até sua aparição, (sendo essa) sua contribuição para universalizar ainda mais o gênero, fazendo com que mais músicos do mundo queiram interpretá-lo”, afirma Julián.
No repertório do concerto, clássicos como La Camorra, Adiós Nonino, Mumuki, Vayamos al Diablo e Tanguedia. Duas curiosidades são Retrato de Milton, homenagem de Astor ao nosso Milton Nascimento e Retrato de Alfredo Gobbi, homenagem ao músico considerado pai do tango.
“Faremos criações do professor com um perfil mais jazz, como Años de Soledad, junto com algumas mais acadêmicas, com a fuga (estilo de composição) como característica, chamada Fuga y Misterio, entre outras composições”, diz.
A dois anos do centenário do Maestro, o QAP prepara suas homenagens, sendo o álbum e turnê Revolucionario o primeiro volume de quatro, a ser concluído em 2021. Mais, Julián não conta: “Infelizmente, pouco podemos adiantar, apenas compartilhamos que existem muitas e muito importantes colaborações que estão sendo gerenciadas. Felizmente, os grandes músicos do mundo amam tocar Piazzolla”, diz.
“(Na Argentina, ele) deixou de ser discutido. Mas felizmente, já é um ícone da música Arge, que nos representa e nos deixa orgulhosos”, conclui.
Quinteto Astor Piazzolla / Hoje, 21 horas / Teatro Castro Alves (Sala Principal) / Fileiras A a W: R$ 120 e R$ 60 / X a Z6: R$ 90e R$ 45 / Z7 a Z11: R$ 60 e R$ 30 / Vendas: bilheteria TCa, SACs Shopping Barra e Shopping Bela Vista e www.ingressorapido.com.br
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